segunda-feira, 24 de março de 2014

Calais, norte da França

Saímos de Honfleur e fomos para Calais a fim de pegar o trem Eurostar para Londres.


Esperávamos que Calais fosse apenas uma cidade portuária, onde pudéssemos passar a noite (hotel Meurice, 96 Euros sem café da manhã. 1 grand rue Ducey. 50.220).


Como tínhamos um dia todo para passear pelo local e estávamos próximo da parte antiga da cidade, fomos caminhando até lá.


No caminho já encontramos uma bela obra de Rodin. Uma estátua composta por seis cidadãos que defenderam Calais dos ingleses.


Atrás desta estátua, ficava um lindo prédio da Câmara municipal. Aproveitamos para entrar e visitá-lo.


Passeando depois pelo centro, ainda nos deparamos com um pequeno museu que apresentava trabalhos excelentes de uma escultora chamada Elisabeth Cibot.,


Várias estátuas incríveis esculpidas em bronze,como a do capitão Nemo, de Julio Vernes, outra de uma mãe com sua criança, de uma mulher dançando e muitas mais com bastante movimento e expressão.


Se por um lado alegrei-me, por outro, esta exposição me deixou triste, pois nos damos conta que vivemos num país sem cultura. Na França, até mesmo numa cidadela, encontramos um museu, com entrada gratuita, e uma exposição de primeira.


Passamos depois pelo Restaurant de Beaux Arts, mas não o escolhemos, por ser especializado em comida árabe. Sempre prefiro pratos locais.


Fomos então almoçar no Restaurant bar à Vins, meio decadente e que indicava seu passado pomposo.


Os pratos ali eram básicos e a sobremesa veio com belo acabamento. Para acompanhar, pedi o vinho La Moienerie 2010, um gostoso Pouilly-Fumé.


No dia seguinte, fomos ao terminal de trem, para, pela primeira vez, pegar um TGV (tain de haut vitesse).


A estação era simples, mas bem moderna.


Pouco antes de o trem chegar, passamos pela alfândega francesa, com guardas muito sérios e com um cachorro que ficava circulando quando a esteira rolante trazia as malas.

Como fomos de classe turística, o vagão tinha poltronas confortáveis, porém de acabamento simples. Em poucos minutos chegamos a Londres


Um pouco de história:

Calais é uma cidade do norte da França localizada no departamento de Pas-de-Calais.


Calais está localizada no Estreito de Dover, no ponto mais estreito do Canal da Mancha com apenas 34 km de largura, sendo a cidade francesa mais próxima da Inglaterra.

A parte velha da cidade, Calais-Nord, está situada em uma ilha artificial rodeada por canais e portos. A parte moderna da cidade, St-Pierre, fica na parte sul e sudeste da cidade.

A origem da cidade é obscura. Ela foi fundada como uma vila de pescadores antes do século X.

No ano 997, o povoado foi remodelado pelo Conde de Flandres e mais tarde, em 1224, fortificado pelo Conde de Bolonha.

O povoado rendeu-se a Edward III, Rei de Inglaterra, em 1347, após o longo cerco (devido à fome). O povoado foi recuperado dos Ingleses a partir de 1558. Foi ocupado pelos espanhóis entre 1596 e 1598, sendo restituído à França pelo Tratado de Vervins.


As circunstâncias dramáticas deste cerco são comemoradas na famosa estátua de bronze dos "Seis Cidadãos de Calais", no exterior da Câmara Municipal.

terça-feira, 18 de março de 2014

Restaurante serafina

Resolvemos almoçar fora de casa em São Paulo, nos jardins, no restaurante Brie.

Chegamos lá e estava fechado. Descobrimos que uma transformação está acontecendo em São Paulo. Vários restaurantes fecharam recentemente: Bodega Franca, Brie, Due e outros... Além disso, restaurante como o Santovino não abre mais aos domingos.


Acho que isto é resultante da crise que vivemos e dos altos preços cobrados por restaurantes não badalados. Acredito que os chefs tem que simplificar suas infraestruturas, baixando seus custos e preços.

