Procurei um bom restaurante para passar o meu aniversário de 2016. Acabei escolhendo o novo estabelecimento do Salvatore Loi (Joaquim Antunes, 102, Pinheiros; tel. (11) 3062-1160).
Aberta de segunda a segunda, tanto no almoço, como no jantar, a casa tem serviço de salão comandado por Julio Diotto, com mais de 15 anos de experiência e passagens pelo Grupo Fasano e casas como Piselli, Maremonti e Zucco. É ele que orquestra maîtres e seus auxiliares diretos, garantindo atendimento cuidadoso em todas as refeições.
Do bar, localizado logo na entrada, saem drinques clássicos para abrir a refeição, como Negroni (R$38), e aperitivos artesanais ideais, como o limoncello e o meloncello (achei um pouco doce demais o que provei como cortesia). Todos eles são ali produzidos. Já a adega abriga 140 rótulos de vinho, 80% deles italianos, selecionados pela jovem sommelière Stephanie de Jongh.
Com 32 anos de carreira, Salvatore teve passagens por alguns dos melhores restaurantes do mundo, como o Villa D’Este, no Lago de Como, e o Hotel Pitrizza, em Porto Cervo, além dos 13 anos que passou à frente das clássicas cozinhas do Grupo Fasano. No total, já inaugurou 15 casas no Brasil, entre restaurantes desse grupo e outros projetos, como o Girarrosto e o antigo Loi Ristorantino (hoje apenas Ristorantino). No Salvatore Loi, o chef tem total liberdade para compor o menu, já que seus sócios não fazem interferências na cozinha. Como a cozinha é aberta para o salão, pudemos observar que ele trabalha o tempo todo.
Venho acompanhando a deliciosa cozinha de Loi desde o Girarrosto e o Loi Ristorantino.
No projeto, idealizado pelo arquiteto Jayme Lago, a cozinha é a estrela: põe em evidência o afinado trabalho da equipe, que executa com precisão a finalização dos pratos. No segundo piso, mesas dispostas em um ambiente claro, com entrada de luz natural, completam os 80 lugares que a casa comporta. Os traços da arquitetura tentam traduzir a cozinha de Salvatore: têm inspiração contemporânea, mas usam referências clássicas e atemporais, sem serem antiquados, criando um clima aconchegante.
Abre a refeição uma amuse bouche, pequena entrada desenvolvida diariamente pelo sous chef da casa e braço direito de Salvatore, Luiz Filipe Souza, oferecida como agrado de boas-vindas. No Couvert (R$22), pão de castanha-do-pará, manteiga com flor de sal, azeite e um patê de abóbora no almoço, ou queijo de cabra com geléia de tomate, no jantar.
O serviço do Loi é excepcional. A equipe funciona como uma orquestra, com atendentes bonitas e bem treinadas. Desde a entrada, até a saída, todos nos cumprimentaram educadamente.
Para este jantar de aniversário, levamos um vinho maravilhoso que eu trouxe diretamente da vinícola Allegrine, no Vêneto e que era o top da vinícola, o La Poja 2006. Ele estava divino, mas ainda tinha muito para crescer.
O sommellier devia ter colocado este vinho em um decanter, mas não o fez. Eu entusiasmado com a prova, esqueci de pedir. Acredito ter sido uma falha do serviço. Com o tempo, o vinho foi abrindo cada vez mais e ficou melhor ainda no final. O restaurante cobrou R$ 80,00 pela rolha. Achei exagerado.
Depois do amuse bouche delicioso, pedimos os pratos:
Pedi uma porchetta de javali, que por sinal, estava divina, acompanhada de nhoque de catalônia, que também estava gostoso, mas carecia de molho (vi posts onde ele tinha mais molho).
Gisela pediu um risoto rossini, que ali era feito com arroz italiano cozido com prosecco, coberto por finas lâminas de língua de vitela, gotas de balsâmico envelhecido, servidos sobre uma pasta de foie gras. Estava gostoso.
Fizeram a gentileza de me oferecerem um bolinho com vela, para comemorar o meu aniversário.
O café servido foi um ristreto da Nespresso. Acho que eles deveriam ter uma máquina tradicional e oferecerem um café gourmet.
Ao fim do jantar, fui premiado na conta, com 2 pratos cobrados a mais. Não percebi na hora, mas como fotografo as contas, descobri este equívoco no dia seguinte. Liguei para o restaurante e eles prontamente se ofereceram para me darem um crédito ou depositarem o valor excedente na minha conta. Eu escolhi a segunda opção e só devolveram o valor cobrado a mais, sem a taxa de serviço. A conta de R$498,40, com serviço de 12%, na realidade custou R$340,48.
O restaurante Loi é um bom lugar para uma data especial, mas seu preço fica um pouco salgado para um simples mortal como eu, muito embora seus pratos sejam uma obra de arte, e o serviço perfeito!
Aproveitem as experiências que venho vivendo, enquanto procuro conhecer melhor o mundo dos vinhos. Também vou falar da gastronomia e de viagens pelo mundo, incluindo as principais regiões produtoras de vinho. Saúde! E boa leitura!
domingo, 21 de agosto de 2016
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