segunda-feira, 22 de junho de 2015

Restaurante Pina

Aproveitei o feriado de Corpus Christi para conhecer um novo restaurante aqui em São Paulo, o Pina, que fica na rua Jacurici 27, no Itaim (fone: 3071-2501).

A decoração ali é discreta, com plantas e um espaço reduzido, com mezanino decorado com placas divertidas pelas paredes.


O chef italiano Ricardo Rossi, já passou por vários restaurantes pelo mundo, inclusive na Rússia, Estados Unidos e Inglaterra.

Com sua simpatia, ele me contou que conheceu uma brasileira e se apaixonou por ela. Como ela não queria morar na Itália, ele então veio morar no Brasil e fazer o que ele mais gosta: cozinhar.

Os preços do restaurante são razoáveis e a carta de vinhos reduzida, mas com rótulos interessantes. Perguntei sobre a rolha e o garçom disse que ela sairia por R$40, mas, se fosse um jantar num grupo maior, o restaurante cobraria apenas 2 rolhas.

O cardápio não é extenso, mas tentador, desde a entrada, até a sobremesa. Durante a semana eles oferecem almoço executivo, que sai por volta de R$40, dependendo do prato do dia.

Neste feriado, pedimos o couvert, que é composto de pedaços de brusqueta, fatias de pão e uma beringela enrolada no azeite, magnífica!  Além disso, trouxeram para a gente, vários azeites para apreciarmos com pão: um azeite comum e 3 outros italianos, um com laranja (achei o melhor),outro com tangerina e outro com pimenta. Todos saborosos!

Como prato principal, pedimos:

Carre di agnello in crosta di Mandorle (R$62), que estava maravilhoso. Pena que era pouco, apenas dois ossinhos... mas o molho doce de alho era muito bom!

Pappardelle ao molho de cinghiale (javalí). Comentamos com o chef que o tomate do molho mascarava um pouco o sabor do javali. Muito simpático, ele disse que o problema em geral é que o javali do Brasil é criado e, portanto, com menos gordura que o europeu, que é selvagem. O nosso javali tem a carne mais seca e por isso ele acrescenta tomates à receita para deixar o bicho mais hidratado.

Ricardo ainda comentou:
“Prefiro que me critiquem do que me elogiem, assim posso saber a verdadeira opinião dos clientes”. Desta forma, nem me pareceu que este chef fosse italiano, sábio, mas humilde demais para nossa Itália.

Como sobremesa, provei o Strudel di mele e albicoche, que estava crocante e muito saboroso! (R$16,00). Esta é uma das sobremesas que não consigo resistir!

Para acompanhar os pratos, pedi um vinho Van Zellers alentejano. Perguntei ao garçom se este vinho não era do Douro e ele me confirmou que era do Alentejo e custava R$90,00. Estranhei o fato, pois o produtor é famoso no Douro. Gostei do vinho, que era menos complexo do que o Van Zellers do Douro, mas era muito bom!

No final, a conta ficou em R$261,80 e achei razoável, pois este preço incluia o vinho,  que custa R$88,00, na  importadora Ravin.

Isto mostra que o restaurante trabalha com pequena margem sobre o custo do vinho.

Gostei dos pratos e do serviço! Como o restaurante é muito novo ainda, deve estar se adaptando. De qualquer forma, pretendo voltar e trazer amigos!
Boa sorte a equipe do Pina!


segunda-feira, 15 de junho de 2015

Sibenik, litoral da Croácia.

Depois que conhecemos Trogir, partimos para Sibenik, que é uma cidade histórica da Croácia, localizada na Dalmácia central.

A cidade é a vila mais antiga na costa do mar Adriático e é o berço da região turística de Sibenik. A cidade guarda seu rico patrimônio histórico e a identidade croata da sua origem.

Ao contrário de outras cidades ao longo da costa do Adriático, que foram estabelecidos por gregos, romanos e Illyrians, Šibenik foi fundada por croatas.

De Sibenik, pode-se ir ao parque nacional de Kornati, que conta com 89 ilhas, das 152 do arquipélago de Kornati.

Ficamos hospedados num chalé, no Solaris Vila Kornati. Este é um empreendimento defronte a uma praia paradisíaca, composto de camping e estes chalés, que ficam mais isolados.


