quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Altos de Pinto Bandeira obtém 1ª DO exclusiva de espumantes do Novo Mundo

Reconhecimento publicado nesta terça-feira (29) na Revista da Propriedade Industrial foi festejado pelas vinícolas Aurora, Don Giovanni, Geisse e Valmarino, que passam a exibir nos rótulos de seus espumantes únicos a distinção que eleva e consolida a posição da região e do Brasil no universo da bebida



Foram 10 anos de maturação. Desde que a Associação dos Produtores de Vinho de Pinto Bandeira (Asprovinho) deu o primeiro passo na busca da obtenção da Denominação de Origem (DO) Altos de Pinto Bandeira, ainda em 2012, o trabalho nunca mais parou. Esta década serviu para consolidar processos já adotados pelos produtores, conscientes de suas condições privilegiadas de terroir - solo, clima e homem -, ideais para a elaboração de espumantes naturais de excelência. Daqui para a frente, toda garrafa de espumante natural que nasce nesta região delimitada e exibe o Selo da DO estará entregando a garantia da procedência e qualidade das uvas, assim como de cada etapa do caminho, do vinhedo à taça.


Para ter direito ao uso do Selo da DO em seus espumantes naturais, as vinícolas Aurora, Don Giovanni, Geisse e Valmarino têm que cumprir regras rigorosas de controle, desde o cultivo das uvas até o engarrafamento. O saber fazer agrícola, vitícola e vinícola deve estar em perfeito equilíbrio durante todo o processo. Tudo começa com as variedades autorizadas - Chardonnay, Pinot Noir e Riesling Itálico – que, além de serem cultivadas na área geográfica delimitada, também precisam ser conduzidas pelo método espaldeira. A interação clima-solo-videira é o que confere as características particulares necessárias para a elaboração do vinho base que vai originar o espumante natural dos Altos de Pinto Bandeira. O resultado são uvas com maturação moderada e composição equilibrada entre acidez e açúcar, com precursores aromáticos que resultam em qualidades e características de cor, aroma, paladar e estrutura determinadas pelo meio geográfico. Para completar, destaque para a atividade do homem que revela e evidencia, através de sua sensibilidade e conhecimento, a identidade do local.


Mesmo seguindo todo este protocolo, é preciso submeter os produtos a análises laboratoriais e sensoriais, com gestão do Conselho Regulador da DO. Somente depois é que o produto está apto a receber o rótulo com o Selo e seguir para a mesa do consumidor. Os primeiros espumantes com a DO Altos de Pinto Bandeira devem chegar ao mercado a partir do ano que vem.


Para o presidente da Asprovinho, Daniel Geisse, a notícia foi recebida com muita comemoração. “Formalizar o que já estamos desenvolvendo há muitas safras é brindar a persistência de todos os envolvidos, unidos num único propósito. Agora podemos trabalhar na consolidação do posicionamento da marca no cenário nacional e no mundo do vinho. Isso porque a DO dos Altos de Pinto Bandeira é a única DO exclusiva de espumantes do Novo Mundo”, destaca. Esta conquista somente foi possível graças a expertise e trabalho especializado de parceiros como a Embrapa Uva e Vinho, Universidade de Caxias do Sul (UCS), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Sebrae Nacional, Sicredi Serrana e Poder Público Municipal de Pinto Bandeira.


Para Jorge Tonietto, pesquisador da Embrapa Uva e Vinho que coordenou o projeto de estruturação da DO Altos de Pinto Bandeira, esta é uma conquista dos produtores da região, sob a gestão da Asprovinho, numa parceria com a ciência, envolvendo um conjunto de cientistas da Embrapa, bem como da parceria da Ufrgs e UCS. “Esta Denominação de Origem possui equivalência estrutural e apropria um alto nível qualitativo, como o existente nas prestigiosas Denominações de Origem de espumantes do Champagne da França ou Franciacorta da Itália”, ressalta. Tonietto, complementa, afirmando que o espumante é o produto ícone da Serra Gaúcha e a Denominação de Origem garante a alta qualidade e originalidade do que há de melhor para este produto. Segundo ele, representa um nível organizacional ímpar para o Brasil, um avanço, uma inovação, que vai continuar inspirando novas iniciativas, colocando o Brasil no lugar que merece pela qualidade do que faz. “O trabalho da Embrapa e parceiros foi decisivo para esta conquista, seja na definição do Caderno de Especificações Técnicas que contempla o conjunto de requisitos de produção que garantem a qualidade dentro da tradição da região, seja na delimitação da área de produção, na caracterização do meio físico, do sistema produtivo vitícola e enológico, bem como na caracterização analítica e sensorial dos espumantes, bem como de todos os estudos que possibilitaram este reconhecimento com base nas exigências da legislação do Brasil na matéria”, conclui.


