sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Vinhos da região do Tejo

O Tejo é o principal rio português e sua região tem sido reconhecida como produtora de vinhos, desde a idade média.

Ribatejo (que significa margem do Tejo em português) é o nome de uma província que foi escolhida, há 15 anos, para designar uma nova região produtora de vinhos, que uniu várias outras regiões também produtoras.

O rio Tejo dá o tom na região, na qual existem 3 zonas vinícolas distintas: Bairro, (situada na margem direita do rio); Chameca, (que fica na margem esquerda); e Leiziria,( localizada nas planícies adjacentes ao rio).

Participaram do evento 10 produtores que trouxeram a maioria de seus vinhos.

Nesta degustação, achei que os vinhos brancos apresentavam uma relação custo benefício, melhor do que os tintos.

Os melhores vinhos tintos tinham um custo bastante alto para sua qualidade,em geral, acima de R$100,00.

Dos vinhos que provei, os que mais tinham uma boa relação custo/ benefício, foram:

1) Produtor: Casal Branco, com o vinho: Falcoaria (ou cetraria que é a arte de criar, treinar e cuidar de falcões e outras aves para a caça) 2008. É um vinho branco e seu preço é de R$70,00. http://www.casalbranco.com/

2) Produtor: Fiuza, com os vinhos: Fiuza Três Castas 2009, composto das castas: Chardonay, Arinto e Vitel. O vinho é importado pela Vinea e seu preço é de R$41,00. Fiuza Ikon DOC 2007, do qual gostei, porém seu preço é alto, R$184,00. http://www.fiuzabright.pt/pt.php

3) Produtor: Pinhal da Torre com os vinhos: Quinta do Alqueve Branco 2009, que custa R$50,00, na World Wine. Quinta de São João Tinto 2004, que custa R$120,00. http://www.pinhaldatorre.com/pt/sobre-nos/historia

4) Produtor: Quinta do Casal Monteiro com os vinhos: Magride’s Branco 2009, com 80% da uva Fernão Pires. Clavis Aurea tinto reserva 2009, produzido com as uvas: Merlot e Cabernet Sauvignon. http://www.casalmonteiro.pt/

5) Produtor: Vale D’Algarves, com os vinhos: Vale D’Algarves Selection Branco 2009, importado pela Premium, por R$75,00. http://www.valedalgares.com/index2.html

domingo, 28 de novembro de 2010

Os 50 melhores vinhos portugueses

Estive no evento “Os 50 melhores vinhos portugueses”, que foi um projeto iniciado em 2004 na Inglaterra e que chegou em 2010 ao Brasil.

O primeiro jornalista inglês, a fazer a seleção de vinhos, foi Richard Mayson, que atualmente é um produtor do Alentejo.

De acordo com a comissão julgadora, a grande diferença encontrada, entre o evento de 2004 e o atual, foi a crescente notoriedade dos vinhos brancos portugueses, aumentando os selecionados de 3, em 2004, para 12 brancos em 4/11/2010, além de incluir 2 fortificados e 1 espumante.

Os participantes do júri relataram que: Portugal é um país que está redescobrindo sua diversidade de terroirs, e que conta com uma geração de enólogos jovens e qualificada, o que glorifica sua rica herança de uvas nativas.

Os vinhos da região do Douro e Alentejo continuam a dominar os 50 melhores vinhos de Portugal.

Os melhores vinhos eram de:
Desta forma, pude perceber que a região que apresentou a maioria dos melhores vinhos, como Douro e Alentejo, é a mais valorizada.

Alguns critérios foram definidos para selecionar os 50 melhores vinhos do evento:

1) Qualquer vinho português poderia participar do evento

2) Um máximo de 6 vinhos selecionados poderiam não estar disponíveis no Brasil (acabaram sendo 4).

3) A lista precisava representar o conjunto dos vinhos de Portugal.

4) Cada produtor poderia ter apenas 1 vinho na lista.

