domingo, 20 de dezembro de 2009

Degustação de Espumantes

Participei de uma degustação de espumantes TOP, nestes eventos do fim do ano.
Nesta ocasião, comentamos à respeito da paternidade do espumante, atribuída a Don Pierre Pérignon.
Existem relatos de que na Grécia antiga e em Roma, as pessoas se intrigavam com as bolhas dos vinhos, sem saber qual o mistério que as produzia.
Por muito tempo, as pessoas pensavam que as bolhas se formavam nos vinhos, por conta das influências das fases da lua ou até mesmo por causa dos bons ou maus espíritos.
Dizem que os imperadores romanos adoravam os vinhos frisantes.
Na Idade Média, os vinhos produzidos na região de Champagne, apresentavam, volta e meia, pequenas bolhas. Isto, no entanto, era considerado um defeito.
Dom Pérignon foi designado pelos superiores a encontar uma solução para acabar com isto.
Tais bolhas faziam com que os vinhos vazassem mais facilmente, o que provocava grandes estragos nas adegas.
No início do ano 1700, quando os espumantes já eram produzidos deliberadamente, os encarregados dos cuidados com as adegas, tinham que usar pesadas máscaras de ferro, evitando acidentes.
O estouro de uma garrafa podia criar uma reação em cadeia, dentro da adega, provocando uma perda de 20% a 90% da produção dos vinhos.
Foram os ingleses, os primeiros apreciadores dos espumantes.
Eles iniciaram o estudo técnico que pesquisava as causas das borbulhas nos vinhos.
Os vinhos eram frequentemente transportados para a Inglaterra, em barricas, para lá serem engarrafados.
No século 17, os ingleses começaram a produzir garrafas de vidros, mais resistentes, com o intuito de suportar a pressão. Eles também começaram a utilizar as rolhas para tampar as garrafas, técnica que já existia na Roma antiga, mas esquecida depois da queda do Império.
No inverno de Champagne, a fermentação dos vinhos, era interrompida naturalmente, devido ao frio.
Durante o transporte do vinho para a Inglaterra, a temperatura das bebidas aumentava, permitindo a retomada da fermentação interrompida, e a criação das bolhas.
Em 1662, o cientista inglês Christopher Merret fez o primeiro tratado técnico sobre a presença de bolhas nos espumantes.
Ele concluiu que estas borbulhas aconteciam devido à presença do açúcar nos vinhos. Uma de suas estratégias tratava de adicionar açucar à bebida, antes mesmo dela ser engarrafada.
Isto ocorreu, bem antes dos franceses começarem a produzir intencionalmente os espumantes.

De qualquer forma, a versão da descoberta da champagne, por Don Pérignon, é a mais romântica, pois associa aos espumantes borbulhantes, às grandes comemorações.
Nesta ocasião, tive o prazer de degustar 6 espumantes, com preços variando na faixa de R$178,00 a R$530,00, importados pela Decanter (fone:3074-5454), elaborados pelo método Champenoise.
A sequência de vinhos apresentados, aconteceu numa crescente de qualidade.
O minucioso cuidado de cada produtor na elaboração dos seus espumantes resultou numa qualidade surpreendente!
A colheita das uvas, nas produções de todos estes espumantes, é feita manualmente, através da seleção dos melhores cachos.
Cada casta é processada separadamente, para depois fazer a assemblage.
Os vinhos ficam ainda por longos tempos em contato com as leveduras.
- Espumante: Arunda Talento Extra Brut 2001. Produtor: Arunda Vivaldi. De orígem Italiana, da região do Alto adige, tem o preço de R$180,00. As uvas utilizadas foram: Chardonay 60% e Pinot Noir 40%. A graduação alcoólica é de 12,8. Comentário: Depois de provar este espumante, comecei a achar que era o prenúncio de uma grande noite. O vinho apresentava uma sensação muito agradável no nariz, com frutas cítricas, aromas de brioches, amêndoas e chocolate branco. As bolhas eram pequenas e persistentes.
- Espumante Cava: Elisabet Raventós 2003. Produtor: Raventós e Blanc. Região: Cataluña Preço R$160,90. As uvas utilizadas foram: 60% Charel.lo, 30% Chardonay e 10% Monastrel. Comentário: apresentou aromas de brioche, amêndoas, frutas cristalizadas e avelãs. As bolhas eram pequenas e persistentes. Combina com cozinha japonesa e frutos do mar: Centolla e lagostins.
- Champagne: Authentique Rose Brut Grand Cru. Produtor: Earl E. Barnaut. Região: Montagne de Reims. Preço R$191,20. Comentário: os aromas são de: groselhas e framboesas confitadas e pomelo. As bolhas eram pequenas e persistentes. Combina com Salmão defumado, caça de pena (perdiz, faisão…), charcouterie e queijos maturados.

- Champagne: Milésime Grand cru Brut. Produtor: Earl E. Barnaut. Região: Montagne de Reims. Preço R$280,00. Os aromas são: florais, de avelã tostada, feno e cerejas . Sua perlage é muito fina e combina com a alta gastronomia de pescados e crustáceos.
- Espumante: Giulio Ferrari Riserva del Fondatore 1997. Produtor: Frerrari Fratelli Lunelli Spa. Região: Trento, Itália. Preço Cr$538,20. Este espumante foi o top da noite, superando até mesmo os champagnes. O perlage se apresentou finíssimo, numeroso e persistente. Apresentou grande potência, mas com elegância. Revelou aromas de manteiga, avelã mel e croissant. Combina com a alta gastronomia, sobretudo à base de crustáceos.

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