quarta-feira, 28 de julho de 2010

Viagem à cidade do Porto

 Depois de passear pelo vale do Douro, em Portugal, resolvemos concluir nossa viagem à Europa na cidade do Porto, segunda cidade em tamanho de Portugal.
Foto: Vista da cidade do Porto, do ponto de vista da márgem de Gaia

Os famosos vinhos do Porto são em geral produzidos no vale do Douro, sendo então envelhecido nas adegas da Vila Nova de Gaia, cidade que fica do outro lado do rio Douro, com relação à cidade do Porto. Lado oposto ao Porto.
Foto: Vista de Gaia, com suas caves, à partir do Porto

O vinho do Porto é uma invenção portuguesa que os ingleses descobriram e apresentaram para o resto do mundo.
Foto: No Porto, vinho Towny, com sua cor clara. Vista de Gaia

No meio do século XVII este vinho ficou conhecido como “néctar do Douro”, cuja região, onde as uvas eram cultivadas, era uma região pobre, pois apenas produzia para o Porto, que por sua vez prosperava.
Foto: Vista do Douro

Em 1708 este vinho foi o primeiro a ser engarrafado, sendo a região a primeira do mundo a ser demarcada, em 1756, pelo Marques de Pombal. Este vinho foi também o primeiro a adotar rótulo, em 1870.

Uma grande coleção de uvas tipicamente Ibéricas é encontrada na região do Douro, e é a combinação dos vinhos originários destas castas que dá origem ao vinho do Porto.

Hoje em dia a região do Douro, que tem um solo Xistoso, produz bons vinhos, alem dos Porto, que permitiram o crescimento econômico e o reconhecimento internacional da região.

O Douro tem sua região produtora de uvas dividida em 3 partes: Baixo-Corgo, que é mais fria e úmida, Cima-Corgo, mais quente e seca e Douro Superior, mais continental e árida.
Foto: Baixo-Corgo
Ficamos hospedados no hotel Palácio na cidade do Porto, onde serviam , no café da manhã, alem de vinho do porto e espumante Português, 36 tipos de geléia.

 Foto: Festival de geléias

Passeamos por esta bela cidade, indo à igreja de São Francisco, que é toda decorada, com mais de 200Kg de ouro, provavelmente vindo do Brasil.
Foto: Igreja de São Francisco

Estivemos no magnífico Café Majestic, onde comi uma caravela, que é um prato de melão, com o presunto decorado na forma de vela de barco.
Foto: entrada café Majestic

Passeando pelo centro conhecemos "A Pérola do Bolhão, que é um verdadeiro empório de secos e molhados. Lá vimos na vitrina desde cha até orelha de porco salgada.
Foto: A Pérola do Bolhão

Esta cidade deu o nome à Portugal, pois, em 200 A.C., na época romana, se chamava Portus Cale.
Foto: Prédio junto ao Douro

Cidade com muitos contrastes, o Porto tem vários prédios históricos, e alguns ultramodernos, como a “Casa da Musica”, que é considerada a sala de melhor Acústica do mundo.
Foto: Azulejos na estação

Estivemos na estação ferroviária São Bento, onde a sala de entrada é decorada com enormes azulejos, com pinturas dos trabalhos no Douro e no Minho (produtor de vinhos verdes), como a plantação de uvas no Douro.
Foto: Azulejo da estação

Graças à indicação do simpático sr. José Carlos e sua família, que conhecemos num passeio de barco pelo Douro, dono da vinícola Quinta do Mourão, fomos almoçar na região de Matosinhos.
Foto: Restaurante em Matosinhos

Área freqüentada por portugueses, próxima ao aeroporto tem a av. Serpa Pinto, onde existem diversos restaurantes simples, que assam as sardinhas na brasa, na calçada em frente aos restaurantes.
Foto: Matosinhos

Lá comemos um polvo delicioso, alem de um bacalhau regado a um azeite maravilhoso e alho. Uma iguaria da região.
Foto: Restaurantes no Porto

A área mais efervescente do Porto fica nas duas margens do Douro, ligadas pela ponte Dom Luis I, de aço, construída em 1886, por um assistente de Gustave Eiffel. Uma nova ponte, Infante Dom Henrique foi construída, para dar conta do tráfego, pois a antiga ponte se tornou uma via estreita para ligação das cidades.
Foto: Ponte antiga

Do lado do rio, onde fica a cidade do Porto, existem vários restaurantes e bares, onde se pode provar os diversos tipos de vinho do porto, vendo as cantinas dos produtores no outro lado do rio, em Gaia.
Foto: Cave Sanderman

Fomos a Gaia, onde participamos de uma visita à adega da produtora Sandeman, cujo símbolo parece o Zorro.
Foto: Tonéis de Towny

Lá pudemos ver os diversos e enormes tonéis, onde os vinhos Tawny estavam envelhecendo a décadas, alcançando com um valor inestimável. No final da visita foram servidos alguns tipos de Porto, para que pudéssemos conhecer suas nuances.

