sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Barcelona 2018 e o Palau de la Musica

No segundo dia que eu estava em Barcelona em 201, peguei o metro, que ficava próximo ao  meu hotel e fui para o centro da cidade, para conhecer o Palau de la Música Catalana, uma obra de Lluís Domènech i Montaner, construído entre 1905 e 1908.

O Palau é uma pérola arquitetônica do modernismo catalão e é a única sala de concertos declarada Patrimônio da Humanidade, pela Unesco.

O edifício modernista articula-se em torno de uma estrutura metálica central coberta de vidro que ilumina tanto o prédio, que ele não necessita de iluminação artificial durante o dia.

A sala apresenta uma acústica excelente. Muitos dos melhores intérpretes e maestros do mundo do último século como Richard Strauss, Daniel Barenboim, Igor Stravinski, Arthur Rubinstein, Pau Casals e Frederic Mompou desfilaram por este auditório, um autêntico santuário da música da Catalunha.

Infelizmente, o que ocorre muito nestas cidades antigas, é que o prédio fica entre 2 ruas estreitas, sendo difícil a sua visualização completa por fora. Apesar disto, é possível notar a beleza de detalhes e cores que compõem a fachada do prédio. Na esquina de duas ruas, a fachada apresenta uma estátua de são Jorge.

A entrada para vista no prédio se dá pelo bar, onde já fiquei deslumbrado com os vitrais e a riqueza de detalhes dos móveis e da construção.

Em seguida passei pelo saguão central, com uma escadaria espetacular, toda trabalhada, vitrais e lustres de cristal esplendorosos!

No nível superior do prédio existem amplas janelas e portas, de onde se pode ver os detalhes da fachada do prédio.

O mais espetacular é o acesso à sala de espetáculo, muito iluminada durante o dia pelas amplas janelas com vitrais, além de um outro enorme vitral colorido no teto da sala.

Esta visita que realizei é  feita em grupo e vale muito a pena participar dela para conhecer uma obra de arte única no mundo.

Ao sair do Palau, fui para a Boqueria, o bairro central antigo, com suas diversas ruelas. Lá fui visitar o mercado La Boqueria, que além de ter os produtos espanhóis de alimentação, conta com diversas lanchonetes.

Este é o tipo de local que me atrai.  Os seus frutos do mar são os mais variados possível. As lojas são de doces como os torrones,  ou de frutas secas e frescas. Além de outras bancas de verduras, condimentos, legumes, queijos, cogumelos, sorvetes e outras delícias.

Aproveitei meu passeio por lá para tomar um chope, acompanhado de um prato de feijão temperado, servido por uma figura típica da região.

Andando pelas ramblas, mais tarde, cheguei à catedral de Sta Eulália, um prédio no estilo gótico, construído entre os séculos XIII e XV, sobre uma antiga catedral românica.

Em outra viagem que fiz à Barcelona, na praça em frente à catedral , existiam rodas de pessoas dançando a Sardana.  Uma dança típica catalã. Cada roda era formada por pessoas de uma mesma faixa etária, a fim de promover um desempenho mais harmônico entre as pessoas.

Depois do passeio pela ramblas, voltei ao hotel.

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Israel produz bons vinhos, como os da vinícola Golan Heigts Winery

A importadora Inovini trouxe para o Brasil, a gerente geral de exportação da vinícola israelense Golan Heights, Yael Gal para apresentar seus vinhos.

A Golan Heights Winery é estritamente Kosher, muito embora estes cuidados para elaboração do vinho, não acrescentem características especiais a eles.

Israel é considerado por muitos, o berço da produção de vinhos. No entanto, com a difusão do islamismo na região, e suas consequentes medidas restritivas, os vinhedos foram destruídos. Foi com a volta dos judeus à Terra Santa, no século XIX, que as vinhas voltaram a ser plantadas, mas a revolução qualitativa dos vinhos israelenses somente ocorreu na década de 80, com o plantio de variedades nobres de uvas em locais mais frescos.

