Fui a Cahors, que fica no departamento de Lot, na França, para conhecer a terra do Malbec, que os próprios franceses dizem, ser o verdadeiro Malbec e não o argentino.
A cidade de Cahors se localiza numa
península, às margens do rio Lot, que por ali traça seu caminho tortuoso. A
estrada de acesso à cidade margeia este rio.
Ladeado por espetaculares penhascos de
calcário, o Vale do rio Lot revela suas aldeias medievais, gargantas, cachoeiras
e cria belos recantos, onde existem ancoradouros para passeios de barco.
A cidade é famosa desde a idade média, pela
produção de seus vinhos, eram exportados por Bordeaux, muito antes do
desenvolvimento da vinicultura na região de Bordeaux.
A cidade teve seu início nos tempos
célticos, antes de ser conquistada pelos romanos em 50 A.C.
As plantações de uvas da AOC (“Appellaciom
d’origine Controlé) Cahors, ficam em volta da cidade, que é parte da região
vinícola do sudoeste da França. A variedade de cepa predominante ali é a Malbec,
que deve ser usada na proporção de no mínimo 70% de uva, para o vinho ser
classificado como AOC. Os vinhos da região podem ser complementados pelas cepas
Merlot e Tannat, além da Malbec.
Vinhos brancos e roses são produzidos ainda
na região, com a denominação de “Vin de Pays”.
A história do vinho na região vem da época
romana. Desde estes tempos, os vinhos da província de Quercy, cuja capital é
Cahors, tem suas histórias mescladas com as histórias da região.
Em Cahors passeamos pelo Boulevard
Gambetta, que é a rua principal da cidade. Nela se encontram algumas lojas de
vinhos e o órgão divulgador do vinho da região (UIVC), além de restaurantes,
cafés e o comércio, em geral.
Depois de comprar alguns vinhos fui à UIVC
(Union Interprofissionnelle Du Vin De Cahors) para obter informações (Place
François Mitterrand 46.000).
Lá fui recebido pelo diretor de marketing
da UIVC, Jérémy Arnaud, que gentilmente me convidou a degustar 3 vinhos, que representavam
diversas faixas de preço e de qualidade crescente de vinhos.
Logo notei que a interessante taça, típica
da região de Cahors, tinha uma argola na sua haste. Veja foto.
Comecei então a degustação dos vinhos:
Domaine Le Bout du Lieu 2009, feito com as
cepas Malbec (85%) e Merlot, com 13% de álcool e que fica 12 meses em barrica.
Ele é produzido na comuna de Saint Vicent Rive D’olt e é um vinho leve e fácil
de beber. Custa 8 euros, a garrafa.
Cuvée Particulaire 2009, com 12,5% de
álcool, das cepas: Malbec e Tannat. É feito no Château Lamartine, que fica na
comuna de Soturac. Este era um vinho encorpado, com interessantes aromas de
frutas vermelhas, cerejas. Este era um vinho encorpado, com persistência média
e com taninos bons. Custa 11 Euros.
Finalmente provei o Château Haut Monplaisir
2009, da cepa Malbec com 15% de álcool. É produzido na comuna de Lacapelle
Cabanac, com aromas de frutas negras, cereja escura, cassis. É um vinho mais
estruturado e com personalidade. Custa 23 Euros.
Depois da degustação fomos conhecer a Pont
Valentré, que é uma ponte fortificada, com 7 arcos pontudos e 3 torres sobre o
rio. Foi construída entre 1308 e 1360 e resistiu a vários ataques. A visão da
ponte é muito bonita, sendo um dos monumentos mais fotografados da França.
A visita à Cahors foi e é recomendada, por
ser muito interessante, principalmente para quem tem curiosidade e aprecia
vinhos.
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