quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Joseph Drohin e seus vinhos excelentes, da Borgonha

Na minha visita à Borgonha em 2017, selecionei a vinícola Maison Joseph Drouhin (cujos vinhos são importados pela Mistral) para visitar.  A ideia era a de conhecer melhor os vinhos da Região, praticamente as principais denominações.

Durante os últimos 130 anos, a Maison Joseph Drouhin estava nas mãos dos Drouhin. Hoje, quem está no comando é a quarta geração dessa família, impulsionada pela mesma paixão que inspirou o fundador da empresa. https://www.youtube.com/watch?v=AkndP6OYlZk.

O estilo de Joseph Drouhin é fazer sempre uma aliança entre o equilíbrio e a harmonia. Adotando uma abordagem biológica e biodinâmica,  ele utiliza apenas os produtos orgânicos em suas vinhas e em todos os procedimentos, mostrando grande respeito pelo solo, pela videira e, de uma maneira global, pelo meio ambiente.

A Casa tem como principal objetivo, a elegância e a perfeição. Com cerca de 90 denominações diferentes, os vinhos "estilo Joseph Drouhin" são reconhecidos pelo equilíbrio, harmonia, elegância e caráter.

Entre os melhores vinhos desse produtor, podemos destacar o Bourgogne Rouge, concentrado, fino e com deliciosas notas de frutas maduras; e o Gevrey-Chambertin, com grande personalidade e, de acordo com o crivo de Stephen Tanzer, um excelente e elegante village, com taninos macios e fruta exuberante. Um dos mais típicos Gevrey Chambertin.

A Maison Drouhin fica dentro da cidade de Beaune, em 2 prédios, com uma passagem entre eles por debaixo da rua, onde fica a adega.

Iniciei esta vista pela adega antiga. O espaço é grande, com inúmeros tonéis de vinhos descansando naquele ambiente escuro e úmido.

Numa das salas escuras, aconteceu a degustação dos vinhos. Iniciamos pelo Chablis Premier Cru Mont Milieu 2014, que é um vinho com boa mineralidade e acidez.

Em seguida vieram: Rully Blanc 2015, com uma cor dourada brilhante, aromas frescos e frutados, com toque cítricos e amêndoa. Um vinho fresco e elegante no palato, com um delicioso retrogosto.

Chassagne Montrachet Les Embazées Premier Cru 2014, em seguida, um vinho branco da região de Cotes de Beaune. É um vinho claro, levemente dourado. Tem aromas de flores brancas, avelãs e pera. É um vinho opulento, de grande persistência.

Fleury Domaine Hospices de Belleville 2014, um vinho da cepa Gamay, com uma cor rubi violácea. Seus aromas são de violetas e de rosas. Seus taninos são delicados com um final longo na boca.

Chambolle-Musigny premier Cru 2013, este é um vinho sedoso e delicioso. Seus aromas são complexos, de violeta e cerejas, com certo sous-bois. Os taninos são finos e delicados, com longa persistência e equilíbrio.

Charmes-Chambertain Gran cru 2012. É um vinho maravilhoso com uma cor intensa, frutado, com notas de cereja, amadeirado e com especiarias. Na boca, ele é rico e equilibrado, com taninos nobres e arredondados e excelente acidez.

Beaune Grèves 2013 Premier cru, um vinho excepcional, com uma cor intensa e brilhante. No nariz tem toque de cassis, especiarias e empireumático, como o defumado e tabaco. Na boca os taninos são finos, sedutores, com notas de creme de cassis e um delicado aroma de madeira no final.

Esta degustação foi uma verdadeira aula sobre a Borgonha! Tal feito um passeio através dos vinhos. Fomos desde o norte, na região de Chablis, com seus deliciosos vinhos brancos, passamos pelo centro com os incomparáveis Pinot Noir e Chardonnay, até o sul, na região Beaujolais, com o vinho Fleury.

Agradeço a Christophe Thomas que me acompanhou divinamente nesta visita e a Mistral que fez com que ela se realizasse.
 

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

O restaurante Rinconcito Peruano se espalhou pela cidade

Conheci o restaurante Rinconcito Peruano em 2013 e na época fiz um artigo sobre ele.

No início, ele ficava na rua Aurora, 451, região da antiga Cracolândia.

Hoje em dia o restaurante original aumentou bastante e abriu sete filiais.

