sábado, 30 de janeiro de 2016

Restaurante Jamile

O novo restaurante Jamile, onde Henrique Fogaça apenas assina o cardápio, fica na rua Treze de maio, 647 ( fone: 2985-3005).

Gosto dos outros restaurantes do Fogaça, que são o Sal e o Cão Véio, além dos eventos dos quais ele participa no mercado de Pinheiros.

Fogaça é um chef bom e criativo!


Jamile tem um ambiente bem maior e bem mais iluminado do que o Sal, com um grande balcão, que fica em frente à cozinha. Foi neste lugar que me sentei, para apreciar melhor, o preparo dos pratos.

Fogaça é adepto de uma boa comida, sem frescura e muito inovadora! Ele desconstroem pratos tradicionais.

Os preços dos pratos ali oferecidos são razoáveis, exceção feita a alguns casos como o cupim, que é uma carne simples, a um preço alto.  Neste caso, o cupim é servido com mandioca amarela e farofa de banana e custa R$ 69,00.

Como entrada, escolhi o palmito pupunha assado com óleo de castanha do Brasil e manjericão. Estava uma delicia!

O prato principal que eu pedi foi a moqueca de badejo e camarão, com farofa de mandioca com pimenta e coentro (R$ 52,00). O peixe estava mole e o acompanhamento de coentro que vinha era pouco, Além disto, a moqueca foi servida no prato com arroz, diferente da tradicional e simpática cumbuca de barro.

Como sobremesa, resolvi experimentar uma torta folhada de mação ao vinho tinto e sorvete de canela. Estava deliciosa! Como não acho graça em sorvete de creme, gostos destas variáveis, como o sorvete de canela.

A conta ficou em R$107,80. Não acho este um valor excessivo para um almoço completo, ainda por cima com uma cerveja Sol acompanhando a refeição.

O serviço é meio blasé, parece que o pessoal “meio mundo mix” fica mais se admirando do que atendendo os clientes... Tive que pedir 3 vezes até obter a senha da internet.

A carta de vinhos do Jamile tem uma variedade boa e inclui garrafas pequenas, com preços razoáveis.

Gostei do almoço, mas também espero que, com o tempo, o Jamile acerte mais nos pratos principais.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Sociedade na vinícola O.Fournier

Fui convidado pela equipe do Bossa Nova, representante, no Brasil, da Sotheby’s, para conhecer o novo empreendimento da vinícola argentina O.Fournier.

A O.Fournier, além de produzir vinhos, decidiu dividir sua propriedade com investidores interessados no mundo do vinho.

Desta forma, quem participasse do projeto Wine Partners, poderia criar seu próprio Blend de vinho e desfrutar a região.

A vinícola fica no Valle de Uso, em Mendoza, numa altitude de 1.200 m, com uma vista maravilhosa da cordilheira dos Andes.

A moderna adega da O.Fournier tem uma construção moderna e racional, usando ao máximo a gravidade para processar seus vinhos, evitando desta forma o stress do vinho durante o processo de seu transporte.

Os lotes dos terrenos são comercializados com áreas de 1 a 3 hectares, plantadas com a cepa que melhor se adapte ao tipo de terroir, abrangendo, entre outras: Malbec, Sauvignon Blanc, Cabernet Franc e Syrah.

O cuidado com os vinhedos fica a cargo da vinícola, cuja produção pode ser vendida à adega, ou utilizada no seu total, ou em parte, para elaboração dos vinhos do sócio.

Os custos iniciais são cobertos pela vinícola até a primeira colheita. A partir deste instante, a venda das uvas cobrirá os custos, sendo que, em circunstâncias normais, não será necessário mais aporte de capital.

Além da adega, a empresa conta com um restaurante internacional, considerado o melhor entre os de vinícolas, com uma chef renomada. Ali os sócios podem apreciar a culinária.

Além do restaurante, existe no local um Hotel e Spa de luxo, onde os sócios podem se hospedar.

Outra opção do investidor é comprar um dos 8 lotes de uma vila, para construir sua casa. As casas estarão dentro dos altos padrões, que conjuguem com a arquitetura dos demais prédios da propriedade. Cada vila será rodeada pelo próprio vinhedo e a administração das casas será feita pelo hotel.



