Neste ano de 2015 fiz mais uma viagem à Europa. Começamos por Amsterdam, rodamos pela Alemanha, passamos pela Alsácia, República Tcheca e Áustria.
Este roteiro teve alguns objetivos:
ir de novo à Amsterdam e re-visitar a Alemanha depois de mais de 40 anos. Meu desejo era de rever locais por onde passei e conhecer outros novos.
Além deste, queria visitar vinícolas na Alemanha e Alsácia tendo como objetivo, conhecer melhor os vinhos destas regiões e fazer uma comparação entre o Riesling alemão e alsaciano.
A primeira vez que estive em Amsterdam quase não tive tempo de conhecê-la. Desta vez pretendia fazer isto melhor. Visitar seus museus, principalmente o Van Gogh, também era desejo meu.
Depois de conhecer Amsterdam, fui de avião para Berlim, cidade grandiosa e magnífica, que eu não havia conhecido na primeira vez que estive na Alemanha, pois ela ficava dentro da área comunista e as dificuldades para ir até lá não eram poucas.
Em seguida, após a visita a Berlim fui a Dresden, uma cidade incrível, que teve 80% de sua área destruída pelo bombardeio aliado, durante a segunda grande guerra.
Nesta cidade fiquei impressionado pela beleza e pela capacidade do seu povo de reconstruir seus prédios, como eram antes da guerra, aproveitando os blocos dos prédios destruidos.
Passei também pela cidade termal de Karlovyvary, na República Checa, que mais parecia com a Europa antiga, cheia de lindas casinhas e de fontes de água termal, ao longo de seu rio.
Ao sair de Karlovyvary, parti para o meu segundo objetivo nesta viagem, o de conhecer melhor os vinhos alemães e, em particular, os da cepa Riesling. Fiquei então hospedado na cidade de Rüdesheim, no Reno, onde fui visitar 3 importantes vinícolas alemãs: Weingut Müller-Catoir, Emrich-Schönleber e Weingut Künstler.
Nesta região, ainda visitei a esplêndida cidade de Wiesbaden, onde fiquei hospedado na primeira vez que estive na Alemanha, a trabalho.
Fui conhecer também o rio Mosel, principal afluente do Reno, na região da cidadela de Cochem, que por sinal era encantadora.
Passei pela luxuosa cidade termal de Baden Baden e segui então para Colmar, na Alsácia, onde visitei mais 3 vinícolas: Domaine Paul Blanck, Domaine Weinbach e Hügel.
Além de Colmar, voltei a Riquewir e Ribeauvillé, e conheci as cidadelas de: Keisesberg, e Kientzheim, cidades antigas, floridas e com suas casas charmosas em Enxaimel.
Voltei então à Alemanha, para rever a cidade de Heidelberg e seu imponente castelo, com o maior barril de vinho do mundo.
Fui nesta viagem também até Rothenburg ob der Tauber, cidade fantástica onde começa a estrada romântica, com vilarejos encantadores, entre eles Dinkelsbühl.
Percorrendo a rota romântica, cheguei ao sul da Alemanha, em Füssen, escolhido como ponto de apoio, para visitar e rever o Castelo de e a Cidade de Garmish Partenkirchen.
Depois disso, fomos à Salzburg, na Áustria, para conhecer a cidade e visitar as locações do filme “A Noviça Rebelde”.
Retornei à Munique, por onde havia passado rapidamente na minha primeira viagem a Alemanha e fiquei admirado com uma cidade verde e alegre.
A viagem foi muito boa! Posso afirmar que foi um grande acontecimento em todos os aspectos, pois nos permitiu além de conhecer coisas novas e belas, esquecer um pouco, o baixo astral reinante no Brasil.
Conviver com um povo muito educado, apesar de um pouco rude, perceber a organização do trânsito, a limpeza, o trabalho, a cultura desta gente foi muito rico!
Felizmente, em muitas coisas, a Alemanha vem fazendo o contrário do Brasil, e talvez por isso esteja melhor do que a gente.
Se por um lado, perceber tais contrastes me deixou cabisbaixo, por outro acho que temos muito a aprender com eles!
A eles, um brinde!
Prost!
Aproveitem as experiências que venho vivendo, enquanto procuro conhecer melhor o mundo dos vinhos. Também vou falar da gastronomia e de viagens pelo mundo, incluindo as principais regiões produtoras de vinho. Saúde! E boa leitura!
segunda-feira, 30 de novembro de 2015
segunda-feira, 23 de novembro de 2015
Veneza, La Serenissima!