Fui conhecer a filial da rua dos Pinheiros. 

Apesar da expansão para bairros mais badalados que o centro, a decoração do restaurante continua simples e, ao meu ver, de gosto duvidoso.

Os atendentes em Pinheiros são peruanos e falam nada mais, nada menos do que um portunhol assim, assim. De qualquer forma, dá bem pra gente se comunicar.

As porções de ceviche, de vários tipos, são bem servidas, sem requintes, mas muito saborosas.

Como sempre, peço o ceviche de peixe, que vem acompanhada de uns milhos assados peruanos, grandes e gostosos. A aparência do prato, no entanto, estava descuidada. Acompanhava o ceviche, uma batata doce, bem diferente da nossa, com uma acidez deliciosa.
O prato custou R$38,90 um excelente preço!

Pedi também o pulpo parrillero bañados em salsa antichuchera com toque de aji y papas doradas, um polvo grelhado, com molho chileno, acompanhado de batatas fritas. A porção era grande e estava muito bom.

O polvo ficou em R$80,00. O prato, na sua versão menor fica em R$58,00 e é maior e mais barato que os servidos em restaurantes requintados.

Apesar da toalha de plástico, da pimenta em recipiente de ketchup e do serviço bagunçado, continuo recomendando o lugar para os não preconceituosos e, principalmente, para os durangos.

Fica para a próxima vez, provar outros pratos, pois pretendo retornar ao restaurante para experimentá-los.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Restaurante Mondo, mais um com a assinatura do Salvatore Loi

Logo que eu soube que o restaurante “Mondo” estava sob a batuta de Salvatore Loi, chef nascido na Sardenha e que fez sucesso em vários restaurantes como Fasano, Girarosto, Loi Ristorantino e Moma Modern Mamma Osteria, resolvi conhecê-lo.

Estive lá num domingo, por volta de meio dia, para almoçar.

Como não tinha feito reserva, fui levado ao segundo andar.

O espaço é amplo, de bom gosto e bem iluminado. A música é muito agradável e o serviço bem educado e correto.

Diferente dos restaurantes anteriores do Loi, este é um restaurante com preços razoáveis e que utiliza produtos menos sofisticados. Isto tem sido uma tendência do chef, pois contempla o bolso de muitos mortais, do mesmo jeito que ele fez no Modern Mamma Hosteria .

Neste dia, pedi um pane e coperto (pão e couvert), que oferecia um pão feito no local, de fermentação natural, acompanhado de queijo de cabra com geléia, azeite e manteiga temperada, com o preço de R$18,00 por pessoa. O couvert foi reposto.

Escolhi como prato principal, um Tortelli al Basilico e Sugo Genovese (massa fresca recheada com manjericão e queijo de cabra). Custava R$54,00. Achei o prato meio sem graça e depois percebi que ficou faltando o pignole, que observei ter vindo no prato do meu vizinho de mesa.

Pedi também o misto di Gamberoni e Polpo Mediterraneo (camarões e polvo com batata dourada, ao molho pizzaiolo e muçarela). O prato estava muito bom, mas tinha gosto de “quero mais”, pois a porção era pequena. Apenas um tentáculo de polvo e custou R$79,00.

Para acompanhar os pratos, pedi o agradável vinho Barone Montalto, que saiu por R$56,00 a meia garrafa.

No total a conta ficou em R$272,33. Reclamei da falta do pignole e me disseram que iam avisar o chef da cozinha. Penso que quando o restaurante comete uma falta destas, ele deveria fazer alguma gentileza, como por exemplo, não cobrar o prato ou servir algo extra como um digestivo. Eles cobram uma taxa de serviço de 13%, acima dos 10% usuais e, portanto, não podem falhar.

Como só escrevo sobre um restaurante, quando visito o local, pelo menos duas vezes, voltei lá para provar o almoço executivo, que é servido nos dia úteis, por R$60,00, incluindo entrada, prato principal e sobremesa. Percebi que o executivo, naquele dia, contava com os mesmos pratos de 2 semanas atrás.

Como entrada escolhi o Carpaccio di Filetto e Crema Melanzane (fina fatia de filé com creme de berinjela e grana padano). Estava gostoso, mas de novo, a porção era diminuta.

O prato escolhido foi o Gnocchi di Patate Ripiene con Vitello alla Crema di Carbonara (massa fresca recheada com vitela, ao creme carbonara. Este prato estava maravilhoso!

