sábado, 27 de agosto de 2016

Chianti Riserva

Venho participando da Expovinis, desde 2012 e venho também percebendo uma transformação neste tipo de evento. A maioria das importadoras está fazendo seus encontros fora desta feira. A Expovinis vem se transformando mais em um palco de debates, treinamento, divulgação e de encontros entre produtores, mercado e imprensa.

Nesta Expovinis de 2016, além de fazer contatos e provar uma diversidade de vinhos, participei de uma palestra sobre os vinhos Chianti.

Depois da apresentação do presidente do Consórcio Vino Chianti, ele mesmo passou a palavra para o Dr. Arthur de Azevedo, que fez uma explanação sobre a região do Chianti. Sobre esta região ele nos contou:

O consórcio constituiu-se em 1927, como realização de um grupo de viticultores das províncias de Florença, Siena, Arezzo e Pistoia, que posteriormente agregou as outras províncias do Chianti.


Posteriormente, em 1984, a região foi considerada uma DOCG (Denominação de Origem Controlada e Garantida). A partir desta época, o vinho Chianti passou a se submeter a exames organolépticos, por parte das comissões de degustação instituída pela Região da Toscana. Após superado estes exames é que o Chianti pode ser engarrafado e marcado com selo de estado, que comprova sua validade.

As uvas básicas que contribuem para a formação do Chianti são: Sangiovese (mínimo de 70%), complementadas por outras uvas, podendo ser: variedades brancas (10%) e variedades Cabernet (máximo de 15%).

O Chianti tem uma cor vermelho rubi, tendendo ao tom granada, ao envelhecer. O seu sabor é harmônico, encorpado, levemente tânico, com aromas intensos e notas de violeta. O vinho pode ser consumido jovem, fresco e é em geral agradável ao paladar.

O Consórcio também inclui o Vin Santo del Chianti.

Mais de 3.800 produtores, de diferentes áreas e tipologias, fazem parte do Consórcio.

A área de produção do Chianti é constituída por territórios delimitados por lei, e ficam num ambiente caracterizado por um sistema de colinas, com grandes terraços e vales, atravessados por rios.

Terminada esta explanação, pudemos degustar 9 vinhos Chianti  Riserva, de vários produtores, das safras 2001 a 2013, na ordem inversa de data, de várias regiões e produtores.

Todos os vinhos estavam bons e equilibrados. Pude perceber a evolução de cada um dos vinhos. O vinho de 2001 ainda tinha potencial de envelhecimento.

Provamos o vinho Chianti DOCG Reserva 2007, do produtor Domenico Capello, considerado um vinho de safra excepcional. Ele não passa por barrica e é vendido somente no produtor, sendo 95% para os americanos.

O vinho que mais gostei foi o Chianti Rufina DOCG Reserva 2004, ainda que apresentasse potencial de envelhecimento. Este vinho infelizmente não é exportado para o Brasil.
Antigos Chianti

Após a apresentação, o representante da região terminou o evento com estas palavras:

“O vinho é a expressão do suor de seu produtor.”

Agradeço à CH2A, de Alessandra Casolato, pela oportunidade de participar do evento e da palestra, por sua vez, muito elucidativa que ampliou meus conhecimentos sobre os vinhos.

domingo, 21 de agosto de 2016

Restaurante Loi

Procurei um bom restaurante para passar o meu aniversário de 2016. Acabei escolhendo o novo estabelecimento do Salvatore Loi (Joaquim Antunes, 102, Pinheiros; tel. (11) 3062-1160).

Aberta de segunda a segunda, tanto no almoço, como no jantar, a casa tem serviço de salão comandado por Julio Diotto, com mais de 15 anos de experiência e passagens pelo Grupo Fasano e casas como Piselli, Maremonti e Zucco. É ele que orquestra maîtres e seus auxiliares diretos, garantindo atendimento cuidadoso em todas as refeições.

