quinta-feira, 7 de julho de 2016

Diversidade de vinhos do encontro Mistral 2016

A Mistral promove a cada 2 anos, um encontro entre produtores e enófilos, para apresentar seus vinhos e sua história. Este encontro começou a acontecer em 2003 e neste ano de 2016, ele está na sua 8ª edição.

Neste evento compareceram aproximadamente 70 bons produtores, de 16 países, levando um total de 550 vinhos, representados, na sua maioria pelos proprietários ou enólogos.

Pude então entrevistar 2 produtores: Luis Pato de Portugal - (Bairrada) e Leone Contini daTenuta di Capezana (Toscana), cujo conteúdo divulgarei posteriormente.

Seria impossível provar 550 vinhos, em 4:30 hs e por conta disto tive de me organizar a fim de ter uma idéia geral sobre o evento.

Vou divulgar aqui algumas gratas surpresas que tive:

O vinho tinto que mais gostei foi o Lupicaia 2004, produzido pelo Castello del Terriccio, que fica situado na região de Marema, na Toscana. É um vinho feito com cepas francesas: Cabernet Sauvignon (85%), Merlot (10%) e Petit Verdot. Um vinho complexo, tanto no nariz como na boca, apresentando sinais de evolução. É um vinho excepcional, que desde 1993, recebeu a classificação de 3 bicchieri do Gambero Rosso e notas altas de RP.

O Chileno Clos Apalta, da Lapostole me surpreendeu, foi o segundo Carmenère que me chamou a atenção, até hoje. O seu corte é Carmenère 71%, Cabernet Sauvignon 18% e Merlot. É um vinho encorpado, diferente da maioria dos Carmenère mais simples. O outro Carmenère que aprecio, é o Purple Angel da Viña Montes, também importado pela Mistral, cujo corte é 92% Carmenère e Petit Verdot.

O português, do Douro, Quinta do Vale do Meão estava divino. Suas cepas: Touriga Nacional, Tinta Roriz, Touriga Franca e outras.

Uma região de Portugal que me parece ter identidade e pouco divulgado é o Dão, cujos vinhos, da Quinta da Pellada, provei e apreciei.

Os vinhos da Masi, cuja vinícola no Veneto, eu visitei, são muito bons e estavam presentes. O Costanera 2008 estava no ponto para ser bebido, enquanto seu Riserva Costanera 2008 ainda merecia mais um tempo de guarda.

Os 2 Barolos da Marziano Abbona, das safras 2004 e 2010, estavam excelentes e revelaram as diferença dos 2 terroires. Os vinhos deste produtor tem um rótulo bonito, com pássaros.

Os vinhos do português Luis Pato eram muito bons e os seus espumantes achei que eram os melhores do evento. Como sempre, Luis Pato é um produtor criativo. Um dos seus espumantes tinha a tampinha, como a de refrigerantes, com uma rolha por baixo.

O jovem e simpático proprietário da Tenuta de Capezzana produz vinhos há 12 séculos, Leone Contini Bonacossi da Toscana mostrou seus vinhos potentes e equilibrados. Eles são os únicos vinhos DOCG da Itália, que usam obrigatoriamente a casta Cabernet Sauvignon.

O espumante nacional, Valentano Extra Brut se mostrou muito bom, tornando-se um bom representante do espumante brasileiro.

Os vinhos do El Enemigo, principalmente a linha Gran Enemigo se mostraram uns dos melhores do encontro, marcando a presença da Argentina.

Da Argentina, também vieram os vinhos da Catena Zapata, que por sinal, estavam muito bons.

O produtor espanhol Anima Negra &Terra de Fadas- ilhas Baleares trouxe brancos delicados e tintos com personalidade. Os rótulos são muito criativos e nos surpreenderam.

Foi interessante também provar os vinhos gregos da Gaía, com algumas uvas gregas de nomes difíceis de lembrar e pronunciar, como a Geravassilíou e a Limnió, descrita por Aristótoles, e outras cepas internacionais, como a Syrah. O vinho Vinsanto by Gaía é bem interessante.

O vinho doce que mais gostei foi o Vin Santo Chianti Clássico da Fattoria Fèlsina, com um bom equilíbrio entre doçura e acidez.

O Porto Graham's Tawny estava também muito bom, na sua garrafa de 5 litros e foi um sacrifício para ser servido devido ao seu peso.

O Madeira Blandy's Terrantez 1976, nos surpreendeu! Mesmo os seus vinhos mais simples estavam muito bons.

A Áustria também trouxe bons vinhos brancos e doces: Icewine e Auslese e tintos.

A Americana Paul Hobs, sempre reserva vinhos deliciosos da Califórnia.O estande desta vinícola era muito concorrido.

Infelizmente num dia só, não foi possível conhecer todos os vinhos, mas deu para eu ter uma idéia do excelente portfólio da Mistral.

Além dos excelentes vinhos, a Mistral serviu um delicioso buffet, para acompanhar os vinhos.

Estes encontros da Mistral continuam excelentes e tenho que agradecer ao seu proprietário, Ciro de Campos Lilla, pelo convite. Também agradeço à assessora de comunicação Sofia Carvalhosa pelo eficiente agendamento de minhas entrevistas.

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