segunda-feira, 30 de outubro de 2017

A espetacular vinícola Viña Pedrosa, Pérez Pascuas, de Ribera del Duero

Em 1980, os irmãos Benjamin, Manuel e Adolfo Pérez Pascuas fundaram Bodegas Hermanos Pérez Pascuas. Esta Bodegas é uma vinícola pioneira, situada na região de Ribera del Duero DO – Espanha, responsável pela elaboração de "Grandes Vinhos”. A outra região também importante no feitio de grandes vinhos espanhóis, próxima da Ribera del Duero é a Rioja, que é bem mais antiga.

A plantação de uvas de família Pérez Pascuas é composta por 135 hectares e a principal casta local é a "tinta do País" (Tempranillo), que representa 90% do plantio. Os outros 10% correspondem à variedade "Cabernet Sauvignon".



Graças às excelentes características e a extensão das vinhas familiares, Bodegas Pérez Pascuas é uma das poucas vinícolas na DO Ribera del Duero, que a família administra, e produz 500.000 garrafas  anualmente.

Hoje em dia, os vinhos: "CEPA GAVILAN", "FINCA LA Navilla", "VIÑA PEDROSA" e "PEREZ PASCUAS - grande seleção" são exportados para mais de 38 países. Estes vinhos respondem por 43% da produção anual total da Pérez Pascuas.

Fiz uma visita a esta vinícola, agora em 2017 e fui recebido pelo simpático Juan de La Vega. Foi uma ótima visita, onde me senti muito acolhido e inclusive fui recebido com a bandeira do Brasil hasteada.

Aparentemente a vinícola me pareceu pequena, por que a maior parte de sua produção fica subterrânea, de forma a aproveitar a temperatura mais baixa do subsolo. No entanto, a vinícola é grande e o passeio por ela levou um tempo agradável até que eu a conhecesse melhor.

Visitando a Bodegas pude verificar que o mosto é fermentado em cubas de inox, com controle de temperatura.

José Manuel também me disse que os vinhos ali são envelhecidos em barris de carvalho americano e francês.

Ele me mostrou a madeira com a qual os dois tipos de tonéis são feitos. As de origem francesa tem uma estrutura mais fechada que as de origem americana, permitindo que o vinho respire menos.

Passeamos entre as parreiras, onde provei várias uvas que estavam muito doces nesta época da colheita. Eles têm uvas de várias espécies, junto à casa de recepção, para que possamos provar as diferentes cepas.

Ele me disse também que na DO Ribeira del Duero, só são considerados DO, os vinhos tintos. Os brancos, quando produzidos na região, não tem denominação.

Conheci também o simpático Sr. Benjamin, que é um dos proprietários da vinícola e que ainda trabalha todos os dias lá, apesar da idade. Ele me disse, com orgulho, que a sua vinícola foi escolhida como fornecedora de vinhos, pelo próprio papa João Paulo II.


Sr. Benjamim conversou um pouco comigo e foi muito gentil. Ele me mostrou diversas tampas de barricas, com assinaturas de figuras ilustres que passaram por ali.

Ele se orgulha muito destas pessoas conhecidas que visitaram a vinícola, dentre elas está o artista Antonio Banderas.

Os Pérez Pascuas produzem 6 vinhos: Cépa Gavilán Crianza, Viña Pedrosa Crianza, Viña Pedrosa - Finca La Navilla, Viña Pedrosa Reserva e Viña Pedrosa Gran Reserva.

A colheita ali é toda manual, o que revela um grande cuidado com o feitio de seus vinhos.

Nesta visita pude fazer uma prova de alguns de seus vinhos:

Cépa Gavilán Crianza 2014, que é feito com a cepa Tinta del Pais, e fica no mínimo 12 meses em barrica francesa e americana e 12 meses em garrafa. Os vinhedos para esta produção tem entre 10 e 15 anos. A cor deste vinho é de um violáceo brilhante. É um vinho com aromas de fruta madura, café e especiarias. É um vinho agradável, equilibrado e de boa persistência. Este vinho ganhou 95 pts. no Guia de Vinhos Gourmets

Viña Pedrosa Crianza 2014 é feito com a cepa Tinta del Pais e fica 18 meses em barrica francesa e americana e 6 meses em garrafa. Os vinhedos para esta produção tem entre 20 e 25 anos.  O vinho tem cor roxa intensa, com reflexos violáceos. No nariz ele é complexo e lembra frutos maduros. É um vinho potente, redondo e persistente, com taninos integrados. Este vinho ganhou 97 pts. no Guia de Vinhos Gourmets

Viña Pedrosa Reserva 2012 é feito com a cepa Tinta del Pais e fica 24 meses em barrica francesa e americana e 12 meses em garrafa. Os vinhedos para este vinho contam com 30 e 35 anos. A cor deste vinho é cereja brilhante, com reflexos azulados. Os aromas são de frutas, ervas e canela. É um belo vinho, potente, estruturado e muito persistente.

