domingo, 17 de outubro de 2010

Viagem ao estado de Nova York

Durante a leitura do livro “Vinhos dos Estados Unidos” descobri que o estado de Nova York abriga importantes vinhedos.

Lá existem duas boas regiões produtoras: Finger Lakes e Long Island, além das promissoras Hudson River e Lake Erie, cuja maior produção de suas uvas se destina mais a sucos.
Foto: Lago Seneca em Finguer Lakes
O nordeste atlântico dos Estados Unidos é a mais antiga região produtora de vinho dos Estados Unidos.

Os invernos rigorosos impediram, no entanto, que a produção de vinho, nesta região, se desenvolvesse no mesmo ritmo da Califórnia.

No final dos anos 50 foram plantadas vinhas européias nesta região, em vez das uvas nativas americanas, o que impulsionou a produção.

Na região de Long Island temos aproximadamente 52 vinícolas, que utilizam apenas cepas de uvas européias, tais como: Cabernet Sauvignon, Merlot, Chardonnay e Riesling.

Geleiras da era glacial escavaram as 11 Fingers Lakes que existem no centro-oeste de Nova York. Entre os lagos, 4 maiores deles dão o nome ao conjunto de lagos que parecem com os dedos do Grande Espírito, descrito na lenda da tribo Iroquês.

Mais de 80 vinícolas dominaram essa antiga região selvagem, aproveitando as condições ideais para o plantio de diversas cepas de uvas.

Os lagos com encostas onduladas e temperaturas extremas no inverno e verão, contribuem para excelentes condições de amadurecimento das uvas Riesling, Gewüztraminer e Pinot Noir.

Também temos nesta região, bons espumantes!
Foto: proprietário da vinícola
Com base nas sugestões do livro “Vinhos dos Estados Unidos” selecionei o produtor de “Chateau Lafayette Renau” para visitar na região de Finger Lakes.
Foto: Placa do Chateau

Ficando ao sul do lago Sêneca, esta vinícola se beneficia deste terroir apropriado para produzir vinhos da uva Riesling, estruturado como o alemão, e o Merlot, bem encorpado.
Foto: Enólogo
O Pinot Noir, por sua vez, tem toques vivos de groselha e cereja e o Cabernet Sauvignon tem toques de ameixa, couro e chocolate.

Os vinhos mais recomendados deste produtor são o Château Lafayette Renau Cabernet Sauvignon e o Johannisberg Riesling.

Graças ao GPS (aliás usei o meu, pois o locado não permitia a colocação de coordenadas, por ser um equipamento ultrapassado) e as coordenadas enviadas pela vinícola, cheguei facilmente à propriedade.

Fui muito bem recebido na vinícola, inclusive não sendo cobrado dos usuais US$5 por pessoa, para degustar os vinhos.

Fui levado para um passeio pela vinícola, a menor que já conheci, e também diferente do normal exagero americano.

A plantação fica num declive, com uma linda vista para o lago.

Apos a colheita, as uvas são levadas a um equipamento que retira os engaços (galhinhos da uva) e as sementes, indo em seguida para a prensa, para retirada do suco.

Esse suco é então transportado para as cubas refrigeradas, onde ocorre o processo de fermentação.

Após este processo, o vinho vai para os tonéis para envelhecimento, só sendo engarrafado, conforme a demanda do mercado.
Foto: O que sobra do mosto é vendido para fazerem grappa
Foto: Engarrafamento e embalágem
Provei 10 vinhos, sendo que gostei muito do tinto Cabernet Sauvignon Owner’s Reserva 2005 e dos brancos em geral.

Os destaques ficaram para os vinhos a seguir:

1) Cabernet Sauvignon Owner’s Reserve 2005, Um vinho com elegância e personalidade, rico, complexo e equilibrado.. Seu preço de US$53,99, é um pouco alto competindo, nos EU, com bons vinhos europeus.

2) Chardonnay 2009 (barrel Fermented), com aroma de baunilha, devido ao barril de carvalho americano, com tons de canela. A fermentação em barril dá uma sensação sedosa ao paladar, com toques de limão, com um fundo bem balanceado. Seu preço era de US$15,29

3) Chardonnay 2008 (reserva do proprietário), fermentado e envelhecido por 10 meses em barrica de carvalho francês. Apresentou aroma de pêra e maçã. Na boca, mostrou um casamento perfeito da madeira suave com a fruta. Seu preço era de US$17,99

4) Dry Riesling 2009, que mostrou um aroma de pêssego, bem estruturado. Razoavelmente seco, com elegante sabor de melão e uma notável característica cítrica. Custava US$13,49 .

Acabei comprando alguns vinhos brancos, por apresentarem uma excelente relação custo / benefício.

O responsável pela degustação, me informou que no vinho late harvest deles era adicionado açúcar comum, pois não conseguiam atingir naturalmente o teor de açúcar necessário, o que me desencorajou para prová-lo.

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