terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Vinhos gregos


A costa do Mediterrâneo foi o berço da viticultura e podemos dizer que os vinhos gregos são tão antigos, que datam de 4 mil anos AC.

Dizem na Grécia que Dionísio era filho de Zeus e também o deus do vinho, reverenciado sempre em festas.

Os vinhos gregos gozavam de excelente reputação na antiguidade. No século XIX foram criadas na Grécia, muitas das empresas produtoras de vinho que vendiam seus produtos em barricas. O engarrafamento de vinhos na Grécia teve início em 1960. Os vinhos eram bem do gosto dos gregos, ricos em álcool, pouco ácidos e muitos oxidados.

A revolução no mundo do vinho grego iniciou em 1960, quando foram adotadas técnicas de controle de temperatura. Os bons enólogos apareceram nesta época, e eram formados na França, Itália e Alemanha.

O vinho grego era associado sempre ao Retsina. O Retsina é um vinho grego aromatizado pela essência do pinho. Seu nome vem do fato de os antigos usarem a resina para lacrar as ânforas dos vinhos. Diga-se de passagem, que o Retsina é bem ruim, pois seu gosto de pinheiro não é algo para sentirmos no vinho.

A Grécia tem cerca de 300 cepas nativas, muitas delas bem localizadas e dotadas de caráter pronunciado. Metade dos vinhedos destina-se à produção de vinho, e o restante destinado para o feitio da uva passa.
 Assyrtiko, Roditis e Savatiano
Entre as cepas brancas, posso citar; Assyrtiko  Santorini, que é muito aromática; Roditis (Peloponeso), de casca rosada e a Savatiano, que é a base para os vinhos resinados.

Entre as cepas de vinho tinto posso citar: Agiogitiko (Nemea), Limnio (Lemnos), Xynomavro (Naoussa), Mandilaria (Santorini e Creta) e Mavrodaphne (Patras).

Uvas europeias como: Cabernet, Chardonay e Shiraz, são utilizadas em poucos casos e dão bons resultados.

A Grécia produz vinhos brancos secos, tintos, muscats suaves, tintos fortificados e mesmo espumantes. O volume atual da produção de vinhos é de 3,5 milhões de hectolitros, dos quais 70% são brancos, incluindo a Retsina.

Existem duas categorias de vinhos; VQPRD (vinhos de qualidade produzidos numa região determinada) e os de mesa. A DOC é usada apenas para os vinhos doces: de Muscat e Mavrodaphne. Os DOQS (denominação de origem de qualidade Superior,) é usada para os vinhos secos.

Quanto aos pratos gregos, vou citar algumas harmonizações aqui:

Os gregos fazem lula, polvo e outros moluscos ensopados em vinho tinto, e algumas vezes em brancos. Estes ensopados tintos de polvo combinam bem com o vinho Nemea grego, assim como com Tempranillos espanhóis e com vinhos encorpados da Itália.

Lebre ao molho de cebola e tomate (agridoce stifatho) vai bem com o vinho Naoussa, robusto e aromático, assim como com o Chiante Clássico e o Crozes-Hermitage.

Frango assado com avgolemono (molhos com ovo e limão) é um prato forte que combina bem com os vinhos brancos gregos, ou com um Chardoanay neozelandês, com travo, mas untuoso.

Vou apresentar também uma série de vinhos gregos, importados pela Mistral, que provei numa degustação:

Adoli Ghis 2005, com 12%de álcool, produzido na região de Patras pela Antonopoulos Vineyards. Utiliza as castas: Laghórti (45%), Asproúdes (mescla de uvas 30%) e Rodítis Alepoú (15%). É um vinho branco seco. Apresenta um bom aroma cítrico, com equilíbrio e frescor na boca.. Custa US$43,50.

Thalassitis Assyrtiko OPAP 2005, com 13% de álcool, produzido em Santorini por Gaia Estate. É um vinho aromático e elegante, extremamente seco e com toque mineral. A safra 2007 teve as notas RP 90. Custa R$111,24.

Gerovassiliou Chardonnay, com 13% de álcool, produzido em Epanomi, por Domaine Gerovassiliou. É um bom Chardonnay de aroma intenso e complexo. Na boca tem boa acidez e persistência. Custa R$116,41.

Cabernet-Nea Dris (carvalho novo em grego) EO 2003, com 14% de álcool, produzido no norte do Peloponeso, por Antonopoulos Vineyards. As castas usadas são: Cabernet Sauvignon (70%) e Cabernet Franc (30%). É um vinho concentrado e elegante. Custa R$168,15.

Gerovassiliou Syrah 2003, com 13,5% de álcool, produzido na região de Epanomi (Macedonia) por Domaine Gerovassiliou. É um vinho encorpado, que harmoniza com carnes e queijos fortes. Seu preço é: R$156,21.