5) Os 50 vinhos foram divididos em duas categorias: tops e melhores compras (limitados a R$80)

Um dos objetivos do evento era incrementar o consumo de vinhos portugueses no Brasil.

Atualmente o consumo anual de vinho no Brasil é de 2 litros per capita, enquanto no Chile e Argentina é de 25 litros per capita e de 30 litros per capita na Europa.

A produção de vinhos em Portugal é dividida entre as regiões: Vinho Verde, Trás os montes, Douro, Dão, Beira interior, Beiras, Bairrada, Lisboa, Tejo, Alentejo, Península de Setúbal e Algarve.

Dos vinhos que provei, os que mais gostei foram:

1) Vinha Maria Teresa 2007. É um vinho de cor intensa de frutas vermelhas. O aroma é de frutas em compota. Na boca tem taninos intensos e macios, com um final corpulento. Achei o melhor vinho da degustação, só levei um susto ao receber a tabela de preços da importadora Qualimpor, seu preço é de R$1.650,00.

2) Quinta da Falorca Garrafeira old wines 2004, produzido na região de Silgueiros, sub-região do Dão. As castas usadas são: principalmente touriga nacional, tinta Roriz, sendo apenas 10% de rufete e de outras castas. Sua cor era rubi brilhante intenso. O aroma é de frutas vermelhas com toques de chocolate. Na boca ele é elegante e equilibrado, com um tanino corpulento, dando a impressão de ter longevidade. O final na boca é longo e persistente. Em minha opinião, este é o segundo melhor vinho degustado. A importação dos vinhos deste produtor é feita pela World Wine.
Foto: Pedro Figueiredo e seu pai, donos da quinta da Falorca
3) O terceiro melhor vinho para mim foi o Pêra Manca 2007. Produzido pela Fundação Eugênio de Almeida. O nome Pêra-Manca, ícone da produtora, deriva de uma formação rochosa de blocos arredondados, em desequilíbrio sobre a rocha firme. A tradição diz que este vinho remonta à idade média e que foi ele que Pedro Alvares Cabral transportou para o Brasil. É um vinho complexo e elegante, com aromas balsâmicos e de especiarias. Na boca é rico, com taninos bons, que devem melhorar com o passar do tempo. Pena que seu preço seja de R$529,75 (Adega Curitibana 2008).

Na faixa dos vinhos classificados como melhores compras, gostei destes:

4) Espumante 3d Brut Nature, produzida pela Filipa Pato na região Beiras. Seu preço é de R$46,63, na Wine Store.

5) Muxagat branco 2008, da região do Douro, importado pela Épice, e produzido com a uva Rabigato

6) Sexi tinto 2008, produzido pela vinícola Fita Preta, no Alentejo. É importado pela A. Fonseca & Filhos.



O que estranhei nesta seleção foi a falta da vinícola Casa Ferreirinha, que produziu até 2000 o seu melhor vinho, Barca Velha, e ainda produz o maravilhoso vinho: Reserva Ferreirinha, importado pela Zahil por R$315,00.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Viagem à Bordeaux

Participei de duas viagens à região de Bordeaux, na França, famosa pelos vinhos excelentes, porém de preços exorbitantes.

A região de Bordeaux pode ser dividida em 5 sub-regiões principais: Médoc, Pessac-Léognan e Graves, Saint-Émilion, Pomerol e Sauternes.

Dentro de Médoc, as principais comunas são: Margaux, St Julien, Paillac e Sain Estépe. Nesta região ficam os vinhos mais famosos da região de Bordeaux, com seus grandes Premieres Crus Classés: Chateau Lafite-Rothschild, Chateau Margaux, Cháteau latour e Cháteau Mouton-Rothschild.

Na região de Sauternes são produzidos os melhores e mais famosos vinhos de sobremesa do mundo, como o Cáteau d’Yquem.
Foto: Botrytis (fungo que ataca a uva e produz vinhos Sauternes)
Na primeira viagem, fiquei na charmosa cidadela medieval de Saint Emilion, e na segunda, me senti viajando por Pauillac, que é uma comuna de Médoc, durante uma degustação de vinhos da região.