A sobremesa também era divina! Uma Torta di Mele (torta de maçã expressa com sorvete de creme). Como dispensei o sorvete de creme, fizeram a gentileza de colocar no lugar, algumas frutas secas.

Desta vez, o serviço foi perfeito e o cafezinho curto acompanhado de petit fours estava correto. A conta saiu por R$83,60, razoável para o nível do restaurante.

Vale a pena conhecer o “Mondo”!

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

A vinícola piemontesa Bruno Rocca e seus divinos Barbarescos

Em 2017 passei pela região do Piemonte, para visitar a cidade de Alba e conhecer a produção do vinho Barbaresco de Bruno Rocca.

A produção deste vinho acontece na região das vinhas de Barbaresco.
O Barbaresco só pode ser feito em apenas quatro municípios do sul do Piemonte: Barbaresco, Neive, Treiso e San Rocco Seno d'Elvio, situados na região de Alba.

Barbaresco é um dos primeiros nomes que, em 1966, juntamente com Barolo, obtiveram a designação DOC (Denominação de origem), e, em 1980, o DOCG (Denominação de Origem Controlada e Garantida).

Para se fazer o vinho Barbaresco é necessário acima de tudo paciência e boa vontade . A variedade de uva Nebbiolo exige dedicação constante, durante todo o ano.

O vinho deve envelhecer por pelo menos 26 meses, dos quais ao menos 9, fica em barris de madeira.

O Barbaresco tem características similares àquelas do Barolo, porém menos austero e tânico. Ele é um vinho mais “gentil” e refinado do que o Barolo. Alguns produtores tem o Barbaresco como seu primeiro e valioso vinho.

O nome Barbaresco, para alguns historiadores, vem do fato de que gauleses chegaram à Itália atraídos pelo vinho de Barbaritium.

Outras pessoas dizem que o Barbaresco recebeu este nome, por conta dos povos bárbaros que causaram a queda do Império Romano.

Como o Barbaresco é um vinho da região de Alba, resolvemos rodar por ali, passeando pelos campos, aonde vimos colhedores de uvas espalhados, em plena colheita. Isto enfeitou esta paisagem montanhosa de forma singular e nos encantou!  Depois deste passeio, chegamos finalmente na região de Rabajà, onde fica a vinícola bruno Rocca.
Rabajà um prestigiado cru da Barbaresco.

Chegando na pequena vinícola familiar Bruno Rocca, fomos recebidos por Elena Oberto que nos mostrou as instalações. Durante a visita, ela nos apresentou Francesco, filho do dono, que por sua vez, estava com as mãos tintas de vermelho, de tanto trabalhar com o vinho. Francesco é um verdadeiro operário e nos recebeu com sua simpatia! Logo fomos convidados para a degustação dos seus vinhos.

Provamos então:

Langue Chardonnay Cadet 2015 DOC, que passa, 12 meses em aço inox (80%) e em barrica de carvalho francês (20%). Tem uma grande complexidade no nariz, com aromas de maçã e mel. Na boca, ele é bem seco e persistente. Um Chardonnay como eu gosto.

Barbera d’ Asti 2015 DOCG, feito com a cepa Barbera. Ele passa por barricas de carvalho francês por 12 meses. É um vinho equilibrado, agradável, com aromas de frutas maduras e notas de frutas secas. Na boca é um vinho amplo, gostoso e equilibrado.

Barbaresco 2014 DOCG, envelhecer por 18 meses em barrica de carvalho francês. No nariz apresenta muita fruta escura, flores e especiarias. É um vinho elegante, persistente, com notas de chocolate.

Barbaresco 2012 Riserva Currà DOCG, envelhecido 24 a 36 meses em barrica de carvalho francês. O vinho envolve o nariz com notas florais, menta e especiarias. Na boca ele é elegante, equilibrado, com bela acidez e persistência longa. Este é um belíssimo vinho que concorre muito bem com os bons Barolos.

Nesta época de colheita, a demanda é a de que todos os funcionários estejam disponíveis.
Elena mesmo nos disse que, terminada a nossa visita, voltaria a participara da colheita também.
E assim foi feito e seguimos de volta para Alba.

Agradeço à Bruno Rocca e à World Wine, pela agradável visita, mesmo numa época turbulenta coma esta, a da colheita.






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