Do bar, localizado logo na entrada, saem drinques clássicos para abrir a refeição, como Negroni (R$38), e aperitivos artesanais ideais, como o limoncello e o meloncello (achei um pouco doce demais o que provei como cortesia). Todos eles são ali produzidos. Já a adega abriga 140 rótulos de vinho, 80% deles italianos, selecionados pela jovem sommelière Stephanie de Jongh.

Com 32 anos de carreira, Salvatore teve passagens por alguns dos melhores restaurantes do mundo, como o Villa D’Este, no Lago de Como, e o Hotel Pitrizza, em Porto Cervo, além dos 13 anos que passou à frente das clássicas cozinhas do Grupo Fasano. No total, já inaugurou 15 casas no Brasil, entre restaurantes desse grupo e outros projetos, como o Girarrosto e o antigo Loi Ristorantino (hoje apenas Ristorantino).  No Salvatore Loi, o chef tem total liberdade para compor o menu, já que seus sócios não fazem interferências na cozinha. Como a cozinha é aberta para o salão, pudemos observar que ele trabalha o tempo todo.

Venho acompanhando a deliciosa cozinha de Loi desde o Girarrosto e o Loi Ristorantino.

No projeto, idealizado pelo arquiteto Jayme Lago, a cozinha é a estrela: põe em evidência o afinado trabalho da equipe, que executa com precisão a finalização dos pratos. No segundo piso, mesas dispostas em um ambiente claro, com entrada de luz natural, completam os 80 lugares que a casa comporta. Os traços da arquitetura tentam traduzir a cozinha de Salvatore: têm inspiração contemporânea, mas usam referências clássicas e atemporais, sem serem antiquados, criando um clima aconchegante.

Abre a refeição uma amuse bouche, pequena entrada desenvolvida diariamente pelo sous chef da casa e braço direito de Salvatore, Luiz Filipe Souza, oferecida como agrado de boas-vindas. No Couvert (R$22), pão de castanha-do-pará, manteiga com flor de sal, azeite e um patê de abóbora no almoço, ou queijo de cabra com geléia de tomate, no jantar.

O serviço do Loi é excepcional. A equipe funciona como uma orquestra, com atendentes bonitas e bem treinadas. Desde a entrada, até a saída, todos nos cumprimentaram educadamente.

Para este jantar de aniversário, levamos um vinho maravilhoso que eu trouxe diretamente da vinícola Allegrine, no Vêneto e que era o top da vinícola, o La Poja 2006. Ele estava divino, mas ainda tinha muito para crescer.

O sommellier devia ter colocado este vinho em um decanter, mas não o fez. Eu entusiasmado com a prova, esqueci de pedir.  Acredito ter sido uma falha do serviço. Com o tempo, o vinho foi abrindo cada vez mais e ficou melhor ainda no final. O restaurante cobrou R$ 80,00 pela rolha. Achei exagerado.

Depois do amuse bouche delicioso, pedimos os pratos:

Pedi uma porchetta de javali, que por sinal, estava divina, acompanhada de nhoque de catalônia, que também estava gostoso, mas carecia de molho (vi posts onde ele tinha mais molho).

Gisela pediu um risoto rossini, que ali era feito com arroz italiano cozido com prosecco, coberto por finas lâminas de língua de vitela, gotas de balsâmico envelhecido, servidos sobre uma pasta de foie gras. Estava gostoso.

Fizeram a gentileza de me oferecerem um bolinho com vela, para comemorar o meu aniversário.

O café servido foi um ristreto da Nespresso. Acho que eles deveriam ter uma máquina tradicional e oferecerem um café gourmet.

Ao fim do jantar, fui premiado na conta, com 2 pratos cobrados a mais. Não percebi na hora, mas como fotografo as contas, descobri este equívoco no dia seguinte. Liguei para o restaurante e eles prontamente se ofereceram para me darem um crédito ou depositarem o valor excedente na minha conta. Eu escolhi a segunda opção e só devolveram o valor cobrado a mais, sem a taxa de serviço. A conta de R$498,40, com serviço de 12%, na realidade custou R$340,48.