Na primeira viagem, parti da Espanha Basca em direção à cidade de Bordeaux.

Como, ao nos dirigir à Bordeaux, ficamos perdidos num anel viário que contornava a cidade, decidimos então ir em direção à Saint Emilion, que ficava, por sua vez, na região da Aquitânia, no departamento de Gironde. Esta não foi uma empreitada fácil, apesar de distar apenas 35Km de Bordeaux.

Esta cidade conta com mais de 900 vinícolas, sendo que, 61 delas, são classificadas como as melhores vinícolas, oferecendo vinhos dos mais prestigiados no mundo. 46 pertencem à classe dos Grands Crus e 15 são Premiers Grands Crus. Em geral, são vinhos produzidos em quantidade reservada.

Declarada patrimônio universal pela Unesco em 1999, Saint-Emilion tem monumentos e vestígios da época romana, como uma igreja monolítica, totalmente esculpida em rocha, catacumbas e a maior igreja subterrânea localizada na Europa, também esculpida em pedra durante o século II.

Conta a história que, o monge bretão Emilion foi quem batizou o povoado, no século VIII. Ele teria abandonado amigos e familiares para se refugiar nas florestas da região, após ter sofrido acusações como monge da ordem beneditina. Lá, construiu uma igreja e dedicou sua vida a auxiliar pobres e desamparados. A Emilion é atribuído o milagre de ter devolvido a visão a uma mulher cega.

Circundada por plantações de uvas, Saint-Emilion foi construída na forma de um anfiteatro, na parte mais alta do solo calcário característico da região. Foi desse solo que saíram as pedras de cor ocre, utilizadas na construção de grande parte da cidade.

O solo da cidade, que fica sobre um morro de calcário, é todo escavado em túneis, onde ficam as adegas das vinícolas.

A segunda viagem que fiz, foi durante a degustação de vinhos da vinícola Pichon Lalande, da região de Pauillac, dirigida pelo presidente da empresa, sr. Gildas.

Desta vez, quem me levou a Pauillac foram os sabores e os aromas que os vinhos despertaram em mim.

Soube que Pauillac, cuja história confunde com a dos vinhos da região, fica na mesma região de Saint Emillion. Ela tem 12km, onde ficam algumas das mais famosas e premiadas vinícolas do mundo.

O sr Gildas contou-nos interessantes histórias, do início do desenvolvimento da região, em 1686. Esta terra era considerada selvagem e solitária, ingrata e hostil.

Ainda no século XVII, a paisagem da região foi redesenhada, quando dois grandes empreendedores, que criaram as 40 grandes propriedades das vinícolas modernas de Medoc.

Em 1855, Napoleão III classificou o Chateau Pichon Longueville Contesse de Lallande como “Second Cru Classé”.

De acordo com sr. Gildas, no início, o vinho produzido na região era do tipo clarete, de baixa qualidade.

Devido à guerra da França com a Holanda, o porto de Bordeaux foi bloqueado pelos holandeses, não permitindo o escoamento dos vinhos da região.

Para conservar o vinho, ele foi colocado em barris, melhorando muito a sua qualidade e criando o uso do processo de envelhecimento.

Contou também que depois do período das grandes guerras, os Chateaux da região eram deficitários, tornando-se excelentes negócios, só mais recentemente.

Para se ter uma ideia, o hectare da terra de Pauillac custa por volta de 1,2milhões de euros.

Os vinhos desta vinícola utilizam: as uvas Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e em alguns casos, Petit Verdeaux, são importados pela World Winde (fone3383-9300).

1) Chateau Bernadotte 2006, produzido na região de Haut-medoc, uma região menos nobre que Pauillac. Sua a graduação alcoólica é de 13%. Sua cor era rubi brilhante intenso. O aroma é de cereja, chocolate e amentolado. Na boca tem um tanino corpulento e seu preço é de R$132,00.