Como estávamos fora da temporada, pagamos 80 euros por um chalé, com 2 quartos, banheiro, sala de jantar, varanda e cozinha completa. Recebemos ao chegar, uma cesta de frutas de boas vindas.

Uma vez alojados no chalé, fomos conhecer a praia, que era muito bonita, mas toda pedregosa. Coloquei meu sapato de borracha, especial para este tipo de chão e fui para a água. A temperatura era de espantar pinguim! Sai correndo da água e fui curtir o visual da praia.


Já minha mulher fez questão de nadar lá no mar Adriático, só para ver como era estar naquele azul, apesar do frio!

Fomos depois deste mergulho, conhecer a cidade, que ficava a alguns quilômetros de nossa hospedagem.

Na cidade, passamos pelo restaurante Kavana Medulic, que tinha uma aparência bem simples, mas um dos menus mais  interessantes daquela região.

Pedimos um goulash de octopus, que estava divino!


Provamos também legumes na grelha com azeites. Maravilhoso!
Acho que apesar do lugar ser simples, foi a melhor refeição que fizemos na Croácia!

Descemos pela cidade, até seu litoral, passando pela catedral de Saint-Jacques, construída inteiramente de pedra, parte do patrimônio histórico cultural da UNESCO.

Acabamos chegando ao porto da cidade, onde pequenos barcos estavam ancorados.

Fizemos um caminho, até chegarmos num lindo jardim: "The Medieval Garden of San Laurence Monastery, do século XV”. Belíssimo!

Este jardim estava muito bem cuidado, com uma fonte no centro e muitas flores.

Casas antigas e muitas flores nas janelas também faziam parte deste percurso, além, de igrejas e prédios medievais.

Vimos no mapa, a fortaleza de Saint-Michel, mas como ficava no topo do morro e estávamos cansados, desistimos da visita. Aliás, a cidade fica num morro e exige preparo físico para percorrê-lo.

Aproveitamos o passeio que terminou numa pracinha, para nos deliciarmos com um sorvete de lá. Estávamos quase acabando nosso passeio pela Croácia.

Aproveitamos também para ver o teatro da cidade, um prédio gracioso com o interior do século XIX.

A costa de Sibenik, com seus 806 km é propícia à navegação, pois sua costa conta com marinas e ancoragens em suas ilhas.

De lá partimos para o norte, já em direção à Itália.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Bodega Vivanco

A World Wine convidou a imprensa para conhecer os vinhos da espanhola Bodega Vivanco.
Eu fui um dos felizardos.

O vinho espanhol, que não é um dos que mais conheço, tem me surpreendido muito bem, ultimamente. Esta experiência me animou a fazer visita às Vinícolas espanholas.

Em 2004, a família Vivanco decidiu realizar, na região de Briones, na Rioja, seu sonho, o de compartilhar com todo mundo, a sua paixão pelo vinho.

Além da produção de vinho, construiu, em 2004 um museu da cultura do vinho, que conta sua história. O local reúne 40 anos de uma extensa coleção familiar e é repleto de objetos de arte, maquinário antigo e até mesmo, um autêntico Picasso.

O enólogo, Rafael Vivanco mostrou todo seu entusiasmo, na apresentação do sonho da sua família, nos revelando também a discrição de seus vinhos. Ele estudou engenharia agrônoma em Pamplona, indo fazer pós graduação em enologia, em Bordeaux. Passou 2 anos estagiando em importantes vinícolas de Bordeaux, inclusive na região de Sauternes.

Falemos então de sua apresentação:

Contou-nos que no passado, suas uvas eram vendidas para outras adegas e sua produção própria era apenas constituída por vinhos simples.

A Rioja tem uma posição privilegiada no mapa, pois está protegida dos ventos e das chuvas vindas do Atlântico: ao norte pela Serra da Cantabria e ao sul, pela serra da Demanda. O rio Ebro cruza a região que forma a denominação Rioja, um grande vale entre duas serras.

A Rioja, com seus 100km de extensão está dividida entre 3 zonas: a mais oeste é chamada Rioja Alta, Centro e, a mais oriental, Rioja Baixa. Devido à diversidade de terroir da região, cada variedade de uva se expressa melhor em uma área. Como exemplo, a Garnacha Tinta requer mais horas de sol, enquanto outras, como a Tempranillo, preferem o frescor da noite, pois amadurecem mais lentamente.

