sábado, 30 de maio de 2015

Região de vinhos do Dão, Portugal


A Academia de Vinhos de Portugal e a Wines of Portugal promoveu em 2015 uma palestra sobre a importante região vinícola do Dão.

A zona do Dão situa-se na região da Beira Alta, no centro Norte de Portugal. As condições geográficas são excelentes para a produção de vinhos. As serras do Caramulo, Montemuro, Buçaco e Estrela protegem as vinhas da influência de ventos. A região é extremamente montanhosa, contudo a altitude na zona sul é menos elevada. Os 20.000 hectares de vinhas situam-se maioritariamente entre os 400 e 700 metros de altitude e desenvolvem-se em solos xistosos (na zona sul da região) ou graníticos de pouca profundidade. O clima no Dão sofre simultaneamente a influência do Atlântico e do Interior, por isso os Invernos são frios e chuvosos, enquanto os Verões são quentes e secos.

Em 1908, a área de produção de vinho do Dão foi delimitada, tornando-se a primeira em vinhos tranquilos. Enquanto o Porto foi a primeira região em vinhos generosos.

No principio, os viticultores faziam o seu vinho e o vendiam a granel. Nos anos 60 do século passado, é que se dá o advento das adegas cooperativas.Tantos os tintos, como os brancos (principalmente o Encruzado) ganham muito com a idade – estágio em garrafa. Os branco são muito minerais e de acidez bem equilibrada.

O Dão é uma região com muitos produtores, onde cada um detém pequenas propriedades. Durante décadas, as uvas eram entregues às adegas cooperativas e encarregadas da produção do vinho. O vinho era posteriormente vendido em partes a grande e médias empresas, que o engarrafavam e vendiam com as suas marcas. A região sofreu muito com estas cooperativas.

Com a entrada de Portugal na CEE (1986) houve necessidade de alterar o sistema de produção e comercialização dos vinhos do Dão. Grande parte das empresas de fora da região que adquiriam vinho das adegas cooperativas locais iniciou as suas explorações na região e comprou terras para cultivo de vinha. Por outro lado, as cooperativas iniciaram um processo de modernização das adegas e começaram a comercializar marcas próprias, enquanto pequenos produtores da região decidiram começar a produzir os seus vinhos. As vinhas passaram também por um processo de reestruturação com a aplicação de novas técnicas vinícolas e escolha de castas apropriadas à região.

As vinhas da região contam com grande diversidade de castas, entre as quais as tintas: Touriga Nacional, Alfrocheiro, Jaen e Tinta Roriz e as brancas: Encruzado, Bical, Cercial, Malvasia Fina e Verdelho.  A uva Baga se dá bem na região.

Os vinhos brancos são bastantes aromáticos, frutados e equilibrados. Os tintos, por sua vez, são bem encorpados, aromáticos e podem ganhar bastante complexidade após envelhecimento em garrafa.

A Comissão Vinícola Vitivinícola Regional (CVR) é a entidade que representa os interesses dos agentes econômicos envolvidos na produção e comercialização dos vinhos (ou outros produtos vínicos) que possuem a Denominação de Origem Controlada (DOC) Dão. Os produtores enviam seus vinhos, para conseguir a certificação DOC.


Estes são os dizeres da CRV: No berço da Touriga Nacional nascem os vinhos mais elegantes. Qualidade, personalidade, diferença, elegância, frescura e suavidade. O Dão é tudo isto e muito mais. Descobrir os seus vinhos é entrar num mundo novo de aromas e sabores que cativam e seduzem, e cedo se tornam inconfundíveis e inesquecíveis.