O restaurante Loi é um bom lugar para uma data especial, mas seu preço fica um pouco salgado para um simples mortal como eu, muito embora  seus pratos sejam uma obra de arte, e o serviço perfeito!

domingo, 14 de agosto de 2016

Expovinis 2016

A Expovinis Brasil de 2016 chegou a sua vigésima edição, consolidada como o grande centralizadora de negócios do mundo do vinho, na América Latina.

Em três dias de evento, os principais produtores, distribuidores e empresas relacionadas ao mercado trouxeram novidades e grandes tendências do setor.

A feira contou com atividades paralelas, como degustações temáticas e atividades ligadas à profissionalização e fortalecimento do mercado brasileiro como um todo. Discussões de temas relativos a e-commerce, tributação e marketing e ações que trazem conteúdos focados em soluções para os negócios.

Neste ano o TOP TEN completou dez anos. Ele é um concurso que elege os dez melhores vinhos do evento. Foram eles;

Espumante Brasileiro: Gran Legado Brut Champenois. Gran Legado Vinhos e Espumantes.
Espumante Importado: Hunters Miru Reserve. Premium Import Export.
Branco Brasileiro: Don Guerino Sinais Sauvignon Blanc. Vinícola Don Guerino
Branco Importado: Gomila Single Vineyard Selection Sauvignon Blanc. p&f Wineries
Rosado: Domaine D’Estienne Coteaux Varois en Provence 2015. EOC Internacional
Tinto Brasileiro: Lidio Carraro Agnus Tannat. Apresentado por: Lidio Carraro Vinícola Boutique
Tinto Novo Mundo: Ballena Azul Family Reserve. Survalles Chile
Tinto Velho Mundo – Península Ibérica: Clos del Mas. Bodegas Pinord
Tinto Velho Mundo: Il Brecciolino. Castelvecchio
Fortificados e Doces: Quinta do Sagrado Vintage 2011. Quinta do Sagrado

Gosto muito de participar da Expovinis, pois posso me inteirar de novidades do mundo do vinho.


A Itália, este ano, foi a maior presença na feira. A vinícola Rudolfi trouxe vários vinhos, inclusive o Brunello 2010, de uma excelente safra e o 2011, que também promete muito.


Provei um bom Lambrusco, Otello, bem diferente daqueles mais baratos que podemos encontrar nas lojas de vinhos.

Neste ano participei de uma aula sobre os vinhos Chianti Riserva, aula esta que apresentou um painel com vinhos das safras 2001 a 2013. Fiquei surpreso ao ver Chiantis como o de 2011 que ainda estava vivo e com potencial de envelhecimento.

Conheci o fortificado Carcavelos, Villa Oeiras, da região de Lisboa que por sinal estava magnífico! Este era o único fortificado de Portugal que eu não conhecia.

Portugal apresentou nesta feira vários stands, inclusive o do Quinta dos Termos. Provei excelentes vinhos, desta quinta, apresentados por um jovem representante da família do produtor.

A Decanter estava na feira também,na ala da Nova Zelândia. Foi lá que provei o delicioso Sauvignon Branc da Wild Rock, além de outros tintos.

Da França vieram os Beaujolais, sem qualquer “Noveau”, que me surpreenderam pela qualidade e diversidade.

Experimentei também alguns azeites muito gostosos e de vários tipos, o que me deixou curioso a respeito da produção e degustação deste produto.


Provei um espumante também, do qual gostei muito, o nacional Nature da Pizzato.
Acabei experimentando os vinhos da Vila Francioni, que estavam bons, porém com preços salgados.

Agradeço à CH2A pelo convite para esta importante feira!

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Heidelberg, onde tem o maior barril do mundo

Depois de passear pela Alsácia, voltamos para a Alemanha e fomos para a cidade de Heidelberg.


Heidelberg é uma cidade situada no vale do rio Neckar e é a quinta maior cidade do país! https://www.youtube.com/watch?v=O72SR6V9CdU.