A Vivanco possui plantações em diferentes áreas como: Briones (Rioja Alta) e Tudelilla, (Rioja Baixa). Desta forma, o enólogo pode aproveitar o melhor de cada uma das regiões, para a plantação de suas uvas.

As uvas colhidas passam por 2 seleções, a primeira é a seleção de cachos e a outra a seleção de uvas. Desta forma, os especialistas escolhem as melhores uvas para fazer os seus vinhos. Posteriormente, a uva fica por 24 horas em câmaras frigoríficas, até que sua temperatura baixe para 3o C, e depois parte para a prensagem e fermentação.

No processo de fermentação, são usados tonéis de carvalho francês, com controle de temperatura, de forma a favorecer o intercâmbio de oxigênio.

Posteriormente os vinhos vão para barrica de carvalho francês, para seu envelhecimento.

O cuidado na produção de vinhos fez com que a adega fosse construída em níveis, de forma a usar apenas a força da gravidade, para movimentar as uvas de forma que fiquem o mais intactas possível.


Passamos então à prova dos vinhos:

Colección Quatro variedades 2008 (R$410,30), das cepas: Tempranillo (70%), Graciano (10%), Garnacha (10%) e Mazuelo. O vinho é muito bom, intenso e ao mesmo tempo delicado. Estagia 20 meses em barricas novas de carvalho francês, em contato com suas borras. O final de boca é elegante e aveludado, com boa acidez e excelente persistência.

Colección Parcelas de Garnacha 2007 (R$429,00). Para mim este foi o melhor vinho provado. Elegante, rico, com excelente estrutura. Estagia por 18 meses em barricas de carvalho, em contato com suas borras.

Colección Vivanco Parcelas de Mazuelo 2009 (R$392,70), produzido com pequenas parcelas de vinhedos. É um vinho diferente pela cepa, estruturado e muito persistente. Estagia por 14 meses em barricas de carvalho, em contato com suas borras. Uma delícia!

Colección Vivanco Parcelas de Maturana tinto 2012 é outro vinho diferente pela cepa, que é típica da região. Ele é complexo, encorpado, com ótima persistência. Estagia por 14 meses em barricas de carvalho.

Colección Vivanco Parcelas de Graciano 2007, produzido com esta cepa rústica que dá corpo e acidez quando em corte. Da mesma forma que o anterior, ele é encorpado, equilibrado e com bons taninos. Amadurece por 18 meses em contato com as borras.

Colección Vivanco 4 Varietales Dulce de Invierno 2012 (375 ml) (R$242,00), das cepas: Tempranillo (50%), Graciano (20%), Garnacha (20%) e Mazuelo. O aroma de goiabada já agrada o nariz. Sua acidez contrasta com o açúcar, equilibrando este delicioso vinho que estagia por 12 meses em carvalho francês. São produzidas apenas 3.000 garrafas deste vendimia tardia com uvas botritizadas, colhidas em janeiro do ano seguinte à colheita.

O almoço oferecido estava delicioso e foi feito pelo restaurante EAT, com vinhos harmonizados:

Como entrada foi servido um tartar de robalo, acompanhado do ViVanco Blanco, das cepas: Viura (60%), Malvasia (20%) e Tempranillo Blanco. (R$75,90). O vinho estava bem equilibrado, com toques de frutas e florais no nariz, sabor leve, com boa acidez.

O prato que escolhi  para o prato principal foi um ossobuco ao seu jus, com polenta cremosa. O vinho, que harmonizou com o prato foi o Vivanco Criança 2010, da cepa Tempranillo (R$101,20), que estagia por 16 meses em barrica de carvalho francês e americano. O vinho se demonstrou equilibrado, com corpo médio, bons taninos e boa persistência. Serviram também Vivanco Reserva 2008 (R$163,90), das cepas Tempranillo (90%) e Graciano. Estagia por 24 meses em barricas de carvalho e 24 meses em garrafa. É um vinho encorpado, com boa estrutura. Os taninos são bons, bem como sua persistência.

Como sobremesa nos ofereceram uma torta de maçã caramelizada, que acompanhou o delicioso vinho Dulce de Invierno.

Agradeço à World Wine e à Suporte Comunicações pela boa oportunidade.

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