segunda-feira, 26 de agosto de 2013

St-Cirque-La-Popie - Sul da França


Tomamos café na praça de Capitole, em Toulouse: croissant, baguette, beurre, confiture e jus d’orange pressé e thé.


Partimos em seguida, para Roccamadour, que seria nosso próximo destino e ponto de apoio para as visitas das cidades vizinhas, na região do Perigord, cidade  do foie gras.


No caminho fizemos uma parada em St-Antonin-Noble-Val, que é uma cidadela medieval, fundada pelos celtas no século IX, muito singela com suas várias lojinhas de artesanato.


Apesar de ter escolhido esta cidadela, por indicação do guia da folha, ela não correspondeu à expectativa que eu tinha.


Aproveitamos ali para comer um delicioso sanduiche de chévre au miel (queijo de cabra e mel) e passear pela vila.


Encontramos e fotografamos uma simpática senhora fazendo fios para tricot. A sua casa havia um carneiro de pano na entrada do seu atelier.


De St Antonin, fomos para St-Cirque-La-Popie, que fica num topo de morro. Sua localização foi escolhida por questões defensivas. Ali embaixo passa o rio Lot, no vale ao lado da cidade.


O caminho que fizemos para chegar a St Cirque era tortuoso, com vários túneis escavados na rocha.


Saint Cirque estava cheio de turistas, na hora em que chegamos, o que tornava difícil o acesso e o estacionamento do carro.


A cidade é membro do grupo das mais belas Vilas da França, o que constatamos de fato, pois faz jus a esta classificação.


A pequena cidade foi morada de artistas, ficando famosa quando André Breton, poeta e surrealista viveu lá.


A igreja da cidade, na hora em que lá estávamos,  estava sendo decorada com flores brancas, em sua entrada, para um casamento.


As casinhas, que ficava em rampas, muito floridas, foram transformadas em ateliers de artesanato de todas as espécies.


Não faltaram, portanto, marcenarias, lojas de foie gras e de outras iguarias da região, assim como lojinhas de roupas, de jóias de prata, museus, dando um toque pitoresco ao vilarejo.


Como o dia estava quente, aproveitamos para tomar uma gostosa cerveja francesa, antes de seguir viagem em direção a Cahors.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Restaurante Adega Santiago


Aproveitei o dia dos pais e fui cedo almoçar na Adega Santiago, para não ter problema com o excesso de pessoas que almoça fora nestas festividades.


A Adega Santiago fica na Sampaio Vidal 1072, jardim Paulistano (fone:3081-5211) e conta com outro restaurante no quarto piso da Shopping Cidade Jardim (fone: 3758-4446).

Eu já conhecia este restaurante de outras ocasiões, nas quais  tinha apreciado a sua cozinha e a relação custo benefício oferecida por seus pratos.


O lugar tem uma bela decoração rústica, lembrando bodegas da Espanha e restaurantes do interior de Portugal.


Diz o proprietário que se inspirou em uma viagem entre o Alentejo e a Andaluzia para criar o restaurante.

O nome “Adega” nos leva a ideia de apreciação de vinho. O restaurante conta com 250 rótulos na sua adega, com destaque para os vinhos da península Ibérica.


Os pratos tendem para os frutos do mar, que são o forte de seu menu. Na Adega fazem também, tapas, sanduíches, carnes especiais. O bacalhau é um dos seus  carros chefe do restaurante.

Como gostamos muito do prato comido na última vez, que lá estivemos, resolvemos repeti-lo: frutos do mar à tasquinha. Trata-se de uma frigideirinha com camarões, lulas, polvo, batatas e cebolas, embebidos todos em muito azeite.


O prato estava muito bom, faltando apenas um pouco de sal, para contrastar com a doçura da cebola. O problema foi corrigido facilmente pela adição de sal, o que não é possível quando este ingrediente vem em demasia.

Ficamos tentados com os pratos de bacalhau que eram oferecidos no dia, principalmente com o Bacalhau do Chef, que custava R$79,00.


Como a maioria dos restaurantes em São Paulo, o preço da Adega é um pouco salgado, a conta, com cafés, 2 águas e uma cerveja, além logicamente dos pratos,  saiu em R$192,61.

Infelizmente, estamos no país dos impostos e da inflação e isto se reflete também nos restaurantes que frequentamos.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Visita ao Château Le Puy


Com à gentileza da World Wine, consegui uma visita à vinícola Chateau le Puy, que fica em Saint Emillion, na região de Bordeaux.