Hoje, apenas 15% da produção é voltada a vinhos feitos exclusivamente para cerimônias religiosas e os melhores produtores conseguem talhar vinhos de qualidade bastante elevada.
Israel disputa historicamente com a Georgia e a Armenia, a origem do vinho. Diz a lenda, que Noé já cultivava vinhas, antes mesmo do dilúvio. Sua nau foi parar no monte Ararat, na Armênia, onde ele  passou a plantar uvas e fazer vinho.

Não existe um sistema de denominação oficial em Israel, que estabelece regras para os vinhos. O país está dividido em 5 regiões: Galileia, Shomron, Shimshom, Harey Yehuda e Hanegev.

Quanto às variedades de uvas mais cultivadas em Israel, temos as tintas: Cabernet Sauvignon, Merlot, Syrah, Petit Sirah e Carignan; e, para as brancas: Chardonnay, Sauvignon Blanc, Emerald Riesling e Muscat.

Israel é um pequeno país e uma das suas melhores regiões vinícolas fica na divisa nas colinas de Golan, onde fica a Yarden, com vinhedos nas altitudes que variam entre 400 m e 1.200 m.

Desde os seus primeiros anos de atividade, a vinícola Golan vem conquistando os mais altos prêmios e reconhecimentos nos mais respeitados concursos internacionais, dos mais famosos críticos de vinhos do mundo. Em 2008 foi a primeira vinícola israelense a figurar na lista Top 100 da Wine Spectator, com o vinho Yarden Cabernet Sauvignon 2004. Em 2011 a Golan Heights conquistou o prêmio “Gran Vinitaly”, após dois de seus vinhos atingirem as notas mais altas no concurso italiano. Em 2012 foi escolhida a “Vinícola do Novo Mundo” pela Wine Enthusiast.

A vinícola plantou seus primeiros vinhedos em 1976 e a primeira vindima ocorreu em 1983. O primeiro vinho lançado foi o Yarden Sauvignon Blanc, 1983. Hoje em dia ela exporta vinhos para 32 países.

Eles tem 28 vinhas divididas em 430 blocos, com 20 variedades de uva (13 tintas e 7 brancas), todas de origem europeia.


Hoje em dia existem vinícolas que estão reintroduzindo castas antigas na região.

Com objetivo de apresentar seus vinhos, a Golan Heights trouxe 6 vinhos para degustação.
Ela iniciou com os brancos:

Mount  Hermon White 2017, das cepas: Chardonnay, Sauvignon Blanc e Gewurztraminer. Ele é um vinho fresco, aromático e ideal para se beber jovem e custa R$109,90.

Yarden Chardonnay, que tem um tom mais amarelado , fica 7 meses em barrica. É um vinho delicioso, que deve ser aberto com mais idade. Ele custa R$152,80.
A degustação começou pelos vinhos tintos. O primeiro deles foi o Mount Hermon Red, das cepas: Cabernet Sauvignon, Malbec Petit Verdot e Cabernet Franc. É um vinho frutado, produzido para o consumo imediato e custa R$109,90.

Yarden Syrah 2015 veio depois e passa 8 meses em barrica. É um bom exemplar da Syrah e custa R$262,50.

Yarden Cabernet Sauvignon 2015 fica por 18 meses em barrica e é excelente. Ele deve ser guardado por mais tempo a fim de mostrar toda sua expressão e custa R$291,70.

Foi servido também o vinho fortificado Yarden Muscat (500ml), muito aromático e agradável, principalmente para acompanhar alguns doces de frutas, queijos azuis e Foie Gras. Ele custa R$120,90.

Todos os vinhos apresentados oferecem um desconto substancial, quando comprados em caixas de 6 unidades.

A representante da Inovini  explicou que os vinhos israelenses tem um preço razoável, pois os vinhos de Israel são isentos de imposto de importação no Brasil.

