quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Restaurante OUI

Como já tinha visto uma indicação de um novo restaurante francês, perto de casa, resolvi então visita-lo no domingo. O restaurante chama-se “OUI” (rua Vapabussu, 71, Pinheiros - fone:3360-4491).

O Oui foi criado pelo chef Caio Ottoboni, que se formou pela escola de gastronomia do Senac de Campos do Jordão. Ele iniciou sua carreira no Café Armani, do grupo Fasano, passando ainda pela área de eventos do DOM. Posteriormente foi convidado a integrar a equipe de Erick Jacquin, no La Brasserie, tornando-se subchefe, ao lado do grand chef. Teve ainda breves passagens em renomados restaurantes de Paris, como Au Conte de Gascogne.

No cardápio do Oui existem 2 pratos fixos e um menu de inspiração do mercado, que é alterado todas as semanas, de acordo com o que o mercado melhor oferece, para que ofereçam qualidade e bons preços.

Existe ainda neste bistrô, uma pequena carta de vinhos, que inclui vinhos em taças ou, ainda, cervejas artesanais.

Na primeira visita que fiz ao OUI, depois de uma semana de excessos alimentares, resolvi junto a minha acompanhante, pedir apenas 2 pratos, a fim voltar à linha, para as festas de fim de ano.


Escolhemos um tartare, acompanhado de salada e batatas. Este prato estava ótimo, carne bem cortada e temperada, com muito sabor. A batata, em gomos grandes, também estava deliciosa.

O outro prato pedido foi um filé au poivre, ao ponto para cru que veio perfeitamente no ponto. Este prato acompanhava batatas e salada e também estava muito bom.

Solicitei apenas uma taça do vinho rosé de Côtes du Rohne, Château de Beaubois 2013com 13% de álcool, que harmonizou bem com os pratos. Além da cor maravilhosa, o vinho estava na temperatura certa e com muito frescor. Ele é importado pela De la Croix.

A conta ficou em R$129,80, o que achei bem razoável, tanto pela qualidade dos pratos que oferece, como pelos produtos utilizados.

Voltei ainda em dezembro neste bistrô e pedimos Língua e um Magret que estavam ótimos.  Ainda nesta segunda vez provamos uma sobremesa, que não fazia bem o meu gênero.


Como estava muito quente, de entrada tomei uma taça do vinho Novas Chardonnay que estava gostoso.

Desta vez a conta ficou em R$160,60.


Voltamos outra ocasião, com um grupo de pessoas amigas e desta última vez, perguntei sobre a pancetta, pois não gosto de carne com muita gordura. O garçom então me disse que a carne de porco era boa e magra e pude constatar que era mesmo. Estava deliciosa e com uma pururuca sequinha, acompanhada de purê de batata doce.

Meu cunhado pediu um cupim aos feijões que foi muito apreciado por ele.

As outras pessoas que estavam conosco pediram pratos já conhecidos por nós.

Tomei uma cerveja Vedett, leve e muito aromática.

Em 6 pessoas aquela conta ficou em R$71,00 por pessoa, com as bebidas e cafés, razoável para os pratos pedidos.


As três vezes em que lá estive fui bem servido e apreciei muito as refeições! Gostei e volto!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Porto e Douro International Tasting

Portugal ultimamente vem investindo bastante em divulgação de seus vinhos, no exterior. (https://www.youtube.com/watch?v=bksK-Sj5ZsY)

Para tanto, produtores do Porto e do Douro promoveram uma International Tasting no Canadá, USA e Brasil.

Os produtores do Douro, por sua vez, estão comemorando os resultados da premiação de vinhos da Wine Spectator, que em 2014, elegeu seus top 100 vinhos, ficando Portugal e o Douro com as principais classificações: 

1 Dows 2011 Vintage Porto, com 99 Pts
3 Crysea 2011 Douro P + S, com 97 Pts
4 Quinta do Vale do Meão 2011, com 97 Pts
13 Fonseca Vintage Port 2011, com 98 Pts

No evento, fizeram duas Masterclass, sendo que a primeira era denominada:   ”Descoberta do Porto" com Manuel de Novaes Cabral, presidente do IVDP e Rui Falcão..

Rui, nesta aula, falou dos diferentes tipos de vinhos do Porto, vinhos fortificados, isto é, com adição de álcool vínico. Ressaltou também que o Douro foi a primeira região demarcada, único lugar no mundo onde são produzidos os vinhos do Porto. Existem em outros países, vinhos fortificados diferentes do Porto, tanto pelas castas como pelo seu terroir.