Características da região


A DO dos Altos de Pinto Bandeira abrange 65 km² de área contínua, sendo 76,6% localizada no município de Pinto Bandeira, 19% em Farroupilha e 4,4% em Bento Gonçalves. A altitude média da região é de 632 metros, com terrenos de relevo ondulado até montanhoso. As temperaturas são mais amenas, enquanto a exposição solar é favorecida pela localização na margem esquerda do Vale do Rio das Antas e pela boa circulação horizontal do ar no alto de um dos patamares do Planalto Basáltico da Serra Gaúcha. Este conjunto de características influencia na escolha de técnicas de cultivo e manejo dos vinhedos, interferindo diretamente na qualidade do vinho elaborado.


Principais regras para o uso da DO Altos de Pinto Bandeira


1 – Cultivares autorizadas: Chardonnay, Pinot Noir e Riesling Itálico, sendo que os vinhedos devem ser cultivados, exclusivamente, na área geográfica delimitada e estarem declarados no Cadastro Vitícola.


2 – Origem das uvas: As uvas devem ser cultivadas 100% na área geográfica delimitada da DO Altos de Pinto Bandeira.


3 – Sistemas de Condução: espaldeira.


4 – Produtividade: limite máximo por hectare de 12t/ha. A colheita mecânica é proibida para as uvas destinadas à DO, que também devem apresentar mais que 14º graus babo.


5 – Elaboração: Os espumantes com DO somente podem ser elaborados pelo Método Tradicional com tempo superior a 12 meses de guarda. Quanto ao açúcar residual estão autorizadas as classes Nature, Extra-Brut, Brut, Sec e Demi-Sec.


6 – Processos Enológicos:

- É permitido o uso de barricas de carvalho, tanto na primeira fermentação quanto no vinho base para espumante, sendo que para ter a DO é necessário ter a segunda fermentação na garrafa.

- Os vinhos base para espumante devem ter no máximo cinco anos, contados a partir da data de término da respectiva safra de uva.

- É permitido o uso de diferentes safras de vinhos base para espumante nos cortes, desde que das variedades autorizadas. Nos cortes, o vinho base de Riesling Itálico terá um percentual máximo de 25% sobre o volume do produto final.

- O vasilhame autorizado é, exclusivamente, o de garrafas de vidro nos volumes 375mL, 750mL, 1500mL e 3000mL.

- Padrões de Identidade e Qualidade Organoléptica do Produto: espumantes da DO devem ser aprovados em avaliação sensorial realizada pela Comissão de Degustação, gerida pelo Conselho Regulador da DO.

- Espumantes Safrados: Os espumantes da DO Altos de Pinto Bandeira podem ser safrados, devendo conter, no mínimo, 85% de vinho base da safra mencionada.

- Rotulagem: O rótulo principal deverá conter a identificação do nome geográfico da DO, seguido da expressão Denominação de Origem. A rotulagem também deverá incluir o Selo de Controle numerado, especificando o número do lote e da respectiva garrafa do lote.


CONSELHO REGULADOR DO ALTOS DE PINTO BANDEIRA 2022-2024

Presidente: Maciel Ampese

Vice-presidente: Carlos Abarzúa

Demais Membros: Mauro Celso Zanus (Embrapa Uva e Vinho) e Ivanira Falcade (UCS), como representes de Instituição Técnico/ Científica com conhecimento em Cultura e Enologia; Jurandir Nosini (ABE); Flávio Zílio e Vanessa Stefani (representantes das empresas associadas). 