Agradeço à Inovini por me oferecer esta bela experiência!

domingo, 19 de agosto de 2018

Os vinhos excelentes de Paul Hobbs

A Califórnia vem, cada vez mais, produzindo vinhos de primeira linha e seus melhores enólogos estão dando consultoria pelo mundo.

Este é o caso de Paul Hobbs, que traz no seu currículo, performances, como por exemplo o fato de ter ganho 4 míticas nota 10 de Robert Parker.  Seus vinhos tem lugar cativo nas listas dos melhores do mundo da Wine Expectator. Pioneiro na vinificação com uvas de vinhedo único, Hobbs produz verdadeiros ícones californianos.

Seus vinhos são referência absoluta na casta Cabernet Sauvignon e já receberam nota 10 de Robert Parker. Hobbs é especialista na cepa malbec. Ele se uniu à família Vigouroux, de Cahors, com o objetivo de elevar o nível de seus vinhos.

Formado em medicina, Paul Hobbs, por orientação de seu pai, entrou para o mundo do vinho.

Hobbs iniciou seus trabalhos na famosa vinícola californiana de Robert Mondavi, que entre outros, produz o vinho Opus One. Foi lá que começou a adquirir seus conhecimentos.

Ele foi para a Argentina trabalhar com Nicolas Catena em 1988. Lá ele degustou os vinhos argentinos e achou que eram os piores que já havia provado. Ele estranhou o fato, pois a vinícola estava equipada com a melhor tecnologia existente.

Ele percebeu que a tecnologia, por si só, não produz bons vinhos. Os bons vinhos são feitos à partir dos cuidados com a vinha. Então começou um trabalho com a Catena, que resultou na produção de excelentes vinhos.

Hobbs voltou para sua terra e começou sua própria produção, na região de Sonoma e entre os anos 90 e 91, ele assumiu o risco de usar leveduras naturais, na fermentação de seus vinhos, o que foi uma grande sacada.

Com o objetivo de conhecer os vinhos deste produtor, a importadora Mistral proporcionou aqui no Brasil, uma degustação e uma palestra de Hobbs, que com sua didática e simpatia trouxe muita informação sobre o vinho californiano.

Da mesma forma que acontece no Chile, a costa da Califórnia sofre a influência da corrente de Humboldt, que traz ventos frios para a região de Sonoma Coast. Desta forma, a amplitude térmica da região varia entre 12 e 18 graus, o que provoca a formação de uma bruma pela manhã, criando o clima perfeito para produção das cepas Chardonnay e Pinot Noir.

Ao lado da região costeira, existem montanhas que seguram estes ventos e é onde fica o Sonoma Valley.

Esta região tem início na baía de São Francisco e recebe influência dos ares frios desta baía. Este vale vai afunilando para o norte, onde o ar fica cada vez mais quente e as temperaturas oscilam entre 10 e 28 graus. Área perfeita para o cultivo da cepa Cabernet Sauvignon.

Junto com a palestra, iniciamos a degustação dos vinhos, com a linha Crossbarn, que começou a ser produzido em 2000.

A linha de vinhos CrossBarn é elaborada com um corte de diversos vinhos, de vinhedo único, que entram nos rótulos da casa.

Provamos o Chardonnay 2016, que mostrou muito frescor, acidez e mineralidade, além de aroma de maçã verde. 8% do vinho é maturado com as borras por 5 meses em carvalho francês. Ele custa US$89,90 (R$345,13).

O segundo vinho degustado foi o Pinot Noir Sonoma Coast 2014, um vinho profundo, intenso, complexo e elegante, com toque mineral e muita persistência. Custa US$119,90.

Em seguida vieram:

O excepcional Paul Hobbs Pinot Noir Russian River Valley 2014. O vinho é muito delicado, intenso e persistente e custa US$189,50 (R$727,50).

