Depois que saímos da ilha de Kórcula, partimos em direção à cidade de Split, na Croácia. Tínhamos a possibilidade de percorrer todo caminho tortuoso até a autoestrada, ou pegar uma balsa até Split. Apesar de caro (R$250,00) optamos por fazer o trecho de balsa,pelo mar, o que seria menos cansativo e mais rápido.
A viagem foi muito agradável, com um mar deslumbrante a nossa frente e a passagem por inúmeras ilhas e barcos pelo caminho.
A chegada à Split pelo mar, já nos oferece uma bela visão da cidade, com seu calçadão, bares e restaurantes.
Split é a maior cidade da Dalmácia e a segunda maior da Croácia.
Está situada numa península na margem oriental do mar Adriático.
Ali ficamos num péssimo hotel 3 estrelas, o Hotel Villa Marjela. Jobova 5 21000. (http://www.villamarjela.hr/e/index.htm). Como eu havia perguntado se poderia mudar a data da chegada, eles passaram meu quarto para outra pessoa, nos colocando num cubículo, e apenas nos ofereceram toalha de rosto no dia da chegada. O café da manhã era ruim e a localização do hotel era meio estranha. Este hotel, junto com o de Zadar, foram os micos de hospedagem da nossa viagem.
Infelizmente na Croácia, não dá para confiar no sistema de estrelas dos hotéis.
Como o hotel Vila Marjela era perto do centro, fomos à pé conhecê-lo no fim do dia.
Paramos no calçadão para jantar, onde apreciamos a comida local, na Brasserie on Seven. Felizmente o cardápio era escrito também em inglês, senão dificilmente entenderíamos o croata.
A graciosa garçonete que nos atendeu, Nicolina, teve toda paciência do mundo, ao tentar nos descrever os pratos. A entrada que pedimos foi uma deliciosa burratta com salada e macarrão com camarões.
Os vinhos foram mais complicados, o cardápio estava em croata e acabei acertando o pedido com o sommelier mesmo. Escolhemos primeiro o branco Rizman Posip que era bem agradável e depois provei o interessante Plavac Mali Bosso Senjkovic.
No dia seguinte, voltamos à cidade, passando pelo Teatro Municipal e entrando num café com afrescos nas paredes, para completar o nosso café da manhã, fraco como o hotel.
Entramos no palácio de Dioclesiano, que devia ter sido grandioso nos idos tempos, mas que mantém ainda sua beleza mesmo que em suas ruínas.
Notamos que, infelizmente, partes que caíram do palácio foram completadas com construções mais atuais, transfigurando sua fachada para ao mar.
Muitas lojas também foram construídas ali, onde devia ser apenas o palácio, outrora.
Numa parte central do palácio, assistimos a uma cantoria que ecoava dentro de um enorme ambiente. Eram famosos cantores croatas!
Neste dia, almoçamos no gostoso restaurante Palatin, onde conhecemos o garçom Niksa, que ao saber que éramos brasileiros, perguntou-nos se mandaríamos para ele uma camisa do time Corinthians. Achamos curioso e dissemos para ele que não precisava nos dar dinheiro, que a enviaríamos de presente a ele, sim. Graciosamente ele nos ofertou uma sobremesa.
Almoçamos lulas e fritas, além de sardinhas e camarões.
A prosa com Niksa foi boa e ele nos contou um pouco sobre as dificuldades financeiras que os croatas viviam após a guerra. Ele mesmo era um professor de inglês que teve de trabalhar como garçom para assegurar o seu sustento.
Depois da conversa com Niksa, ainda naquela tarde, tarde fomos conhecer a galeria Mestrovic.
Mestrovic é um grande escultor croata, um artista incrível que é considerado o Rodin da Croácia.
Suas esculturas são lindas e seu museu belíssimo!
O prédio fica em frente ao mar e tem jardins maravilhosos!
Os trabalhos do artista são muito bons, o que faz deste programa um programa imperdível!
No dia seguinte, partimos em direção a Trogir.
Um pouco de história de Split:
Embora o surgimento de Split costuma ser associado à construção do Palácio de Diocleciano, há provas da existência prévia de uma colônia grega, na área.
Diocleciano, um imperador romano que governou entre 284 e 305, era conhecido por suas reformas e pela perseguição aos cristãos. Por ordem sua, a construção do Palácio começou em 293, de modo a estar pronto quando de seu afastamento da vida política do império em 305. O lado sul do palácio fica em frente ao mar, suas muralhas têm uma extensão de 170 a 200 m e uma altura de 15 a 20 m, e o complexo todo ocupa uma área de 38,000 m².
Esta grande estrutura já estava abandonada quando os primeiros cidadãos de Split fixaram residência na parte de dentro de suas muralhas: em 639, os refugiados da cidade de Salona, destruída pelos ávaros, converteram o interior do palácio num vilarejo. Ao longo dos séculos, aquela comunidade cresceu e ocupou as áreas em torno do antigo palácio, mas este constitui, ainda hoje, o centro da cidade, ainda habitado, com lojas, mercados, praças e uma catedral cristã. Tudo inserido nos corredores, pisos e muros do antigo palácio.
Ao longo de sua história, Split foi governada por Roma, pelo Império Bizantino e, intermitentemente, pela nobreza croata e húngara. Em 1420, Split assumiu o controle a República de Veneza, que o perdeu em 1797, para a Áustria-Hungria. No período de 1806 a 1813, a cidade de Split esteve sob controle napoleônico.
Com o tempo, Split tornou-se um importante porto, com rotas para o interior da Croácia, através do passo de Klis. A cidade experimentou também um desenvolvimento cultural, com nomes como Marko Marulic, um dos clássicos da literatura croata, autor de Judita (1501, publicado em 1521), considerada a primeira obra de literatura moderna em língua croata.
Aproveitem as experiências que venho vivendo, enquanto procuro conhecer melhor o mundo dos vinhos. Também vou falar da gastronomia e de viagens pelo mundo, incluindo as principais regiões produtoras de vinho. Saúde! E boa leitura!
quarta-feira, 13 de maio de 2015
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