Um desencontro e a dificuldade de informações impossibilitou a visita à vinícola, me dirigindo então à charmosa cidade de Lucca, que é famosa por ser exemplo de cidade intacta da época renascentista.
Ela fica no norte da Toscana, próxima a cidade de Pizza, num fértil terreno plano, próximo ao mar Tirreno.
Dante Alighieri passou parte do seu exílio na cidade de Lucca, incluindo na Divina Comédia várias referências às grandes famílias feudais que tinham direitos administrativos e feudais sobre a região.
A cidade foi fundada pelos Etruscos tornando-se uma colônia romana em 180 A.C.
A forma retangular do centro histórico, preserva a planta romana original da cidade, sendo que a Piazza San Michele ocupa o lugar do antigo fórum.
Ficamos hospedados no bom hotel Eurostar Toscana, que custou €80,00, cuja localização fica um pouco longe do centro antigo (http://www.eurostarshotels.co.uk/eurostars-toscana.html).
A cidade fica próxima a Pizza, que não fui desta, pois quando estive lá, já vi as suas obras interessantes, que são: a sua famosa torre inclinada e o Duomo, que aliás ficam na mesma área.
Caminhamos até o centro antigo, passando por uma das portas do muro que o circunda. Estes muros estão intactos, enquanto a cidade expandiu e modernizou-se, o que não é usual para cidades da região.
Os muros perderam a importância militar e viraram uma promenade, que circunda a cidade, servindo aos pedestres.
Os muros perderam a importância militar e viraram uma promenade, que circunda a cidade, servindo aos pedestres.
Como em toda a Toscana, apesar de pequena, a cidade tem um rico e sofisticado comércio, decorada com luzes, como árvore de natal. A Via Fillungo, por sua vez, conta com lojas antigas e belíssimas joalherias.
Lá encontrei uma loja de artigos de cozinha e decoração, onde adquiri mais um apetrecho do sofisticado mercado de vinho, que são bolinhas para limpar decanter.
Encontramos num mercado de rua, onde havia uma vendedora de frutas e alcachofra, uma trabalhadora simples e típica da região. Não resisti e registrei aquele momento na minha câmera fotográfica.
Basilica de San Frediano
Passamos pelo seu Duomo de San Martino, decorado no seu topo com pintura a ouro.
Duomo di San Martino
Vimos também a igreja de San Michele in Foro, construída em 795 e reconstruída em 1070, com uma belíssima fachada, com uma série de esculturas.
San Michele in Foro
Passamos também pela igreja de San Giusto, datada da segunda metade do século XII, com uma fachada de decoração em faixas de branco e preto, na sua parte superior.
A cidade tem um palácio, Palazzio Pfanner, construído em 1667, com um belo jardim, agora convertido em museu de arte e de artefatos.
Existe também na cidade a casa do compositor Giacomo Puccini (la Bohème e Madama Buterfly) que será aberto à visitação.
O frio de outubro já começava a ficar agressivo, e ,como era fim de tarde, tentamos jantar num restaurante típico, indicado pelos habitantes locais. Como em toda Itália, este establecimento só abria às oito horas. Voltamos ao hotel, onde tomamos um lanche.
Esta situação me lembrou uma história de meu amigo Basile, quando chegou à noite em Veneza que se frustrou ao procurar um restaurante aberto. Teve então que se conformar com um hambúrguer e reclamou com o garçom o fato de numa cidade turística como Veneza, como em toda Itália, os restaurantes fecharem fora do horário das refeições. O garçom disse para ele, ”ma vede como sei bela la citá”, o que não resolveu a situação, mas o calou de imediato.
Compramos um presunto cru, peperoncinos (pimentão) com atum e um pão integral que acompanhou o vinho chiante, que ganhei num restaurante em Firenze, que era bem ácido.
Compramos também uma especialidade local, denominada ”bucelliato di Lucca”, uma rosca com passas e um forte tempero de anis.
Tudo muito lindo, entretanto o quadro da Gisela foi fundamental. Bolinhas para limpar decanter? Ora, estou certo que um grande amigo teu diria,...."Boiola demais"!!!!
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