segunda-feira, 29 de abril de 2019

O Excelente restaurante Arábia

Depois de muito tempo não participar do São Paulo Week de restaurantes, por conta de acreditar que a qualidade dos pratos cai nestas ocasiões,  resolvi testar o sistema de novo, Fui então num restaurante que já conheço, o Arábia.

O Arábia, como o nome já diz é um tradicional restaurante de comidas árabes, situado à rua Haddock Lobo, 1395 (fone: 3061-2203).

O espaço da casa é amplo, inclusive a casa tem um grande pé direito, e sua decoração é sóbria e de bom gosto. O serviço é correto, mas um pouco lento, devido à pouca disponibilidade de garçons, para um domingo lotado de pessoas que esperavam por mesa.

Neste ano, tiveram 2 categorias de estabelecimentos: os comuns, cujo almoço sai por R$46,90 e o jantar por R$58,90; e os Premium com almoço a R$68,00 e jantar por R$89,00.
A refeição abrange uma entrada, prato principal e sobremesa.

Gostei dos pratos do Arábia e ali muito tempo antes conheci o cardamomo, servido junto com o café, uma iguaria aromática e de sabor marcante.

Desta vez pedi no Arábia os seguintes pratos:

Salada Kizir (salada de trigo fino com tomate, cebola roxa e hortelã, temperada com especiarias e melaço de romã);

Couve flor frita com molho tarator;

Fundo de alcachofra e arroz com aletria (recheado com carne e molho de coalhada temperada, o prato de maior sucesso da casa) ;

Mix de legumes com sêmola (grão de bico, berinjela, abobrinha, cenoura, quiabo e favas cozidos no molho, acompanhado de sêmola);

E como sobremesa o cone de macarrão cabelo de anjo, recheado com creme de nata e pistache, servido com calda de flor de laranjeira e o sorvete de damasco com iogurte.

Os pratos estavam corretos e para mim o ponto alto da refeição foi a Salada Kizir, que estava deliciosa, temperada com várias especiarias.

Apesar de ter gostado da experiência, não me animei muito a repeti-la, pois além deste restaurante não aceitar reservas, acho que o preço da classe Premium não oferece vantagens em relação aos preços comumente cobrados neste restaurante.

Não gosto também do fato deles não nos deixarem pedir no almoço, o cardápio do jantar.

De qualquer forma o restaurante Arábia é sempre boa referência para quem quer comer uma gostosa comida árabe!

segunda-feira, 22 de abril de 2019

A vinícola espanhola Beronia e seus vinhos

No século III A.C. a região espanhola, hoje chamada de Rioja, era habitada pelos Berones, povo guerreiro de origem celta, que se dedicava à agricultura. Sua terra se chamava Beronia.

Inspirados nesta história, um grupo de amigos, membros de uma sociedade gastronômica, fundou as Bodegas Beronia, em 1973.


Em 1982, o grupo González Byass, empresa da região de Jerez, comprou a Bodega.

A Bodega Beronia fica localizada em Ollauri, na zona de Rioja Alta, região produtora dos melhores vinhos de Rioja.

Com o objetivo de nos apresentar os vinhos Beronia, a Qualimport trouxe o representante da vinícola, sr. Antonio Gonzáles Palacios e convidou um grupo de pessoas para participarem e divulgarem o evento em SP.

A bodega usa barris de carvalho francês e misto.
O misto tem as laterais de carvalho francês e as tampas de carvalho americano.

Foram apresentados neste evento 4 vinhos, sendo um branco e quatro tintos:

Rueda Verdejo 2017, produzido com uvas Verdejo com 13% de álcool. Ele é resultado de duas colheitas; a primeira um pouco precoce, de uvas ricas em acidez. A segunda colheita mais tardia, buscando aromas de frutas cítricas. É um vinho leve  e agradável. Ele é o único produzido pela vinícola em Rueda, fora da região de Rioja.

