domingo, 28 de março de 2010

Viagem ao Marrocos

Decidi ir ao Marrocos, após a viagem que fiz à Istambul, para ver como seria um mundo árabe mais ocidentalizado e não para conhecer o seu vinho, muito embora seja dele que eu vou iniciar falando neste texto.
Foto: Casa com morador típico


O Marrocos está despertando de um período de quase 50 anos na área de produção de vinho, ou seja, desde que a França se retirou de lá.

Em meados do século XX, a Argélia, Marrocos e a Tunísia tinham no mínimo, 2/3 do comércio mundial de vinhos.

A maior parte deste volume de vinhos ia para a Europa, principalmente para a França, na forma de um vinho tinto escuro e convenientemente forte para fazer misturas.

Com a falta da demanda interna, nestes países, majoritariamente muçulmanos, o declínio da produção de vinhos se deu imediatamente após a independência da França. O estado assumiu o controle da produção, resultando em quase nenhum investimento na área.

No entanto, o Marrocos está a caminho da retomada, por meio de diversas Joint Ventures e da chegada de equipamentos modernos, inclusive para o plantio de novos vinhedos mecanizáveis.

As uvas utilizadas são: Guerrouane, Beni M`Tir, Berkane e Coteaux d`Atlas.

Os vinhedos melhores estão próximos à cidade de Meknès, com cerca de 60% da produção e também Fèz. Ambas as cidades estão a uma altitude de 600m, o que garante uma benfazeja queda de temperatura durante a noite, nestes locais.

O vinho mais produzido no Marrocos é tinto, bem mais popular que os brancos, além de rosés da uva Cinsault.

Voltando à nossa viagem. Ela foi iniciada em Málaga, na Espanha, de onde partiu a excursão da qual pertencíamos.
Foto: Cartaz de tourada em Málaga


Conforme orientação de meu amigo, José Augusto, sócio da Checkout Turismo (fone: 11-5561.2244), escolhemos o melhor nível de Hóteis, para nos hospedarmos na região, pois lá só existem hotéis de 2 níveis: os de primeira categoria, e os de segunda, que não eram recomendados.
Foto: Hotel em Marrakesh


Mesmo assim, no Hilton de Rabat, onde ficamos, apesar de ser muito bonito, tinha um problema de vazamento no nosso banheiro, que vinha do andar de cima.

Tivemos sorte de ter esta dica de hospedagem, pois em Marrakesh, o hotel de segunda categoria estava com o ar condicionado quebrado e a temperatura, por ali, chegou a 47 graus, naqueles dias.

Nossa excursão era compostas por espanhóis e argentinos, escolhidos pela similaridade com a nossa língua.

Fomos de ônibus até o estreito de Gibraltar e de lá atravessamos de barca para Tanger.
Foto: Travessia em Tanger


Em Tanger ficamos num lindo hotel, que me remeteu ao filme Casablanca, devido ao seu glamour.

Tanger é uma antiga cidade fenícia, fundada por colonos cartagineses do início do século V A.C. Seu nome se originou provavelmente da deusa berbere Tinjis.

No passeio pelo Mercado pudemos ver a paciência dos mercadores, que empilhavam as azeitonas, várias vezes ao dia, pois as pilhas prontas, volta e meia, se desmanchavam, a cada vez que as azeitonas eram retiradas para serem vendidas.
Foto: Vendedor de azeitona

Saímos no dia seguinte para um passeio pelo bairro nobre de Tanger, região das casas dos milionários locais e das praias do local.

Em seguida, fomos para a cidade imperial de Méknes, bastante rústica e cercada por uma muralha de 40 Km.
Foto: Muros de Méknes

Partimos no mesmo dia para a cidade de Fez, que é a metrópole religiosa, intelectual e artística do Marrocos, centro da monarquia milenar.
Foto: Medina em Fez

Lá fizemos um passeio ao labirinto formado pela Medina (cidade antiga), onde passavam motos e burricos carregando mercadorias e os condutores gritavam: “Balak” (sai da frente), o tempo todo, pois não tinham como parar.