No ano de 2014 estive 2 vezes em Veneza. A primeira foi por meio dia, quando fiquei hospedado em Mestre, no continente, no Russott Hotel Venice por 80 euros. A segunda fiquei no hotel Papadopoli, onde usei milhas do cartão. Este último hotel ficava longe do centro e custava 270 euros.
Da primeira vez eu fui de ônibus até a estação de trem e de lá fui de barco até a praça de San Marco. Para quem quer gastar pouco em hotel, se hospedar no continente é uma boa pedida.
Na segunda vez, o hotel, que era bem agradável, ficava também próximo à estação de trem. Podíamos ir de lá ao centro de barco ou a pé, caminhada esta que levava por volta de 40 minutos.
Apesar de longa, a caminhada permitia conhecer recantos encantadores da cidade, que em geral, os turistas não vão.
O passeio de barco pelos canais nos dá uma visão maravilhosa dos prédios a beira do canal.
Eu já estive uma vez em Veneza e fui de barco até a ilha de Murano, onde pude conhecer a arte de fazer objetos de vidro, pelo processo de sopro, uma arte milenar e muito interessante.
Desta vez fomos conhecer outras ilhas, sendo, entre elas, a Giudeca, onde fica o hotel Cipriani, com diárias que começam em 1.000 euros. Lá provamos o coquetel Bellini, que foi criado pelo barman do hotel. Este coquetel é feito com prosecco e suco de pêssego.
O Cipriani fica de frente para a praça Sao Marco, do outro lado do canal e tem seu barco particular para transportar seus clientes. É um hotel sofisticado com um grande jardim! Nos jardins do hotel, vimos um cozinheiro colhendo ervas frescas na horta para o preparo da comida a ser servida ali.
Ao voltarmos pela Giudeca, encontramos um músico cego, que tocava músicas, fazendo ressoar as taças com água em níveis diferentes, como no filme de Fellini “La nave vá”.
Nesta noite, fomos também jantar no Ristorante Antico Martini. Lá comemos: salada de alcachofra e camarões, salada de caranguejo, espaguete com molho de lagosta e ricota defumada, tagliatelli com camarões e limão siciliano, junto com o vinho Perer Chadonnay, do Trentino. Ficamos tão animados que até dançamos depois na praça São Marcos!
Voltamos para o hotel de vaporetto, vendo os lindos prédios do Gran Canal iluminados. Esta foi uma noite memorável!
Veneza é um dos lugares mais lindos do mundo, uma cidade romântica e com construções maravilhosas. É uma das cidades onde se vê arte pra todo lado.
Cidade de beleza única, é uma das cidades mais invadidas por turistas (como nós) o que torna difícil tirar uma foto sem a presença de muitas pessoas.
A principal praça é a de São Marco, que é o centro da cidade. Lá ficam entre outros, o palácios, dos Doges e a Catedral da cidade, que é a Basílica e o Campanário de São Marcos. Além disto existem inúmeros bares e restaurantes, onde se pode tomar um café, um drinque e fazer refeições ao som de violinos e pianos. A pena é que os custos nestes cafés são exorbitantes!
Existe em Veneza uma ponte, chamada de Ponte dos Suspiros, que une o palácio dos Doges ao prédio ao lado. Esta ponte une o palácio à antiga cadeia, por ali passavam os prisioneiros dando seus últimos suspiros, uma vez que nunca mais voltavam com vida.
Como no resto da Itália, em Veneza temos desde excelentes restaurantes, até os de junk food.
Além da grande Praça de São Marcos,a cidade dispõe de outras praças menores, chamadas "campo" no dialecto da cidade. Exemplos são o Campo Santa Margherita e o Campo San Polo.
Veneza é mundialmente famosa pelos seus canais. A cidade foi construída sobre um arquipélago de 118 ilhas, formadas por cerca de 150 canais numa lagoa. As ilhas em que a cidade foi construída são ligadas por cerca de 400 pontes. No velho centro, os canais servem como alamedas.
No século XX foi construído um aterro, que servia como acesso de Veneza ao continente, por terra. Veneza é a maior cidade da Europa com áreas livres de carros.