Crianza 2015, produzido com as cepas: Tempranillo (91%), Garnacha (8%) e Mazuelo (1%). Ele tem 13,5% de álcool e fica amadurecendo por 12 meses em tanques de inox e 12 meses em barrica mista. O vinho é frutado, com bom equilíbrio entre fruta e carvalho e um delicado final em boca. Ele oferece boa relação custo / benefício.

Tempranillo Elaboração Especial 2015, com 14% de álcool. Ele é envelhecido por 8 meses em barrica de carvalho americano, 6 meses em contato com as borras, e ao menos 6 meses em garrafa. Ele é intenso no nariz, com notas de cereja madura, caramelo e tabaco. Na boca podemos sentir bem a fruta, boa acidez e taninos polidos.

Reserva 2013, feito com as cepas: Tempranillo (95%), Graciano (4%) 3 Mazuelo (1%). Tem 14% de álcool e é amadurecido por 20 meses em carvalho misto e 16 meses em garrafa. O vinho é feito com uvas de de vinhedos antigos. Ele apresenta no nariz frutas maduras e especiarias. Na boca ele é denso, aveludado com taninos equilibrados e muita persistência.

Gran Reserva 2010, feito das cepas: Tempranillo (97%) e Graciano (3%). Ele tem 14% de álcool e fica 28 meses em barricas de carvalho francês e mais 36 meses em garrafa. Este é um belo vinho, de aroma complexo, denso na boca, com taninos imponentes.

Perguntei ao apresentador, se o 1% da cepa Mazuelo fazia alguma diferença no vinho. Ele me explicou que esta uva apresenta taninos muito intensos e ajuda na conservação do vinho.

Agradeço à Inovini por esta bela experiência.

quarta-feira, 17 de abril de 2019

Os excelentes vinhos do Club Magnum da PNR Import.

A importadora PNR Import, representada por seu diretor de produtos, Cédric Grelin,  fez uma apresentação dos vinhos do Magnum Club.


Os rótulos deste Club são selecionados por Philippe de Nicolay Rothschild, fundador da empresa. Ele pertence a uma das famílias mais tradicionais do setor e tem  muito conhecimento do mundo dos vinhos.

A empresa PRN tem 3 tipos de seleção de vinhos. São elas: Blason, que sai por R$240,00 por mês, Château, por R$480,00 e Imperial, de R$1.920,00. O sócio do Club seleciona os vinhos dentro da classe que ele faz parte e os valores, não utilizados naquele mês, ficam de crédito para os próximos meses. Os vinhos de sua classe contam com descontos nos preços. Detalhes no site: https://www.magnumclub.com.br.


A apresentação dos vinhos começou com a região de Chablis, que fica no norte da Borgonha. Lá os climas são mais frios do que do resto da Borgonha, os invernos são rigorosos e verões curtos e secos. Este clima além de dar muito trabalho aos produtores, com geadas fora de hora e chuvas de granizo, nos traz safras bem diferentes.

A casta utilizada na região é a Chardonnay, a casta mais plantada no mundo, que nesta região tem sua melhor qualidade. Em geral, os vinhos desta região não passam por barrica.


Os solos de Chablis contém conchas pré-históricas, pelo fato deles terem sido cobertos pelo mar. Nestas condições, as raízes da Chardonnay descem fundo, o  que resulta em vinhos mais secos, minerais e com acidez marcante.

Os vinhos da região são assim classificados: Básico, Petit Chablis, Chablis, Premier Chablis e no topo de qualidade os Grand Crus.


Os vinhos Chablis apresentados no evento são produzidos por Daniel-Etienne Defaix, cujos ancestrais cultivavam vinhedos desde o século XVI. Todos os vinhos usam levedura indígena e são fermentados por 3 semanas. O amadurecimento destes vinhos levam 18 meses, com Bâtonnage mensal.

