A região de Bordeaux pode ser dividida em 5 sub-regiões principais: Médoc, Pessac-Léognan e Graves, Saint-Émilion, Pomerol e Sauternes.
Dentro de Médoc, as principais comunas são: Margaux, St Julien, Paillac e Sain Estépe. Nesta região ficam os vinhos mais famosos da região de Bordeaux, com seus grandes Premieres Crus Classés: Chateau Lafite-Rothschild, Chateau Margaux, Cháteau latour e Cháteau Mouton-Rothschild.
Na região de Sauternes são produzidos os melhores e mais famosos vinhos de sobremesa do mundo, como o Cáteau d’Yquem.
Foto: Botrytis (fungo que ataca a uva e produz vinhos Sauternes)
Na primeira viagem, fiquei na charmosa cidadela medieval de Saint Emilion, e na segunda, me senti viajando por Pauillac, que é uma comuna de Médoc, durante uma degustação de vinhos da região. Na primeira viagem, parti da Espanha Basca em direção à cidade de Bordeaux.
Como, ao nos dirigir à Bordeaux, ficamos perdidos num anel viário que contornava a cidade, decidimos então ir em direção à Saint Emilion, que ficava, por sua vez, na região da Aquitânia, no departamento de Gironde. Esta não foi uma empreitada fácil, apesar de distar apenas 35Km de Bordeaux.
Esta cidade conta com mais de 900 vinícolas, sendo que, 61 delas, são classificadas como as melhores vinícolas, oferecendo vinhos dos mais prestigiados no mundo. 46 pertencem à classe dos Grands Crus e 15 são Premiers Grands Crus. Em geral, são vinhos produzidos em quantidade reservada.
Conta a história que, o monge bretão Emilion foi quem batizou o povoado, no século VIII. Ele teria abandonado amigos e familiares para se refugiar nas florestas da região, após ter sofrido acusações como monge da ordem beneditina. Lá, construiu uma igreja e dedicou sua vida a auxiliar pobres e desamparados. A Emilion é atribuído o milagre de ter devolvido a visão a uma mulher cega.
Circundada por plantações de uvas, Saint-Emilion foi construída na forma de um anfiteatro, na parte mais alta do solo calcário característico da região. Foi desse solo que saíram as pedras de cor ocre, utilizadas na construção de grande parte da cidade.
O solo da cidade, que fica sobre um morro de calcário, é todo escavado em túneis, onde ficam as adegas das vinícolas.
A segunda viagem que fiz, foi durante a degustação de vinhos da vinícola Pichon Lalande, da região de Pauillac, dirigida pelo presidente da empresa, sr. Gildas.
Desta vez, quem me levou a Pauillac foram os sabores e os aromas que os vinhos despertaram em mim.
O sr Gildas contou-nos interessantes histórias, do início do desenvolvimento da região, em 1686. Esta terra era considerada selvagem e solitária, ingrata e hostil.
Ainda no século XVII, a paisagem da região foi redesenhada, quando dois grandes empreendedores, que criaram as 40 grandes propriedades das vinícolas modernas de Medoc.
Em 1855, Napoleão III classificou o Chateau Pichon Longueville Contesse de Lallande como “Second Cru Classé”.
Devido à guerra da França com a Holanda, o porto de Bordeaux foi bloqueado pelos holandeses, não permitindo o escoamento dos vinhos da região.
Para conservar o vinho, ele foi colocado em barris, melhorando muito a sua qualidade e criando o uso do processo de envelhecimento.
Contou também que depois do período das grandes guerras, os Chateaux da região eram deficitários, tornando-se excelentes negócios, só mais recentemente.
Para se ter uma ideia, o hectare da terra de Pauillac custa por volta de 1,2milhões de euros.
Os vinhos desta vinícola utilizam: as uvas Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e em alguns casos, Petit Verdeaux, são importados pela World Winde (fone3383-9300).
1) Chateau Bernadotte 2006, produzido na região de Haut-medoc, uma região menos nobre que Pauillac. Sua a graduação alcoólica é de 13%. Sua cor era rubi brilhante intenso. O aroma é de cereja, chocolate e amentolado. Na boca tem um tanino corpulento e seu preço é de R$132,00.
2) Pauillac 2004 produzido na região de Pauillac, bem como os demais. Sua a graduação alcoólica é de 13%. É um vinho mais frutado e jovial em relação aos produzidos nesta região. O aroma é de ervas e frutas vermelhas, com traços florais. Na boca tem um ataque de tanino corpulento. Acho ruim sua relação custo/benefício. Seu preço era de R$178,00.
3) Réserve de la Comtesse de Lalande 2006, com uma graduação alcoólica de 13%. Este vinho inicia um grupo que pode se comparar à alta costura. Sua cor é rubi bem concentrada, com reflexos púrpura. O aroma é complexo e intenso de frutas negras maduras, como cassis, com toques de baunilha e especiarias. Na boca é denso estruturado e bem equilibrado, com bons taninos e persistência longa. Pena que seu preço seja de R$279,00
4) O mesmo vinho foi apresentado, mas da safra de 2005, que foi excelente. Neste vinho deu para notar bem o que representa uma grande safra.
Parecia outro vinho, muito mais aromático e saboroso, o que, no entanto, tem seu preço, R$336,00.
5) Réserve de la Comtesse de Lalande Grand Cru Classé 2006, sua graduação alcoólica é de 13%. Esse é um vinho maravilhoso, tem uma cor densa púrpura, além de uma bela expressão no nariz, de café tostado, chocolate, creme de cassis e especiarias. Tem um corpo perfeito na boca, com excelente tanino e uma textura muito boa. Seu preço é de R$900,00
6) O mesmo vinho anterior, porém da safra 2005. A experiência foi magnífica, valendo as mesmas observações do vinho número 4. Seu preço é de um fórmula 1 dos vinhos, R$1.036,00.
Esta viagem que fiz foi maravilhosa, um verdadeiro passeio por toda esta gama de vinhos excepcionais, carregados de história.
Neste percurso de saborear e através dos aromas e gostos, poder viajar, foi muito interessante e só seria melhor se acompanhado de amigos, pois como disse Mário Quintana:
“Por mais raro que seja, ou mais antigo,
Só um vinho é deveras excelente
Aquele que tu bebes, docemente,
Com teu mais velho e silencioso amigo.”
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