2) Pauillac 2004 produzido na região de Pauillac, bem como os demais. Sua a graduação alcoólica é de 13%. É um vinho mais frutado e jovial em relação aos produzidos nesta região. O aroma é de ervas e frutas vermelhas, com traços florais. Na boca tem um ataque de tanino corpulento. Acho ruim sua relação custo/benefício. Seu preço era de R$178,00.

3) Réserve de la Comtesse de Lalande 2006, com uma graduação alcoólica de 13%. Este vinho inicia um grupo que pode se comparar à alta costura. Sua cor é rubi bem concentrada, com reflexos púrpura. O aroma é complexo e intenso de frutas negras maduras, como cassis, com toques de baunilha e especiarias. Na boca é denso estruturado e bem equilibrado, com bons taninos e persistência longa. Pena que seu preço seja de R$279,00

4) O mesmo vinho foi apresentado, mas da safra de 2005, que foi excelente. Neste vinho deu para notar bem o que representa uma grande safra.
Parecia outro vinho, muito mais aromático e saboroso, o que, no entanto, tem seu preço, R$336,00.

5) Réserve de la Comtesse de Lalande Grand Cru Classé 2006, sua graduação alcoólica é de 13%. Esse é um vinho maravilhoso, tem uma cor densa púrpura, além de uma bela expressão no nariz, de café tostado, chocolate, creme de cassis e especiarias. Tem um corpo perfeito na boca, com excelente tanino e uma textura muito boa. Seu preço é de R$900,00

6) O mesmo vinho anterior, porém da safra 2005. A experiência foi magnífica, valendo as mesmas observações do vinho número 4. Seu preço é de um fórmula 1 dos vinhos, R$1.036,00.



Esta viagem que fiz foi maravilhosa, um verdadeiro passeio por toda esta gama de vinhos excepcionais, carregados de história.

Neste percurso de saborear e através dos aromas e gostos, poder viajar, foi muito interessante e só seria melhor se acompanhado de amigos, pois como disse Mário Quintana:

“Por mais raro que seja, ou mais antigo,
Só um vinho é deveras excelente
Aquele que tu bebes, docemente,
Com teu mais velho e silencioso amigo.”

domingo, 7 de novembro de 2010

Viagem a Boston

Depois de Vermont, o destino seguinte era o da cidade de Boston, que fica no estado de Massachusetts.
Foto: Centro de Boston
Apesar do estado de Massachusetts não ter importância como produtor de vinho, vou escrever sobre a viagem a este Estado, onde comprei um excelente Syrah americano.

A história de Boston teve seu início em 1620, quando os primeiros peregrinos fundaram o povoado de Nova Inglaterra, em Plymouth Harbor. A fundação da cidade em si ocorreu em 1629.

O nosso passeio começou pela cidade de Boston, onde o preço dos hotéis é um pouco caro. Decidimos então, ficar hospedados em Riverside, nos arredores de Boston, que conta com uma linha de metrô, que nos transportaria para o centro da cidade.
Foto: Prédio na região litorânea
Assim foi. Com uma certa lentidão do metrô, saímos dos arredores de Boston e chegamos ao centro da cidade, onde impera a organização e limpeza.
Foto: um dos parques do centro
Da praça central saíam algumas faixas pelo chão, que dirigiam e levavam os turistas para diversos Lugares. Algumas trilhas eram históricas e podíamos ver pessoas vestidas a caráter, com roupas de época, do início dos Estados Unidos.


Fizemos primeiro uma trilha histórica, que passava por importantes prédios, tais como o Quincy Market, que foi transformado em um centro comercial famoso, onde existem várias lojas de comidas.


Fomos também à região litorânea, próxima ao Aquário, onde repetimos os pratos de lagostas, como aquelas que apreciamos em Finguers Lakes.
Apanhamos um pouco com os instrumentos de quebrar as cascas, que, para inexperientes como nós, não eram nada fáceis de serem manejados. Esta foi uma missão quase impossível, além da sujeira razoável que fizemos.