Descobrimos que, para se formar uma Medina na região, é necessário ter: um forno comunitário, uma fonte de água, uma escola e uma mesquita.
Foto: Porta de casa

Apesar da aparência extremamente rústica das casas, nos disse o guia que, nesta cultura, as casas são voltadas para dentro, com pátios e um luxo interno que contrasta com a rusticidade externa.

O guia nos levou por ruelas, que seriam de difícil saída, se não contássemos com sua ajuda.
Foto: Loja de tapete

Do mesmo jeito que ocorreu comigo na Turquia, em Marrocos fui a um vendedor de tapete. Com ele tomei um chá de ortelã, bastante adocicado, até a hora da negociação, onde me senti outra vez enrolado.
Foto: Tingimento de tapete em Fez


Fomos em seguida a Marrakesh, passando pela cidade de Beni Mellal, que fica aos pés da montanha Tassemit (com 2247m de altitude).

Na região dos montes Atlas centrais, o clima ali é continental, com um verão quente e um inverno frio, ao ponto de permitir a prática do esqui nas montanhas.

Esta cidade fica numa região de rica agricultura de laranjas, figos e olivas.
Foto: Entrada na medina de Marrakesh

A cidade de Marrakesh, recheada de tamareiras, junto com a medina de Fez foram para mim, os pontos altos da viagem.
Foto: Feira em Marrakesh


Marrakesh possui o maior sud (Mercado tradicional) do país, e também uma das praças mais movimentadas da África, a “Djemaa el Fna”, que recebe nela todos os dias, acrobatas, vendedores de água, dançarinos, músicos, tatuadoras de henna, barracas de comida e encantadores de serpentes.
Foto: Tirando foto com o camelo

Lá pude constatar mais uma vez, o espírito de comerciante do árabe.

Para se tirar 1 foto com um camelo, tem-se um preço, para fotografar 2 pessoas é mais caro, e para subir no camelo, mais caro ainda!

O mesmo acontece quando vamos tirar fotos com as serpentes preguiçosas. Elas até tomam uns tapas, para dançar com a música da flauta.
Foto: Encantador de serpente

Constatei que, o rapaz ficava com um tambor na frente das serpentes, escondendo-as, até que você pagasse para fotografá-las. E se você quisesse tirar mais fotos... Precisaria pagar de novo.

Fiquei incrédulo quando vi nesta praça, pessoas comendo cérebro de carneiro assado, exposto a uma temperatura de 47graus ao sol.
Foto: Cozinheiro com os cérebros de carneiro

Descobri também que existem vários tipos de tâmara, e com custos diferentes, e que as baratas passeavam livremente entre elas.
Foto: Mulher plicando Hena

Lá tomei o melhor suco de laranja da minha vida, muito intenso e de uma cor avermelhada! Dizem que o calor favorece o caldo da fruta assim como, sua doçura.

Fomos em seguida para Casablanca, que nada tem daquele glamour do filme. É a maior cidade do Marrocos, bem como sua capital comercial e industrial.

Lá conhecemos uma enorme mesquita, Hassan II, que é o mais alto templo do mundo, onde não era permitida a entrada de pessoas não muçulmanas.
Foto: Mesquita em Casablanca

Fomos depois para Rabat, que é a capital oficial do Marrocos, onde visitamos o mausoléu de Mohammed V, rei do Marrocos, em 1956, quando o país obtinha sua independência.

Nesta viagem na qual não provei nenhum vinho da região vi em compensação, muitas maravilhas:
Foto: Portão trabalhado

Os inúmeros portões trabalhados como marchetaria, os típicos vendedores de água, as medinas, os artesãos trabalhando metais e teares, o deserto e os imponentes prédios daquela cultura tão singular! Foi patente também a grande desigualdade social. Muitas pessoas viviam em casas majestosas e outras em verdadeiras favelas.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Vinho Siciliano da vinícola Planeta

Quando fizemos uma viagem pelo sul da Itália, com o objetivo de conhecer a Sicilia, ainda no continente, passamos por uma bela praia chamada Cila.
Foto: Praia de Cila

