O curso versava sobre castas dos vinhos portugueses, que são únicas e muito utilizadas nos vinhos portugueses.
A palestra foi ministrada por Rui Falcão, que é um dos mais respeitados críticos de vinhos portugueses da atualidade.
Vou procurar fazer um resumo do que aprendemos:
As cepas brancas mais usadas são:
Alvarinho, presente na região do vinho verde, sobretudo em Monção e Melgaço. O vinho desta cepa é equilibrado, de rendimento baixo, boa acidez e boa capacidade de envelhecimento. Cepa predominante em monovairetais, mas, quando em lote, ela surge associada à Trajadura, Loureiro e Arinto. O vinho desta cepa apresenta notas florais e de frutos tropicais (como maracujá, mel). Em outras regiões, fora de Monção e Melgaço, perde frescor.
Arinto, é a uva mais usada (além da região de Lisboa) aparece nos vinhos verdes, onde tem o nome de Pedernã. Resulta em boa acidez e frescor, com rendimento moderado. Ela tem potencial de envelhecimento e boa aptidão para madeira. Seu vinho apresenta notas de limão e ananás, com alguma mineralidade. Blend típico; Antão Vaz, Fernão Pires e Loureiro.
A Fernão Pires (Maria Gomes em Palmela e Tejo) é a uva mais plantada em Portugal. Ela é diferente e versátil, resultando vinhos diferentes em cada região. Na Bairrada, o vinho desta uva, se apresenta com leveza e nos dá prazer ao prová-lo.
Encruzado (uva do Dão), uma grande casta, comparada à Chardonnay. É uma uva quase completa, que apresenta volume, estrutura, peso na boca e frescor. É uma cepa de guarda. Ela é pouco aromática, sendo complementada por Malvasia e Bical para dar aroma, corpo e leveza ao vinho. Produz vinhos com alto teor alcoólicos e boa estrutura. Habitualmente é fermentada em carvalho para resultar em maior complexidade em seus vinhos. Vai bem em lote, ou sozinha e confere notas florais e minerais.
As tintas mais importantes são:
Touriga Nacional, que está espalhada por Portugal. Seu berço é o Dão, aparecendo também no Douro, Bairrada, Alentejo e Tejo. Seu rendimento é baixo. Ela apresenta taninos finos. Sua cor é concentrada e é aromática. Apresenta notas florais (violeta e acácia), frutos, com notas de pinheiro e eucalipto. Blend típico: Touriga Franca, Alfocheiro, Tinta Roriz, Baga e Trincadeira.
Touriga Franca, cepa se adaptou bem no Douro, por ser bem resistente ao calor. Deu bons resultados na safra de 2011. Rica em matéria corante, sendo mais usada em corte. Apresenta notas florais, ameixa, fruta madura. Blend típico: Touriga Nacional, Trincadeira e Tinta Roriz.
Tinta Roriz, uma cepa ibérica. Está espalhada por todo Portugal, principalmente no Douro, Dão e Alentejo. Ela envelhece bem e se dá bem com madeira. Dá bons vinhos longe do mar. Notas de ameixa e frutos silvestres. Blend típico: Trincadeira (Alentejo) e Touriga Nacional e Trincadeira (Douro).
Trincadeira (Tinta Amarela no Douro), aparece no Dão, Douro, Alentejo,Tejo e Lisboa. No Alentejo ela é comparada como uva do Piemonte. Produz vinhos possantes, com taninos firmes e boa acidez. Dá notas de amora, ameixa, chocolate, pimenta e ervas aos seus vinhos. Blend típico: Tinta Roriz (Alentejo), Alicante Bouschet, Castelão e Touriga Franca no Douro.
Baga que é a cepa que melhor se dá na Bairrada e Dão. Amadurece mais tarde. Produz vinhos cheios, robustos e ricos em tanino, com potencial de envelhecimento. Muito usada para produção de espumantes. Notas de groselha, amora, pimenta e fumo. Blend típico: Touriga Nacional e por vezes internacionais. Na Bairrada origina blends monovarietais compostos por Bagas de diferentes tipos de solo, com o objetivo de incrementar a harmonia e complexidade ao vinho.
Castelão, uma cepa mais simples, mas que produz vinhos agradáveis.
Este curso durou um dia e nos ajudou a conhecer melhor as principais cepas portuguesas!
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