Nesta região são cultivadas cerca de 70 variedades de uvas autóctones do Douro. Na maioria das vezes, elas produzem vinhos de  corte, denominados ainda de blend, ou lote (em Portugal). No entanto, as cepas mais utilizadas na região do Douro são: Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinta Roriz, Tinta cão e Tinta Amarela.

As uvas são selecionadas no Douro, nas suas diferentes regiões e altitudes, resultando diferentes tipos de vinho. Nas partes mais próximas ao rio, o clima é mais quente, o que provoca maior concentração de açúcar; enquanto nas áreas mais altas, encontra-se mais acidez e frescor, nas uvas.

Da mesma forma, quanto mais longe da foz as regiões do Douro são, mais áridas e secas, propiciando mais cor ao vinho.

Na elaboração dos vinhos do Porto, os produtores podem selecionar uvas de diferentes regiões e altitudes, para se obter o resultado desejado.

Além do vinho, devido à sua beleza, a região do Douro recebeu a denominação de “Paisagem patrimônio histórico” pela UNESCO.

O trabalho de cultivo no Douro é muito difícil, devido à inclinação das encostas e do tipo de solo, que não permitem a entrada de máquinas. As plantações são feitas em terraços, escavados pelos portugueses, à mão, no passado.

Os vinhos servidos na Master Class foram: (alguns deles não se encontram no Brasil):

1-Quinta da Romaneira 10 anos: cor de tijolo, fruta jovem, frutas secas e nozes. Rico e suave na boca, com boa persistência.

2-Pintas 10 anos: Os aromas são de damasco seco e couro curtido. Sua cor dourada é linda. Tem um corpo médio, pouca doçura, equilibrado, fumê, bem persistente. 4,5/5

3-Adriano Ramos Pinto 10 anos: Aromas de especiarias e frutas secas, persistência média. Ele tem boa acidez e equilíbrio.

4-Real Companhia Velha 20 anos: A garrafa é muito bonita e o vinho excelente. Muito bem estruturado. Demonstra aromas de frutas secas e chocolate. Na boca ele é muito equilibrado, com longa persistência.

5-Bulas 20 anos: apresenta frutas secas no nariz e um açúcar presente na boca, com mel, caramelo e café e média persistência. Prefiro Portos menos doces

6-Taylor’s 20 anos: o vinho estava quase sem aroma, o que prejudicou a avaliação. A garrafa devia ter algum problema. Já provei este vinho antes e naquela ocasião estava muito agradável e aromático.

7- Casa Santa Eufêmea 40 anos. A cor deste vinho é mais escura que os anteriores, com tons esverdeados, resultado de longo envelhecimento. No nariz sobressaem nozes e especiarias. Boa acidez, suave e macio, certo mofo e untuosidade na boca. Ele é muito persistente e foi o que mais gostei.

8-Burmester LBV 2009: A partir deste vinho, a cor já se torna bem mais escura. No nariz apresenta frutas frescas vermelhas. Tem um bom corpo na boca e pede comida, devido ao seu potente tanino. É um vinho mais rústico e vigoroso.

9-Quinta do Crasto Vintage 2008: O vinho é intenso e com aromas de frutas vermelhas maduras, ameixa em compota e mel. Seus taninos são aveludados e a persistência é boa.

10-Duorum Vitage 2007: Cor vermelha densa, com frutos escuros maduros, como amora, ameixa e cassis. Ele é bem encorpado, equilibrado, com taninos aveludados, devendo ser longevo.

Como sempre, foi muito esclarecedora estar presente a aula do Rui, o que fez com que eu pudesse aprofundar meus conhecimentos a respeito destes complexos vinhos.

Agradeço a CH2A, de Alessandra Casolato, pelo convite.
Organização excelente!




domingo, 4 de janeiro de 2015

Vinhos do Libano

Os produtores de vinho do Líbano convidaram especialistas neste assunto e a imprensa para conhecerem os seus vinhos, na casa do cônsul do Líbano, em São Paulo. (https://www.youtube.com/watch?v=qar4FNCFpd0)

Muita gente ainda se surpreende hoje em dia, ao saber que o Líbano produz vinhos. A produção de vinhos na região vem acontecendo desde 7.000 A.C. O Líbano foi um dos berços da vitivinicultura da humanidade. 

