O Uruguai divulga seus vinhos aqui no Brasil, através de uma feira anual, denominada Wines of Uruguai e vem mostrando cada vez mais, a evolução de seus vinhos.
O Uruguai está crescendo nas atividades de enoturismo. Muitas das suas vinícolas permitem visitas e oferecem restaurantes, além de hospedagem.
A uva emblemática do país é a Tannat, que é originária da França. Ela vem da região de Madiran, mais especificamente do país Basco. Na França, esta variedade de uva é responsável por produzir o tradicional vinho francês Madiran.
A cepa Tannat é a que tem a maior quantidade de polifenóis, o que ajuda no tratamento das enfermidades cardiopulmonares.
O oceano Atlântico, o rio da Prata e o rio Uruguai são os limites do Uruguai e determina em grande parte, o caráter dos seus vinhos.
O país tem uma grande amplitude térmica, com noites mais frias, que faz com que o crescimento graduais das uvas seja periódico. Desta forma proporciona um melhor desenvolvimento de aromas e sabores de suas uvas.
O território do Uruguai tem diferente regiões vinícolas, em função de combinação de climas e solos, que são: Zona Sul, Litoral Oeste, Norte, Sudeste e Centro.
Apesar do país ser pequeno, ele conta com 190 vinícolas, e a população local tem um alto consumo de vinhos, muito acima do Brasil: 24,5 litros per capta.
A cepa tinta mais produzida é a Tannat (49%), seguida da Merlot (19%), Cabernet Sauvignon (10%), Cabernet Franca (7%) e outras.
A branca principal é a Sauvignon Blanc (32%), Chardonnay (20%), Viognier (8%), Albariño (5%) e outras.
Os vinhos Tannat tem um estilo próprio, alguns deles seduzem pela sua rusticidade e outros pela elegância e tem características inconfundíveis.
Participei de uma Masterclass onde foram servidos vinhos de tipos muito distintos, bem como valores. Vou comentar alguns deles:
Da vinícola Pizzorno provei o Tannat Maceración Carbônica 2018, que usa a cepa Tannat, da mesma forma que o Beujolais Nouveau usa a cepa Gammay. Em suma, o vinho é produzido por um processo, que se inicia com o esmagamento das uvas, para que o açúcar da fruta seja liberado no suco a ser fermentado, por meio da ação de leveduras. O vinho obtido é então submetido a vários tratamentos, como clarificação e estabilização, até chegar ao ponto de ser engarrafado. Este é um vinho leve, que deve ser consumido jovem. Custa R$74,90 na Grand Cru.
A Garzón trouxe o Petit Clos 2016 que me surpreendeu pela qualidade dos tanino, estrutura e delicadeza. Ele é feito com a cepa Cabernet Franc. Custa R$328, na World Wine.
Da Carrau, provei o Juan Carrau Gran Reserva 2016, das cepas: Tannat, Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc. Ele é um belo vinho e é importado pela Zahil.
Alto de la Balena 2013, da cepa Merlot, bem interessante. É importado pela Winebrands por R$178,00.
Da Cerro Chapeu, provei o Ysern Gran Tradition Tannat 2016. Este vinho é produzido no extremo norte do país, na divisa com o Brasil e muito me agradou. Ele é importado pela Vinhos do Mundo.
A Marichal trouxe o Reserve Collection Tannat 2004, que com os seus14 anos , ainda apresentava boas características. Ele é importado pela Ravin.
O vinho que mais me agradou foi o Narbona Luz de Luna Tannat 2014, da vinícola Finca Narbona.
Da Pisano provei o Arretxea Tannat 2011, das cepas Cabernet Sauvignon, Merlot e Tannat. Ele estava muito bom, redondo e é importado pela Mistral.
Tendo em vista que os vinhos da Masterclass eram tintos, aproveitei este evento para provar vários brancos uruguaios que sempre me agradaram.
No evento ainda foram servidos petiscos deliciosos.
A organização da Ch2a, de Alessandra Cassolato foi primordial e o evento teve um funcionamento perfeito!
Aproveitem as experiências que venho vivendo, enquanto procuro conhecer melhor o mundo dos vinhos. Também vou falar da gastronomia e de viagens pelo mundo, incluindo as principais regiões produtoras de vinho. Saúde! E boa leitura!
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