No continente, pegamos um ferry para a cidade de Messina, e de lá, fomos direto para Taormina e em seguida para a cidade de Siracusa, que foi colônia de Corinto, em 734 A.C.
Siracusa foi importante cidade-Estado até ser conquistada pelos romanos em 212 A.C.
Com seus inúmeros monumentos, esta cidade foi, segundo Cícero (cônsul romano), a mais bela de todas as cidades.
Um passeio por esta agradável cidade, revelou os seus encantos. Porém a cidade e seus monumentos carecia de amplo restauro.
Fomos em seguida à Agrigento, cidade que se ergueu no local de Akragas, imponente vilarejo do mundo grego antigo, poderoso rival de Siracusa.
Lá fomos visitar sua área arqueológica, conhecida como vale dos templos e pudemos ver as ruínas dos templos gregos.
Foto: Cefalu

Partimos então para Palermo e de lá para uma linda praia chamada Cefalu.
Foto: Cefalu

Cefalu é uma vila de pescadores muito bucólica que tem uma grande estrutura de rocha, que mais parece uma fortaleza.
Foto: Rocha em Cefalu

Com o objetivo de ampliar o conhecimento dos vinhos Sicilianos, participei no dia 17/03/2010, de uma degustação de vinhos Sicilianos da produtora Planeta.

Com vinhedos em 5 regiões da Sicília, Sr. Alesio, que juntamente com um irmão e sobrinha são proprietários da vinícola, fez uma apresentação de 6 dos seus vinhos, importados pela Interfood (fone:(11) 2602-7255).
A vinícola utilizar as cepas autóctones: Ulmo, Frappato, Nero D'Avola e Moscato Bianco. Além destas uvas, trabalha também com as Cabernet Sauvignon, as Cabernet Franc, Chardonnays, além da uva Fiano, vindas da região da Campanha, também no sul da Itália.
Desta forma, usando todas estas uvas, a vinícola cria vinhos diferenciados, em função dos diversos terroir da Sicília.
Os 5 vinhedos ficam em regiões cujas altitudes variam, desde o nível do mar até 1200m de altitude e produzem cerca de 13 rótulos.
Conforme o proprietário, o terreno da Sicilia é muito variado, a cada palmo mudam suas características.
No extremo sudeste da ilha, a predominância é de calcáreo, como ocorre em Champagne.
Foram degustados 5 vinhos:

1) Alastro Bianco 2008, das uvas Grecanico (70%) e Chardonnay (30%), tem um aspecto amarelo-palha claro brilhante, aromas de pêssego, melão e toques de baunilha. Na boca, revelou ser um vinho suave e bem estruturado, com boa acidez e uma deliciosa mineralidade.
É um vinho muito agradável, que combina com sopas, risotos de cogumelos ou lulas, peixes frescos e macarrão com tomates e ricota.
O preço dele é de R$78,90, e a graduação alcóolica é de 12,5%

2)  Cometa 2007, da casta Fiano.
Com um aspecto mais amarelo que o primeiro, demonstrou ser um vinho de qualidade superior, mas com preço um pouco alto por sua qualidade. Talvez um dos motivos do preço ser alto, seja o fato do vinho ter as classificações de 2 bicchieri, RP 88 e WE 91 pontos.
Ele tem bom corpo, um intenso aroma cítrico e notas balsâmicas, de lavanda e camomila. Na boca se mostrou mais potente que o primeiro.
Seu preço é de R$151,30, e tem 14,5% de graduação alcóolica.

3)  Cerasuolo di Vittoria 2007, das uvas Nero D'Avola (60%) e Frappato (40%).
Com uma cor rubi intensa, com reflexos rosa, e intenso aroma floral.
Tem uma boa estrutura e persistência média.
Ele vai bem com pratos como tortas de beringela, massas com atum fresco e queijos semicurados.
Custa R$97,82 e tem 13% de graduação alcóolica.