Crossbarn Cabernet Sauvignon Napa Valley 2012, das cepas: Cabernet Sauvignon (87%), Merlot (6%), Cabernet Franc (3%), Petit Verdot (2%) e Malbec (2%). Para mim, este foi o melhor tinto provado, com muita profundidade, sedoso, persistente. A safra 2012 recebeu 90 pts RP e ele custa US$139,90 (R$537,08).

Crocus Atelier 2012, da cepa Malbec, produzido em Cahors. É um vinho intenso, mineral e suculento. Ele é maturado em grandes barris de 5.000 litros, denominados Foldres. CustaUS$52,90 (R$203,08).

Crocus Prestige 2011, da cepa Malbec, encorpado, estruturado, potente, mais delicado que o anterior. Ele é maturado por 18 meses em barricas de carvalho francês (50% novas) e custa US$89,90 (R$345,13).

Hobbs comentou à respeito do preço dos seus vinhos, e lembrou que deve ser levado em conta: os custos da produção, que incluem, terras cada vez mais caras (inclusive na Califórnia); várias podas, eliminando as uvas de baixa qualidade (o que reduz a produção); equipamento e mão de obra.

Agradeço à Mistral pelo convite que até despertou em mim a vontade de visitar a região do Napa.

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

O delicioso e exótico restaurante Extasia

Quando o restaurante Miya fechou em Pinheiros, isto resultou numa grande perda para a gastronomia! Apesar de um pouco cara, a comida do Miya era muito boa.

O chef Flávio Miyamura assumiu agora um novo empreendimento na Vila Nova Conceição: o restaurante Extasia.

Este restaurante fica em cima de uma loja da importadora Grand Cru, na rua Diogo Jacome, 361.

Fui primeiro na hora do almoço provar o menu-executivo, que aliás, vale muito a pena. Por R$ 59,00 você escolhe um prato do cardápio (fora o Shot ribs, que custa R$129,00), além da entrada e sobremesa, ou fruta do dia.

O Extasia não é um restaurante barato, quando se opta pelos pratos do cardápio comum. Uma água nacional custa R$9,00 e um café Nespresso também. Já vi comentários de que, apesar de estar junto à loja da GranCru, eles cobram uma taxa sobre o vinho.

No meu almoço pedi como entrada um delicioso atum grelhado, acompanhado de feijão fradinho e pepinos, com molho adocicado com mel.

O prato principal foi um arroz de pato com Kichi e chorizo espanhol. Estava muito bom e seu tempero era bem exótico.

Como normalmente não como doce, optei por uma fatia de abacaxi, com raspas de limão, de sobremesa.

A conta ficou em R$74,00, com uma cerveja e a taxa de serviços de 12%, incluídos,  o que, a meu ver, foi bem razoável para o nível do restaurante.

Na segunda vez em que estive lá, optei de novo pelo menu executivo.

Como entrada, veio um tentáculo de polvo acompanhado de cuscuz marroquino, que estava divino! Eu tive sorte, pois este prato acabou naquela hora. Quem chegou depois já teve que se contentar com uma saladinha.

O prato principal foi uma deliciosa barriga de porco com mel e especiarias, gochujang e arroz de jasmin.

Para acompanhar a barriga de porco, pedi uma taça do vinho Heartland Shiraz 2014, que ficou em R$32,00 - um pouco caro. O mesmo vinho, na Gran Cru custa R$110,00 a garrafa.

Pedi também uma massa crocante com legumes, camarões empanados e molho oriental. O macarrão estava realmente crocante e o empanado dos camarões estava muito leve!

Como sobremesa veio uma pequena eclair de maracujá, muita delicada!

A conta, para 2 pessoas ficou em R$164,00.

O Extasia embora não seja um restaurante barato, tem extrema qualidade em seus pratos e acredito que valha mesmo a pena conhecê-lo, sobretudo se for no almoço executivo!

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