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

A casa das quatro mulheres

Mãe e filhas tocam projeto familiar em Santana do Livramento com produção de azeite de oliva, mel, noz pecan, cervejas e cosméticos com venda e turismo de experiência



De frente para o Cerro de Palomas, cartão postal de Santana do Livramento, a Casa Albornoz está encravada numa propriedade que valoriza os produtos da terra. Jovem – com apenas 3 anos no mercado -, a marca traduz o novo tempo vivido pela fronteira gaúcha e já desponta no mercado da olivicultura brasileira. Da pecuária e das culturas de arroz e soja, a família decidiu mudar o rumo dos negócios ainda em 2013. A matriarca Margarida Albornoz e as filhas Ana, Sílvia e Virgínia, encontraram nas oliveiras e nogueiras o caminho para a realização pessoal. Nessa breve, porém promissora jornada, juntas diversificaram a produção, criando itens altamente diferenciados e que já acumulam premiações internacionais, além de uma estrutura capaz de receber visitantes para viver experiências na loja, no lagar e ao ar livre.


 

Com a descontinuação da pecuária e a implantação do pomar de nogueiras e oliveiras, a estância de 2.800 hectares começou a receber as primeiras mudas em 2013 com o plantio de nogueiras em 100 hectares e de oliveiras em outros 120 hectares. Durante a safra, que em 2022 foi de 70 toneladas (2020, 7 toneladas e 2021, 20 toneladas), é possível caminhar no pomar junto ao lagar, interagindo com a cultura numa vivência que permite compreender os cuidados da marca durante a colheita, sempre de fevereiro a março. Hoje, a Casa Albornoz cultiva 14 variedades de olivas de quatro países, sendo elas: Arbequina, Arbosana, Hojiblanca e Manzanilla, da Espanha; Koroneiki, da Grécia; Coratina, Canina, Leccino, Moraiolo, Frantoio, Pendolino e Santa Caterina, da Itália; além da Azeiteira e Galega, de Portugal. São 370 mudas por hectare. O resultado são azeites de oliva extra virgens nas Linhas Premium (Casinha, Dona Carmen e Dom Eurico) e Especiais (Todo Dia Suave, Todo Dia Intenso, Todo Dia Koroneiki e os saborizados Defumado e Pimenta).

 


O fio condutor da história da Família Albornoz é a natureza. “A relação íntima com o campo revela a nossa caminhada, uma conexão consolidada e que se reinventa através das gerações”, revela uma das sócias, Virgínia Albornoz. Ela conta que para homenagear os ancestrais e honrar a relação com o campo, foi criada uma nova identidade visual para os azeites, capaz de ilustrar a essência de cada produto. São rótulos que, ao mesmo tempo que expressam a continuidade ao legado da família, também exibem a abundância do bioma Pampa. O Premium Dona Carmen, nome da avó de Ana, Sílvia e Virgínia, traz a doçura, o abraço, o aconchego de um coração brotado, que alegra, acolhe e enche de amor. Já o Premium Dom Eurico, pai das três irmãs, carrega a solidez da oliveira antiga, com tronco largo e forte, raízes profundas e galhos erguidos na direção da luz. O Premium Casinha é o espelho das novas gerações, alimentadas pela leveza, pelo lúdico e pelas possibilidades. “São os nossos filhos, nossos frutos”, ressalta Virgínia.

 


Na Linha Especiais a representação da natureza, tão presente na história familiar. Estes rótulos expõem animais do Pampa, construídos artisticamente com uma delicada composição de folhas, flores e frutos. O Todo Dia Koroneiki é o azeite mais amargo da Albornoz. Sua picância mais pronunciada está representada pela jaguatirica, um felino solitário, caçador e voraz. O Todo Dia Intenso é retratado pelo lobo-guará, sempre ativo e elegante. Este azeite traz amargor e picância intensos. Já o Todo Dia Suave chega com equilíbrio de amargor e picância, ganhando a delicada beleza do beija-flor no visual.

 


Seguindo as tendências de mercado e marcando um novo capítulo na história da Casa Albornoz, a empresa acaba de ampliar a Linha Especiais com três condimentos: Defumado, Pimenta e manjericão. Gastronômicos, eles têm base versátil e realçam a intimidade com a mudança, assim como as borboletas, presentes em seus rótulos.