Viña Pedrosa Gran Reserva 2010 é feito com as cepas Tinta del Pais (90%) e Cabernet Sauvignon e fica 24 meses em barrica francesa e americana e 36 meses em garrafa. Os vinhedos destas uvas tem mais de 40 anos. A cor deste vinho é roxo intenso e na boca ele é um espetáculo, amplo, com taninos maduros, uma bela estrutura e persistência. Este vinho ganhou 98 e 99 pontos do Guia de Vinhos Gourmets, em duas safras, junto com o Vega Sicilia Unico.

Junto com esta degustação foram servidos queijos e embutidos deliciosos, que praticamente substituíram o meu almoço. Ainda assim, ao sair de lá, pedi uma indicação de um local pra almoçar e me indicaram o restaurante El Ciprés, na cidadela Aruanda del Duero.
Lá fui eu conhecer aquela simples e árida região da Espanha, magnífica no entanto, pelos seus vinhos!

O prato típico da região, que acabei experimentando no Ciprès, é o Lechazo que é um cordeiro assado na lenha.

Além de ter feito a agradável visita à Bodegas Pérez Pascuas, fui presenteado por eles com um Viña Pedrosa Reserva 2012. Ganhei também o Guia de Vinhos Gourmets! Todos foram muito amáveis e eu senti que fechava com chave de ouro meu passeio a esta região.

Agradeço a todos da Pérez Pascuas que me receberam e à Mistral, pela organização desta excelente visita!

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Mama Osteria, Restaurante do Salvatore Loi e Paulo Barros

Venho acompanhado o chef Salvatore Loi, desde que ele saiu do Fasano e gosto muito da sua culinária.


Achava o restaurante Girarrosto muito bom e o Salvatore Loi (outro restaurante que levava seu nome) com preços muito altos, mas com comida muito boa e serviço impecável.

Quando soube que o chef Salvatore Loi e Paulo Barros (trabalhou no Italy) tinham aberto o Modern Mamma Osteria, em novembro de 2016, resolvi ir conhecê-lo, num almoço de domingo.

O Mamma é um restaurante menos pretensioso e mais econômico que o Loi, e se instalou na Rua Manuel Guedes, 160 - Itaim Bibi (fone 3078-2263).

Já estive lá 2 vezes. A primeira logo que abriu, quando ainda podíamos encontrar algumas mesas vagas. A segunda foi recentemente, agora que o restaurante pegou e eu tive que chegar lá ao meio dia, para achar lugar. Lembrem-se é necessário fazer reserva.

A recepcionista é muito educada e nesta segunda vez que estive lá, me colocaram numa mesa no meio da passagem. Pedi então à ela para mudar de mesa e ela me realocou rapidinho.

A decoração do local é de bom gosto e a música agradável. O projeto do estabelecimento fez várias e inteligentes opções para reduzir o custos, sem perder o charme. Os copos são do tipo americano e as toalhas foram substituídas por papéis com o cardápio impresso.

Os pratos que escolhi, nas minhas visitas, foram:

Entrada de mozzarella de búfala, camarão ao pomodoro  (R$34,00).

Gnocchi de batata dourada, com ragu de Lula, tomate confit e rúcula. (R$54,00).


Raviolini Stracciatella, limão siciliano ao suco e manjericão, (R$52,00).

Cullurgiones (massa parecida com um pastel, recheada de ricota e limão siciliano), ao pêsto de hortelã, amêndoas e manjericão (R$42,00).

Agnelotti plin recheado com vitelo, ao creme de grana padano (R$57,00).

Para mim, é difícil dizer qual foi o melhor prato, pois todos estavam extraordinários!
No entanto, o Cullurgione com seu recheio e sutileza cítrica foi o que mais me surpreendeu!

Na primeira visita a conta ficou em R$130, 90, para 2 primeiros pratos, água e um refrigerante.

Na segunda vez, a conta ficou em R$171,76, com uma entrada, duas águas nacionais, 2 pratos principais e um café que podia ser acompanhado de um biscoitinho... fica a dica.

Nas 2 vezes que estive no Mamma, o Salvatore não estava,  diferente do que acontecia no restaurante Loi e Girarrosto.

O Mamma realmente está bombando e acredito que esta dupla de chefs virtuosos vai fazer muitos fãs ainda, por conta de uma culinária moderna e criativa!

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Sul da Toscana

Em 2016, na minha viagem para a Itália, ainda na região da Toscana, resolvi alugar uma casinha no campo. Meu objetivo em me hospedar ali era estar perto da vinícola Siro Pacenti, em Montalcino que eu iria visitar. Também desejava conhecer algumas cidades: Pienza, Bagno Vignole e Montepulciano.

A minha casinha no campo ficava numa serrinha, perdida no mundo!

Nunca tinha estado nesta região e já conhecia as estradas da Toscanas, que por sinal, são bem calçadas, mas na sua maioria, são estreitas, cheias de curvas e sem acostamento. Isto nos faz levar mais tempo do que calculamos para nos deslocarmos.

Esta casa foi alugada pelo AirB&B (Seggiano, Toscana Fone:39 333 746 2927 (Luisa) E$77) e ficava num bosque de castanhas. Ela era usada antigamente, para armazenar e assar as castanhas. 