O barco clássico veneziano é a gôndola, mas hoje em dia é mais utilizado por turistas, ou para casamentos, funerais ou outras cerimónias. A maioria dos venezianos agora viaja em barcos motorizados (vaporetti), que fazem viagens regulares ao longo das rotas principais dos canais da cidade e entre ilhas. A cidade também tem muitas embarcações privadas. As únicas gôndolas ainda de uso comum pelos venezianos são os Traghetti, onde os passageiros atravessam o Grande Canal. Os visitantes podem ainda tomar os barcos-táxis entre áreas da cidade.
Por mais de um milênio, Veneza foi capital da Sereníssima República de Veneza, cujo território, no ano da sua queda (1797), incluía grande parte do nordeste da atual Itália e da costa oriental da península, bem como das ilhas do Adriático. Tornou-se uma potência comercial a partir do século X, quando sua frota já era uma das maiores da Europa. Foi uma das cidades mais importantes da Europa, com uma história rica e complexa e um império de influência mundial comandado pelos doges, os líderes da cidade. O historiador Fernand Braudel classificou Veneza como a primeira capital econômica do capitalismo.
Veneza é ainda famosa pelos seus eventos internacionais, como o Festival de Cinema e a Bienal de Artes, pela Regata Histórica, que ocorre no primeiro domingo de setembro, pela fabricação de vidro, pelo Carnaval, pelos cassinos e pelos seus passeios românticos, levando muitos casais a passarem suas luas-de-mel ali.
Veneza está rodeada de lagoas de pouco profundidade, e isso valeu-lhe sempre como excelente defesa. Nas suas águas encalhavam facilmente os navios que não conheciam os fundos. Era também uma cidade entrincheirada protegida por grandes muralhas. As "muralhas" de Veneza são os perigosos bancos de areia que ficam quase a descoberto na baixa-mar. Para chegar a Veneza vindo do mar Adriático, é preciso conhecer as passagens, que em tempos de paz eram assinaladas com fileiras de estacas com luzes à noite.
Algumas vezes do ano a cidade é invadida pela maré, colocando-se uma passarela na praça São Marco, para que o turista possa transitar por lá sem se molhar. Em algumas vezes, mesmo com as passarelas, fica impossível andar em Veneza, de tão alta que fica a maré.
Veneza é uma cidade singular de beleza deslumbrante, ao meu ver, um dos lugares mais bonitas do mundo.
sábado, 7 de novembro de 2015
Visita à vinícola Paul Blanck na Alsácia
Nesta última viagem que fiz pela Europa em 2015, visitei 3 vinícolas na Alemanha e 3 na Alsácia. Meu objetivo era conhecer melhor os vinhos produzidos com a uva Riesling, principal cepa cultivada nas duas regiões, assim como saber das diferença entre os vinhos alemães e alsacianos feitos com esta mesma cepa.
Vou iniciar meu texto discorrendo sobre a vinícola que mais me marcou na viagem, tanto pela qualidade dos seus vinhos, quanto pela gentil acolhida.
Chegando na cidadela de Kientzheim-Alsácia, onde fica a adega de Paul Blanck, ficamos impressionados com a tranquilidade e beleza da cidade, com suas casinhas enxaimel (estrutura de madeira, com argamassa em volta) e com seu riozinho em meio a vila.
Tocamos a campainha na vinícola e uma senhorinha atendeu à porta e logo nos convidou a entrar, nos levando direto para a sala de degustação, muito singela. Não imaginávamos que ali tomaríamos vinhos excelentes!!!
Em seguida chegou Philippe Blanck, um homem alto e simples, praticamente um filósofo dos vinhos e da vida.
Paul nos levou ao topo de um morro, rodeado por vinhas, onde pudemos ter uma visão da região da Alsácia.
Mostrou-nos que dali podíamos ver os Alpes, a Alemanha e os Vosges, estes são montanhas que separam a Alsácia de outras regiões da França, protegendo a Alsácia do clima continental francês.
Philippe nos contou que a região, ao sul da Alsácia, é mais propensa à produção de vinhos doces, enquanto a região, ao norte, produz vinhos mais secos. Suas vinhas ficam na região central, tendendo, tanto para os vinhos secos como para os doces.
Em seguida, voltamos à cidade e fomos a uma igrejinha, onde Paul nos contou uma história da estátua de Lazare Schwendique, que se tornou famoso na região de Alsácia, mais especificamente em Colmar. Ele foi enviado para a Hungria, para lutar contra os turcos. Lazare também invadiu a fortaleza de Tokaj, na Hungria e trouxe para Alsácia o know-how do vinho Tokaji (da região nordeste da Hungria). Por este motivo Lazare ficou conhecido como o introdutor do Tokay da Alsácia. Porém sabe-se que o Tokay d'Alsace (Pinot Gris) já existia ali mesmo muito antes de Lazare.