 


Além do azeite

Já a noz pecan, com 185 mudas por hectare, é de procedência americana, com variedades que vêm do Texas (Chicasaw, Shawnee, Barton, Mohawkee e Pawnee), do Mississipi (Desirable, Jackson e Success) e da Flórida (Farley). A empresa já projeta a ampliação das opções de embalagens com a noz pecan in natura em pacotes de 150g, além da noz torrada, salgada e com pimenta em tubos de 50g e 150g. Para os fãs do doce, a noz pecam com chocolate de leite e chocolate amargo. O grande destaque é das nozes temperadas – torradas e salgadas e, recentemente, nozes com chocolate, ideais para as festas de final de ano. O portfólio vai além, com mel de duas floradas – Eucalipto e Campo Nativo; cerveja Oliven Kölsch, fermentada com azeite de oliva, tendo na composição mel, capim limão e camomila, e cosméticos veganos a base de azeite de oliva.

 

E para quem aprecia uma cerveja artesanal diferenciada o empreendimento também possui a Oliven Brasilianisch Kölsch, fermentada com azeite de oliva e produzida com mel Casa Albornoz, além de capim limão e camomila. A composição entrega uma cerveja tropical, com notas sutis de frutas amarelas brasileiras, mel, flores, camomila, cereais, pães e capim limão. Reconhecida nacionalmente, a cerveja é uma criação em parceria com a Bodebrown. Outra opção, também em parceria com a Bodebrown, é a Bee-Helles Brasilianisch Helles, fortemente influenciada pelas características tropicais, com notas sutis de frutas amarelas brasileiras, caramelo, pães brancos e, em especial, notas do mel proveniente de floradas de campo nativo.

 

O quarteto e seu time capacitado acompanha cada etapa do processo com cuidados que começam no plantio e manejo, passando pela colheita, processamento, armazenamento e venda. O respeito ao meio ambiente é condição permanente de toda a equipe. A qualidade dos produtos pode ser comprovada nas inúmeras premiações conquistadas na Bélgica, Brasil, Dinamarca, Estados Unidos, França, Israel, Itália, Qatar e Suécia.

 

Turismo na Albornoz

A pureza do terroir da Campanha Gaúcha pode ser conferida nas diversas atrações que a Casa Albornoz oferece aos seus visitantes. O turismo de experiência é mais um braço do negócio que qualifica a estrutura na região. Junto a loja e ao lagar é possível degustar os produtos, apreciando a paisagem do Cerro de Palomas no deck, sempre acompanhado de um bom vinho da Região do Pampa ou até mesmo da Serra Gaúcha. A experiência varia com preços de R$ 25 a R$ 35. Para quem deseja estender a permanência no local, entre as opções estão o pic nic, café da manhã, brunch, almoço campeiro, além das tábuas.

 

CASA ALBORNOZ

Funcionamento: de segunda a sábado, das 10h às 18h

Degustação: R$ 25 e R$ 35

Santana do Livramento – BR 158 km 548,5

Informações: contato@casaalbornoz.com.br

55 9 9617.3892

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

A expressão da Safra 2022 avança pelo Brasil vitivinícola

30ª Avaliação Nacional de Vinhos reuniu 1.634 apreciadores de todos os estados brasileiros e de quatro países, numa degustação simultânea das 16 amostras mais representativas da Safra 2022. Lançamento do livro dos 30 anos e do leilão beneficente marcaram evento sediado em Bento Gonçalves com transmissão pelo Youtube

 


A maior Avaliação Nacional de Vinhos da história foi emocionante. Marcada pela retomada do evento presencial, mantendo a transmissão simultânea pelo Youtube, foram 600 apreciadores e mais de 150 pessoas na organização do evento na Capital Brasileira do Vinho, outros 900 enófilos acompanhando de casa e mais 134 formadores de opinião em sete polos físicos espalhados pelo Brasil. Juntos, os 1.634 amigos do vinho brasileiro degustaram ao mesmo tempo as 16 amostras mais representativas da Safra 2022, vindas de terroirs das cidades gaúchas de Alto Feliz, Bento Gonçalves, Canela, Caxias do Sul, Farroupilha, Flores da Cunha, Garibaldi e Muitos Capões, além da catarinense São Joaquim. Os vinhos selecionados revelam as variedades Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Merlot, Moscato Giallo, Pinot Gris, Pinot Noir, Sauvignon Blanc, Tannat, Roriz e Teroldego.