4) Burdese 2006 das castas Cabernet Sauvignon (70%) e Cabernet Franc (30%). A idéia do nome é a de seguir o corte Bordalês do vinho.
Sua cor é mais intensa que o anterior e o aroma é de frutas vermelhas, flores e um toque mineral.
O vinho é muito potente, porém um pouco jovem demais. Na boca demonstrou bons taninos e boa persistência.  Acredito que com uma "guarda" ele deva evoluir como vinho, justificando seu preço.
Ele combina com pratos mais intensos como bolognesa, espaguetti alla carbonara e pratos à base de carne vermelha.
Custa R$151,30 e a graduação alcóolica é de 14,5%

5) Santa Cecília 2006, da casta Nero d`Avola.
Para mim este foi o melhor vinho da noite. Tem aspectos frutados, taninos redondos e uma ampla sensação na boca...
Tem uma cor ainda, mais intensa que os anteriores e aromas de frutas sêcas, com excelente persistência.
Obteve 3 bichchieri do Gambero Rosso, RP90 Pts. e WS90Pts.
Quanto à harmonização requer pratos mais fortes também, como massas à bolognesa e pratos à base de carne.
Custa R$151,30 e tem 14% de álcool.

6) Moscato di Noto 2006, da uva moscato bianco.
Conforme o produtor, a Sicília faz vinho com uma diversa gama de uvas, principalmente da uva Marsala da região próxima a Palermo.
Este é um vinho que tem um sabor encantador, explodindo na boca, sem excesso de açúcar.
Nesta safra, recebeu a nota de 2 Bicchieri do guia Gambero Rosso.
Acompanha bem sobremesas, exceto chocolate, além de queijos azuis, tipo gorgonzola.
Custa R$141,75 (meia garrafa) e tem 11,5% de alcóol.


Além destes vinhos,  provamos o azeite Planeta Extra virgem. O produtor não entende por que os brasileiros não chamam o azeite de olio, confundindo-o com o acceto balsâmico.
Este azeite tem 0,36 de acidez, apresentando uma cor amarelo ouro com reflexos esverdeados.
No nariz demonstrou um intenso perfume vegetal e aromático, com acento de frutas cítricas, tomates verdes e folhas.
Seu sabor tem um final longo e picante.
Seu preço é de R$34,77, para 250ml.

Esta degustação confirmou para mim, o seguinte:
A Sicilia produz grandes vinhos, concorrendo com os bons italianos, sem no entanto, ter um preço exorbitante.
Diferente também da minha experiência com a gastronomia siciliana (que me pareceu um pouco carregada), os vinhos são finos e muito delicados.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Viagem a Istambul

Partindo de um sonho de conhecer os mistérios do Oriente que incluía ver de perto, as dançarinas do ventre, programei uma viagem para Istambul.
Foto: Dançarina do ventre no hotel

Descobri que Istambul tem uma parte no Ocidente e outra no Oriente, separadas pelo estreito de Bósforo. Este estreito liga o mar Negro ao mar de Mármara. O nome Bósforo significa boi, e conforme a mitologia diz, se refere à história de Ló, jovem amada por Zeus, transformada por ele em boi e perseguida por uma mosca sugadora, enviada pela ciumenta Hera.
Foto: Hotel de luxo no bósforo

Chegando pelo lado ocidental, me deparei com uma cidade de largas avenidas e com um trânsito caótico. Os taxis eram antigos e os motoristas não falavam outra língua, senão o ininteligível árabe.
Nesta época que visitei Istambul, o euro ainda não tinha sido implantado, o que tornava a viagem razoavelmente barata.
Foto: Hotel Conrad

