sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Degustação de vinhos toscanos



Participei da degustação de vinhos Toscanos, das produtoras Ruffino e Cal d’Orcia, trazidos pela importadora Franco-Suiça.

O Somellier Phillipe Germa fez, nesta ocasião, uma ampla explanação sobre as propriedades das duas produtoras, que incluem terras no Friuli e na Toscana.

Phillipe nos disse que as duas empresas produzem vinhos com o máximo de cuidado. As colheitas e a seleção das uvas é manual, sendo fermentadas em barris de inox, com controle de temperatura, passando em seguida para o envelhecimento em barrica.

A Ruffino é uma empresa tradicional, que iniciou em 1870, conseguindo premiação já em 1895, tornando-se fornecedora da corte italiana em 1910.

O proprietário da Ruffino é o sr. Cinzano, que vendeu a Cinzano para o grupo que produz o Carpano. Ele é proprietário de uma das melhores vinícolas do Chile, que produz um único vinho, o premiado Erasmo, de corte tipicamente Bordalês. Um vinho que passa 18 meses em barrica de carvalho francês e que recebeu a mais alta pontuação do Descorchados do Chile, 94, apesar da discordância de alguns críticos.

Além dos vinhos típicos da Toscana, na propriedade la Solataia, a Ruffino produz vinhos da uva Chardonay.

Os vinhos que degustei neste encontro foram:

Chianti DOC 2011, da Ruffino, com 13% de álcool. É um vinho leve, bom para beber sem compromissos. Custa R$60,00

Nearco de Sant’Antonio 2005, da Cal d’Orcia, com 14,5% de álcool. Ele é feito com as uvas Merlot (50%), Cabernet Sauvignon (30%) e Syrah (20%). É um vinho muito intenso, com um tanino bem agressivo e pode ser tomado desacompanhado de alimento. Talvez com mais guarda ele venha a suavizar. Custa R$182,00.

Riserva Ducale Chianti Classico DOC 2007, com 13,5% de álcool. Eu já havia provado meia garrafa deste vinho, em Firenze e achado muito intenso. Este, no entanto, me pareceu mais leve. Custa R$152,00.

Brunello di Montalcino 2006, da Cal d’Orcia, com 14% de álcool. Este já é um vinho mais interessante, que necessita de mais uns anos de guarda antes de abrir. Custa R$278,00.

Brunello di Montalcino 2005, da Ruffino, com 14% de álcool. Achei este o melhor vinho da noite, devendo melhorar ainda, com mais tempo de guarda. Custa R$278,00.

O dono da importadora nos disse que os dois produtores são bem tradicionais. Estes vinhos de guarda devem melhorar muito com o tempo.

Esclareceu ainda que a Ruffino foi comprada por um grupo de norte americanos jovens, que devem introduzir modernizações nos processos de produção.


terça-feira, 18 de setembro de 2012

Degustação de vinhos das importadoras.


As importadoras de vinhos encontraram uma boa fórmula para apresentarem seus vinhos aos clientes e assim incrementarem suas vendas.

Diversas importadoras fazem, em geral aos sábados, degustação gratuita de alguns dos seus vinhos.
Já participei de várias delas:

A Importadora Empório Sório, que fica na rua dr. Augusto de Miranda 802, Pompéia (fone:2925.2601). Degustação aos sábados das 11 aàs 15 horas.

Esta pequena importadora trabalha com vinhos da Córsega, uma ilha que pertence à França. Esta ilha já esteve sob o domínio de Pizza e Gênova, que transferiram, nesta época, características marcantes a essa ilha. Este domínio influenciou também os vinhos da região, pois a maioria das uvas de lá são de origem italianas.

O seu simpático dono, Thierry , nos contou algumas curiosidades sobre a Córsega:
O dialeto que se fala na ilha é o mesmo que em Gênova.
A ilha tem montanhas de mais de 2,7 mil metros com neve o ano todo.
A ilha tem 200km de comprimento por 5 km de largura.
Suas estradas  são sinuosas e  é difícil  atravessar a ilha no sentido da sua largura, devido aos altos morros que ali estão.
A Córsega pertence hoje à França e fica à 1 hora de barco do porto de Livorno, na Itália.
Praticamente não se consome peixe na ilha, que, por ter sido muito invadida concentrou sua população nos morros, longe do mar e da possibilidade de pescar.
No canto direito da ilha, canto que dá para a Itália, o sol se põe mais cedo, portanto é um canto mais frio da Córsega, o único que produz a uva Pinot Noir.

Nesta degustação do Empório Sório, pude experimentar os vinhos;

Terra Nostra, feito da uva Vermentino. É um vinho leve, fácil de tomar. Seria interessante que tivesse um pouco mais de acidez. Custa R$54,00.