Os sócios usufruirão dos benefícios de;

Ter sua própria etiqueta de vinhos, feitos pela O.Fournier, com a possibilidade de participar da escolha de seus blends.

Alojamento nas casas dos proprietários.

Webcam em cada propriedade para ver o andamento de seu vinhedo.

Participar de feiras de vinhos internacionais, incluindo a pré abertura junto com os sócios da vinícola.


Voltando para a apresentação de O Fournier, no seu final,  fomos convidados a provar dois vinhos da vinícola:

ßcrux Sauvignon Blanc 2012, que apresentou aromas cítricos,  toques minerais,  bom equilíbrio e acidez. Ele recebeu 90 pontos de Robert Parker.

Alfa Crux Blend 2006, que eu já conhecia e apreciava. Um vinho complexo e muito agradável, com uma leve evolução. Recebeu 94 pontos de Robert Parker.

A vinícola também possui outros vinhos que não foram degustados na ocasião.

Foi interessante saber deste tipo de empreendimento, ampliando meu conhecimento nesta área  de vinhos.

domingo, 3 de janeiro de 2016

Berlim Oriental

Partindo de Amsterdam de avião, fomos para Berlim. Esta é uma cidade que não conheci quando trabalhei na Alemanha, devido às dificuldades de acesso criadas pela cortina de ferro.

A cidade de Berlim foi dividida por um muro de 66,5 km, que cercava a Berlim capitalista, construído em 1961pela RDA (República Democrática Alemã, socialista). Hoje em dia ainda existe restos do muro, com sua maioria pintada com grafites bem criativos e coloridos.
Hoje em dia ainda existe uma diferença significativa entre as duas áreas. A área socialista está com muitas obras e parece ser uma área menos desenvolvida que a ocidental.

Como a cidade é muito grande, neste texto vou falar apenas do lado socialista. A parte ocidental fica para um segundo artigo.

Conseguimos um mapa no hotel e saímos à noite para conhecer a cidade. Decidimos ir para Alexanderplatz, o que nos deu uma impressão meio lúgubre da cidade. Jantamos uma currywurtz,  práto típico de Berlim, composto por salsicha branca com gostoso molho de tomate e curry, acompanhada de batata frita. Com uma cerveja nacional, nosso prato ficou bem saboroso!

Desta primeira no metrô, tivemos muitas dificuldades, devido a reformas na linha para integração entre as 2 áreas. Fomos auxiliados por um casal de senhores. Depois de alguns dias, porém, aprendemos a andar bem pelo metrô de Berlim, que é extenso e ramificado.

Por várias vezes encontramos, num mesmo trecho do metrô, um senhor com aparência de oriundo do leste europeu. Ele sempre carregava uma caixa de música e uma corneta e tocava a  mesma canção “hit the road jack”.

Visitamos, no dia seguinte, a Potsdamer Platz, que é o coração da nova metrópole Berlim. Os berlinenses vão a este local para frequentarem cinemas, restaurantes e lojas. Postdamer Platz já era um núcleo urbano na década de 1920 e foi destruída pela segunda guerra., mas foi reconstruída após a queda do muro.

Lá visitamos o Sony Center com seu belo teto de vidro e o "Boulevard des Stars”, onde vimos estrelas pelo chão da calçada da fama, como a de Werner Herzog e de Marlene Dietrich.

Andamos até a magnífica o Brandemburger Tor (Porta de Branderburgo), que era uma das portas de divisória entre as duas Berlins.

Caminhamos também pela “Unter Den Linden” que é uma longa avenida com prédios, museus e universidades, todos restaurados, até chegarmos na maravilhosa "Museumsinsel” (ilha dos museus), formada pelos afluentes do rio Spree.


Nesta espetacular ilha, fica a catedral, em estilo barroco, denominada “Berliner Dom”, que tem uma imponente cúpula.  Belíssimo!

Antigamente existia lá o Stadtschloss (palácio da cidade de Berlim), que foi demolido pelos socialistas, pois consideravam como uma recordação inaceitável do passado imperial.

