A World Wine convidou a imprensa para conhecer os vinhos da espanhola Bodega Vivanco. 
Eu fui um dos felizardos.
O vinho espanhol, que não é um dos que mais conheço, tem me surpreendido muito bem, ultimamente. Esta experiência me animou a fazer visita às Vinícolas espanholas.
Em 2004, a família Vivanco decidiu realizar, na região de Briones, na Rioja, seu sonho, o de compartilhar com todo mundo, a sua paixão pelo vinho.
Além da produção de vinho, construiu, em 2004 um museu da cultura do vinho, que conta sua história. O local reúne 40 anos de uma extensa coleção familiar e é repleto de objetos de arte, maquinário antigo e até mesmo, um autêntico Picasso.
O enólogo, Rafael Vivanco mostrou todo seu entusiasmo, na apresentação do sonho da sua família, nos revelando também a discrição de seus vinhos. Ele estudou engenharia agrônoma em Pamplona, indo fazer pós graduação em enologia, em Bordeaux. Passou 2 anos estagiando em importantes vinícolas de Bordeaux, inclusive na região de Sauternes.
Falemos então de sua apresentação:
Contou-nos que no passado, suas uvas eram vendidas para outras adegas e sua produção própria era apenas constituída por vinhos simples.
A Rioja tem uma posição privilegiada no mapa, pois está protegida dos ventos e das chuvas vindas do Atlântico: ao norte pela Serra da Cantabria e ao sul, pela serra da Demanda. O rio Ebro cruza a região que forma a denominação Rioja, um grande vale entre duas serras.
A Rioja, com seus 100km de extensão está dividida entre 3 zonas: a mais oeste é chamada Rioja Alta, Centro e, a mais oriental, Rioja Baixa. Devido à diversidade de terroir da região, cada variedade de uva se expressa melhor em uma área. Como exemplo, a Garnacha Tinta requer mais horas de sol, enquanto outras, como a Tempranillo, preferem o frescor da noite, pois amadurecem mais lentamente.
A Vivanco possui plantações em diferentes áreas como: Briones (Rioja Alta) e Tudelilla, (Rioja Baixa). Desta forma, o enólogo pode aproveitar o melhor de cada uma das regiões, para a plantação de suas uvas.
As uvas colhidas passam por 2 seleções, a primeira é a seleção de cachos e a outra a seleção de uvas. Desta forma, os especialistas escolhem as melhores uvas para fazer os seus vinhos. Posteriormente, a uva fica por 24 horas em câmaras frigoríficas, até que sua temperatura baixe para 3o C, e depois parte para a prensagem e fermentação.
No processo de fermentação, são usados tonéis de carvalho francês, com controle de temperatura, de forma a favorecer o intercâmbio de oxigênio.
Posteriormente os vinhos vão para barrica de carvalho francês, para seu envelhecimento.
O cuidado na produção de vinhos fez com que a adega fosse construída em níveis, de forma a usar apenas a força da gravidade, para movimentar as uvas de forma que fiquem o mais intactas possível.
Passamos então à prova dos vinhos:
Colección Quatro variedades 2008 (R$410,30), das cepas: Tempranillo (70%), Graciano (10%), Garnacha (10%) e Mazuelo. O vinho é muito bom, intenso e ao mesmo tempo delicado. Estagia 20 meses em barricas novas de carvalho francês, em contato com suas borras. O final de boca é elegante e aveludado, com boa acidez e excelente persistência.
Colección Parcelas de Garnacha 2007 (R$429,00). Para mim este foi o melhor vinho provado. Elegante, rico, com excelente estrutura. Estagia por 18 meses em barricas de carvalho, em contato com suas borras.
Colección Vivanco Parcelas de Mazuelo 2009 (R$392,70), produzido com pequenas parcelas de vinhedos. É um vinho diferente pela cepa, estruturado e muito persistente. Estagia por 14 meses em barricas de carvalho, em contato com suas borras. Uma delícia! 
Colección Vivanco Parcelas de Maturana tinto 2012 é outro vinho diferente pela cepa, que é típica da região. Ele é complexo, encorpado, com ótima persistência. Estagia por 14 meses em barricas de carvalho.
Colección Vivanco Parcelas de Graciano 2007, produzido com esta cepa rústica que dá corpo e acidez quando em corte. Da mesma forma que o anterior, ele é encorpado, equilibrado e com bons taninos. Amadurece por 18 meses em contato com as borras.
Colección Vivanco 4 Varietales Dulce de Invierno 2012 (375 ml) (R$242,00), das cepas: Tempranillo (50%), Graciano (20%), Garnacha (20%) e Mazuelo. O aroma de goiabada já agrada o nariz. Sua acidez contrasta com o açúcar, equilibrando este delicioso vinho que estagia por 12 meses em carvalho francês. São produzidas apenas 3.000 garrafas deste vendimia tardia com uvas botritizadas, colhidas em janeiro do ano seguinte à colheita.
O almoço oferecido estava delicioso e foi feito pelo restaurante EAT, com vinhos harmonizados:
Como entrada foi servido um tartar de robalo, acompanhado do ViVanco Blanco, das cepas: Viura (60%), Malvasia (20%) e Tempranillo Blanco. (R$75,90). O vinho estava bem equilibrado, com toques de frutas e florais no nariz, sabor leve, com boa acidez.
O prato que escolhi  para o prato principal foi um ossobuco ao seu jus, com polenta cremosa. O vinho, que harmonizou com o prato foi o Vivanco Criança 2010, da cepa Tempranillo (R$101,20), que estagia por 16 meses em barrica de carvalho francês e americano. O vinho se demonstrou equilibrado, com corpo médio, bons taninos e boa persistência. Serviram também Vivanco Reserva 2008 (R$163,90), das cepas Tempranillo (90%) e Graciano. Estagia por 24 meses em barricas de carvalho e 24 meses em garrafa. É um vinho encorpado, com boa estrutura. Os taninos são bons, bem como sua persistência.
Como sobremesa nos ofereceram uma torta de maçã caramelizada, que acompanhou o delicioso vinho Dulce de Invierno.
Agradeço à World Wine e à Suporte Comunicações pela boa oportunidade.
Aproveitem as experiências que venho vivendo, enquanto procuro conhecer melhor o mundo dos vinhos. Também vou falar da gastronomia e de viagens pelo mundo, incluindo as principais regiões produtoras de vinho. Saúde! E boa leitura!
quinta-feira, 11 de junho de 2015
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