Em 1517, o Líbano foi absorvido pelo império Otomano e a sua produção de vinhos foi abandonada, exceto pela igreja. As guerras prejudicaram a produção vinícola por muito tempo, deixando o país fora do mercado.

Depois da grande guerra, em 1918, o Líbano passou a ser administrado pela França, por bons 25 anos. Nesta época, impulsionada pelos franceses, a produção de vinhos teve uma melhora significativa.

Desde os anos 1990, a produção de vinhos ali vem crescendo e se aprimorando. No início da década de 1990, quando terminou a guerra civil, havia apenas quatro vinícolas no Líbano. Hoje o país conta com 45 vinícolas.

O relevo do país parece muito com o do Chile, com a costa voltada para o Mediterrâneo. No interior, existem duas cadeias de montanhas que controlam o clima local. O Vale do Beqaa que fica entre as duas montanhas é a principal zona de produção de vinhos do país. O clima é árido, mas conta com água para irrigação, procedente do degelo das montanhas.

As principais cepas cultivadas são a Cabernet Sauvignon, além da Merlot, Petit Verdot, Cinsault, Grenache e Carignan e algumas cepas locais. 

É fácil de identificar a influência da França, nos vinhos libaneses, tanto de Bordeaux, como da região do vale do Languedoc e Rhone. Isto se reflete no estilo de como as uvas são utilizadas.

Participaram do evento, os vinhos de 10 vinícolas:

Adyar, cujos produtores são monges que fizeram um trabalho pioneiro com vinhos orgânicos. Os vinhos são bem interessantes

Atibaia, que tem este nome devido ao fato do proprietário da vinícola passar férias em Atibaia, no Brasil. É um vinho simples, mas com boa relação custo/benefício e é importado pela Zahil.

Chateau Kefraya, que trouxe 2 vinhos: Chateau Kefraya e Comte de M., Importado pela Zahil por R$ 285 (preço salgado). No entanto, este foi o melhor vinho degustado no evento. Ele é o único vinho produzido na região de Batroun, na costa do Líbano. Ele é feito com as cepas: Cabernet Sauvignon (65%), Syrah (30%) e Petit Verdot.

Chateau Ksara, que é a vinícola mais antiga do país, que produz bons vinhos, além de Arak ( bebida baseada em eau de vie). Alguns vinhos, deste produtor, são importados pela Interfood.

Chateau Nakad, que ainda não tem distribuidor no Brasil, com bons vinhos brancos, rosés e tintos e fortificados.

Chateau Oumsiyat, procurando distribuidora no Brasil, com bons vinhos brancos tintos e rosés, além de Arak. Surpreendeu-me o vinho Le passioner 2009, das cepas Syrah e Cabernet Sauvignon.

Chateau Qanafar, também sem importadora, com um belo vinho tinto das cepas: Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah. O simpático produtor falou das qualidades do vinho, com personalidade mais internacional.

Chateau St. Tomas, que procura distribuidora também, apresentou bons vinhos, sendo o seu rosé bem clarinho.

Clos de Phoenix, que busca importadora, e produz bons vinhos tintos. Gostei mais do Syrah, que é bem equilibrado. O Cuvée de la Citadelle é mais frutado e expressa bem o calor dos vinhos Libaneses, sendo feito das cepas: Syrah, Mouvèdre e Grenache.

Ixsir, cujo nome deriva de Iksir, que significa elixir. O Ixsir Grand reserve 2009 é produzido sob a consultoria do proprietário do Château Angélus, com as cepas: Cabernet Sauvignon e Syrah. Ele é muito equilibrado, com taninos finos. Custa R$150,00, na Grand Cru. O branco, Altitudes oferece boa relação custo/benefício (R$86,00).

Além dos vinhos, foi servida uma generosa gama de petiscos libaneses, além de um delicioso cordeiro desfiado com um tipo de grão de bico marroquino.

Como sempre, os libaneses são muito gentis e recebem muito bem!

Agradeço à Cristina Neves, que me convidou e cuidou muito bem da organização do evento!




Do Brasil para Luxemburgo, Tenuta Foppa & Ambrosi

Tenuta Foppa & Ambrosi estreia neste mercado com exportação de 600 garrafas   Os ‘guris’ que começaram a elaborar vinho no porão de casa...