Desta vez, para acompanhar a lagosta, tomei uma cerveja Budweiser, que vinha numa embalagem de alumínio, no formato de uma longnec.

Nesta orla, vimos restaurantes exclusivos de sócios e barcos, que mais pareciam navios,revelando a riqueza que paira na região.
Foto: Esquilos nos parques
O vinho que eu trouxe de lá, da uva Syrah, chamado Syrah Columbia Valley 2006, é produzido pela modesta “The Magnificient Wine CO, no Columbia Valley, no estado de Washington.

Desde a abertura da garrafa, já fiquei impressionado ao sentir os seus aromas, que foram melhorando com o passar do tempo. Sua cor rubi era intensa. Os aromas percebidos eram de tabaco, estragão e frutas vermelhas

Na boca, ele mais parecia um puro elixir, viscoso e rico, com sabor de frutas vermelhas (blueberry e raspberry) e especiarias. Sua graduação alcoólica era de 13,5%. O seu preço nas lojas de láé de US$20,00. Que pena que os impostos aqui multipliquem esta boa relação custo/ benefício.

Estivemos também na Chinatown de lá. Apesar do guia dizer que é a terceira dos Estados Unidos, depois de San Francisco e Nova York, foi uma grande decepção, pois está muito misturada com prédios comuns e sem charme.
Foto: Parque em boston
Partimos então, para conhecer Newport, uma cidade litorânea repleta de mansões milionárias, que mais pareciam hotéis.
Foto: Centro comercial de Newport
Apesar do tempo ruim, passeamos por seu comércio charmoso e por seu pequeno porto com iates suntuosos.

Pensamos nas figuras dos Kennedy, com certo ar blasé para toda aquela beleza...

De lá partimos para New York para fechar com chave de ouro a nossa viagem.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Viagem a Vermont

Na viagem que fiz para os Estados Unidos aproveitei para dar uma volta pelo estado de Vermont, durante o outono, quando ocorre o espetáculo multicolorido das folhas das árvores caindo.
Foto: Outono em Vermont
Inspirado pelo filme “As pontes de Madison”, que ficam no estado de Iowa, procurei também conhecer algumas pontes cobertas, deste magnífico estado de Vermont.

A tarefa, de garimpar este tesouro, foi bem trabalhosa, compensada porém, pelo prazer de conhecer estas antigas jóias da cultura americana.

Passando pela cidadela de Weston Village, onde tem uma lojinha de inúmeros e lindos artesanatos, perguntei para o dono, onde estavam estas pontes. Ele me indicou um mapa, onde eu podia achar 107 pontes e seus “endereços”. Comprei sem titubear.

Aprendi num texto do mapa, que a cobertura das pontes era destinada a proteger sua estrutura e não para servir como abrigo da chuva, aos transeuntes.

Por incrível que pareça, os Estados Unidos ainda não estão tão integrados com o GPS, pois não existia no mapa sequer, as coordenadas das pontes, o que facilitaria meu trabalho.
Foto: Hotel de Ludlow
Ficamos hospedados na vila de Ludlow, próximos a uma estação de esqui, num motel, que dava até mesmo certo medo, pois estava quase totalmente vazio. Seria um cenário perfeito para um filme de suspense como o que vimos dos irmãos Cohen, onde o assassino entrava num motel e matava as pessoas com uma arma de abater gado.
Foto: Ponte de Upper Falls
No dia seguinte saímos à caça de uma das pontes que ficavam nas proximidades de Ludlow.

Pegamos uma estradinha secundária e, de repente, nos deparamos com a magnífica visão da ponte Upper Falls, em Downsers.

Era uma enorme estrutura de madeira, no seu estado natural, com aquelas poderosas vigas, que resistindo ao tempo, faziam sua sustentação.

A emoção nos transportou para o filme e passamos a procurar o bilhete de Francesca convidando Robert Kincaid, para um jantar em sua casa.
Inspirado pelo fotógrafo da National Geographic, comecei a registrar aquela emoção, tentando captar aquele amor impossível do filme...