Os vinhos do Porto são vinhos da categoria dos fortificados, isto é, depois ficarem fermentando por 2 a 4 dias, tem álcool de uva adicionado, interrompendo este processo.

Com a fermentação incompleta, os açúcares ainda não se transformaram em álcool, como nos outros vinhos, tornando-se um vinho com alto teor de açúcar. O teor alcoólico, que situa na faixa dos 19 a 21%, resulta da adição do álcool.

Os Porto são vinhos que harmonizam com frutas, doces e até com chocolate, e com alguns queijos.

Participei no Brasil de uma degustação, com uma aula sobre os vinhos do Porto, dada pelo enólogo Pedro Sá, da produtora Calem , que nos afirmou que este vinho harmonizam também com carne branca..

A importadora destes vinhos é no Brasil é a Interfood (fone 2602-7255)

Os mais importantes são os tintos, sendo divididos basicamente em 2 categorias:

Existem os Ruby comuns, que envelhecem de 3 a 4 anos em barris, os LBV (Late Bottle Vintage) que envelhecem de 4 a 6 anos em barris.

Os Vintages são o supra-sumo do Porto, um verdadeiro cru do Douro. Estagiam 2 anos em madeira e quando a casa produtora sente seu vigor, manda amostras envia amostras do vinho ao Instituto de Vinhos do Douro solicitando que seja declarado vintage. Após análise, se o vinho tem qualidades excepcionais pode até ser declarado Vintage. É então colocado em garrafa escura, para proteger da luz, onde amadurece lentamente, até seu consumo.

Os Towny são resultantes da mistura de safras próximas e envelhecido em grandes tonéis de carvalho, de 525litros, que permitem sua oxigenação e oxidação.

A degustação iniciou pelos Ruby:

1) Porto Calem Velhotes Ruby, sem safra. Sua cor é rubi. O aroma é de frutas novas e flores. Na boca é suave, elegante e equilibrado, lembrando ameixa, framboesa e cereja. Seu preço era R$41,90.

2) Porto Calem LBV, da safra 2004. Sua cor é rubi intensa. O aroma é de frutos vermelhos maduro com toques de madeira. O sabor é aveludado, frutado, com fim de boca equilibrado. Seu preço era de R$84,90.

3) Porto Calem Vintage, da safra 1999. Sua cor púrpura profunda. O aroma é de frutos em compota. Na boca,a fruta está em equilibrio com a acidez, com um agradável e longo fim de boca. Seu preço era de R$256,90.

A segunda parte da degustação foi de Towny

1) Porto Calem Velhotes Towny . Sua cor é Castanha-aloirada. O aroma é de frutos secos e madeira. Na boca é aveludado, frutado e equilibrado. Seu preço era de R$41,90.

2) Porto Calem Special Reserve. Sua cor é castanha. O aroma é de frutos vermelhos maduros, com ligeiros toques de madeira, avelã e café. Seu sabor é aveludado, equilibrado e com frutos secos. Seu preço era de R$75,90.

3)Porto Calem 20 anos. Sua cor é alaranjada-esverdeada.No paladar é equilibrado, com um longo e agradável fim de boca. Seu preço era de R$196,90.

Algumas dúvidas que eu tinha, com relação ao Vinho do Porto foram esclarecidas pelo enólogo:

Os vinhos do Porto mais simples tem rolha curta, pois não são produzidos para guarda, enquanto os víntages tem rolha longa. Desta forma, os primeiros devem ser armazenados em pé, para evitar vazamento, enquanto que os víntage devem ficar deitados, como os vinhos normais de guarda.

O álcool que é adicionado ao vinho do porto é de vinho, enquanto a bagaceira (aguardente) é feita do bagaço da uva.

A escolha de um towny para envelhecimento por 10 ou mais anos é resultante da projeção de demanda do mercado e não da qualidade da safra.

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