domingo, 3 de janeiro de 2016

Berlim Oriental

Partindo de Amsterdam de avião, fomos para Berlim. Esta é uma cidade que não conheci quando trabalhei na Alemanha, devido às dificuldades de acesso criadas pela cortina de ferro.

A cidade de Berlim foi dividida por um muro de 66,5 km, que cercava a Berlim capitalista, construído em 1961pela RDA (República Democrática Alemã, socialista). Hoje em dia ainda existe restos do muro, com sua maioria pintada com grafites bem criativos e coloridos.
Hoje em dia ainda existe uma diferença significativa entre as duas áreas. A área socialista está com muitas obras e parece ser uma área menos desenvolvida que a ocidental.

Como a cidade é muito grande, neste texto vou falar apenas do lado socialista. A parte ocidental fica para um segundo artigo.

Conseguimos um mapa no hotel e saímos à noite para conhecer a cidade. Decidimos ir para Alexanderplatz, o que nos deu uma impressão meio lúgubre da cidade. Jantamos uma currywurtz,  práto típico de Berlim, composto por salsicha branca com gostoso molho de tomate e curry, acompanhada de batata frita. Com uma cerveja nacional, nosso prato ficou bem saboroso!

Desta primeira no metrô, tivemos muitas dificuldades, devido a reformas na linha para integração entre as 2 áreas. Fomos auxiliados por um casal de senhores. Depois de alguns dias, porém, aprendemos a andar bem pelo metrô de Berlim, que é extenso e ramificado.

Por várias vezes encontramos, num mesmo trecho do metrô, um senhor com aparência de oriundo do leste europeu. Ele sempre carregava uma caixa de música e uma corneta e tocava a  mesma canção “hit the road jack”.

Visitamos, no dia seguinte, a Potsdamer Platz, que é o coração da nova metrópole Berlim. Os berlinenses vão a este local para frequentarem cinemas, restaurantes e lojas. Postdamer Platz já era um núcleo urbano na década de 1920 e foi destruída pela segunda guerra., mas foi reconstruída após a queda do muro.

Lá visitamos o Sony Center com seu belo teto de vidro e o "Boulevard des Stars”, onde vimos estrelas pelo chão da calçada da fama, como a de Werner Herzog e de Marlene Dietrich.

Andamos até a magnífica o Brandemburger Tor (Porta de Branderburgo), que era uma das portas de divisória entre as duas Berlins.

Caminhamos também pela “Unter Den Linden” que é uma longa avenida com prédios, museus e universidades, todos restaurados, até chegarmos na maravilhosa "Museumsinsel” (ilha dos museus), formada pelos afluentes do rio Spree.


Nesta espetacular ilha, fica a catedral, em estilo barroco, denominada “Berliner Dom”, que tem uma imponente cúpula.  Belíssimo!

Antigamente existia lá o Stadtschloss (palácio da cidade de Berlim), que foi demolido pelos socialistas, pois consideravam como uma recordação inaceitável do passado imperial.

Os museus da ilha são:


"Bode Museum", que fica ao norte da ilha, com um majestoso prédio, que abriga um acervo de esculturas, o museu bizantino e o acervo de numismática.

"Neues Museum" que abrange o "Ägyptisches Museum" (Egito), da pré-história e da história antiga.

"Alte National galerie", que lembra um templo grego, com pinturas e esculturas, acervo de antiguidades clássicas.

“Galeria James Simon", que está em reforma.

Ali fica também o Pátio das colunatas, que uma área ajardinada que liga a Alte e o Neues. É um lugar muito bonito e agradável, onde ocorrem desfiles e concertos ao ar livre.

Continuamos a caminhada e chegamos novamente à Alexanderplatz, onde descobrimos um gostoso fast food de frutos do mar, o Nordsee, que pertence a uma rede que existe também nas principais cidades da Alemanha. O Nordeste é especializado em frutos do mar.

Subimos à torre de Tv da "Berliner Fermsehturm", que tem 368m de altura e é a edificação mais alta da cidade. Ela foi erguida em 1969 pelo governo da RDA como sinal de triunfo da Berlim Oriental.

Para subir à torre deve-se comprar um ingresso e aguardar uma demorada espera.

No alto da torre tem um restaurante com um mirante que dá uma visão ampla da cidade.

Aproveitei para provar um bom Riesling junto à vista deslumbrante.

No dia seguinte fomos conhecer o Checkpoint Charlie, que era um ponto de passagem entre as duas Berlins, que abriga exposições sobre a história do muro.

Do antigo posto sobrou uma réplica, onde ficam pessoas fantasiadas de guarda das 2 partes da cidade. Estes ficam recebendo trocados para tirar fotos com turistas. Acho este programa dispensável.

Fomos conhecer depois a esplêndida Bebelplatz (anteriormente conhecida como Opernplatz), que é uma praça pública no centro de Mitte (bairro de Berlim).

A Bebelplatz, a sul da avenida Unter den Linden, é um dos lugares mais interessantes de Berlim.

Ficam lá: a biblioteca da Universidade Humboldt, onde estudaram Karl Marx, Albert Einstein e outros gênios (29 ganhadores de Prêmios Nobel!). Do outro lado, está o prédio do banco para onde tanto corre a personagem do filme “Corra, Lola, Corra”.

Lá também ficam a Catedral de St. Hedwig, que foi a primeira igreja católica da Prússia, depois da Reforma Protestante.


O imponente prédio da State Opera também está nesta praça, cujo nome homenageia August Bebel, um dos fundadores do Partido Social Democrata Alemão.

Nesta praça houve a queima de livros, em 1933, como em muitas cidades universitárias alemãs. Durante o regime nazista, tudo o que fosse crítico ou desviasse dos padrões impostos pela doutrina hitlerista entrava na lista de publicações proibidas. Organizações estudantis, com apoio da polícia e dos bombeiros, se encarregaram da destruição de 20 mil livros em toda a Alemanha, a maioria pertencente a bibliotecas públicas.

Hoje, no meio da Bebelplatz, há uma placa de vidro no chão que revela, sob a praça, prateleiras de livros vazias. É um memorial discreto porém muito bonito. Ao lado, a citação do poeta Heinrich Heine: “Onde se queimam livros, acaba-se queimando pessoas”.


A Alemanha não esconde a sua história e faz questão de registrar, sempre de forma muito respeitosa, até os seus momentos mais difíceis. É como se a mensagem fosse:
"Nunca esquecer para nunca repetir."

Continuamos o “nosso passeio por Berlim,  pela área oriental, onde comemos um delicioso falafel e kafta.

Passamos também pela Oberbaumbrücke, que é uma graciosa ponte de tijolos vermelhos que atravessa o rio Spree.

Do outro lado da ponte, visitamos a maior parte ainda existente do muro de Berlim. Ali artistas fizeram grafites, retratando vários fatos importantes da época da Berlim dividida. Um festival de desenhos e cores!

O passeio pela região do muro, que é bem descampada, é muito interessante para apreciar os tais grafites tão expressivos!

Nesta região fica também o “Aliantz Stadium”, que é um belo prédio de campo de futebol.

Assim concluímos a nossa visita pelo lado oriental da cidade.

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