terça-feira, 20 de agosto de 2013

Visita ao Château Le Puy


Com à gentileza da World Wine, consegui uma visita à vinícola Chateau le Puy, que fica em Saint Emillion, na região de Bordeaux.


A vinícola:

A história desta vinícola começou em 1610, quando a primeira pedra de edificação do chateau foi colocada na região de Saint-Cibard.


Os vinhos, que passaram pela mão de 14 vignerons, sempre tiveram a característica de serem naturais, sem aditivos químicos, ou seja,  vinhos puros, verdadeiros, autênticos e únicos.


Os vinhos tintos produzidos ali utilizam as cepas: Merlot (85%), Cabernet Sauvignon (12%), Cabernet Franc (2%) e Carménerè (1%). Os brancos, por sua vez, utilizam apenas a cepa Sémillion.


Os vinhos produzidos, por ano, são: Tradition (105.000 garrafas), Barthélemy (15.500), Marie-Cécile (2.500), Marie-Elisa (400), Rose-Marie (300) e Blaise-Albert que é uma série limitada.


Conforme fala do dono da vinícola, Jean-Pierre Amoreau:


“Através do seu trabalho, o vigneron e a natureza produzem a energia e a matéria. Sua obra começa com a ideia do néctar que ele quer oferecer e compartilhar e seus sonhos o fazem sempre projetar-se no futuro. Cada gesto pressupõe o vinho futuro. A cada gole, o apreciador do vinho perceberá a mensagem do vigneron, capaz de adivinhar a fragrância de um vinho, criado com dificuldades, dúvidas, medo, além da alegria de um homem que realizou o seu sonho, dando o melhor dele mesmo para partilhar a felicidade.”


A visita:

Saí da cidade de Roccamadour  em direção à St Emilion e perto dali comecei a perguntar sobre a região de Saint-Cibard. Assim cheguei ao Chateau le Puy, não sem certa dificuldade.


Fui recebido pelo enólogo Pierre-Yves Petit, que ainda jovem, mostrou amplo conhecimento da vinícola e de seus princípios.


Entramos no belo e bem conservado chateau, onde conheci seu simpático proprietário, o sr. Jean-Pierre Amoreau.


Pierre-Yves nos levou à plantação das vinhas, onde enfatizou que o princípio da vinícola era o de produzir vinhos em harmonia com a natureza.

Ali eles não usam agrotóxico, criam gado para fazer compostagem para adubo, aram a terra a cavalo para não compactar o solo.


A plantação nos campos do chateau é muito bonita e organizada.


Vimos um cavalo grande arando a terra. Pierre nos disse que este trabalho é terceirizado.


Ele enfatizou também a questão fundamental no le Puy, que é a do vinho em  harmonia com a natureza.

Ali, entre as vinhas, podemos ver o gado pastando, um lago e pedras antigas espalhadas pela pequena floresta.

Nesta época, primavera, os pequenos brotos de uvas já começavam a aparecer no cacho à espera do tempo certo para colheita.

Neste chateau, a vinicultura orgânica e biodinâmica é utilizada, sem o uso de fertilizantes químicos, herbicidas e inseticidas artificiais.

A colheita das uvas é feita de forma manual, com o cuidado para que as uvas não cheguem esmagadas na adega.


Fomos conhecer a cantina, onde as cubas utilizadas para fermentação do mosto são de concreto, com espessas paredes para manter a temperatura do vinho.

Na parte superior das cubas existe uma cavidade, para conter o vinho que transborda com o calor que ele mesmo gera. Na tampa das cubas, por sua vez, existem válvulas que liberam os vinhos para as cavidades citadas. Este vinho depois retorna à cuba, quando a temperatura diminue.

No processo de fermentação é evitada a adição de leveduras ou açúcares aos vinhos.


Após a fermentação, os vinhos são transferidos para barricas e tóneis de carvalho, para maturação. Durante esta fase, que dura até 2 anos, o vinho é bombeado com clarificante, quando necessário.

O vinho de cada barril é provado semanalmente, de forma que o técnico possa acompanhar o seu desenvolvimento.

Após a visita passamos à prova dos vinhos:


Barthélemy 2007, com 13% de álcool, das cepas Merlot (85%) e Cabernet Sauvignon (15%), é envelhecido por 24 meses em barril de carvalho francês, é engarrafado sem ser filtrado. É um vinho delicado, com aroma de frutas vermelhas e uvas secas. Na boca ele é equilibrado, complexo, com boa persistência. É um parceiro ideal para carnes grelhadas, caças e cogumelos.


Marie-Cécile 2011, com 12% de álcool, da cepa Semillion (100%), que é vinificado e amadurecido em barris de carvalhos franceses. No nariz apresenta notas de pera e flores exóticas. Apresenta na boca um toque de mineralidade, com boa estrutura e permanência. Harmoniza com frutos do mar e queijo de cabra.


Após a degustação fomos convidados para um almoço, oferecido gentilmente pela vinícola, num restaurante rústico do campo.

Neste almoço continuamos provando os vinhos, junto a pratos exóticos, como as tripas a moda da casa.


Esta foi uma experiência única, que serviu para vermos como hoje em dia ainda existem produtores que aliam técnicas modernas, sem, no entanto, perderem sua história e tradição.


Só tenho a agradecer a World Wine , ao proprietário e ao enólogo do Chateau le Puy,

Merci!

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