A vinícola:

A história desta vinícola começou em 1610, quando a primeira pedra de edificação do chateau foi colocada na região de Saint-Cibard.


Os vinhos, que passaram pela mão de 14 vignerons, sempre tiveram a característica de serem naturais, sem aditivos químicos, ou seja,  vinhos puros, verdadeiros, autênticos e únicos.


Os vinhos tintos produzidos ali utilizam as cepas: Merlot (85%), Cabernet Sauvignon (12%), Cabernet Franc (2%) e Carménerè (1%). Os brancos, por sua vez, utilizam apenas a cepa Sémillion.


Os vinhos produzidos, por ano, são: Tradition (105.000 garrafas), Barthélemy (15.500), Marie-Cécile (2.500), Marie-Elisa (400), Rose-Marie (300) e Blaise-Albert que é uma série limitada.


Conforme fala do dono da vinícola, Jean-Pierre Amoreau:


“Através do seu trabalho, o vigneron e a natureza produzem a energia e a matéria. Sua obra começa com a ideia do néctar que ele quer oferecer e compartilhar e seus sonhos o fazem sempre projetar-se no futuro. Cada gesto pressupõe o vinho futuro. A cada gole, o apreciador do vinho perceberá a mensagem do vigneron, capaz de adivinhar a fragrância de um vinho, criado com dificuldades, dúvidas, medo, além da alegria de um homem que realizou o seu sonho, dando o melhor dele mesmo para partilhar a felicidade.”


A visita:

Saí da cidade de Roccamadour  em direção à St Emilion e perto dali comecei a perguntar sobre a região de Saint-Cibard. Assim cheguei ao Chateau le Puy, não sem certa dificuldade.


Fui recebido pelo enólogo Pierre-Yves Petit, que ainda jovem, mostrou amplo conhecimento da vinícola e de seus princípios.


Entramos no belo e bem conservado chateau, onde conheci seu simpático proprietário, o sr. Jean-Pierre Amoreau.


Pierre-Yves nos levou à plantação das vinhas, onde enfatizou que o princípio da vinícola era o de produzir vinhos em harmonia com a natureza.

Ali eles não usam agrotóxico, criam gado para fazer compostagem para adubo, aram a terra a cavalo para não compactar o solo.


A plantação nos campos do chateau é muito bonita e organizada.


Vimos um cavalo grande arando a terra. Pierre nos disse que este trabalho é terceirizado.


Ele enfatizou também a questão fundamental no le Puy, que é a do vinho em  harmonia com a natureza.

Ali, entre as vinhas, podemos ver o gado pastando, um lago e pedras antigas espalhadas pela pequena floresta.

Nesta época, primavera, os pequenos brotos de uvas já começavam a aparecer no cacho à espera do tempo certo para colheita.

Neste chateau, a vinicultura orgânica e biodinâmica é utilizada, sem o uso de fertilizantes químicos, herbicidas e inseticidas artificiais.

A colheita das uvas é feita de forma manual, com o cuidado para que as uvas não cheguem esmagadas na adega.


Fomos conhecer a cantina, onde as cubas utilizadas para fermentação do mosto são de concreto, com espessas paredes para manter a temperatura do vinho.

Na parte superior das cubas existe uma cavidade, para conter o vinho que transborda com o calor que ele mesmo gera. Na tampa das cubas, por sua vez, existem válvulas que liberam os vinhos para as cavidades citadas. Este vinho depois retorna à cuba, quando a temperatura diminue.

No processo de fermentação é evitada a adição de leveduras ou açúcares aos vinhos.


Após a fermentação, os vinhos são transferidos para barricas e tóneis de carvalho, para maturação. Durante esta fase, que dura até 2 anos, o vinho é bombeado com clarificante, quando necessário.

O vinho de cada barril é provado semanalmente, de forma que o técnico possa acompanhar o seu desenvolvimento.

Após a visita passamos à prova dos vinhos:


Barthélemy 2007, com 13% de álcool, das cepas Merlot (85%) e Cabernet Sauvignon (15%), é envelhecido por 24 meses em barril de carvalho francês, é engarrafado sem ser filtrado. É um vinho delicado, com aroma de frutas vermelhas e uvas secas. Na boca ele é equilibrado, complexo, com boa persistência. É um parceiro ideal para carnes grelhadas, caças e cogumelos.