Saimos da igrejinha e voltamos para adega onde iniciamos a degustação, que começou com um Riesling Clássico, da safra 2014. Este era um vinho com bastante fruta, tanto no nariz como na boca e com boa persistência. Paul nos falou que estes vinhos são mais conhecidos no Brasil.
Depois provamos os vinhos de Terroir.
Foi aí que começou o show de vinhos que ampliou os meus conhecimentos e a minha apreciação pelos vinhos Alsacianos. Vinhos profundos, com frutas maduras, persistência e sabores incríveis! Infelizmente eu apenas podia prová-los sem bebê-los, pois devia continuar minha viagem depois.
Provamos então o Rosenbourg Riesling 2014, juntamente com o Patergarten Riesling 2014, a fim de fazermos uma comparação entre diferentes terroirs. Foi uma experiência única e possível apenas nesta situação, pois dificilmente temos disponíveis estes vinhos juntos.
O Rosenbourg se mostrou mais fresco no nariz, com frutas cítricas e aromas de mel. Na boca ele revelou boa acidez e o sabor de especiarias.
Já o Patergarten tinha aroma de flores acentuado e um certo tostado. Ele preenchia mais a boca, com muita elegância, boa acidez e um final com leve amargor.
Philippe então nos apresentou os maravilhosos Grands Crus:
Iniciamos pelas safra 2012 do Wineck-Schlossberg Riesling, que apresentou-se mais complexo no nariz, com notas de vegetais, menta, abacaxi, gengibre e flores. Na boca apresentou frutas, e bela acidez, assim como mineralidade e longa persistência.
Provamos então o Schlossberg e o Sommerberg, Riesling 2011 para se ter uma idéia do efeito do terroir no vinho. O vinho de Schlossberg era complexo no nariz, com aromas cítricos e de jasmim. Um vinho bem equilibrado com uma acidez intensa e grande amplitude na boca. O Sommerberg provém de uvas muito antigas (1923), que produzem vinhos concentrados, com flores e cítricos no nariz, mineralidade na boca e amplitude.
Experimentamos o Furstentum Pinot Gris 2011, com o objetivo de comparar duas cepas diferentes. No nariz, as flores estavam exuberantes, assim como os aromas de caramelo e mel. Um vinho agradável com aromas de rosas e tostado, com longa persistência.
O Furstentum Gewurtztraminer 2009 revelou aromas exuberantes, muita elegância na boca, excelente acidez, mineralidade, aromas de especiarias e cítricos.
Perguntei ao Paul sobre a longevidade dos seus vinhos, ele então nos apresentou o Furstentum Riesling 96 e o Riesling Schlossberg 1979, vinhos que estavam excelentes e com grande evolução. Principalmente o 79, uma experiência magnífica, que me fez perceber como o vinho troca o frutado e floral por aromas e sabores terciários.
Depois desta maravilhosa prova de vinhos, Philippe nos convidou a almoçar no excelente restaurante “La table du Gourmet” em Riquewir, obviamente acompanhado de seus vinhos.
Agradeço muito ao Philippe Blanck, por esta experiência inesquecível! Foi muito bom provar estes vinhos e conhecer uma pessoa tão especial.
Aproveito para agradecer também à importadora Decanter que organizou esta visita.
Vou iniciar meu texto discorrendo sobre a vinícola que mais me marcou na viagem, tanto pela qualidade dos seus vinhos, quanto pela gentil acolhida.
Chegando na cidadela de Kientzheim-Alsácia, onde fica a adega de Paul Blanck, ficamos impressionados com a tranquilidade e beleza da cidade, com suas casinhas enxaimel (estrutura de madeira, com argamassa em volta) e com seu riozinho em meio a vila.
Tocamos a campainha na vinícola e uma senhorinha atendeu à porta e logo nos convidou a entrar, nos levando direto para a sala de degustação, muito singela. Não imaginávamos que ali tomaríamos vinhos excelentes!!!
Em seguida chegou Philippe Blanck, um homem alto e simples, praticamente um filósofo dos vinhos e da vida.
Paul nos levou ao topo de um morro, rodeado por vinhas, onde pudemos ter uma visão da região da Alsácia.