Gaia Estate 2003, com 13,5% de álcool, produzido por Gaia Estate, na região de Neméa, com a cepa Agiorgitiko. Seu aroma é intenso, de frutas vermelhas e negras, apresentando taninos finos e equilibrados. Custa R$192,03.

Conforme importante sugestão do meu amigo grego, Daniel Cohen, vou citar aqui também, significativo produtor grego: Boutari, que produz vinhos há 130 anos. O seu vinho, Naoussa Boutari, foi o primeiro vinho engarrafado a adquirir certificado VQPRD, a entrar no mercado grego, sendo considerado um importante marco dos vinhos da Grécia.

A Naoussa possui plantações em 7 regiões gregas: Naoussa (macedônia), Goumenissa (Tessaloniki), Kantza de Áttica, Mantinia, Santorini e Creta.

A gama de vinhos, produzidos na Grécia, é grande, desde brancos (em geral cepas gregas além da Chardonay), rosès, tintos (uvas gregas além do (Cabernet, Merlot e Sirah) e vinhos doces (vinsanto e Iouliatiko).

A importadora Baccos (fone: 3660-8108) importa alguns vinhos deste produtor Boutari.

Concluindo, acho que Grécia apresenta hoje uma série de vinhos interessantes, que, inclusive tiveram uma queda em seus preços, em US$.

Isto significa que comprar vinhos gregos pode ser uma boa opção, sobretudo para acompanhar ótima culinária.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Restaurante Carlota - São Paulo


Como já fazia um tempo que não ia ao restaurante Carlota (fone 3661-8670, na rua Sergipe 753, em Higienópolis, São Paulo), aproveitei o feriado de fim de ano e lá fui com o intuito de saborear novos pratos.

Este restaurante é propriedade de Carla Pernambuco, que além de chef, é pesquisadora, autora de seis livros de sucesso, palestrante, coordenadora de semanas gastronômicas no exterior e colunista de revistas, rádio e televisão.

No mesmo local do Carlota existe um estúdio de culinária onde são feitos jantares, lançamentos e degustações.

Carla e Fernando Pernambuco, junto com a equipe do Carlota, dão consultoria para quem quer abrir um restaurante.

As instalações do Carlota são simples, mas de bom gosto, com duas salas de refeição e algumas mesas no corredor de entrada, que são usadas para espera,  frequente nos fins de semana.

Os pratos do cardápio são tão interessantes, que fica difícil escolher, desde a entrada até a sobremesa.

Pedimos de entrada uma lula picante, que estava tão boa e com boa aparência, que até esqueci de fotografar (custou R$31,00).

Como prato principal, pedi um Canard com risoto de pupunha e brie (pato). Este prato estava crocante e com um molho delicioso (custou R$58,00).

Para acompanhar pedi meia garrafa do Chateau Belair 2010, que é um petit châteaux de Bordeaux. Ele é feito com as cepas Cabernet Franc (50%) e Merlot, e sua graduação alcoólica é de 13,5%. Ele estava equilibrado, combinando com o prato, graças a sua leveza (custou R$69,00). Este vinho é importado pela Mistral, onde custa R$35,62.

O outro prato foi uma Cazuela de frutos do mar bem saborosa, porém com o polvo um pouco duro (custou R$78,00).

Pedi um café expresso, que custou R$4,50 e veio na temperatura e ponto certos.

Mais uma vez fiquei satisfeito com o Carlota e recomendo a quem gosta de uma cozinha excelente e com criatividade.


segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Restaurante Rive Gauche, São Paulo


Eu fui almoçar no Rive Gauche, que é um restaurante de Ida Maria Frank, a mesma proprietária dos restaurantes que gosto muito: Due Cuochi Cusina e Le Marais.

O Rive Gauche fica no 3º andar do Shopping Cidade Jardim. Eu não curto muito este shopping, pois apesar de ter uma bela vegetação interna, tem uma frequência e lojas um tanto frescas.

O nome do restaurante se refere a uma das minhas regiões prediletas de Paris, onde fica a Sorbonne e os cafés onde intelectuais como Jean Paul Sartre e sua companheira Simone encontravam os amigos (café de Flore).

Também o estilista Yves Saint Laurent, papa da alta costura, se instalou na Rive Gauche do Sena.

Mas voltando ao Rive Gauche daqui, poso dizer que as instalações do restaurante são amplas e de bom gosto.

Ele conta com algumas mesas com vista para o rio Pinheiros. É claro que a vista não é do rio Sena, mas pode sim dar uma boa sensação aos frequentadores.

Existe ali também uma parte externa ao restaurante, bem simpática, coberta com ombrelones.

A adega do rive Gauche é bem equipada e tem capacidade para 1.600 garrafas de vinho.

O cardápio foi criado a duas mãos, pelo chef italiano Giampero Giuliani (que trabalha no Dui Cuochi) e do chef francês Marc le Dantec (trabalhava no Bistrô Charlô). Por ser bolado por dois chefs, confere uma dupla origem aos pratos. Marc le Dantec cuida da cozinha.

