domingo, 4 de abril de 2010

A Provence e seus vinhos

Hospedados em Avignon, cidade dos papas na França, planejamos ir a Aix en Provence com o objetivo principal de conhecer o Chateau Vauvernargues. O chateau foi comprado em 1958 por Picasso, onde viveu de 1959 a 1961. Os filhos de Picasso escolheram o parque do chateau para fazer uma exposição de obras de Cézane e Picasso.
Lá chegando, a cidade que respirava arte estava molhada com uma chuva constante. Ficamos frustrados ao descobrir que a procura pela visita era tão grande que, para tentar uma vaga no passeio, teríamos que chegar às 7 da manhã do dia seguinte e contar com pessoas que desistissem.... Foi uma decepção saber que não havia possibilidade de fazer uma reserva para a visita...coisa de francês.
Foto: Café em Aix

Aproveitamos então para conhecer a cidade e o café Les Deux Garçons que exibia sua excepcional decoração de consulado da época do hotel De Gantes e que carregava tal nome , pois pertencia a dois garçons que o compraram em 1840.
A memória de várias personalidades está associada a esse café, como: Mistinguett, Churchil, Sartre, Piaf, Trenet, Delon, Belmondo.
Lá, Cézanne passou 3 horas antes do jantar com seu camarada do liceu Mignet, Emile Zola.
As grandes etapas da vila de Aix foram associadas à memória do café, como os eventos da revolução de 1789 na Provence, até a criação do festival de artes líricas após a segunda guerra mundial
A política, as artes, a literatura, a moda e o espetáculo fizeram parte deste prédio por duzentos anos de encontros no Les Deux Garçons.
Foto: Atelier Cézane

Visitamos também o singelo atelier de Cézanne, com seus jardins singelos, onde obras de arte são expostas.
Em seguida, nos dirigimos à região produtora de vinhos de Bandol, com a intenção de visitar a única vinícola sugerida pelo meu guia, o Chateau Pibarnon.
Foto: Chateau Pibarnon

Instalada num imponente chateau, estava lá a vinícola que nos recebeu em sua cave, uma vez que nossa visita fora agendada antecipadamente.
Foto: Tonel no Chateau

Iniciamos a prova com um vinho branco, composto por 40% da uva Clairrette, 40% Bourboullenc e 20% de cepas diversas. Dele pudemos sentir um frescor na boca, assim como um aroma de flores, jasmim e frutas como abricot e pêche.
O Segundo vinho foi rosé, das cepas Mouvédre (50%) e Cinsault (50%). Com uma bela cor coral, o rosé oscilou entre a potência e a delicadeza e terminou revelando um toque de sensualidade.
O último foi um vinho tinto da uva Mouvédre, bastante equilibrado e elegante, com aromas de violeta.
Foto: Cacho de mouvédre

Na saída, vimos várias parreiras com cachos maduros de uva Mouvédre. A tentação nos levou a atolar no barro, para conseguir experimentar aquela iguaria, uma uva madura e doce, com casca escura e sementes grandes. Delícia! Após a visita voltamos a Avignon para lá jantar e conhecer, nos dias seguintes, outras partes da Provence.

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