segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Viagem a Vermont

Na viagem que fiz para os Estados Unidos aproveitei para dar uma volta pelo estado de Vermont, durante o outono, quando ocorre o espetáculo multicolorido das folhas das árvores caindo.
Foto: Outono em Vermont
Inspirado pelo filme “As pontes de Madison”, que ficam no estado de Iowa, procurei também conhecer algumas pontes cobertas, deste magnífico estado de Vermont.

A tarefa, de garimpar este tesouro, foi bem trabalhosa, compensada porém, pelo prazer de conhecer estas antigas jóias da cultura americana.

Passando pela cidadela de Weston Village, onde tem uma lojinha de inúmeros e lindos artesanatos, perguntei para o dono, onde estavam estas pontes. Ele me indicou um mapa, onde eu podia achar 107 pontes e seus “endereços”. Comprei sem titubear.

Aprendi num texto do mapa, que a cobertura das pontes era destinada a proteger sua estrutura e não para servir como abrigo da chuva, aos transeuntes.

Por incrível que pareça, os Estados Unidos ainda não estão tão integrados com o GPS, pois não existia no mapa sequer, as coordenadas das pontes, o que facilitaria meu trabalho.
Foto: Hotel de Ludlow
Ficamos hospedados na vila de Ludlow, próximos a uma estação de esqui, num motel, que dava até mesmo certo medo, pois estava quase totalmente vazio. Seria um cenário perfeito para um filme de suspense como o que vimos dos irmãos Cohen, onde o assassino entrava num motel e matava as pessoas com uma arma de abater gado.
Foto: Ponte de Upper Falls
No dia seguinte saímos à caça de uma das pontes que ficavam nas proximidades de Ludlow.

Pegamos uma estradinha secundária e, de repente, nos deparamos com a magnífica visão da ponte Upper Falls, em Downsers.

Era uma enorme estrutura de madeira, no seu estado natural, com aquelas poderosas vigas, que resistindo ao tempo, faziam sua sustentação.

A emoção nos transportou para o filme e passamos a procurar o bilhete de Francesca convidando Robert Kincaid, para um jantar em sua casa.
Inspirado pelo fotógrafo da National Geographic, comecei a registrar aquela emoção, tentando captar aquele amor impossível do filme...

A luz entrava pelas fendas da ponte, donde se via o brilho do lindo riacho.

Ficamos viajando por um tempo, olhando para a ponte e lembrando todo o clima de romance, já esperando voltar ao Brasil, para rever o filme e, como sempre, chorar no seu final.

Para comemorar a visão da primeira ponte, fomos jantar no “Sam’s Steackhouse”, um restaurantinho transado, sem aquele requinte, mas gostoso, como a maioria dos restaurantes americanos.

Aproveitamos para continuar apreciando a cauda de lagosta com batatas assadas, num ótimo preço, além de provar uma carne de porco acompanhada de chutney de maçã, que harmonizou bem com um vinho americano.

O vinho da uva Chardonay, chamado Sonoma-Cutrer, da safra 2008, é produzido pela Russian River Ranches. É um vinho resultante do composição de várias vinhas, o que dá a ele, uma personalidade especial. As vinhas ficam próximas do mar, no topo de antigas plantações, que pegam desde o sol do dia até o frio das noites. Os aromas do vinho eram de jasmim e rosas, amêndoas tostadas, concluindo com um toque de lima e lichia. De corpo médio, tinha um fundo de boca com uma acidez equilibrada e uma boa expansão. O sabor lembrava limão, pêra e baunilha, além de champignon, contando com boa mineralidade. O seu preço nas lojas é de US$23,00. Que pena que os impostos aqui se multiplicam, não resultando nesta boa relação custo/ benefício.

No dia seguinte, nos embrenhamos pelas florestas naturais da região, passando por lagos de águas transparentes, e por árvores com cores outonais.


No caminho, descobrimos a ponte na cidade de Northfield Falls, a única ponte colorida que encontramos no estado.

Sua cor tinha uma tonalidade ocre, parecendo mais ainda com uma das pontes do filme.

Novamente passamos a fotografar os vários ângulos e cores do local.


Vimos também uma construção enfeitada com duas abóboras de halloween, muito abundante e comum na região.

No fim do passeio, chegamos à cidadela de Stowe, que no inverno fica agitada por suas pistas de esqui.


O lugar era tão lindo, que eu me lembrava o tempo todo da musica “Skylark” (cotovia), que eu adoro, e que cita as trilhas formadas pelos esquiadores em Vermont.


Lojas de artesanato eram comuns no local e montadas com gosto impecável. Queríamos comprar tudo que víamos por lá.


Ainda na cidade, encontramos uma pequena ponte coberta, que se destinava apenas a transeuntes.



Foto: Ponte Emily
Descobrimos que a família Von Trapp, quando saiu da Austria, foi para esta região e acabou fazendo um lindo hotel, no estilo austríaco.