Solicitei de entrada uma deliciosa lula recheada de tomate concassé, com emulsão de queijo de cabra e saladinha verde.

Fiquei tentado em pedir o prato de galinha de angola, do qual em geral, gosto muito, porém por ser acompanhado de repolho, que não aprecio, desisti.

Pedi então um Carré de cordeiro acompanhado de um delicioso cuscuz marroquino.

O vinho escolhido foi um Rosé D’Anjou, de Guy Saget 2011, importado pela Mistral (um similar custa R$51,00). Não me agradou o vinho, pois ele era meio doce, e portanto não harmonizava com o prato.

O outro prato pedido foi um delicioso e tradicional filé com mostarda de Dijon, acompanhado de uma saladinha verde. Normalmente ele vem com batatas.

Não pedi o cardápio de sobremesa, pois sabia que tinha ali a Tarte Tatin, que custo a resistir...

O almoço foi perfeito e a conta, como era de se esperar, saiu salgada, R$264,00.

Foi bom conhecer este novo empreendimento!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

San Sebastian, Espanha


A cidade litorânea de San Sebastian, ou Donostia no dialeto Basco, fica na costa do golfo de Biscaia. Esta cidade está localizada no chamado País Basco que, por sua vez, compreende parte do noroeste da Espanha e do sudoeste da França.

As principais atividades econômicas em San Sebastian são o comércio e o turismo, sendo esta uma cidade, um dos mais famosos destinos turísticos da Espanha.
 Ponte Maria Cristina
O layout ortogonal que hoje que compõem o centro da cidade, foi construído em 1914, muito em sintonia com o estilo parisiense Haussman. As arcadas da praça Buen Pastor foram construídas após as da Rue de Rivoli , bem como a Ponte Maria Cristina que se inspirou na Pont Alexandre III, no Sena. 
 Estación del Norte
A Estación del Norte, estação ferroviária, foi inaugurada em 1864, logo após a chegada da estrada de ferro em San Sebastián. Ela tem o seu telhado metálico, projetado por Gustave Eiffel .
 Cassino
A parte Vieja (parte antiga) é a área do núcleo tradicional da cidade. Esta área foi toda cercada por paredes até 1863, quando as mesmas foram demolidas, de modo a ocupar a faixa de areia e terra, que ligava a cidade ao continente.
 Igreja San Vicente
A parte antiga da cidade é dividida em duas freguesias que correspondem às igrejas de Santa Maria e San Vicente.

Dezenas de bares surgiram na cidade antiga, após a ditadura de Franco, bares muito populares entre os jovens e turistas ainda que não atraia os tradicionais moradores locais.

As maiorias dos edifícios atuais remontam o século XIX, e foram construídos graças ao esforço e determinação dos moradores locais.
Basilica Santa Maria
No ano de 1813 a cidade foi atacada e quase destruída pela Inglaterra e França.
Porto
Na cidade existe um porto de pesca e de recreio de pequeno porte, com dois pisos e casas pitorescas, alinhadas numa parede frontal, denominada Urgil.
Casa Espanha
A cidade tem uma orla toda calçada onde as pessoas passeiam, frequentam seus bares e centros de saúde, e fazem tratamentos como talassoterapia (com água do mar).
Plaza Constituicion
Passamos em frente a um bar, onde vimos muito papel pelo chão e não entendemos o que havia acontecido. No dia seguinte, ao voltar ali na hora do almoço, vimos que é um hábito pedir as tapas e atirar os guardanapos de papel no chão.

É interessante como o espanhol tem o hábito de comer estes aperitivos divinos, que são feitos de pão, com as coberturas mais diversas.
Bocadilho
Os hábitos espanhóis, às vezes, são muito estranhos: Na praia, fomos a um bar onde pedimos calamares (lulas) e o garçom disse que não tinha. Consultamos então o cardápio e vimos que havia bocadillos com lulas. Pedindo uma porção. O que veio era um sanduiche de lulas empanadas. Tiramos o pão e comemos as lulas.

O centro antigo de San Sebastian, com seu velhos prédios, é muito bonito e contrasta com o calçadão da praia, que é bem limpo e moderno.

Acredito que a cidade é um destino de muitos idosos, pois, neste calçadão plano, eles passeavam e aproveitavam o agradável ar local.

A visita a San Sebastian foi uma agradável surpresa e de lá partimos com destino a Bordeaux, passando pela linda cidadela basca litorânea, francesa, de San Jean de Luz.

San Jean de Luz é a única baía da região, protegida por um paredão, uma das praias prediletas dos banhistas na costa basca.

Do Brasil para Luxemburgo, Tenuta Foppa & Ambrosi

Tenuta Foppa & Ambrosi estreia neste mercado com exportação de 600 garrafas   Os ‘guris’ que começaram a elaborar vinho no porão de casa...