Mostrou-nos que dali podíamos ver os Alpes, a Alemanha e os Vosges, estes são montanhas que separam a Alsácia de outras regiões da França, protegendo a Alsácia do clima continental francês.
Philippe nos contou que a região, ao sul da Alsácia, é mais propensa à produção de vinhos doces, enquanto a região, ao norte, produz vinhos mais secos. Suas vinhas ficam na região central, tendendo, tanto para os vinhos secos como para os doces.
Em seguida, voltamos à cidade e fomos a uma igrejinha, onde Paul nos contou uma história da estátua de Lazare Schwendique, que se tornou famoso na região de Alsácia, mais especificamente em Colmar. Ele foi enviado para a Hungria, para lutar contra os turcos. Lazare também invadiu a fortaleza de Tokaj, na Hungria e trouxe para Alsácia o know-how do vinho Tokaji (da região nordeste da Hungria). Por este motivo Lazare ficou conhecido como o introdutor do Tokay da Alsácia. Porém sabe-se que o Tokay d'Alsace (Pinot Gris) já existia ali mesmo muito antes de Lazare.
Saimos da igrejinha e voltamos para adega onde iniciamos a degustação, que começou com um Riesling Clássico, da safra 2014. Este era um vinho com bastante fruta, tanto no nariz como na boca e com boa persistência. Paul nos falou que estes vinhos são mais conhecidos no Brasil.
Depois provamos os vinhos de Terroir.
Foi aí que começou o show de vinhos que ampliou os meus conhecimentos e a minha apreciação pelos vinhos Alsacianos. Vinhos profundos, com frutas maduras, persistência e sabores incríveis! Infelizmente eu apenas podia prová-los sem bebê-los, pois devia continuar minha viagem depois.
Provamos então o Rosenbourg Riesling 2014, juntamente com o Patergarten Riesling 2014, a fim de fazermos uma comparação entre diferentes terroirs. Foi uma experiência única e possível apenas nesta situação, pois dificilmente temos disponíveis estes vinhos juntos.
O Rosenbourg se mostrou mais fresco no nariz, com frutas cítricas e aromas de mel. Na boca ele revelou boa acidez e o sabor de especiarias.
Já o Patergarten tinha aroma de flores acentuado e um certo tostado. Ele preenchia mais a boca, com muita elegância, boa acidez e um final com leve amargor.
Philippe então nos apresentou os maravilhosos Grands Crus:
Iniciamos pelas safra 2012 do Wineck-Schlossberg Riesling, que apresentou-se mais complexo no nariz, com notas de vegetais, menta, abacaxi, gengibre e flores. Na boca apresentou frutas, e bela acidez, assim como mineralidade e longa persistência.
Provamos então o Schlossberg e o Sommerberg, Riesling 2011 para se ter uma idéia do efeito do terroir no vinho. O vinho de Schlossberg era complexo no nariz, com aromas cítricos e de jasmim. Um vinho bem equilibrado com uma acidez intensa e grande amplitude na boca. O Sommerberg provém de uvas muito antigas (1923), que produzem vinhos concentrados, com flores e cítricos no nariz, mineralidade na boca e amplitude.
Experimentamos o Furstentum Pinot Gris 2011, com o objetivo de comparar duas cepas diferentes. No nariz, as flores estavam exuberantes, assim como os aromas de caramelo e mel. Um vinho agradável com aromas de rosas e tostado, com longa persistência.
O Furstentum Gewurtztraminer 2009 revelou aromas exuberantes, muita elegância na boca, excelente acidez, mineralidade, aromas de especiarias e cítricos.
Perguntei ao Paul sobre a longevidade dos seus vinhos, ele então nos apresentou o Furstentum Riesling 96 e o Riesling Schlossberg 1979, vinhos que estavam excelentes e com grande evolução. Principalmente o 79, uma experiência magnífica, que me fez perceber como o vinho troca o frutado e floral por aromas e sabores terciários.
Depois desta maravilhosa prova de vinhos, Philippe nos convidou a almoçar no excelente restaurante “La table du Gourmet” em Riquewir, obviamente acompanhado de seus vinhos.
Agradeço muito ao Philippe Blanck, por esta experiência inesquecível! Foi muito bom provar estes vinhos e conhecer uma pessoa tão especial.
Aproveito para agradecer também à importadora Decanter que organizou esta visita.
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