O vinho tinto, Orenga de Gaffory, feito de uvas Nierllucci Grenache . É um vinho bem encorpado, que não passa por barrica, recomendado junto a pratos de carnes ou caças. Custa R$115,00.
Provei também na segunda vez que estive lá:

Domaine Pasqua, das uvas Cabernet Sauvignon (60%) e Syrah 2004, que passa  oito meses por barrica francesa. É um vinho leve, com uma boa estrutura na boca. Custa R$ 91,60

Terra Mariana 2008, da uva Cabernet Sauvignon. Achei este vinho muito leve. Em geral gosto mais de vinhos encorpados. Seu preço é de R$ 61,20.

Esta importadora oferece alguns pacotes com 6 vinhos, assim  reduzindo substancialmente o seus preços.

Lá fui muito bem recebido tanto por Thierry como pela Melissa, ótimos anfitriões!


A Smart Buy Wines (fone 30455536), na rua Atilio Inocenti 621, no Itaim, promove aos também aos sábados, sua degustação de vinhos.

Esta importadora é especializada em vinhos norte americanos, mas conta também com produtos de outros países.

Na primeira vez que estive na Smart Buy Wines, provei o Chateau Montelena Chardonay, que ganhou a prova de Paris, que colocou a Califórnia no mundo dos bons vinhos. Ele custa R$349,00.

Noutra vez, provei o Pedroncelli, Cabernet Sauvignon 2009, do Dry Creek valley. Estava bem equilibrado. Custa R$99,00.

Na última vez em que estive lá ,provei vinhos como o Mettler, da uva Zinfadel, que por sinal, ganhou uma prova de vinhos americanos. Seu preço de R$110, com desconto ficou por R$99.


A Grand Cru, na sua loja de Alphaville (fone 4191. 8707), promove aos sábados, uma degustação de vinhos, em geral  com ofertas. O trabalho é feito gentilmente por sua equipe, organizada por Tiago.
Os vinhos espanhóis ali tem sido os de melhor custo/ benefício,
Posso citar:

 Splendore (de R$49 por R$42), Abad (de R$49 por R$42), Besllum, que teve a nota 93 RP (de R$69 por R$59) e Predicator (de R$79 por R$67).


A Decanter, cuja sede fica em Blumena SC, tem uma loja no Itaim, na rua Joaquim Floriano 838 (fone 3702-2020).

Em geral aos sábados ela escolhe de 2 a 3 vinhos para degustação dos clientes, dando descontos nos seus preços.

Última vez que estive lá, os vinhos eram:

O francês L’Etoile 2007 branco, da região da Jura. Ele é feito com a uva Chardonay, e tem a cor clara, apesar da sua idade. É um bom vinho! Seu preço de tabela é de R$111,55 . Estava no dia com 20% de desconto.


O Norte Americano Shadows Run Fox Creek 2008, Shiraz e Cabernet Sauvignon. Um vinho equilibrado, que custa R$85, mas no eventofoi vendido por R$68.


Para finalizar posso dizer que estes eventos são muito interessantes, pois nos dão uma boa ideia do que as importadoras tem para nos oferecer.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

O vinho Amarone


O Amarone, um vinho único na Itália, produzido no Vêneto, região de Valpolicella, a noroeste da cidade de Verona.

O Amarone é um vinho pouco conhecido, que requer uma forma de produção muito particular, que acaba por enriquecer e encarecer o produto. É feito das uvas  semi-desidratadas.

As variedades de uva utilizadas para fazer este vinho são: Corvina, Rondinella, e Molinara. A origem do nome da uva corvina provém de corvo, devido à sua cor escura, e as demais uvas tem nomes de outras aves.

A área de Valpolicella tem ficado ligada às uvas e ao vinho, desde os tempos antigos, como é confirmada pela etimologia do seu nome: "val polis cellae", que significa: "o vale de muitas adegas de vinho".

A região do Valpolicella Clássico é uma das mais importantes áreas de produção de vinho na Itália.

O processo de produção do Amarone se inicia com a colheita das uvas, em geral, nas duas primeiras semanas de outubro. Dentre os cachos colhidos, são selecionados aqueles em que as uvas não ficam muito próximas uma das outras, de forma que o ar passe entre elas.

As uvas são secadas em caixas com temperatura e umidade controladas (atualmente), para que não formem o fungos ”Botrytis Cinerea”, que provoca amargor no vinho. Este processo é chamado de ”Appassimento” ou ”rasinate” em italiano.

Este processo concentra o açúcar residual e os sabores e aromas das uvas.

No Amarone, a preservação das cascas é muito importante, pois é delas que vem os taninos, a cor e aroma do vinho.  Este processo além de concentrar o suco dentro da casca, aumenta o contato dele com a casca.

