Portugal possui uma das produções vinícolas mais premiadas do mundo. Graças a uma feliz combinação de fatores, envolvendo clima, solo, grande diversidade de uvas e ainda, profissionais competentes e conceituados, o país vem conseguindo produzir ótimos vinhos ao longo dos anos.
A quarta edição do evento “Vinhos de Portugal”, chega à cidade de São Paulo com mais de 400 rótulos para degustação e 64 produtores portugueses. No Rio serão mais de 70 produtores e quase 500 rótulos. Os eventos aconteceram em junho, de 2 a 4 no Rio e de 9 a 11 de 2017, em São Paulo, e são resultado de uma parceria entre os jornais O Globo, Público (Portugal) e, em São Paulo, ganha a força do Valor Econômico. A iniciativa também conta com a parceria da ViniPortugal.
As atividades principais em São Paulo, aconteceram em diversos espaços do shopping JK: no Mercado de Vinhos, nas Salas de Provas, Cursos e Harmonizações. Na Área de Convivência, cercada por um ambiente charmoso e descontraído, o visitante teve a oportunidade de comprar alguns dos vinhos provados no evento.
Os eventos de vinhos portugueses são sempre uma festa, tanto pela simpatia deste povo, quanto pelos belos exemplares de vinhos, cada vez melhores e mais premiados.
Neste encontro, foi possível ter contato direto com vários produtores e conhecer um pouco das suas histórias.
Comecei provando os vinhos verdes, de Anselmo Mendes, que usa diversas cepas regionais. Grandes vinhos!
Foi-se o tempo em que vinho verde era sinônimo de vinho ruim. Hoje em dia, a região que faz o vinho verde aprendeu a tirar o máximo de suas cepas regionais, produzindo vinhos delicados, com boa acidez e aromas muito agradáveis de beber.
Além dos famosos vinhos brancos, Anselmo Mendez trouxe bons vinhos tintos, uma minoria na região. Todos os seus vinhos são importados pela Decanter.
Conversei também com o sr. Alves de Souza, dono da vinícola Quinta da Gaivosa, da região do Douro, que com sua simplicidade e mãos calejadas pelo trabalho por longo período, contou-nos suas histórias:
Nesta Quinta há um vinho denominado “Abandonado”, que tem um rótulo só datilografado com o nome. Ele é proveniente de umas vinhas que estavam abandonadas e que seriam retiradas. Sr Alves resolveu então fazer um vinho com elas e então, este vem ganhando vários prêmios mundiais.
Sr Alves estava muito contente, pois lhe mostraram uma revista, com ele na capa. Ele,apesar da idade, é considerado um pioneiro do Douro Moderno. Ele também nos mostrou fotos da sua adega, que é muito moderna, dentro de um prédio todo em concreto aparente. Os seus vinhos são importados pela Decanter.
Só este papo já valia o evento!
Mas continuamos fazendo outras experiências.
Aproveitei para rever o sr. Luis Pato, que é um excelente produtor de vinhos da Bairrada. Sobre ele eu já havia publicado uma entrevista :(http://vinhoprazer.blogspot.com.br/2016/08/entrevista-com-o-fabuloso-luis-pato-da.html).
Pato me contou neste evento que produzia um vinho laranja à partir da cepa tinta baga. Disse que oxigena o vinho, de forma que a tintura fica no fundo e depois ele retira o caldo. Coloca então este caldo em contato com a uva branca Maria Gomes (também chamada de Verão Pires), para que ele fique alaranjado. O vinho é uma delícia.
Falei para ele que sua vinícola parece mais um laboratório, devido às experiências feitas ali. Questionei se as experiências que ele faz sempre dão certo. Ele respondeu: “Nem sempre”.
Provei novamente seus deliciosos vinhos para conhecer suas novas safras. Os seus vinhos são importados pela Mistral.
Ao lado deste stand, ficava o stand da Nieeport, da região do Douro e apresentava uma grande gama de vinhos deliciosos. Vinhos importados pela Mistral.
Da quinta geração de uma família de origem holandesa, o simpático Dirk, dono da Nieeport, atual dirigente da vinícola, não poupou esforços para mostrar a gama de seus deliciosos vinhos do Douro e do Dão.
Provei também os deliciosos portos da Nieeport, podendo comparar os LBV (lattle bottle vintage) 2005 e 2012. Foi uma viagem no tempo.
Também degustei os vinhos da Poças Junior, cuja vinícola fica no Douro. Estes vinhos são importados pela Obra Prima.
Lá, neste outro stand, pude provar, além dos excelentes vinhos tintos, os Porto Tawny 10 e 20 anos.
Não pude deixar de experimentar os maravilhosos vinhos da Quinta do Crasto, que são importados pela Qualimpor.
A Quinta do Valado também trouxe alguns de seus belos exemplares, importados pela PPS.
Provei também vinhos da Quinta da Romaneira, inclusive o Porto Tawny 10 anos. Estes são importados pela Portus.
Outra grande presença de vinhos nesta exposição foi a dos Moscatéis de Setúbal da José Maria da Fonseca, importados pela Decanter.
A Sivipa trouxe também o Moscatel roxo de Setúbal, que é feito com uma cepa diferente da Moscatel comum, importado pelo Templo de Baco.
Rolou muito papo e vinhos de primeira linha nesta tarde.
Este é apenas um resumo desta experiência maravilhosa!
Ainda havia muitos vinhos a conhecer, mas o evento tinha um tempo limitado de 2 horas, infelizmente!
Aproveitem as experiências que venho vivendo, enquanto procuro conhecer melhor o mundo dos vinhos. Também vou falar da gastronomia e de viagens pelo mundo, incluindo as principais regiões produtoras de vinho. Saúde! E boa leitura!
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