Provamos no início o Vieilles Vignes 2013, que é feito com uvas de parreiras de 51 anos. O seu teor alcoólico é de 12,5% e ele custa R$295,00. É um típico Chablis, muito seco e mineral.

O Premier Cru Côte de Lecht 2003 é produzido com parreiras de 40 anos, que por sua vez tem um rendimento limitado. Neste caso, apenas a tête de cuvée (vinho de gota e primeira prensa) é utilizada. O Premier Cru Lecht é mais amarelado e mais seco que o Vielles Vignes e tem mineralidade marcante. Custa R$415,00 e tem 13% de álcool.

Premier Cru Les Lys 2004 - Suas parreiras tem 40 anos e da mesma forma que o vinho anterior, a técnica utilizada é  a mesma. ou seja é usada apenas a tête de Cuvée. O vinho tem 13% de álcool e custa R$415,00. É um vinho espetacular e menos austero que os anteriores.

Finalmente chegamos no Grand Cru Blanchit 2005, que é fermentado em barricas velhas. Este vinho ainda estava fechado, ou seja tinha muito a evoluir, mas já estava muito exuberante e intenso, uma preciosidade! Ele tem 13% de álcool e custa R$855,00.


Provamos então os vinhos tintos da região de Cahors, no noroeste de Bordeaux, onde a uva típica é Malbec, há mais de 800 anos. A cepa é muito mais antiga na região de Cahors que na Argentina.  https://www.youtube.com/watch?v=7J54TSSUTQ0

Para o vinho ter a denominação Cahors, precisa ter pelo menos 70% de Malbec, além da Tannat e Merlot.


O vinho Malbec de antigamente era muito escuro e diziam que este nome significava: ruim para a boca, bico (mal bec). Com a sua melhora , com produção já utilizando técnicas mais apuradas, o Malbec chegou a ser considerado melhor que os outros Bordeaux, chamados Claret.


A Malbec da região de Cahors tem muita concentração de antocianos e taninos que conferem cor escura e maior potencial de envelhecimento ao vinho.


Na região é utilizada uma taça, que tem um anel no meio de sua haste. Ele é um símbolo de união, de harmonia no modo de sentir ou de pensar, um símbolo de compartilhamento.

Cahors é uma cidade medieval e tem uma ponte com fortificação, cujo objetivo era de conter a invasão dos ingleses, o que nunca ocorreu.

Os vinhos de Cahors provados  neste evento foram produzidos pela Château du Cédre.

Château du Cedre 2011usa as cepas: Malbec (90%), Merlot (5%) e Tannat (5%). Ele é vinificado em aço inox por 30 dias e a fermentação malolática é realizada diretamente em barricas de carvalho. O vinho amadurece por 22 meses em barricas de carvalho (1/3 novas e 2/3 usadas). É um vinho intenso, com mineralidade e taninos delicados. Tem 13,5% de álcool e custa R$205,00.


Le Cedre 2011, 100% Malbec, com vinificação em tanque de inox por 30 dias. Ele fica 24 meses em barrica (80% novas) e é um vinho muito bom, elegante e redondo. Tem 14% de álcool e custa R$445,00.

O último vinho apresentado foi o excelente GC Cahors 2011, produzido com a cepa Malbec. A vinificação também é feita em barricas de carvalho de 500 l, por 40 dias e o amadurecimento é de 24 meses em barricas novas. Ele é muito aromático, com notas de especiarias e na boca é espetacular, com mineralidade intensa.


Assim terminamos em alto nível mais uma prova oferecida pela PRN Import, a quem agradeço o convite !Deg

segunda-feira, 8 de abril de 2019

Salamanca, a alegre cidade espanhola, capital do presunto.

Saímos de Viseu, em Portugal, para a cidade de Salamanca, que fica no sudoeste da Espanha, na comunidade de Castela e Leon, na divisa com a região de Extremadura, em Portugal.