 


“Estavam todos ansiosos por este reencontro. Mesmo tendo realizado duas edições on-line em 2020 e 2021, a emoção de rever amigos e fazer novas amizades é incomparável. A jovem Avaliação Nacional de Vinhos completa 30 anos madura, plena e, acima de tudo, global. Com este formato híbrido, rompemos todas as barreiras imagináveis, levando o vinho brasileiro para a casa dos brasileiros e para o mundo. A diversidade do nosso vinho é encantadora e única no mundo. E ver que nessas 30 safras a Avaliação influenciou e foi influenciada pelo mercado nos dá a certeza de que tudo o que fizemos nessa trajetória nunca perdeu o propósito inicial de avaliar a produção nacional”, comemora o presidente da Associação Brasileira de Enologia (ABE), enólogo André Gasperin.

 


Unindo o encontro presencial e o on-line, a maior degustação de vinhos de uma safra do mundo aproximou apreciadores de todos os estados brasileiros, além do DF. Para servir as 1.634 taças, foram necessários 96,6 litros por amostra, totalizando 1.545 litros entre os 16 vinhos. Foram 54 garrafas de 750 ml em Bento Gonçalves e outras 300 garrafas de 187 ml para os kits, por amostra. O serviço do vinho, realizado por 120 alunos de cursos de Viticultura e Enologia, foi uma atração a parte numa coreografia que já acompanha o evento desde a primeira edição, em 1993.

 


A cada amostra, um novo comentário. Este ano, esta tarefa coube a um grupo heterogêneo formado por enólogos, chefs, jornalistas, sommeliers e enófilos, entre eles sete mulheres. Os 16 comentaristas se unem à ABE num trabalho de promoção e divulgação do vinho brasileiro, sua evolução e cultura. Por isso, esse painel sempre traz diversidade. “Mesclamos especialistas e leigos por entendermos que o vinho brasileiro deve estar onde o brasileiro está, em todos os lugares”, reforça Gasperin. O enólogo Gilmar Pedrucci, que presidiu a primeira edição reviveu a experiência, juntamente com os jornalistas Affonso Ritter e Irineu Guarnier Filho, já homenageados com o Troféu Vitis, além de Alejandro Cardozo, Enólogo do Ano 2021. Os enólogos Elba Hormazabal (Chile), Giordano Formenti (Itália), José-Manuel Zabala (Chile) e Estela de Frutos (Uruguai) também marcaram presença, além dos chefs de cozinha Flávia Quaresma e Carlos Bertolazzi, das jornalistas Suzana Barelli e Lilian Lima, esta também sommelier, assim como Ana Cristina Mokdeci. A comunicadora e educadora e Nathalia Cirio e o professor e enófilo Adão Villaverde completaram o time juntamente com Walace Gonçalves Neves, eleito o Melhor Sommelier do Brasil 2022.

 


Troféu Vitis 2022

Todos os anos, durante a Avaliação, a ABE aproveita o maior momento do vinho brasileiro para homenagear duas pessoas pela sua contribuição ao setor. Nesta edição, o Troféu Vitis Amigo do Vinho Brasileiro 2022 foi para a gestora de Projetos do Sebrae, Angélica Louvani Inácio Brandalise, que vem atuando na geração de negócios para a cadeia produtiva da uva e do vinho, auxiliando, especialmente, os pequenos produtores. E o Troféu Vitis Enológico 2022 ficou com o enólogo Gilmar Pedrucci, que presidiu as duas primeiras edições da Avaliação, assim como a ABE nos anos de 1993 e 1994.

 


As 30 Avaliações em livro

Um dos grandes diferenciais da 30ª Avaliação Nacional de Vinhos foi o lançamento do livro “Avaliação Nacional de Vinhos - 30 Anos”, que traz a história, os personagens, os vinhos, os shows, as homenagens do Troféu Vitis e, principalmente, os bastidores das três décadas da Avaliação Nacional de Vinhos, registrando desde a seleção das amostras nos tanques das vinícolas até ao brinde dos 16 vinhos. A obra é assinada pelo jornalista e escritor Irineu Guarnier Filho.