A CRV do Dão é a entidade promotora da Rota do Vinhos do Dão, tendo sob sua responsabilidade o lançamento e a operacionalização deste projeto, que se assume voltado para os fundadores e para os que posteriormente venham aderir. A Rota dos Vinhos do Dão é mais um veículo de promoção da Região Demarcada e dos Vinhos do Dão. A sede da Rota dos Vinhos do Dão, situa-se no Solar do Vinho do Dão em Viseu, num espaço designado Welcome Center, sendo a sua gestão da responsabilidade da CVR do Dão. Este espaço dispõe de duas Salas de Provas de Vinhos, de uma Mediateca e de uma Sala de Exposições. No Welcome Center realizam-se, de terça à sábado, provas de vinhos dos produtores destinadas a visitantes individuais ou em grupo. Para além da atividade regular diária de provas de vinhos, o Welcome Center oferece uma programação de eventos vínicos, tanto como o lançamento de vinhos dos produtores, formações, workshops, provas temáticas, entre outros. Os visitantes podem adquirir os vinhos em prova e outros que se encontrem em exposição e para venda.


Depois da explanação, passamos a degustar vinhos brancos da região:

Quinta da Ponte da Pedrinha 2012, da cepa Encruzado. O vinho estava bem amarelado, parecendo meio morto. A prova foi prejudicada.

Encruzado Quinta dos Roques 2013, com 13,5% de álcool. O vinho estava muito bom, com bela acidez, frescor e persistência. Ele é importado pela Decanter.

Passamos então aos tintos varietais:

Fonte do Ouro 2011, Touriga Nacional, com 13,5% de álcool. Um vinho equilibrado e complexo, com bons taninos.



Quinta da Lorna Touriga Nacional, com acidez marcante, importado pela Adega Alentejana.

Julia Kemper Touriga Nacional 2010, um belo vinho, com muita elegância e frescor.


Serviram também os vinhos de corte, ou lote:

Pedra da Cancela 2010, com 13,5 % de álcool. As cepas são: Touriga Nacional (40%), Tinta Roriz (30%), Afocheiro (20%) e Jaen. Apresentou muita fruta. O vinho é bem estruturado, complexo, equilibrado e persistente. Dos tintos, foi o que mais gostei.

Pedra da Cancela Reserva 2010, com 13,5 % de álcool. As cepas são: Touriga Nacional, Baga, Bastardo. Este vinho é bem mais encorpado que o anterior.

Visitei o Dão em 2009, quando tive o prazer de estar com Pedro Figueiredo, produtor dos vinhos da Quinta da Falorca. Particularmente prefiro alguns vinhos deste produtor, aos apresentados neste evento.

A palestra foi rápida, mas pudemos conhecer um pouco mais a respeito dos vinhos desta importante região vinícola. Para completar o assunto, contei com o apoio de Pedro Figueiredo, da Quinta do Vale das Escadinhas (ou Falorca), cujo trabalho e vinhos, admiro muito!



segunda-feira, 25 de maio de 2015

Restaurante Markuthai

Aproveitei novamente a promoção do Itau Personalité, para conhecer mais um restaurante, o Marakuthai, que fica na Alameda Itu, 1681 (fone: 3062-7556).

O restaurante está dividido em 2 andares, ficando no primeiro andar, o salão principal, o lounge e um pequeno bar. Parece meio improvisado o local, com madeiras brancas por parte da parede e do teto. Já o andar superior me pareceu mais arrumado.

A chef do Marakuthai, Renata Vanzeto começou aos 13 anos, no restaurante da família, em Ilha Bela e depois fazendo estágios na França e Espanha. (https://www.youtube.com/watch?v=xq62ejFdLtk).

No cardápio deste restaurante, a chef escreve belas palavras sobre a sua visão dos alimentos.

O menu degustação do Marakuthai custa R$85,00 é composto de:

Entrada:

Kiri Kiri: Bolinho de camarão com crosta de caju e TakTak, um bolinho de cordeiro com molho de menta.

Yala: Cebiche de peixe branco em todos os cítricos.

Lotus: Saladinha de macarrão de arroz com tirinhas de frango agridoce e hortaliças.

Tirinhas de Filet mignon em molho picante de curry vermelho, levemente adocicado, acompanhado de arroz jasmin e farofa de banana.

Praia de Santa Tereza: Creme a base de yogurte, com blueberries e morangos frescos com tuille de macadâmia. Deliciosa sobremesa chamada Lassi, de origem indiana!