A luz entrava pelas fendas da ponte, donde se via o brilho do lindo riacho.

Ficamos viajando por um tempo, olhando para a ponte e lembrando todo o clima de romance, já esperando voltar ao Brasil, para rever o filme e, como sempre, chorar no seu final.

Para comemorar a visão da primeira ponte, fomos jantar no “Sam’s Steackhouse”, um restaurantinho transado, sem aquele requinte, mas gostoso, como a maioria dos restaurantes americanos.

Aproveitamos para continuar apreciando a cauda de lagosta com batatas assadas, num ótimo preço, além de provar uma carne de porco acompanhada de chutney de maçã, que harmonizou bem com um vinho americano.

O vinho da uva Chardonay, chamado Sonoma-Cutrer, da safra 2008, é produzido pela Russian River Ranches. É um vinho resultante do composição de várias vinhas, o que dá a ele, uma personalidade especial. As vinhas ficam próximas do mar, no topo de antigas plantações, que pegam desde o sol do dia até o frio das noites. Os aromas do vinho eram de jasmim e rosas, amêndoas tostadas, concluindo com um toque de lima e lichia. De corpo médio, tinha um fundo de boca com uma acidez equilibrada e uma boa expansão. O sabor lembrava limão, pêra e baunilha, além de champignon, contando com boa mineralidade. O seu preço nas lojas é de US$23,00. Que pena que os impostos aqui se multiplicam, não resultando nesta boa relação custo/ benefício.

No dia seguinte, nos embrenhamos pelas florestas naturais da região, passando por lagos de águas transparentes, e por árvores com cores outonais.


No caminho, descobrimos a ponte na cidade de Northfield Falls, a única ponte colorida que encontramos no estado.

Sua cor tinha uma tonalidade ocre, parecendo mais ainda com uma das pontes do filme.

Novamente passamos a fotografar os vários ângulos e cores do local.


Vimos também uma construção enfeitada com duas abóboras de halloween, muito abundante e comum na região.

No fim do passeio, chegamos à cidadela de Stowe, que no inverno fica agitada por suas pistas de esqui.


O lugar era tão lindo, que eu me lembrava o tempo todo da musica “Skylark” (cotovia), que eu adoro, e que cita as trilhas formadas pelos esquiadores em Vermont.


Lojas de artesanato eram comuns no local e montadas com gosto impecável. Queríamos comprar tudo que víamos por lá.


Ainda na cidade, encontramos uma pequena ponte coberta, que se destinava apenas a transeuntes.



Foto: Ponte Emily
Descobrimos que a família Von Trapp, quando saiu da Austria, foi para esta região e acabou fazendo um lindo hotel, no estilo austríaco.



Depois de passearmos pelos arredores, encontramos a ponte Emily, fechando então, com chave de ouro a nossa viagem.

domingo, 17 de outubro de 2010

Viagem ao estado de Nova York

Durante a leitura do livro “Vinhos dos Estados Unidos” descobri que o estado de Nova York abriga importantes vinhedos.

Lá existem duas boas regiões produtoras: Finger Lakes e Long Island, além das promissoras Hudson River e Lake Erie, cuja maior produção de suas uvas se destina mais a sucos.
Foto: Lago Seneca em Finguer Lakes
O nordeste atlântico dos Estados Unidos é a mais antiga região produtora de vinho dos Estados Unidos.

Os invernos rigorosos impediram, no entanto, que a produção de vinho, nesta região, se desenvolvesse no mesmo ritmo da Califórnia.

No final dos anos 50 foram plantadas vinhas européias nesta região, em vez das uvas nativas americanas, o que impulsionou a produção.

Na região de Long Island temos aproximadamente 52 vinícolas, que utilizam apenas cepas de uvas européias, tais como: Cabernet Sauvignon, Merlot, Chardonnay e Riesling.

Geleiras da era glacial escavaram as 11 Fingers Lakes que existem no centro-oeste de Nova York. Entre os lagos, 4 maiores deles dão o nome ao conjunto de lagos que parecem com os dedos do Grande Espírito, descrito na lenda da tribo Iroquês.