Encontrei finalmente o Serafina aberto. Ele fica na al. Lorena 1705 (3081-3702).

Conta a história que dois italianos resolveram abrir um restaurante de pasta e pizza em New York. Assim surgiu o Serafina. A partir daí, o Serafina veio para São Paulo, trazido por um grupo de empresários brasileiros.

Já tínhamos estado num dos restaurantes de New York e resolvemos conferir o daqui.


Pedimos um papardelle com ragu de cordeiro, mas achei o prato muito pesado.


Pedimos também um trio de massas. O macarrão veio frio e não encontramos ali o pesto que diziam ter.

O ambiente é interessante, com música lounge.


Valeu apenas para conhecer o Serafina, mas  não para recomendá-lo.


Temos restaurantes de origem italiana muito melhores que este por aqui.

domingo, 16 de março de 2014

Le Mont Saint Michel

Saindo de Ducey partimos para o nosso primeiro destino na região: Mont Saint-Michel.

O Mont Saint_Michel é uma ilhota rochosa na foz do rio Couesnon, onde foi construída uma abadia e santuário em homenagem ao arcanjo São Miguel.

Este mosteiro, edificado no século XIII é uma cidade fortificada, denominada “bastides”. Esta fortificação marcava a fronteira dos reinos no final da idade média. Como esta,  foram construídas 300 bastides na França entre 1220 e 1270.

O Mont Saint-Michel é o ponto turístico mais frequentado da Normandia e um dos primeiros da França. Uma estátua do Arcanjo São Miguel, no topo da Igreja constitui o ponto culminante da obra (170m).

O monte era ligado ao continente por um istmo natural que era coberto pelas marés altas. Ao longo do tempo, as planícies alagadas foram sendo drenadas, reduzindo a distância entre o rochedo e o continente, acelerando o assoreamento da baia. Em 1879 o istmo foi reforçado, tornando-se uma passagem perene.

No hotel onde estávamos, nos aconselharam parar em Courtils, ao lado da rocha Torin, onde encontraríamos a melhor vista do Mont. A dica foi boa e aproveitamos então para tirar fotos da obra e dos animais que pastavam próximo, tendo ao fundo, o monte.

Fomos então em direção ao Mont, onde encontramos um complexo com estacionamento e vários hotéis. Ainda bem que não nos hospedamos lá, pois o movimento de turistas é enorme. Parece até mesmo uma construção turística americana e não francesa, tal seu mau gosto.

Iniciamos a longa caminhada até o Mont debaixo de sol forte.

Entramos na fortaleza e vimos inúmeras lojas e restaurantes cheio de turistas.

Em todos locais vimos placas das famosas omeletes infladas, cuja criação foi de La Mère Poulard, que deu nome a um restaurante. Explicaram-nos que a técnica consiste em fazer a omelete numa panela de cobre quentíssima e bater muito os ovos. Achei interessante, mas nada de especial neste prato, que degustei com uma forte cerveja belga Affligem.

Continuamos a subida ao morro, nos deliciando com as placas decoradas dos restaurantes e lojas.

No final chegamos à abadia, onde tiramos várias fotos da baia e suas paisagens.

O local é bem cheio de turistas que o tempo todo vão comprando inúmeras inutilidades.

Fizemos de volta a longa caminhada até o carro, chegando à conclusão de que a vista de longe do complexo, era mais interessante que seu interior.


O Mont de Saint Michel já deve ter tido seu encanto, seu misticismo, seus silêncios...mas tudo isto fica difícil de sobreviver ao enxame de turistas que invadem o Mont, uma pena!

domingo, 9 de março de 2014

Restaurante Africano Biyouz' s

Meu grande amigo e fotógrafo Edu Simões, que leu o livro sobre Culinária Ogra, me convidou para almoçar pela segunda vez no restaurante peruano, localizado na boca do lixo, Rinconcito Peruano.


Fomos até lá e descobrimos que o restaurante está em reforma até 01/03/15. Lembrei-me então de outra recomendação exótica de outro grande amigo Kaike, um restaurante de cozinha africana da mesma região.