Depois de uma reforma de muito bom gosto, a casa ficou um charme, com sala e cozinha no térreo, além de um banheiro e saleta, bem a frente. Na parte superior, com piso de madeira, ficavam dois quartos, sendo que  um bem amplo e gracioso, onde ficamos.

A decoração da casinha campestre era de muito bom gosto e de cada janela avistávamos uma bela vista!

A casinha se situava próxima à cidadela de Seggiano e para localizá-la, contamos com a ajuda de  Silvia, uma amiga da proprietária Luiza, que nos levou até lá. Sem esta guia seria impossível achar a casa.

No caminho almoçamos em Seggiano, no restaurante Antigo Borgo. Perguntamos se eles tinham algum prato com trufas e eles nos ofereceram este menu:

Macarrão com trufas e Funghi Porcini (que nem constava do cardápio) e Macarrão com presunto cru e sálvia.

Isto foi acompanhado pelo delicioso vinho local: Podere Montale.

Como sobremesa, pedi uma torta de la nonna, muito gostosa!

É incrível como em qualquer cidadela da Itália se come bem e barato!

Nesta cidade de seggiano vimos uma cena inusitada enquanto almoçávamos: um caminhãozinho resolveu passar por um beco estreito, pois há muitos destes pela Europa , e ficou manobrando muito tempo até conseguir realizar tal façanha. Coisa de italiano cabeça dura.

Após o almoço fomos para nossa casinha no campo, viver a vida local um bocadinho.

Apesar da dificuldade de locomoção, nesta passagem pela Toscana, vivemos experiências inéditas nestes dias ali vividos, como por exemplo: acordar pela manhã e colher figos no quintal.

Num dos dias que passeei pelo bosque, encontrei uma senhorinha simpática catando castanhas para assar. As pessoas neste local se conhecem e tem uma vida pacata e camponesa.

Numa das noites que estávamos com preguiça de sair, paramos numa cidade próxima à Seggiano e compramos frios e antepastos para comermos a noite.

Fizemos então um lanche e o acompanhamos de um Brunello de Montaltino, adquirido na estrada, por 16 euros. Tudo a preço de banana!

Esta foi nossa última noite na casinha pois no dia seguinte viajamos para Roma.

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Montepulciano, Toscana

Depois do passeio por Pienza, fomos conhecer a cidade de Montepulciano. Nesta cidade são produzidos os vinhos Rosso de Montepulciano e o Nobile de Montepulciano, que nada tem a ver com os vinhos Montepulciano D’ Abruzzo, que por sua vez, são feitos na região do Abruzzo.

Montepulciano é uma cidadezinha medieval erguida toda em pedra, no alto da colina, com um belo centro histórico caracterizado por uma sucessão de vielas e casas com fachadas irregulares, cercado por muralhas e fortalezas.

A cidade fica num morro e existem pequenos estacionamentos em vários níveis para quem deseja visitá-la. O ideal é parar o mais alto possível, pois terá ainda muitas subidas para enfrentar.

Depois de subir, chega-se numa ampla praça, onde fica a catedral, em estilo medieval, construída em 1594. Nesta praça existem ainda o Palazzo Avignonesi, o Palazzo Bucelli, a Igreja de Sant' Agostino e a Torre dell’Orloggio.

Piazza Grande é o coração de Montepulciano e o palco dos principais acontecimentos da cidade, incluindo o Bravio delle Botti, a corrida em que se leva o barril ladeira acima, que é realizada todos os anos em agosto.

Depois de nos encantarmos com a beleza de tal praça, começamos então a descer e procurar por um restaurante que nos apetecesse, mas desta vez não acertamos na escolha, coisa raríssima na Itália.

Soubemos ao sair do restaurante que era um casal brasileiro que tocava o negócio. Em 30 dias, esta foi uma de duas vezes que não tivemos sorte com as refeições, pois as demais foram maravilhosas!

A cidade de Montelpuciano tem um passado muito antigo, pois as suas origens remontam aos etruscos, no século IV A.C.

Sua história é muito importante, por se encontrar no entroncamento de duas estradas regionais (de Chiusi a Arezzo e do Val di Chiana ao Val d’Orcia até o lago Trasimeno). Montepulciano fica próxima de várias outras cidades importantes tais quais: Orvieto, Perugia, Siena, Florença.

Em Montepulciano é possível desfrutar de uma vista fabulosa do Val d’Orcia e do Val di Chiana.

Montepulciano recentemente se tornou um destino turístico muito popular e teve um aumento considerável no número de seus visitantes, após as filmagens do famoso filme “Lua Nova” a sequência do Crepúsculo saga de vampiros e “Os Medici”.

O passeio por esta cidade foi muito agradável, pois ela é monumental!


De lá, partimos para a cidade de Castel Piano, próxima à nossa casinha alugada na Toscana. Em Castel Piano paramos para comprar o presunto cru local, pão e beringelas em conserva, para o nosso lanche da noite.

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