Os museus da ilha são:


"Bode Museum", que fica ao norte da ilha, com um majestoso prédio, que abriga um acervo de esculturas, o museu bizantino e o acervo de numismática.

"Neues Museum" que abrange o "Ägyptisches Museum" (Egito), da pré-história e da história antiga.

"Alte National galerie", que lembra um templo grego, com pinturas e esculturas, acervo de antiguidades clássicas.

“Galeria James Simon", que está em reforma.

Ali fica também o Pátio das colunatas, que uma área ajardinada que liga a Alte e o Neues. É um lugar muito bonito e agradável, onde ocorrem desfiles e concertos ao ar livre.

Continuamos a caminhada e chegamos novamente à Alexanderplatz, onde descobrimos um gostoso fast food de frutos do mar, o Nordsee, que pertence a uma rede que existe também nas principais cidades da Alemanha. O Nordeste é especializado em frutos do mar.

Subimos à torre de Tv da "Berliner Fermsehturm", que tem 368m de altura e é a edificação mais alta da cidade. Ela foi erguida em 1969 pelo governo da RDA como sinal de triunfo da Berlim Oriental.

Para subir à torre deve-se comprar um ingresso e aguardar uma demorada espera.

No alto da torre tem um restaurante com um mirante que dá uma visão ampla da cidade.

Aproveitei para provar um bom Riesling junto à vista deslumbrante.

No dia seguinte fomos conhecer o Checkpoint Charlie, que era um ponto de passagem entre as duas Berlins, que abriga exposições sobre a história do muro.

Do antigo posto sobrou uma réplica, onde ficam pessoas fantasiadas de guarda das 2 partes da cidade. Estes ficam recebendo trocados para tirar fotos com turistas. Acho este programa dispensável.

Fomos conhecer depois a esplêndida Bebelplatz (anteriormente conhecida como Opernplatz), que é uma praça pública no centro de Mitte (bairro de Berlim).

A Bebelplatz, a sul da avenida Unter den Linden, é um dos lugares mais interessantes de Berlim.

Ficam lá: a biblioteca da Universidade Humboldt, onde estudaram Karl Marx, Albert Einstein e outros gênios (29 ganhadores de Prêmios Nobel!). Do outro lado, está o prédio do banco para onde tanto corre a personagem do filme “Corra, Lola, Corra”.

Lá também ficam a Catedral de St. Hedwig, que foi a primeira igreja católica da Prússia, depois da Reforma Protestante.


O imponente prédio da State Opera também está nesta praça, cujo nome homenageia August Bebel, um dos fundadores do Partido Social Democrata Alemão.

Nesta praça houve a queima de livros, em 1933, como em muitas cidades universitárias alemãs. Durante o regime nazista, tudo o que fosse crítico ou desviasse dos padrões impostos pela doutrina hitlerista entrava na lista de publicações proibidas. Organizações estudantis, com apoio da polícia e dos bombeiros, se encarregaram da destruição de 20 mil livros em toda a Alemanha, a maioria pertencente a bibliotecas públicas.

Hoje, no meio da Bebelplatz, há uma placa de vidro no chão que revela, sob a praça, prateleiras de livros vazias. É um memorial discreto porém muito bonito. Ao lado, a citação do poeta Heinrich Heine: “Onde se queimam livros, acaba-se queimando pessoas”.


A Alemanha não esconde a sua história e faz questão de registrar, sempre de forma muito respeitosa, até os seus momentos mais difíceis. É como se a mensagem fosse:
"Nunca esquecer para nunca repetir."

Continuamos o “nosso passeio por Berlim,  pela área oriental, onde comemos um delicioso falafel e kafta.

Passamos também pela Oberbaumbrücke, que é uma graciosa ponte de tijolos vermelhos que atravessa o rio Spree.

Do outro lado da ponte, visitamos a maior parte ainda existente do muro de Berlim. Ali artistas fizeram grafites, retratando vários fatos importantes da época da Berlim dividida. Um festival de desenhos e cores!

O passeio pela região do muro, que é bem descampada, é muito interessante para apreciar os tais grafites tão expressivos!

Nesta região fica também o “Aliantz Stadium”, que é um belo prédio de campo de futebol.

Assim concluímos a nossa visita pelo lado oriental da cidade.

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