Salamanca está na região vinícola de de Ribeira del Duero, que é uma das 11 DO (Denominação de Origem) ”vinícolas de qualidade” da Espanha.

Salamanca, ela é uma das cidades da Espanha com mais monumentos da Idade Média, do Renascentismo e das épocas clássica e barroca.

Salamanca conta com duas importantes universidades: Universidade de Salamanca (pública) e Universidade Católica. O movimento estudantil lá é grande e deixa a cidade animada.

Acredita-se que no tempo dos mouros havia na cidade, uma escola de magia, onde o diabo ensinava magia negra aos estudantes.

A região é famosa pelo seu presunto cru, que é produzido na vila de Guijuelo, no sul da cidade. Os porcos pretos são criados na região (em Portugal também existem), sendo alimentados com cevada e milho logo após o desmame. São levados então aos bosques de Carvalho e pastagens, onde se alimentam do capim, ervas, bolotas (frutos do carvalho) e raízes. Próximo ao tempo de abate, os porcos podem ser alimentados estritamente de azeitona e bolota, para melhorar a qualidade de sua carne.

O presunto então é salgado e deixado para secar, durante semanas, sendo então enxaguado e deixado secar por mais quatro ou seis semanas. O processo de cura do presunto leva então de 12 a 48 meses.
Lá em Salamanca, eu aprendi que existem três tipos de presunto de porco preto:
O melhor e mais caro deles, o Ibérico de bellota. Ele é feito de porcos, que pastam nos bosques de carvalho e são alimentados apenas de bellota na época próxima ao abate e ficam curando por 36 meses.
O Ibérico Recebo, onde os porcos são de pasto e alimentados com uma combinação de cereais e bellotas.
O Ibérico de Cebo, ou simplesmente Ibérico, quando os porcos são alimentados com grãos apenas, sendo curados por 24 meses.
O termo presunto Pata Negra pode se referir a qualquer um dos três tipos. O termo se refere à cor da unha do porco, que no caso do porco tradicional, é branca.
Existe ainda o Jamon Serrano, que é feito de porco branco, e que não deve ser confundido com os outros muito mais caros, Ibéricos.
Já o presunto italiano passa por um processo de defumação, ao invés de salga.

Lá em Salamanca, ficamos impressionados pela alegria das pessoas e pela beleza da cidade.

Visitamos a nova catedral, que conta com colunas esculpidas e até com um astronauta encravado nela, que foi adicionado em 1992, durante a sua restauração, como forma de assinatura do restaurador.

A cidade de Salamanca fica em uma das rotas para Santiago de Compostela e existem prédios com conchas nas fachadas, símbolo de Santiago. Além disto, existem albergues para hospedagem dos peregrinos.

Ficamos hospedados no Alameda Palace Hotel (www.hotelalamedapalace.com/).  Ele era um bom hotel, próximo ao centro e custou, com taxas e café, R$ 524,12.

A cidade é muito florida e conta com parques onde a população pode curtir a vida!

Os frutos do mar não faltam à cidade e o mercado é o local adequado para apreciar sua variedade.

A Plaça Mayor tem o formato retangular, como na maioria das cidades espanholas, e tem bares no passeio e em baixo de seus arcos.

A região inspirou o personagem de Don Quixote de la Mancha .

A cidade tem uma ponte de arcos da época dos romanos e um lindo riacho. De suas margens pode-se ver a catedral.

Muitas jóias da região são feitas de filigrana com influência fenícia. Elas são feitas à partir de chapas de prata que exigem destreza do artesão, para chegar à classificação de jóia.

Ou seja, Salamanca brilha por sua beleza, animação, cultura e gastronomia!
Depois de revermos esta linda cidade, fomos para Leon, que fica na mesma região.

Do Brasil para Luxemburgo, Tenuta Foppa & Ambrosi

Tenuta Foppa & Ambrosi estreia neste mercado com exportação de 600 garrafas   Os ‘guris’ que começaram a elaborar vinho no porão de casa...