Portugal ultimamente vem investindo bastante em divulgação de seus vinhos, no exterior. (https://www.youtube.com/watch?v=bksK-Sj5ZsY)
Para tanto, produtores do Porto e do Douro promoveram uma International Tasting no Canadá, USA e Brasil.
Os produtores do Douro, por sua vez, estão comemorando os resultados da premiação de vinhos da Wine Spectator, que em 2014, elegeu seus top 100 vinhos, ficando Portugal e o Douro com as principais classificações:
1 Dows 2011 Vintage Porto, com 99 Pts
3 Crysea 2011 Douro P + S, com 97 Pts
4 Quinta do Vale do Meão 2011, com 97 Pts
13 Fonseca Vintage Port 2011, com 98 Pts
No evento, fizeram duas Masterclass, sendo que a primeira era denominada: ”Descoberta do Porto" com Manuel de Novaes Cabral, presidente do IVDP e Rui Falcão..
Rui, nesta aula, falou dos diferentes tipos de vinhos do Porto, vinhos fortificados, isto é, com adição de álcool vínico. Ressaltou também que o Douro foi a primeira região demarcada, único lugar no mundo onde são produzidos os vinhos do Porto. Existem em outros países, vinhos fortificados diferentes do Porto, tanto pelas castas como pelo seu terroir.
Nesta região são cultivadas cerca de 70 variedades de uvas autóctones do Douro. Na maioria das vezes, elas produzem vinhos de corte, denominados ainda de blend, ou lote (em Portugal). No entanto, as cepas mais utilizadas na região do Douro são: Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinta Roriz, Tinta cão e Tinta Amarela.
As uvas são selecionadas no Douro, nas suas diferentes regiões e altitudes, resultando diferentes tipos de vinho. Nas partes mais próximas ao rio, o clima é mais quente, o que provoca maior concentração de açúcar; enquanto nas áreas mais altas, encontra-se mais acidez e frescor, nas uvas.
Da mesma forma, quanto mais longe da foz as regiões do Douro são, mais áridas e secas, propiciando mais cor ao vinho.
Na elaboração dos vinhos do Porto, os produtores podem selecionar uvas de diferentes regiões e altitudes, para se obter o resultado desejado.
Além do vinho, devido à sua beleza, a região do Douro recebeu a denominação de “Paisagem patrimônio histórico” pela UNESCO.
O trabalho de cultivo no Douro é muito difícil, devido à inclinação das encostas e do tipo de solo, que não permitem a entrada de máquinas. As plantações são feitas em terraços, escavados pelos portugueses, à mão, no passado.
Os vinhos servidos na Master Class foram: (alguns deles não se encontram no Brasil):
1-Quinta da Romaneira 10 anos: cor de tijolo, fruta jovem, frutas secas e nozes. Rico e suave na boca, com boa persistência.
2-Pintas 10 anos: Os aromas são de damasco seco e couro curtido. Sua cor dourada é linda. Tem um corpo médio, pouca doçura, equilibrado, fumê, bem persistente. 4,5/5
3-Adriano Ramos Pinto 10 anos: Aromas de especiarias e frutas secas, persistência média. Ele tem boa acidez e equilíbrio.
4-Real Companhia Velha 20 anos: A garrafa é muito bonita e o vinho excelente. Muito bem estruturado. Demonstra aromas de frutas secas e chocolate. Na boca ele é muito equilibrado, com longa persistência.
5-Bulas 20 anos: apresenta frutas secas no nariz e um açúcar presente na boca, com mel, caramelo e café e média persistência. Prefiro Portos menos doces
6-Taylor’s 20 anos: o vinho estava quase sem aroma, o que prejudicou a avaliação. A garrafa devia ter algum problema. Já provei este vinho antes e naquela ocasião estava muito agradável e aromático.
7- Casa Santa Eufêmea 40 anos. A cor deste vinho é mais escura que os anteriores, com tons esverdeados, resultado de longo envelhecimento. No nariz sobressaem nozes e especiarias. Boa acidez, suave e macio, certo mofo e untuosidade na boca. Ele é muito persistente e foi o que mais gostei.
8-Burmester LBV 2009: A partir deste vinho, a cor já se torna bem mais escura. No nariz apresenta frutas frescas vermelhas. Tem um bom corpo na boca e pede comida, devido ao seu potente tanino. É um vinho mais rústico e vigoroso.
9-Quinta do Crasto Vintage 2008: O vinho é intenso e com aromas de frutas vermelhas maduras, ameixa em compota e mel. Seus taninos são aveludados e a persistência é boa.
10-Duorum Vitage 2007: Cor vermelha densa, com frutos escuros maduros, como amora, ameixa e cassis. Ele é bem encorpado, equilibrado, com taninos aveludados, devendo ser longevo.
Como sempre, foi muito esclarecedora estar presente a aula do Rui, o que fez com que eu pudesse aprofundar meus conhecimentos a respeito destes complexos vinhos.
Agradeço a CH2A, de Alessandra Casolato, pelo convite.
Organização excelente!
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