Hospedamos-nos no hotel Conrad Hilton, que parecia um palácio moderno, habitado por figuras das “mil e uma noites”, vestindo pesadas roupas, que escondiam até a face.
Dizem que por baixo destas vestimentas, essas mulheres são as maiores consumidoras de lingeries das mais finas grifes européias.
No caminho para o hotel, descobri que barcos que iam ao centro da cidade, partiam de um cais que ficava perto do hotel. Isto me atraiu para a aventura pelo mar.
No dia seguinte, por duas vezes, perguntei ao recepcionista como poderia ir de barco para o centro, obtendo a afirmativa que eu deveria ir de taxi.
Aficcionado pela aventura e pelo desejo de contato com o povo local, fomos ao cais para obter informação sobre o uso das barcas. A única coisa que entendi, em árabe, era que, devíamos pegar um barco para o lado oriental e de lá ir ao centro, o que considerei muita aventura.
Decidi então ir de ônibus, o que não se foi uma empreitada fácil, pois o pagamento das passagens, era feito em alguns casos, dentro do ônibus e em outros casos, no guichê externo.
Encontrei, no terminal, um ônibus com a placa Topkapi, nome de um palácio que deveria ficar no centro da cidade. Foi neste ônibus que embarquei.
Foto: Entrada do bazaar de especiarias

Chegando ao turbulento centro, nos dirigimos ao Mercado de especiarias, atraídos pelos deliciosos aromas que sentíamos, desde sua entrada.
Os cheiros se mesclavam com todo tipo de tempero e supostos afrodisíacos oferecidos pelos vendedores.
Lá compramos o melhor curry que já provei na vida e outros tantos doces maravilhosos, compostos por geléia de mel e pistaches.
Foto Gran Bazaar

Fomos em seguida ao “Gran bazaar”, onde os vendedores eram tão espertos que chegavam a reconhecer a nossa origem, simplesmente pelo nosso semblante, apenas nos confundindo, à vezes, com os italianos.
Lá descobri que a habilidade dos nossos comerciantes, vem daquela origem.
Lá tudo era negociado e éramos seduzidos por chás e outros mimos.
Passamos praticamente toda a manhã negociando um tapete. Quando chegamos a um acordo no preço, percebi uma risadinha marota do vendedor, demonstrando que tínhamos fechado o preço antecipadamente.
À noite jantamos no hotel, onde havia um show de dança do ventre, com uma bela turca, e embora, mais parecesse um show preparado para turista, tinha o seu encanto.
No delicioso jantar tomei o vinho turco Yakut, da variedade de uva turca Kalecik Karasi, da vinícola Kalvaklidere. Era um vinho harmonioso e com uma boa complexidade.
Foto: Rótulo do vinho

Na época, não sabia que credita-se a origem do vinho à Turquia, Geórgia ou Armênia
A Turquia hoje tem a quarta maior área plantada de uvas do mundo, sendo que apenas 3% delas são transformadas em vinho, a grande maioria das uvas é consumida em natura ou na forma seca.
Descobri que o povo da antiga Anatólia, região da capital Ancara, já produzia vinhos 4000 anos antes de Cristo. Uma visita ao museu da civilização Anatólia de Ankara, mostra esta histórica tradição.
No dia seguinte retomamos a aventura de ônibus indo, ao palácio Topkapi, onde tivemos várias revelações.
A primeira delas ocorreu na visita ao harém, onde descobri que quem escolhia as mulheres do sultão, era a sua mãe, que também governava a cidade, quando seu filho viajava. Desta forma, quem realmente educava e depois dominava o sultão, era sua mãe, exercendo o matriarcado, que continua até hoje.


Os tronos, por sua vez, eram enormes, provavelmente para conter a gordura do governante, que passava a maior parte do tempo descansando e se alimentando.
Neste palácio é que existe a maior Esmeralda do mundo, que, no entanto, como a maioria das jóias ali, estava na sua forma bruta.
Foto: Interior da mesquita azul

Visitamos também a encantadora mesquita Azul, coberta por mosaicos, pastilhas e escritas em árabe. Esta Mesquita tem um enorme pé direito e recebe muitas preces do povo.
Foto: Mesquita Santa Sofia

Outro passeio que fizemos foi a bonita visita à mesquita Santa Sofia, que apesar de ter um acabamento mais rústico, é cheia de misticismo e, dizem, tem a marca do toque de Deus.
Foto: Taksim

