Com à gentileza da World Wine, consegui uma
visita à vinícola Chateau le Puy, que fica em Saint Emillion, na região de
Bordeaux.
A vinícola:
A história desta vinícola começou em 1610,
quando a primeira pedra de edificação do chateau foi colocada na região de
Saint-Cibard.
Os vinhos, que passaram pela mão de 14
vignerons, sempre tiveram a característica de serem naturais, sem aditivos
químicos, ou seja, vinhos puros,
verdadeiros, autênticos e únicos.
Os vinhos tintos produzidos ali utilizam as
cepas: Merlot (85%), Cabernet Sauvignon (12%), Cabernet Franc (2%) e Carménerè
(1%). Os brancos, por sua vez, utilizam apenas a cepa Sémillion.
Os vinhos produzidos, por ano, são:
Tradition (105.000 garrafas), Barthélemy (15.500), Marie-Cécile (2.500),
Marie-Elisa (400), Rose-Marie (300) e Blaise-Albert que é uma série limitada.
Conforme fala do dono da vinícola,
Jean-Pierre Amoreau:
“Através do seu trabalho, o vigneron e a
natureza produzem a energia e a matéria. Sua obra começa com a ideia do néctar
que ele quer oferecer e compartilhar e seus sonhos o fazem sempre projetar-se
no futuro. Cada gesto pressupõe o vinho futuro. A cada gole, o apreciador do
vinho perceberá a mensagem do vigneron, capaz de adivinhar a fragrância de um
vinho, criado com dificuldades, dúvidas, medo, além da alegria de um homem que
realizou o seu sonho, dando o melhor dele mesmo para partilhar a felicidade.”
A visita:
Saí da cidade de Roccamadour em direção à St Emilion e perto dali comecei
a perguntar sobre a região de Saint-Cibard. Assim cheguei ao Chateau le Puy,
não sem certa dificuldade.
Fui recebido pelo enólogo Pierre-Yves
Petit, que ainda jovem, mostrou amplo conhecimento da vinícola e de seus
princípios.
Entramos no belo e bem conservado chateau,
onde conheci seu simpático proprietário, o sr. Jean-Pierre Amoreau.
Pierre-Yves nos levou à plantação das
vinhas, onde enfatizou que o princípio da vinícola era o de produzir vinhos em
harmonia com a natureza.
Ali eles não usam agrotóxico, criam gado
para fazer compostagem para adubo, aram a terra a cavalo para não compactar o
solo.
A plantação nos campos do chateau é muito
bonita e organizada.
Vimos um cavalo grande arando a terra.
Pierre nos disse que este trabalho é terceirizado.
Ele enfatizou também a questão fundamental
no le Puy, que é a do vinho em harmonia
com a natureza.
Ali, entre as vinhas, podemos ver o gado
pastando, um lago e pedras antigas espalhadas pela pequena floresta.
Nesta época, primavera, os pequenos brotos de
uvas já começavam a aparecer no cacho à espera do tempo certo para colheita.
Neste chateau, a vinicultura orgânica e
biodinâmica é utilizada, sem o uso de fertilizantes químicos, herbicidas e
inseticidas artificiais.
A colheita das uvas é feita de forma manual,
com o cuidado para que as uvas não cheguem esmagadas na adega.
Fomos conhecer a cantina, onde as cubas
utilizadas para fermentação do mosto são de concreto, com espessas paredes para
manter a temperatura do vinho.
Na parte superior das cubas existe uma
cavidade, para conter o vinho que transborda com o calor que ele mesmo gera. Na
tampa das cubas, por sua vez, existem válvulas que liberam os vinhos para as
cavidades citadas. Este vinho depois retorna à cuba, quando a temperatura
diminue.
No processo de fermentação é evitada a
adição de leveduras ou açúcares aos vinhos.
Após a fermentação, os vinhos são
transferidos para barricas e tóneis de carvalho, para maturação. Durante esta
fase, que dura até 2 anos, o vinho é bombeado com clarificante, quando
necessário.
O vinho de cada barril é provado
semanalmente, de forma que o técnico possa acompanhar o seu desenvolvimento.
Após a visita passamos à prova dos vinhos:
Barthélemy 2007, com 13% de álcool, das cepas
Merlot (85%) e Cabernet Sauvignon (15%), é envelhecido por 24 meses em barril
de carvalho francês, é engarrafado sem ser filtrado. É um vinho delicado, com
aroma de frutas vermelhas e uvas secas. Na boca ele é equilibrado, complexo,
com boa persistência. É um parceiro ideal para carnes grelhadas, caças e
cogumelos.
Marie-Cécile 2011, com 12% de álcool, da
cepa Semillion (100%), que é vinificado e amadurecido em barris de carvalhos
franceses. No nariz apresenta notas de pera e flores exóticas. Apresenta na
boca um toque de mineralidade, com boa estrutura e permanência. Harmoniza com
frutos do mar e queijo de cabra.
Após a degustação fomos convidados para um
almoço, oferecido gentilmente pela vinícola, num restaurante rústico do campo.
Neste almoço continuamos provando os vinhos,
junto a pratos exóticos, como as tripas a moda da casa.
Esta foi uma experiência única, que serviu
para vermos como hoje em dia ainda existem produtores que aliam técnicas
modernas, sem, no entanto, perderem sua história e tradição.
Só tenho a agradecer a World Wine , ao
proprietário e ao enólogo do Chateau le Puy,
Merci!
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