Este processo leva em geral de 3 a quatro meses, dependendo do produtor e da qualidade da safra. A desidratação da uva, reduz o seu peso em 30% a 40%.

As uvas são então esmagadas e levadas para fermentação, com temperatura controlada, por um período de 30 a 50 dias.

Depois da fermentação, o vinho é envelhecido em barricas francesas ou eslovenas.

O Amarone é um vinho bem estruturado, complexo, elegante e aveludado, com intensa cor rubi. Tem um bouquet quente, de especiarias, com aroma de uvas. Este vinho tem um alto teor alcóolico, em geral entre 15 e 16%. Ele é vendido, em geral, 5 anos após a safra.

A origem da técnica de APPASSIMENTO é muito interessante. Na minha visita à vinícola Allegrini, me contaram que durante a guerra, houve um ataque à região de Valpolicella, o que fez com que a colheita fosse interrompida.

Quando o exército saiu da região, a uva então foi colhida e colocada no depósito. Descobriram então que o líquido que saiu da uva, resultou num vinho doce e muito saboroso.

Este vinho é tradicionalmente bebido com uma gama, de carnes tostadas ou grelhadas, caçarolas e queijos bem maturados. Desde que as uvas são secas, parcialmente antes da fermentação, o Amarone tem um sabor que pode acompanhar também novos e exóticos pratos doces e salgados. É no entanto um acompanhamento perfeito à comida asiática, com seus temperos e a combinação doce com sal.

Na região de Valpolicella é produzido também um vinho doce, denominado Recioto dela Valpolicella, que usa também a técnica de APPASSIMENTO, por um período maior que do Amarone. Neste caso, as uvas não utilizadas para o Amarone, passam pelo mesmo processo. Na etapa de fermentação, quando o vinho chega ao teor de açúcar desejado, ele é interrompido.

Nesta região também é produzido um vinho chamado Ripasso.

O Ripasso é feito com parte das uvas da colheita normal, quando ocorre uma primeira fermentação. Posteriormente ele é complementado com parte do vinho Amarone, quando sofre uma segunda fermentação. Neste caso o vinho é mais tânico com cor mais profunda.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Restaurante Davoz - Campos do Jordão


Davoz
Passando um fim de semana em Campos do Jordão, resolvemos comemorar o aniversário de uma amiga num restaurante.

Iniciamos a difícil procura de um bom local para o jantar, o que não é uma missão fácil em Campos, uma vez que a maioria deles é do tipo turístico e, portanto, ruim. Apesar de alguns restaurantes usarem ingredientes requintados, como carne de javali por exemplo, o preparo não é tão sofisticado e bom como a matéria prima, resultando em pratos fracos.

Resolvemos conhecer o tradicional Davoz, que fica bem no centro, na av. Macedo Soares 340 (fone: (12) 3663.1824).

A casa lembra um canto suíço, porém em Campos. Tem ali uma lareira de cobre, que dá um charme especial ao local. Conta ainda com um deck externo e um mezanino.

Davoz tem duas linhas de cardápio: uma com vários tipos de fondues,  e outra linha com pratos de peixes, carnes, caças, aves, risotos e massas, além de entradas e sobremesas.

Os pratos escolhidos por nós foram:

Cordeiro Aromático: carré de cordeiro ao molho de tomate seco, azeitonas, alcaparras e ervas finas, servido com purê de mandioca, que custou R$69,74

Truta com legumes, que custou R$29,13.

Medalhão à Normandia, com risoto de camembert e castanha do pará, acompanhada de molho rôti, que custou R$51,89.

Risoto à Piemontês, com champignon e presunto, que custou R$31,80.

Para homenagear a aniversariante levei o Villa San Juliette, Cabernet Sauvignon 2009, Paso Robles. Este vinho custa R$93,00 na importadora Smartbuywines (fone: (11) 3368.5351). O vinho combinou muito bem com os pratos de carne.

O maitre gentilmente dispensou a cobrança da rolha, tendo em vista, se tratar de um aniversário.
Além do agradável momento com amigos, o local se tornou uma boa opção de refeição em Campos para mim.

Voltei lá de novo, após a temporada. Desta vez comecei a achar os preços bem honestos, comparando com outros restaurantes da cidade mais caros e de pior qualidade.

Nesta ocasião escolhi o prato de Javali com alecrim para degustar: costelas de Javali, acompanhadas de nhoque de semolina e molho mediterrâneo. Custou R$71,51 e estava muito bom.

Como eu estava só, escolhi meia garrafa do vinho Trapiche Malbec 2011, que estava apenas razoável. Não existe, em geral, boas opções de vinhos em garrafas menores.

Miolo chega na Argentina e desbrava seu quinto terroir

Grupo brasileiro adquire a Bodega Renacer, localizada em Luján de Cuyo - Mendoza, consolidando assim, sua internacionalização em uma das pri...