Depois de passearmos pelos arredores, encontramos a ponte Emily, fechando então, com chave de ouro a nossa viagem.

domingo, 17 de outubro de 2010

Viagem ao estado de Nova York

Durante a leitura do livro “Vinhos dos Estados Unidos” descobri que o estado de Nova York abriga importantes vinhedos.

Lá existem duas boas regiões produtoras: Finger Lakes e Long Island, além das promissoras Hudson River e Lake Erie, cuja maior produção de suas uvas se destina mais a sucos.
Foto: Lago Seneca em Finguer Lakes
O nordeste atlântico dos Estados Unidos é a mais antiga região produtora de vinho dos Estados Unidos.

Os invernos rigorosos impediram, no entanto, que a produção de vinho, nesta região, se desenvolvesse no mesmo ritmo da Califórnia.

No final dos anos 50 foram plantadas vinhas européias nesta região, em vez das uvas nativas americanas, o que impulsionou a produção.

Na região de Long Island temos aproximadamente 52 vinícolas, que utilizam apenas cepas de uvas européias, tais como: Cabernet Sauvignon, Merlot, Chardonnay e Riesling.

Geleiras da era glacial escavaram as 11 Fingers Lakes que existem no centro-oeste de Nova York. Entre os lagos, 4 maiores deles dão o nome ao conjunto de lagos que parecem com os dedos do Grande Espírito, descrito na lenda da tribo Iroquês.

Mais de 80 vinícolas dominaram essa antiga região selvagem, aproveitando as condições ideais para o plantio de diversas cepas de uvas.

Os lagos com encostas onduladas e temperaturas extremas no inverno e verão, contribuem para excelentes condições de amadurecimento das uvas Riesling, Gewüztraminer e Pinot Noir.

Também temos nesta região, bons espumantes!
Foto: proprietário da vinícola
Com base nas sugestões do livro “Vinhos dos Estados Unidos” selecionei o produtor de “Chateau Lafayette Renau” para visitar na região de Finger Lakes.
Foto: Placa do Chateau

Ficando ao sul do lago Sêneca, esta vinícola se beneficia deste terroir apropriado para produzir vinhos da uva Riesling, estruturado como o alemão, e o Merlot, bem encorpado.
Foto: Enólogo
O Pinot Noir, por sua vez, tem toques vivos de groselha e cereja e o Cabernet Sauvignon tem toques de ameixa, couro e chocolate.

Os vinhos mais recomendados deste produtor são o Château Lafayette Renau Cabernet Sauvignon e o Johannisberg Riesling.

Graças ao GPS (aliás usei o meu, pois o locado não permitia a colocação de coordenadas, por ser um equipamento ultrapassado) e as coordenadas enviadas pela vinícola, cheguei facilmente à propriedade.

Fui muito bem recebido na vinícola, inclusive não sendo cobrado dos usuais US$5 por pessoa, para degustar os vinhos.

Fui levado para um passeio pela vinícola, a menor que já conheci, e também diferente do normal exagero americano.

A plantação fica num declive, com uma linda vista para o lago.

Apos a colheita, as uvas são levadas a um equipamento que retira os engaços (galhinhos da uva) e as sementes, indo em seguida para a prensa, para retirada do suco.

Esse suco é então transportado para as cubas refrigeradas, onde ocorre o processo de fermentação.

Após este processo, o vinho vai para os tonéis para envelhecimento, só sendo engarrafado, conforme a demanda do mercado.
Foto: O que sobra do mosto é vendido para fazerem grappa
Foto: Engarrafamento e embalágem
Provei 10 vinhos, sendo que gostei muito do tinto Cabernet Sauvignon Owner’s Reserva 2005 e dos brancos em geral.

Os destaques ficaram para os vinhos a seguir:

1) Cabernet Sauvignon Owner’s Reserve 2005, Um vinho com elegância e personalidade, rico, complexo e equilibrado.. Seu preço de US$53,99, é um pouco alto competindo, nos EU, com bons vinhos europeus.

2) Chardonnay 2009 (barrel Fermented), com aroma de baunilha, devido ao barril de carvalho americano, com tons de canela. A fermentação em barril dá uma sensação sedosa ao paladar, com toques de limão, com um fundo bem balanceado. Seu preço era de US$15,29

3) Chardonnay 2008 (reserva do proprietário), fermentado e envelhecido por 10 meses em barrica de carvalho francês. Apresentou aroma de pêra e maçã. Na boca, mostrou um casamento perfeito da madeira suave com a fruta. Seu preço era de US$17,99

4) Dry Riesling 2009, que mostrou um aroma de pêssego, bem estruturado. Razoavelmente seco, com elegante sabor de melão e uma notável característica cítrica. Custava US$13,49 .

Acabei comprando alguns vinhos brancos, por apresentarem uma excelente relação custo / benefício.

O responsável pela degustação, me informou que no vinho late harvest deles era adicionado açúcar comum, pois não conseguiam atingir naturalmente o teor de açúcar necessário, o que me desencorajou para prová-lo.

Miolo chega na Argentina e desbrava seu quinto terroir

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