Eu optei pelo menu Caldeirada, que custava R$98,00 e incluia pratos mais interessantes, com as  entradas do personalité:

Um dos cebiches, achei meio enjoativo, por conter muito leite de côco.

A carta de vinhos estava fraca e então pedi uma Bohemia acompanhada de um aperitivo chamado Marakatini, que custava R$23,00.

A conta ficou em R$254,10, para um casal, e achei um pouco caro para um restaurante deste nível, onde o serviço é bem atrapalhado e lento.

domingo, 17 de maio de 2015

Eataly e seus detalhes

Em meu post anterior, eu falava na possibilidade de viajar pela cultura gastronômica da Itália, através do Eataly, esta nova loja recém aberta em São Paulo, a qual tive o prazer de visitar no dia 12/05.

Nesta visita, guiada por Bernardo, um dos sócios do St Marchè e agora também do Eataly de São Paulo, pude conhecer os detalhes das instalações deste empreendimento:

No piso térreo, com 100 lugares, estão instalados:

Gran Bar Lavazza, com seus cafés

La Pasticceria di Luca Montersino

Il Cioccolato Venci

Il Gelato di Venchi

Nutella

Bar della Fruta, com frutas frescas e sucos.

Il Panino di Eataly, com autênticos panini italianos, feitos num forno trazido da Europa e com ingredientes frescos.

La Piazza com 90 lugares, onde é possível tomar uma taça de vinho e fazer uma refeição rápida, nestes setores:

- La Mozzarella, que nos oferece Mozzarella produzida diariamente com leite de 2 fazendas, tanto de vaca como de búfala.

- I Salumi e i Formaggi, setor de frios e queijos (vindos inclusive de fornecedores brasileiros)

- Il Fritto, setor que oferece peixe fresco, carne, legumes e outras especialidades.

- Vino Libero, onde fica a enoteca do Eataly, setor de vinhos italianos de várias importadoras, inclusive do St Marchè.

Il Crudo e la verdure, com 65 lugares, fica do lado da peixaria e do restaurante de peixes e ostras. Este setor conta com uma seleção de espumantes.

O La Verdure oferece pratos italianos vegetarianos.


No primeiro andar estão:

La Scuola (18 lugares), onde serão ministradas aulas de culinárias, vinho e outras atividades associadas.

La carne (70 lugares), dedicado aos carnívoros.

Il Pesce (80 lugares), onde são preparados pratos de peixe.

La Pizza (70 lugares), com 2 fornos vindos da Itália e sob a batuta de um chef de Napoli.

La Pasta (70 lugares), onde serão preparadas as massas.

Caffè di Vergano (25 lugares), onde é servido o autêntico espresso italiano.


Segundo andar com:

Brace Bar & Griglia (180 lugares), restaurante com grelhados, desde legumes, carnes e frutos do mar, tudo passado pela brasa.

Fábrica de Chopp.


Os produtos do Eataly podem ser comprados ou consumidos no local.

Além dos já descritos, são fornecidos também: Ólio extravigine di oliva; La pasta, Il Riso e i Cereali, La Pasta de Gragnano. Salse e i condimenti (molhos e temperos). Libreria e La Cosmesi (cosméticos).

Durante minha visita a este Eataly paulista, conheci a simpática americana, coordenadora de cursos na loja.  Ela comentou comigo que toda quinta feira, à partir de 28/05 serão ministradas aulas bem interessantes neste local.

O Eataly conta com uma equipe de 520 funcionários, de várias especialidades, sendo que 8 deles vieram especialmente para isso, da Itália.

O empreendimento tem tudo para dar certo em São Paulo, como deu em outras partes do mundo!
E quem ganha com isso, somos nós os consumidores!

Vamos torcer! Por que, além de tudo tem torrones que é uma das minhas preferências!

Do Brasil para Luxemburgo, Tenuta Foppa & Ambrosi

Tenuta Foppa & Ambrosi estreia neste mercado com exportação de 600 garrafas   Os ‘guris’ que começaram a elaborar vinho no porão de casa...