segunda-feira, 23 de abril de 2018

Alba, no coração do Barolo e do tartufo bianco

Nesta  viagem  que fiz em 2017, saí de Turim em direção à cidade de Alba, para visitar uma vinícola produtora do vinho Barbera, a Bruno Roca.

Alba é uma cidade do Piemonte que fica na província de Cuneu, uma das regiões produtoras de alguns dos vinhos mais importantes da Itália:

DOC: Barbera, Dolcetto e Nebbiolo,
DOCG: Barbaresco, Barolo e Moscato.

As origens de Alba datam de antes da civilização romana. A cidade foi fundada na época da Roma antiga.

Alba já foi denominada a cidade das 100 torres, sendo que algumas torres ainda existem hoje em dia.

As igrejas de várias épocas estão espalhadas pela cidade.  A catedral de Alba data da época romana, porém passou por várias restaurações.

Além dos vinhos, Alba é produtora de trufa branca, iguaria culinária deliciosa, com preço estratosférico!

A trufa é um fungo, que é localizado debaixo da terra, por cachorros treinados para isto. Dizem que antigamente, esta procura era feita por porcos, que no entanto, queriam comer a trufa e não entregá-la ao caçador. Já o  cachorro apenas troca a trufa, por biscoitos, ainda bem!


Os aromas das trufas são fortes, dentre eles, o aroma de gás predomina, porém o seu sabor é sutil. Ela necessita ser utilizada no feitio de um prato leve, para ser realçada.

A feira de trufas de Alba ocorre entre outubro e novembro, quando elas podem chegar ao preço de 15.000 US$ o kg! Algumas grandes já chegaram a custar 100.000 Us$ / Kg.

Existem também trufas negras do Piemonte, mas são menos valorizadas e apreciadas do que as brancas.

São também famosas em Alba, as suas nozes e avelãs e os chocolates que as utilizam, como o Ferrero Rocher. Os torrones também são uma maravilha!

Enfim foi nesta cidade cheia de iguarias que me hospedei no Alba Residence (http://www.albaresidence.it/), um pouco afastado do centro, porém com excelente acomodação e preço camarada. Diária por 58 euros.

Lá em Alba, passeamos bastante pela cidade, onde compramos óleo tartufado, vinho Barolo Monprivato de Giuseppe Mascarello (meu vinho predileto, que custa 110 euros, mas vale!).

Em Alba fiz duas refeições memoráveis:

Restaurante La Tibera (via Elvio Pertinlle 24), onde pedimos pimentões vermelho e amarelo com aciughe (anchova).

Cruda di fassone piemontesa batuta al coltello, que é um tipo de tartar, que estava gostoso mas eu  ainda gosto mais do tartar, pois é mais temperado.

Fiore de zucchini, que é a flor de abobrinha frita recheada. Esta é uma iguaria que não temos no Brasil.

Agnolotti del plin burro d'alpeggio e tatufo nero estivo (massa com trufa negra), que estava delicioso.

Paccheri di grano duro, polpo verace e faggiolini. Estava maravilhosa esta massa em forma de rigatoni grande e era feita com polvo.

Para acompanhar tudo isso, pedi o vinho Nebbiolo d’Alba, da Azienda Agricola Rossotto, que passa 13 meses em barrica e 6 meses em garrafa. Ele era frutado, delicado e aveludado e acompanhou bem os pratos.

A conta ficou em 95 euros e o jantar foi muito bom!

Também almoçamos no restaurante La Piola, que fica na Piazza del Duomo.
Foi ali que provei a Insalata d’estatate (insalata, tono di coniglio, peperoni en agrodolce, ricotta di seriass e pangrattato) Salada com coelho cru marinado, que estava deliciosa. Custou 11 euros.

Tajarin ala ragu di salsiccia (talharim com linguiça e molho de tomates), com molho bolonhesa, que também estava bom. Custou 14 euros.

Desta vez, tivemos mais tempo para curtir a cidade de Alba, conviver com suas belezas e artes culinárias.

