De Avignon partimos para Aix –En-Provence, também
chamada de Aix, pelos franceses. A cidade é uma comuna da França, e foi lá que
nasceu e morreu o célebre pintor Paul Cézanne.
A viagem, que até então, eu achava curta,
demorou mais que o previsto e o pior, com chuva!
A cidade de Aix foi fundada em 123 A.C. por
um cônsul romano, passando depois para metrópole no quarto século, com o nome
de Narbonensis Secunda. Aix se tornou
Francesa apenas em 1487.
O principal objetivo da visita a Aix, foi conhecer o Chateau Vauvernargues, ali
pertinho. O chateau Vauvernargues foi
comprado em 1958 pelo famoso artista Picasso, onde lá viveu de 1959 a
1961.
Os filhos de Picasso escolheram o parque do
Chateau para fazer uma exposição de obras de Cézane, a qual pretendíamos
visitar.
Ficamos frustrados também, ao descobrir que
a procura pela visita ao Chateau era tão grande que, para tentar uma vaga no
passeio, teríamos que chegar às 7 da manhã, do dia seguinte e contar com
pessoas que desistissem...
Foi uma decepção saber que não havia
possibilidade de fazer uma reserva para a visita.
Aix, a cidade que respirava arte, estava
molhada com uma chuva constante, quando lá chegamos.
Aproveitamos então para conhecer a cidade de
Aix e o café Les Deux Garçons. O café exibia sua excepcional decoração de
consulado, da época do hotel De Gantes e que carregava tal nome pois pertencia
a dois garçons que o compraram em 1840.
A memória de várias personalidades está
associada a esse café, como: Mistinguett, Churchil, Sartre, Piaf, Trenet,
Delon, Belmondo.
Foi lá que Cézanne passou 3 horas antes do
jantar, com seu camarada do liceu Mignet, Emile Zola.
As grandes etapas da vila de Aix foram
associadas à memória deste café, como os eventos da revolução de 1789, na
Provence, até a criação do festival de artes líricas após a segunda guerra
mundial.
A política, as artes, a literatura, a moda
e os espetáculos fizeram parte deste prédio, por duzentos anos de encontros no
Les Deux Garçons.
Visitamos também, o atelier de Cézanne, que
ficava nos arredores da cidade.
O atelier tem uma bela vista para a montagne
Sainte-Victoire, que o artista tanto retratou.
Cézanne nasceu em 1839 e foi para Paris em
1861, quando não conseguiu entrar na
escola de belas artes, voltando depois para Aix, a fim de trabalhar no banco de
seu pai.
Apesar de seu pai ser contra a carreira de
artista, acabou autorizando Cezanne, que acabou ficando entre Aix e Paris.
Cézane trabalhou na academia Suiça, onde
encontrou Pissaro, Monet e Renoir.
De 1863 a 1880, seus trabalhos foram
recusados por alguns juris de artes. Somente a partir de 1886 que suas obras
começaram a ser reconhecidas.
Foi em 1902 que Cézanne se instalou no seu
grande atelier no campo. Ele trabalharia ali todos os dias, pendant os anos de
sua vida.
Em 1906 ele ficou doente, quando resolveu
pintar a natureza, durante uma tempestade, morrendo em 23/10, aos 67 anos.
O lugar é despojado, o atelier fica na
parte superior da casa, onde existe também um museu, com seus materiais de
pintura.
Sua casa é rodeada por um belo jardim, com
várias obras de arte.
Faz parte do turismo na região, visitar
locais por onde o artista passou e registrou em suas pinturas.
Na ocasião de nossa visita a Aix, o museu
Granet também apresentava uma exposição denominada “Picasso – Cézanne”, com uma
centena de trabalhos dos dois artistas. Muito boa por sinal!
A nossa passagem por Aix foi rápida, mas
interessante e nos deu vontade de voltar a Aix e da próxima vez, nos hospedarmos
por lá.
E pra terminar, uma citação retirada da
exposição do museu Granet:
“Ce
qui nous interesse, c’est la inquietude de Cézanne, c’est le enseignement de
Cézanne, ce sont les tourments de Van Gogh...
Cest-a-dire,
le drame de l’homme—le reste es faux.”
Picasso.
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