Quando morei na Alemanha, em 1973, fui levado a esta cidade, por um entusiasta Iugoslavo que conheci na fábrica da Opel, onde trabalhei. Lá, passeamos pelo castelo e comemos um delicioso prato de aspargos frescos na manteiga, acompanhado de divino presunto cru. Pela primeira vez em minha vida, entrei num castelo e foi no castelo desta cidade que conheci o maior barril de armazenar vinho do mundo.


Tive então recentemente, a oportunidade de voltar a Heidelberg depois de 43 anos.
Desta vez ficamos hospedados no hotel Leonardo Hotel Heidelberg – (Pleikartsförster Straße 101. Fone: (00XX49) 6221 7880 http://www.leonardo-hotels.com/germany-hotels/heidelberg-hotels/leonardo-hotel-heidelberg), pelo valor de E$ 253,00 por 2 dias.


Este hotel ficava fora da cidade e pegávamos um ônibus para chegar ao centro. Isto nos limitou um pouco, pois não tínhamos ânimo para voltar à cidade de noite. 


Com cerca de três milhões de turistas diários por ano, Heidelberg está entre os líderes da estatística de visitantes na Alemanha. A cidade é bem alegre por ter uma grande população universitária. 


A maior atração da cidade é o Castelo, que fica cerca de 70 metros acima do Rio Neckar, na encosta da montanha de Königstuhl. 


Subimos no grandioso Castelo para conhecê-lo por dentro e ter de lá, uma bela vista da cidade.
Escondido em uma sala do castelo, fica o maior barril do mundo. Para fabricar este exagero de barrica, foram usados 130 carvalhos. Este barril tem a capacidade de armazenar 221.726 l de vinho e dizem que nunca conseguiram enchê-lo. Para vigiar o barril, o príncipe Karl Theodor nomeou o anão da corte, o italiano Perkeo.


O castelo sofreu muito na guerra dos 30 anos e no conflito com a França em 1689. Ele sofreu várias reformas e uma das partes mais recentes do castelo é o palácio de Frederico que tem na sua fachada, estátuas de membros da dinastia Wittelsbach, entre elas de Carlos o Grande.


Visitamos também, dentro do castelo a Deutsches Apothekenmuseum, que é um museu de farmácia em estilo renascentista. Ele abriga oficinas em estilo barroco e rococó e uma farmácia do século XVIII.


Depois de visitar o castelo, descemos pelo bondinho e passeamos pela linda ponte da cidade, com suas diversas e belas esculturas. Atravessamos o rio Neckar, através da bela ponte Alte Brücke e fomos para uma área bem arborizada de Heidelberg que fica na encosta da colina. A ponte conta com 9 arcos e diversas estátuas como decoração.


Andando pelo centro, encontramos uma casa de chá cujo o dono, sr. Jasi, é iraniano e simpaticamente nos mostrou a diferenças entre os chás e seus aromas e sabores. 


Almoçamos depois um aperitivo de lulas com suco de maçã em um pequeno e simples restaurante. Em seguida, pedi uma das minha sobremesas prediletas: um delicioso apfelstrudel!


Vimos no centro histórico da cidade, a praça Marktplatz, com uma das muitas fontes bonitas, além de elegantes mansões burguesas, muitos cafés e lojinhas atraentes. 


Em Heidelberg, fica também a universidade mais antiga na Alemanha, datada de 1386. Universidade esta que sempre atraiu para lá grandes nomes, como estudantes, ou como professores. 



Terminado o nosso passeio, voltamos para o hotel, para no dia seguinte ir conhecer a cidade de Rothemburg Ob der Tauber, que fica na rota romântica da Alemanha.

Do Brasil para Luxemburgo, Tenuta Foppa & Ambrosi

Tenuta Foppa & Ambrosi estreia neste mercado com exportação de 600 garrafas   Os ‘guris’ que começaram a elaborar vinho no porão de casa...