 


Leilão de obra pintada com vinho

A obra do artista plástico Ivalino José Postal, pintada a base de vinho, e que integra a campanha da Avaliação deste ano, foi a leilão. O lançamento foi dado pelo presidente da ABE, André Gasperin, durante o evento. Avaliada em R$ 6 mil – lance inicial – a obra tem 65cm x 87cm com moldura e retrata as marcas que a Avaliação Nacional de Vinhos deixou na evolução do vinho brasileiro. O leilão é oficial e on-line e os lances podem ser dados através do site www.lunellileiloes.com.br/leilao-virtual/xa-001-pintura-sobre-tela. Para poder dar lance é necessário preencher o cadastro. AO ABE entregará o valor arrecadado para a APAE de Bento Gonçalves. 

 


AS 16 AMOSTRAS SELECIONADAS ENRE OS 30% MAIS REPRESENTATIVOS DA SAFRA 2022 E SEUS COMENTARISTAS

 

CATEGORIA VINHO BASE ESPUMANTE

1.         Chardonnay – Empresa Brasileira de Vinificações – Caxias do Sul (RS)

Gilmar Pedrucci, Presidente da 1ª Avaliação Nacional de Vinhos – Brasil

2.         Chardonnay – Ponto Nero Indústria de Bebidas – Garibaldi (RS)

            Alejandro Cardozo, Enólogo do Ano 2021 - Uruguai

3.         Pinot Noir e Chardonnay – Vinícola Salton – Bento Gonçalves (RS)

            Irineu Guarnier Filho, jornalista e escritor – Brasil

 

CATEGORIA BRANCO FINO SECO NÃO AROMÁTICO

4.         Pinot Gris – Cooperativa Vinícola São João – Farroupilha (RS)

            Ana Cristina Barbosa Mokdeci, sommelier e wine influencer – Brasil

5.         Chardonnay – Vinícola Perini – Farroupilha (RS)

            José-Manuel Zabala, enólogo - Chile

 

CATEGORIA BRANCO FINO SECO AROMÁTICO

6.         Moscato Giallo – Vinícola Gaio – Flores da Cunha (RS)

            Lilian Lima, jornalista e sommelier – Brasil

7.         Sauvignon Blanc – Vivalti Vinícola – São Joaquim (SC)

            Wallace Neves, Melhor Sommelier do Brasil 2022 - Brasil

 

CATEGORIA ROSÉ FINO SECO

8.         Tannat – Casa Venturini Vinhos e Espumantes – Flores da Cunha (RS)

            Adão Villaverde, professor e enófilo – Brasil

 

CATEGORIA TINTO FINO SECO JOVEM

9.         Roriz – Vinícola Família Lemos de Almeida Vinhas e Vinhos – Muitos Capões (RS)

            Affonso Ritter, jornalista – Brasil

 

CATEGORIA TINTO FINO SECO

10.       Tannat – Vinícola Mioranza – Flores da Cunha (RS)

            Suzana Barelli, jornalista – Brasil

11.       Merlot – Cooperativa Vinícola Aurora – Bento Gonçalves (RS)

            Carlos Bertolazzi, chef de cozinha – Brasil

12.       Merlot – Vinícola Don Guerino – Alto Feliz (RS)

            Nathalia Cirio, comunicadora e educadora – Brasil

13.       Cabernet Sauvignon – Vinícola Almaúnica – Bento Gonçalves (RS)

            Elba Hormazabal, enóloga – Chile

14.       Cabernet Sauvignon – Casa Valduga Vinhos Finos – Bento Gonçalves (RS)

            Flávia Quaresma, chef de cozinha – Brasil

15.       Teroldego – Vinhos Larentis – Bento Gonçalves (RS)

            Giovano Formenti, enólogo – Itália

16.       Tannat – Vitivinícola Jolimont – Canela (RS)

            Estela de Frutos – Enóloga - Uruguai

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Miolo Vinhas Velhas Tannat 2020 é Ouro no Uruguai