Marie-Cécile 2011, com 12% de álcool, da cepa Semillion (100%), que é vinificado e amadurecido em barris de carvalhos franceses. No nariz apresenta notas de pera e flores exóticas. Apresenta na boca um toque de mineralidade, com boa estrutura e permanência. Harmoniza com frutos do mar e queijo de cabra.


Após a degustação fomos convidados para um almoço, oferecido gentilmente pela vinícola, num restaurante rústico do campo.

Neste almoço continuamos provando os vinhos, junto a pratos exóticos, como as tripas a moda da casa.


Esta foi uma experiência única, que serviu para vermos como hoje em dia ainda existem produtores que aliam técnicas modernas, sem, no entanto, perderem sua história e tradição.


Só tenho a agradecer a World Wine , ao proprietário e ao enólogo do Chateau le Puy,

Merci!

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Cahors Região do Malbec Francês


Fui a Cahors, que fica no departamento de Lot, na França, para conhecer a terra do Malbec, que os próprios franceses dizem, ser o verdadeiro Malbec e não o argentino.

 
A cidade de Cahors se localiza numa península, às margens do rio Lot, que por ali traça seu caminho tortuoso. A estrada de acesso à cidade margeia este rio.


Ladeado por espetaculares penhascos de calcário, o Vale do rio Lot revela suas aldeias medievais, gargantas, cachoeiras e cria belos recantos, onde existem ancoradouros para passeios de barco.


A cidade é famosa desde a idade média, pela produção de seus vinhos, eram exportados por Bordeaux, muito antes do desenvolvimento da vinicultura na região de Bordeaux.

A cidade teve seu início nos tempos célticos, antes de ser conquistada pelos romanos em 50 A.C.

As plantações de uvas da AOC (“Appellaciom d’origine Controlé) Cahors, ficam em volta da cidade, que é parte da região vinícola do sudoeste da França. A variedade de cepa predominante ali é a Malbec, que deve ser usada na proporção de no mínimo 70% de uva, para o vinho ser classificado como AOC. Os vinhos da região podem ser complementados pelas cepas Merlot e Tannat, além da Malbec.


Vinhos brancos e roses são produzidos ainda na região, com a denominação de “Vin de Pays”.

A história do vinho na região vem da época romana. Desde estes tempos, os vinhos da província de Quercy, cuja capital é Cahors, tem suas histórias mescladas com as histórias da região.

Em Cahors passeamos pelo Boulevard Gambetta, que é a rua principal da cidade. Nela se encontram algumas lojas de vinhos e o órgão divulgador do vinho da região (UIVC), além de restaurantes, cafés e o comércio, em geral.


Depois de comprar alguns vinhos fui à UIVC (Union Interprofissionnelle Du Vin De Cahors) para obter informações (Place François Mitterrand 46.000).


Lá fui recebido pelo diretor de marketing da UIVC, Jérémy Arnaud, que gentilmente me convidou a degustar 3 vinhos, que representavam diversas faixas de preço e de qualidade crescente de vinhos.


Logo notei que a interessante taça, típica da região de Cahors, tinha uma argola na sua haste. Veja foto.

Comecei então a degustação dos vinhos:


Domaine Le Bout du Lieu 2009, feito com as cepas Malbec (85%) e Merlot, com 13% de álcool e que fica 12 meses em barrica. Ele é produzido na comuna de Saint Vicent Rive D’olt e é um vinho leve e fácil de beber. Custa 8 euros, a garrafa.



Cuvée Particulaire 2009, com 12,5% de álcool, das cepas: Malbec e Tannat. É feito no Château Lamartine, que fica na comuna de Soturac. Este era um vinho encorpado, com interessantes aromas de frutas vermelhas, cerejas. Este era um vinho encorpado, com persistência média e com taninos bons. Custa 11 Euros.


Finalmente provei o Château Haut Monplaisir 2009, da cepa Malbec com 15% de álcool. É produzido na comuna de Lacapelle Cabanac, com aromas de frutas negras, cereja escura, cassis. É um vinho mais estruturado e com personalidade. Custa 23 Euros.


Depois da degustação fomos conhecer a Pont Valentré, que é uma ponte fortificada, com 7 arcos pontudos e 3 torres sobre o rio. Foi construída entre 1308 e 1360 e resistiu a vários ataques. A visão da ponte é muito bonita, sendo um dos monumentos mais fotografados da França.


A visita à Cahors foi e é recomendada, por ser muito interessante, principalmente para quem tem curiosidade e aprecia vinhos.

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