De Alba, fomos para a França, mais especificamente para Cagnes sur Mer, para conhecer a casa de Renoir e visitar a delicada cidade de Eze.

domingo, 15 de abril de 2018

Restaurante Fito, de comida brasileira, do baixo Pinheiros

Cada vez mais podemos notar o  aparecimento de restaurantes que trabalham com produtos nacionais e que fazem preparações cuidadosas.

Um destes casos trata-se do restaurante Fitó, que fica na rua Cardeal Arco Verde 2.773, (fone: 3032-0963). Ele é um restaurante um pouco difícil de achar, pois fica no trecho baixo da Cardeal Arcoverde, depois do largo da Batata.

Ainda que sua localização não seja das mais fáceis, o Fitó é mais uma boa opção desta nova moda que vem acontecendo no baixo Pinheiros. Perto dele, ainda temos o Maria Farinha e o asiático Mica.

O local do restaurante Fitó é pequeno, mas sua decoração é moderna e de bom gosto, ainda que o local seja um tanto barulhento, pois quase tudo lá é concreto aparente.

O nome do restaurante, Fitó vem do apelido da chefe Cafira Foz, que é originária do Piauí, região do árido nordestino.

Logo na entrada fui recebido por Morena, que é uma recepcionista bem simpática.

O menu do Fitó é pequeno, apenas com seis pratos e quatro petiscos, além dos pratos oferecidos no dia.

Estive lá duas vezes para almoçar e sempre optei pelo prato do dia. Numa das vezes pedi, como entrada, o bolinho de costela, que é feito de carne de porco empanada no panco, servido com geléia de pimenta da casa (6 unidades), uma delícia! (R$15,00).

Os pratos que experimentei foram:

Prato da sexta feira: Peixe na tapioca: pescada empanada na tapioca, vinagrete de feijão fradinho, maionese, coentro e arroz. Achei o prato delicioso e ele custou R$29,00.

Prato da quarta: Costelinha de porco temperada com especiarias e pincelada de geléia de taperabá e acompanhada de legumes do sertão refogados (maxixe, abóbora, quiabo, batata doce). A costela estava suculenta e com muita carne. Achei os legumes pouco temperados e eu particularmente não gosto de abóbora, em pratos salgados. Custou R$29,00.

Provei também o Bolo de chocolate belga, com calda de cupuaçu e nibs de cacau (chocolate meio amargo Callebaut) , que estava divino! O tamanho da porção é exagerada.

Junto com todos os pratos do dia, é servida uma saladinha com uma rodela de carambola que é muito gostosa.

Pretendo voltar ao restaurante, inclusive para provar a Paçoca de carne de sol da casa, com farinha de mandioca, manteiga de garrafa, servida com baião de dois, banana da terra e queijo de coalho grelhado. Este prato não faz parte do menu do dia e custa R$35,00.

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Turim, capital do Piemonte, Itália - Região de grandes vinhos!

Depois de visitar Annecy, fui para Turim, ou Torino em piemontês, para rever uma cidade que me impressionou muito, da primeira vez que estive lá, de passagem.

Turim é a capital e a maior cidade da região do Piemonte, e é também a quarta maior cidade da Itália.


Uma região de muitos bons produtos gastronômicos.

O gianduia de lá , que corresponde a  uma mistura de chocolate com avelã (70% de chocolate), foi inventado nesta região, quando Napoleão limitou a entrada de produtos ingleses, entre eles, o cacau.

Fiquei hospedado no hotel Best Western Hotel Genio (http://www.hotelgenio.it/) Corso Vittorio Emanuelle II, 47, Standard, com café. A diária foi de EUR 121,00. Este é um hotel antigo, mas muito bem localizado e com boas acomodações.

Turim é um cidadão, com muitas praças, prédios grandiosos, monumentos, restaurantes e cafés, além de ser a sede da Fiat.

Na cidade da Fiat, não poderia faltar o museu do automóvel, que é imperdível. https://www.youtube.com/watch?v=9TUg9Z2DCXk

A praça principal de Turim se chama Piazza Castello onde ficam os principais monumentos da cidade. Lá estão o Palazzo Real, o Palazzo Madama e a Catedral.