À noite fomos à região noturna mais badalada de Istambul, denominada Taksim.
Passamos pela vitrine de uma loja, onde uma senhora sentava em volta de um tipo de fogão, na forma de uma enorme panquequeira, preparando finas folhas de massa de pão, que seriam cobertas por variadas opções de ingredientes. Não resistimos e fomos apreciar a deliciosa iguaria.
Entre os animados bares e restaurantes da região, tentamos encontrar um local, onde houvesse a verdadeira dança do ventre. Passamos por vários porões, com aparência suspeita e nos desencorajamos da empreitada.
Na volta, tentamos pedir a um taxista para nos levar ao hotel, mas nossa pronúncia deve ter sido ininteligível para ele. Na segunda tentativa de comunicação, finalmente tivemos sucesso.
No dia seguinte, fizemos um passeio pelo canal que divide os dois lados da cidade, ladeado por casas que custavam milhões de dólares, ele constrastava com a grande pobreza do povo.
Foto: Casa no Bósforo

Em outros passeios pelo centro, conhecemos algumas figuras típicas da cidade, como o engraxate, com um enorme aparato dourado para fazer seu trabalho, e o vendedor de peixe. Este último era outra figura singular, cuja cozinha ficava dentro de um barco no canal. Ele vestia um tipo de tapete e parecia bastante exótico.
Foto: Tomando chá no Gran Bazaar, frente a uma imágem de um Derviche

Os vendedores de chá passeavam pela cidade, com suas bandejas cheias de copinhos decorados.
Os vendedores de sorvete, por sua vez, faziam malabarismos, para atrair os clientes.
Fomos de barco ao lado oriental e a um parque, lotado de pessoas fazendo pic-nic, que se chamava Çamlica. Não encontrando qualquer atração que justificasse nossa presença por mais tempo neste lado oriental, voltamos para o lado ocidental.
Fizemos uma descoberta desagradável, a de que tínhamos de levar papel higiênico conosco, aos banheiros públicos, pois nunca encontrávamos um, nos locais.
 Foto: Menino turco na idade do batismo

Apesar de algumas frustrações, voltamos para o Brasil, repletos de cheiros e imagens.
Foto: Aparato do sapateira

Uma coisa que nos acompanhou, foi o som do cântico dos religiosos. Cânticos que ecoavam por toda a cidade, em determinadas horas do dia em que o povo parava para seu culto religioso.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Vinhos Sicilianos da Vinícola Cosumano

Quando fui à Sicilia, em 1997, inspirado pelo filme "O sol por testemunha"(lá aparecia a cidade de Taormina) tive algumas surpresas:
Foto: Taormina
- Taormina é uma linda cidade florida, com um teatro romano no alto da colina e com uma vista para um mar de forte tom azul! Belíssima!
Foto: Vista do mar de Taormina
- A ilha era muito maior do que eu podia  imaginar, até mesmo com dimensões continentais. E eu levaria um longo tempo para percorrê-la...
- Não encontrei nenhuma cidade como aquelas que eu via nos filmes do poderoso chefão, nem mesmo aquelas velhinhas de preto perambulando pelas ruas...
Foto: Taormina
- As estradas principais eram de excelente qualidade, com túneis de quilômetros de extensão.
 Foto: Palermo, pessoas comendo escargot cozido em caldeirão
- Jantei em Palermo, (uma cidade muito bonita que lembrava Buenos Aires dos bons tempos), num restaurante divino, à beira mar, onde eu podia ver as lanternas dos pescadores brilhando dentro do mar.
Foto: Palermo
- Nesta época só conhecia o vinho Corvo de Salaparuta, que não constava do cardápio dos bons restaurantes locais. Lá só encontrei uma gama enorme de vinhos da região, com preços bastante altos.
Foto: Colhedores na Sicilia

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Com o objetivo de conhecer os vinhos atuais da Sicília, participei no dia 10/03/2010, de uma degustação de vinhos Sicilianos na ABS, da produtora Cusumano.
Com vinhedos em várias regiões da Sicília, Diego Cusumano, um dos dois proprietários da vinícola, fez uma apresentação de 6 dos seus vinhos, importados pela Aurora (fone:(11) 3623-2288).
Fundada em 1963, a empresa familiar Cusumano iniciou a produção de vinhos apenas nesta década, depois de 40 anos de estudos e experimentações.
Além de utilizar cepas autóctones,  Diego Cusumano trabalha também com as uvas Syrah e Chardonnay, criando vinhos diferenciados, em função do terroir da Sicília.
Foram degustados 6 vinhos, 5 deles com tampas de vidro.
Apenas o vinho top deles tem rolha de cortiça.
Conforme me foi explicado pelo Diego, as tampas de vidro são mais herméticas do que as rolhas de cortiça.
Diego não usa a tampa de vidro em seu vinho top, pois este é um vinho de guarda e não se sabe ainda se a tampa altera as características do vinho com o passar de um tempo maior.