Mais de 80 vinícolas dominaram essa antiga região selvagem, aproveitando as condições ideais para o plantio de diversas cepas de uvas.

Os lagos com encostas onduladas e temperaturas extremas no inverno e verão, contribuem para excelentes condições de amadurecimento das uvas Riesling, Gewüztraminer e Pinot Noir.

Também temos nesta região, bons espumantes!
Foto: proprietário da vinícola
Com base nas sugestões do livro “Vinhos dos Estados Unidos” selecionei o produtor de “Chateau Lafayette Renau” para visitar na região de Finger Lakes.
Foto: Placa do Chateau

Ficando ao sul do lago Sêneca, esta vinícola se beneficia deste terroir apropriado para produzir vinhos da uva Riesling, estruturado como o alemão, e o Merlot, bem encorpado.
Foto: Enólogo
O Pinot Noir, por sua vez, tem toques vivos de groselha e cereja e o Cabernet Sauvignon tem toques de ameixa, couro e chocolate.

Os vinhos mais recomendados deste produtor são o Château Lafayette Renau Cabernet Sauvignon e o Johannisberg Riesling.

Graças ao GPS (aliás usei o meu, pois o locado não permitia a colocação de coordenadas, por ser um equipamento ultrapassado) e as coordenadas enviadas pela vinícola, cheguei facilmente à propriedade.

Fui muito bem recebido na vinícola, inclusive não sendo cobrado dos usuais US$5 por pessoa, para degustar os vinhos.

Fui levado para um passeio pela vinícola, a menor que já conheci, e também diferente do normal exagero americano.

A plantação fica num declive, com uma linda vista para o lago.

Apos a colheita, as uvas são levadas a um equipamento que retira os engaços (galhinhos da uva) e as sementes, indo em seguida para a prensa, para retirada do suco.

Esse suco é então transportado para as cubas refrigeradas, onde ocorre o processo de fermentação.

Após este processo, o vinho vai para os tonéis para envelhecimento, só sendo engarrafado, conforme a demanda do mercado.
Foto: O que sobra do mosto é vendido para fazerem grappa
Foto: Engarrafamento e embalágem
Provei 10 vinhos, sendo que gostei muito do tinto Cabernet Sauvignon Owner’s Reserva 2005 e dos brancos em geral.

Os destaques ficaram para os vinhos a seguir:

1) Cabernet Sauvignon Owner’s Reserve 2005, Um vinho com elegância e personalidade, rico, complexo e equilibrado.. Seu preço de US$53,99, é um pouco alto competindo, nos EU, com bons vinhos europeus.

2) Chardonnay 2009 (barrel Fermented), com aroma de baunilha, devido ao barril de carvalho americano, com tons de canela. A fermentação em barril dá uma sensação sedosa ao paladar, com toques de limão, com um fundo bem balanceado. Seu preço era de US$15,29

3) Chardonnay 2008 (reserva do proprietário), fermentado e envelhecido por 10 meses em barrica de carvalho francês. Apresentou aroma de pêra e maçã. Na boca, mostrou um casamento perfeito da madeira suave com a fruta. Seu preço era de US$17,99

4) Dry Riesling 2009, que mostrou um aroma de pêssego, bem estruturado. Razoavelmente seco, com elegante sabor de melão e uma notável característica cítrica. Custava US$13,49 .

Acabei comprando alguns vinhos brancos, por apresentarem uma excelente relação custo / benefício.

O responsável pela degustação, me informou que no vinho late harvest deles era adicionado açúcar comum, pois não conseguiam atingir naturalmente o teor de açúcar necessário, o que me desencorajou para prová-lo.

Do Brasil para Luxemburgo, Tenuta Foppa & Ambrosi

Tenuta Foppa & Ambrosi estreia neste mercado com exportação de 600 garrafas   Os ‘guris’ que começaram a elaborar vinho no porão de casa...