O prédio símbolo da cidade é o Mole Antonelliana, onde está o museu do cinema, muito visitado pelos turistas.

Foi em Turim que nasceu a primeira Eataly, que é uma rede de supermercados sofisticados.

A cidade tem também um museu egípcio bem completo, perdendo apenas para o museu do Cairo.

A avenida principal tem a caçada coberta, com abertura em arcos para a rua. Lá ficam as lojas e cafés, além das melhores sorveterias do mundo.

Caminhei por boa parte do centro e tomei um café perfeito e um sorvete incrivel!
No fim deste passeio cheguei  no rio (fiume) Po, de onde avistamos a majestosa basílica Gran Madre di Rio.

Nesta noite jantamos bem no restaurante Bistro, perto do hotel, onde apreciamos o vitelo Tonato, que é um tipo de rosbife típico, com maionese e alcaparra.


Provamos também o raviole al plin e o  tagliarim ao burro e salvia ( com manteiga e salvia).

Aproveitei  para tomar um vinho na loja Signorvino, que serve taças de vinho, e é uma loja tentadora, que oferece muitos produtos italianos. Lá também tem um restaurante bem simpático!

Valeu a pena passar um dia em Turim, antes de partir para a cidade piemontesa de Alba.
Turim é mesmo uma belíssima cidade!

segunda-feira, 2 de abril de 2018

O encontro dos vinhos do Tejo 2018

Os vinhos de Portugal são sempre uma alegria nas nossas vidas e os vinhos do Tejo não ficam fora desta festa!

Os vinhos do Tejo oferecem uma grande vantagem com relação à outras regiões. Pelo fato de serem menos badalados do que os do Douro, Dão e Alentejo, oferecem uma relação custo /  benefício melhor.

Muitos produtores de vinho, desta região, se associaram à Comissão Vitivinícola Regional do Tejo, que por sua vez, fornece a certificação, o controle e a divulgação destes vinhos.

O primeiro evento do Tejo aqui no Brasil, do qual participei, aconteceu em 2010. Até hoje venho acompanhando estes eventos.

O último encontro dos vinhos do Tejo ocorreu neste março de 2018 e foi realizado no Clube Paulistano, contando com 8 produtores que ofereceram cerca de 80 vinhos brancos, rosés e tintos para o evento.

Neste ano houve uma redução do número de produtores participantes com relação ao ano passado. Acredito que isto se deva a nossa crise e consequente a redução no consumo de vinhos. No entanto, é mérito de José Carlos Santanita, criador da Caravana do Tejo,dar continuidade ao seu projeto.

As castas mais usadas na região do Tejo são as tintas: Touriga Nacional, Trincadeira, Castelão, Aragonez, Cabernet Sauvignon e Syrah e as brancas: Fernão Pires, Arinto, Alvarino, Chardonnay e Sauvignon Blanc.

Os produtores presentes neste evento foram Adega Cartaxo, Agro Batoreu, Casal Monteiro, Enoport, Falua, Fiuza, Quinta da Alorna, e Quinta da Ribeirinha.

Quanto aos vinhos do evento, posso dizer que os brancos, principalmente com cepas portuguesas estavam muito frescos e agradáveis.


 A produtora Fiuza apresentou o branco, bem agradável, porém este ano não trouxe seu espumante, que é bem gostoso e foi o único que participou do encontro de 2017.

Dos brancos, os que mais me agradaram foram:  O Quinta da Alorna Reserva 2015, das cepas: Arinto e Chardonnay e o Grande Reserva Branco, ambos importados pela Adega Alentejana.

Os melhores tintos foram:

Do produtor Falua : O Conde Vimoso Reserva (Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon, Syrah e Aragonez), importado pela Decanter;

O tinto da Quinta da Alorna: Reserva Tinto 2010 ( Touriga Nacional e Cabernet Sauvignon); além do excelente Grande Reserva Tinto. Eles são importados pela Adega Alentejana.

Os produtores desta realização foram muito cordiais e representaram bem a gentileza de seu povo português, encantando os brasileiros!

Agradeço a Santanita e Winesense pelo belo evento e pelo agradável convite!

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