1) Insolia Sicilia I.G.T. 2008, da uva Insolia, que apresentou um aspecto amarelo-palha brilhante, aromas cítricos e toques minerais. Na boca revelou uma estrutura boa, corpo médio, baixa acidez e um delicioso final mineral.
É um vinho fácil de tomar, que combina com pratos de frutos do mar grelhados, saladas e queijos de massa mole.
O preço dele é de R$48,00, e a graduação alcoolica 12,5%

2)  Agimbé Sicilia I.T.G 2008, das castas Insólia (70%) e Chardonnay (30%).
Com um aspecto mais amarelo que o primeiro, demonstrou ser um vinho que se destaca por sua delicadeza e intensidade.
Tem um aroma de pêssego, com notas florais, de corpo médio, com boa intensidade e um fundo de coquetel de frutas.
É um vinho mais equilibrado que o primeiro, combinando com os mesmos pratos do primeiro.
Seu preço é de R$68,50, e tem 13,5% de graduação alcóolica.

3) Syrah Sicilia I.T.G 2008
Com uma cor vermelho púrpura intensa, e potentes aromas de frutas negras e especiarias.
Apresentou na boca uma boa estrutura, taninos e persistência média.
Ele vai bem com pratos de carne vermelha e massas com molhos fortes.
Custa R$48,00 e tem 14,5% de graduação alcoolica.

4) Nero d`avola Sicilia I.T.G 2008, de cor vermelho púrpura e intensos aromas de frutas vermelhas, flores e um toque mineral.
Na boca tem uma boa estrutura, taninos médios, agradável frescor, sabores frutados e boa persistência, devendo acompanhar bem os mesmos pratos do anteriror.
Custa R$48,00 e a graduação alcoolica é de 14,5%

5) Benuara Sicília I.T.G. 2007, das castas Nero d`Avola (70%) e Syrah (30%).
Este vinho combina uma uva Siciliana com o refinamento da internacional Syrah. Desta forma, apresenta uma combinação de aromas florais, frutas vermelhas e negras.
Tem uma estrutra melhor que dos 2 anteriores, bons taninos e agradável frescor.
Custa R$78,00 e tem 14,5% de álcool.

6) Ságana Sicilia I. T.G. 2006, da uva Nero d`Avola.
Este é um vinho bem mais complexo, produzido a partir dos melhores vinhedos da família. Nesta safra, recebeu a nota de Tre Bicchieri do guia Gambero Rosso, junto com os melhores vinhos da Toscana e Piemonte, que custam muito mais caros.
Tem aromas de frutas silvestres maceradas, toques de chocolate e alecrim. Os taninos são firmes, com um final longo e delicioso.
Acompanha bem pratos de carne vermelha ou caça e massas com molhos ricos em sabor e aroma. Prová-lo puro talvez seja a melhor experiência.


Perguntei ao produtor, com meu italiano macarrônico: "que sei buono per mangiare con questo vino" e ele respondeu rápidamente: "sei melho bebere solo"


Esta degustação foi bem diferente de várias outras de vinhos italianos, pois os primeiros vinhos não tinham a intenção de serem pretensiosos, sendo fáceis de serem tomados em qualquer hora.

Já o último vinho, apesar do preço é uma ótima escolha para os momentos de comemoração.

Do Brasil para Luxemburgo, Tenuta Foppa & Ambrosi

Tenuta Foppa & Ambrosi estreia neste mercado com exportação de 600 garrafas   Os ‘guris’ que começaram a elaborar vinho no porão de casa...