Fomos perguntando por ali onde ele ficaria e chegamos no Biyouz' s, cozinha africana à al. Barão de Limeira, 19, Campos Elíseos (fone: 3221-6806).

Ficamos meio preocupados com o tipo de prato que nos seria oferecido, mas mesmo assim incentivei a experiência, sabendo que o Edu pertencia aquele grupo de pessoas, que costumo chamar de equipe draga, ou seja, que come de tudo e é menos chato que eu para restaurantes.


Ao lado deste, tinha outro restaurante africano, mas apenas frequentado por negros, o que no mínimo, me pareceu curioso. Eu havia lido que existem alguns grupos que não gostam de invasão de brancos. Isto me soou um tanto racista...

Neste restaurante Biyouz' s haviam outros frequentadores brancos, o que nos ajudou a decidir entrar e provar aquela cozinha exótica.


O garçom nos informou que eles eram da república de Camarões, mas que o cardápio abrangia outras especialidades africanas de locais como: Nigéria, Angola, Congo, Senegal e Tanzânia.

A proprietária Sylvie Tchocgnia Aristide contou que, em Camarões, país do tamanho de São Paulo, existem mais de 200 dialetos que não se comunicam, sendo o Inglês e o Francês, as línguas oficiais.


Pouco entendi do cardápio, pois os pratos são compostos de ingredientes estranhos, apenas consegui distinguir ali a mandioca, a banana da terra, carne e camarão. O restante eram temperos exóticos, trazidos da África.


Pedi um prato com frango frito, mandioca cozida e uma pasta feita com erva de Camarões.


Edu pediu um prato com frango frito, banana da terra e cenoura.

Os pratos eram interessantes e exóticos, com muitas coisas e pouca carne. Talvez tal culinária seja resultante de um país mais pobre e a pouca carne tivesse o objetivo de tornar o prato mais econômico.

A erva africana me lembrou de leve um coentro, pelo seu aroma. O meu prato era um pouco pesado, pois era feito com bastante óleo.

A cozinha do restaurante não tinha exaustor e a fumaça passava por dentro da sala de almoço.

Edu resolveu passar o guardanapo pela toalha de plástico e descobriu que estava razoavelmente suja.

Como sobremesa, pedimos um pudim de mandioca, que tinha mais sabor da canela que o temperava. Parecia um arroz doce.

A dona do restaurante estranhou um único pedido de sobremesa e comentou que brasileiro tinha mania de comer pouco.

Sylvie muito simpática, assim como o garçom, que nos mostrou a erva africana usada no nosso prato, ambos gentis. Tal erva era guardada seca na geladeira.

A conta de R$36,00 foi muito barata e incluía um prato, meio doce e um refrigerante pra cada um.

O almoço serviu para eu conhecer estas especialidades e para rever este grande amigo. Combinamos de experimentarmos outros restaurantes de comida ogra.


Prefácio do livro de Culinária Ogra:

Este livro é para você que não aguenta mais pagar muito para comer pratos que nunca matam a fome. Para você que está cansado de comprar guias que só falam dos mesmos restaurantes badalados de São Paulo. Para você que sempre tem vontade de comer um PF gostoso e barato na hora do almoço, mas nunca sabe onde ir. Como um salvador dos esfomeados de plantão, André Barcinski elaborou este "Guia da culinária ogra 195 lugares para comer até cair". Com textos informativos e muito bem-humorados, ele revela que todas as regiões da cidade de São Paulo têm seus tesouros da culinária ogra: aquela em que os garçons são velhos e feios, e não modelos aspirantes à celebridade, ou em que a comida ocupa ao menos 85% da área do prato.
Agora todos os paulistanos ou turistas, de todas as idades, poder
ão explorar a tão falada gastronomia da cidade de São Paulo de uma maneira diferente e inusitada. E todos aqueles restaurantes toscos que você conhecia finalmente se tornaram dignos de um guia gastronômico.


Do Brasil para Luxemburgo, Tenuta Foppa & Ambrosi

Tenuta Foppa & Ambrosi estreia neste mercado com exportação de 600 garrafas   Os ‘guris’ que começaram a elaborar vinho no porão de casa...