Ícone da Campanha Central elaborado com uvas cultivadas no vinhedo vitis-vinífera mais antigo do Brasil, é reconhecido em concurso realizado em Punta Del Este



 O Miolo Vinhas Velhas Tannat 2020, filho da terra, do tempo e do homem, cruzou as fronteiras brasileiras para ser reconhecido por um júri internacional formado por representantes da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) e de técnicos das Associações de Enólogos da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Peru e Uruguai. Reunidos em Punta Del Este de 18 a 21 de outubro, durante a 8ª edição do Concurso Internacional Tannat al Mundo Terruño de Oro, eles degustaram às cegas e conferiram Medalha de Ouro para o vinho que integra a Coleção dos Sete Lendários – The Seven Legendaries of Miolo.


Organizado pela Associação de Enólogos do Uruguai, o concurso contou com a patronagem da OIV e do Instituto Nacional de Vitivinicultura (Inavi), reunindo 167 amostras de 55 vinícolas da Argentina, Bolívia, Brasil e Uruguai. “Receber Medalha de Ouro para o nosso Miolo Vinhas Velhas Tannat 2020 justamente no país onde o Tannat é emblemático, é um reconhecimento que vai além do nosso horizonte e mostra ao mundo que cada terroir precisa ser compreendido para entregar o que ele melhor produz. Estamos muito felizes e orgulhosos”, destaca Adriano


Este vinho nasceu de vinhas com 46 anos. O vinhedo de uvas finas é o mais antigo do Brasil, um patrimônio que já se transformou em milhões de litros de vinho e que segue sua jornada atravessando o tempo, desafiando o homem com a bênção da terra. Aprendendo com o terroir da Campanha Central, em Santana do Livramento, a Miolo aprimorou sua habilidade e gerou ali um vinho que retrata a cultura de vinhas velhas da Europa. O solo areno-argiloso de topografia plana com leves ondulações e um clima quente e sub úmido com longas horas de sol é o ambiente perfeito para o cultivo da Tannat que, conduzida em espaldeira se sobressai, elevando o DNA da região para este tipo de casta na região. Assim, a planta concentra açúcares e matéria corante, elevando a carga tânica. A colheita é manual e seletiva com controle de produção de 1 quilo por planta, chegando a 3 toneladas por hectare.


O processo de elaboração deste vinho inicia pela seleção dos cachos, que são desengaçados sem esmagamento. A maceração pré-fermentativa a frio leva uma semana. Já a fermentação alcoólica e maceração são feitas a uma temperatura controlada de 25°C, com gestão da extração fenólica, pigeages e delestages. Para maior extração tânica, a maceração pós-fermentativa dura, em média, de 10 a 15 dias, com longo período de cuvaison (40 dias). Após o descube por gravidade e separação do vinho flor do vinho na prensa, o amadurecimento é feito em barricas novas de carvalho francês por 12 meses, potencializando os atributos da cepa. Persistente, como a casta se comporta, este vinho é robusto e pujante, com alta capacidade de guarda.


 


“O vinhedo é a nossa fortaleza e este vinho retrata muito bem a excelente adaptação da casta Tannat na Campanha Central, onde ela se revela em sua plenitude. A possibilidade de fazer um vinhas velhas nos moldes europeus nos enche de orgulho. É a materialização de toda nossa tradição no manejo de vinhedos e em extrair o melhor de cada terroir”, celebra o enólogo Adriano Miolo, Diretor Superintendente da vinícola.


 


O vinho


Límpido e brilhante, este vinho apresenta intensa coloração vermelho profundo, com forte reflexos violáceos e densas lágrimas. Seus aromas densos vão do chocolate ao tostado, perfeitamente integrado com aromas de frutas vermelhas maduras que lembram geleias. De corpo intenso e potente, e taninos maduros e envolventes, traz larguíssima persistência gustativa. Ideal ser degustado com temperatura entre 16ºC e 18ºC.


 


Pratos requintados a base de cordeiro, carneiro ou carnes de caça, por exemplo, harmonizam muito bem com este vinho, além do tradicional churrasco gaúcho e ossobuco. Queijos maduros de massa dura, como parmesão, pecorino e grana padano são boas dicas.

Do Brasil para Luxemburgo, Tenuta Foppa & Ambrosi

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