sábado, 6 de fevereiro de 2010

Viagem a Mendoza

Conheci também o Sr. Zuccardi, proprietário da vinícola Zuccardi, situada na região de Mendoza-Argentina, durante uma degustação que participei em São Paulo. Perguntei a ele, nesta ocasião, sobre a possibilidade de conhecer sua vinícola. Ele foi muito receptivo e apresentou-me o seu gerente, colocando-o à minha disposição para o caso de nos receber numa visita.
Dentro das minhas prioridades pelo mundo do vinho, pretendia mesmo conhecer Mendoza, a maior região produtora de vinho da Argentina.
Como não existia vôo direto para lá, escolhemos uma rota mais curta, com escala em Santiago.
Já na escala no aeroporto de Santiago, aproveitei para comprar alguns vinhos ícones do Chile, como por exemplo o Dom Maximiano 2006, produzido pela vinícola Errazuris. Este vinho, na safra 2000, numa degustação às cegas em Berlim, desbancou outros vinhos campeões, tais como Chateau Latour, Margaux e o italiano Sassicaia.
Nesta mesma degustação de Berlim, o segundo vinho foi o Seña 2001, do mesmo produtor, seguido pelo Chateau Lafite 2000.
Além desta garrafa, comprei outro vinho, o Borobo 2004, da Casa Lapostole, elaborado com 35% da uva Syrah, 20% da Cabernet Sauvignon, 20% da Carmenere, 15% da Pinot Noir e 10% da Merlot.
O nome deste vinho “Borobo” vem das uvas típicas de três locais: Bordeaux (Bo), Rhône (Ro) e Borgonha (Bo).
Depois de um turbulento vôo sobre a Cordilheira dos Andes, aterrisamos em Mendoza, que mais parecia um oásis criado pelo homem em meio ao deserto.
Mendoza é uma cidade muito arborizada, graças aos canais (asequias) que passam por toda cidade regando a vegetação e umedecendo a região, com água proveniente do degelo do Andes.
Foto: Praça de Mendoza
Descobrimos um lugar charmoso para jantarmos que se chama “Enoteca.” Além de bons pratos provamos o vinho “Septimo Dia”, safra 2005 (como diz o rótulo: El séptimo dia el descanso despues del momento de la creacion), da uva Cabernet Sauvignon. Produzido pela vinícola do grupo espanhol Cordoniu, estava muito equilibrado, demonstrando ter sido uma boa escolha para o custo de US$12.
Fomos também a uma das churrascarias da cidade, com muitas carnes expostas na vitrine. Provei o vinho Alta Vista 2006, da uva cabernet sauvignon. Achei-o desequilibrado, com muito álcool e acidez.
Outro vinho que também provamos e não foi uma boa escolha foi o Tamari Roble 2006, da uva Malbec.
Como em toda viagem, o planejado nem sempre sai como devia ser.
Tínhamos combinado uma visita à Zucardi na segunda feira, mas descobrimos que este dia era um feriado local. Mudamos então a data para terça, que seria o dia da viagem de Mendoza à Buenos Aires. Por estas e outras tivemos que fazer uma visita corrida.
Foto: Vinícola Zuccardi e seu gerente
Fomos recebidos pelo Gerente da vinícola, que nos deu uma atenção especial. Conhecemos a vinícola e as diferentes linhas de produção dos vinhos mais simples até os vinhos Reserva.
Os processos de produção dos vinhos reserva vão desde uma seleção manual mais cuidadosa das uvas, até o processo de movimentação do mosto.
Esta vinícola tem uma diferença básica com relação às demais, pois utiliza água de poços artesianos, e não a de irrigação controlada pelo governo, o que dá mais independência à sua produção.
Vimos uma área de equipamentos em escala reduzida, utilizados para teste de produção de vinhos com novas cepas.
Foto: Degustação
Participamos de uma prova de vinhos, sendo que, dentre os que nos foi oferecido, o varietal Tempranillo, da linha Q, foi o que apresentou melhor relação custo benefício. Provamos e aprovamos também o fortificado, da uva Malbec, denominado Malamado. Dizem que este nome surgiu, pois o enólogo que o criou não apreciava o vinho, como o público apreciava e por isso o vinho não era amado. A versão da Zuccardi porem é de que o nome vem da abreviação de Malbec a moda do porto.
Além dos vinhos, a Zuccardi produz azeite de três cepas de orígem diferente. A que mais gostei foi a variedade Frantoio, originária da Toscana. Conhecemos também outra variedade, a Manzanilla, originária da Andalucia e a Arauco, da Argentina.
Foto: Passagem del Inca
Participamos também de uma excursão, que ia a vinícolas menores, com vinhos bem inferiores. O ideal, no entanto, é escolher as vinícolas principais,pois são elas que tem condições de produzir vinhos melhores.
Foto: Aconcágua
Outro passeio que fizemos foi até a divisa com o Chile, onde se avistava o Aconcágua. Conhecemos também um belo monumento, chamado de “Passagem del Inca,” onde o frio era intenso.
 
Foto: Região da travessia para o Chile

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