A Califórnia vem, cada vez mais, produzindo vinhos de primeira linha e seus melhores enólogos estão dando consultoria pelo mundo.
Este é o caso de Paul Hobbs, que traz no seu currículo, performances, como por exemplo o fato de ter ganho 4 míticas nota 10 de Robert Parker. Seus vinhos tem lugar cativo nas listas dos melhores do mundo da Wine Expectator. Pioneiro na vinificação com uvas de vinhedo único, Hobbs produz verdadeiros ícones californianos.
Seus vinhos são referência absoluta na casta Cabernet Sauvignon e já receberam nota 10 de Robert Parker. Hobbs é especialista na cepa malbec. Ele se uniu à família Vigouroux, de Cahors, com o objetivo de elevar o nível de seus vinhos.
Formado em medicina, Paul Hobbs, por orientação de seu pai, entrou para o mundo do vinho.
Hobbs iniciou seus trabalhos na famosa vinícola californiana de Robert Mondavi, que entre outros, produz o vinho Opus One. Foi lá que começou a adquirir seus conhecimentos.
Ele foi para a Argentina trabalhar com Nicolas Catena em 1988. Lá ele degustou os vinhos argentinos e achou que eram os piores que já havia provado. Ele estranhou o fato, pois a vinícola estava equipada com a melhor tecnologia existente.
Ele percebeu que a tecnologia, por si só, não produz bons vinhos. Os bons vinhos são feitos à partir dos cuidados com a vinha. Então começou um trabalho com a Catena, que resultou na produção de excelentes vinhos.
Hobbs voltou para sua terra e começou sua própria produção, na região de Sonoma e entre os anos 90 e 91, ele assumiu o risco de usar leveduras naturais, na fermentação de seus vinhos, o que foi uma grande sacada.
Com o objetivo de conhecer os vinhos deste produtor, a importadora Mistral proporcionou aqui no Brasil, uma degustação e uma palestra de Hobbs, que com sua didática e simpatia trouxe muita informação sobre o vinho californiano.
Da mesma forma que acontece no Chile, a costa da Califórnia sofre a influência da corrente de Humboldt, que traz ventos frios para a região de Sonoma Coast. Desta forma, a amplitude térmica da região varia entre 12 e 18 graus, o que provoca a formação de uma bruma pela manhã, criando o clima perfeito para produção das cepas Chardonnay e Pinot Noir.
Ao lado da região costeira, existem montanhas que seguram estes ventos e é onde fica o Sonoma Valley.
Esta região tem início na baía de São Francisco e recebe influência dos ares frios desta baía. Este vale vai afunilando para o norte, onde o ar fica cada vez mais quente e as temperaturas oscilam entre 10 e 28 graus. Área perfeita para o cultivo da cepa Cabernet Sauvignon.
Junto com a palestra, iniciamos a degustação dos vinhos, com a linha Crossbarn, que começou a ser produzido em 2000.
A linha de vinhos CrossBarn é elaborada com um corte de diversos vinhos, de vinhedo único, que entram nos rótulos da casa.
Provamos o Chardonnay 2016, que mostrou muito frescor, acidez e mineralidade, além de aroma de maçã verde. 8% do vinho é maturado com as borras por 5 meses em carvalho francês. Ele custa US$89,90 (R$345,13).
O segundo vinho degustado foi o Pinot Noir Sonoma Coast 2014, um vinho profundo, intenso, complexo e elegante, com toque mineral e muita persistência. Custa US$119,90.
Em seguida vieram:
O excepcional Paul Hobbs Pinot Noir Russian River Valley 2014. O vinho é muito delicado, intenso e persistente e custa US$189,50 (R$727,50).
Crossbarn Cabernet Sauvignon Napa Valley 2012, das cepas: Cabernet Sauvignon (87%), Merlot (6%), Cabernet Franc (3%), Petit Verdot (2%) e Malbec (2%). Para mim, este foi o melhor tinto provado, com muita profundidade, sedoso, persistente. A safra 2012 recebeu 90 pts RP e ele custa US$139,90 (R$537,08).
Crocus Atelier 2012, da cepa Malbec, produzido em Cahors. É um vinho intenso, mineral e suculento. Ele é maturado em grandes barris de 5.000 litros, denominados Foldres. CustaUS$52,90 (R$203,08).
Crocus Prestige 2011, da cepa Malbec, encorpado, estruturado, potente, mais delicado que o anterior. Ele é maturado por 18 meses em barricas de carvalho francês (50% novas) e custa US$89,90 (R$345,13).
Hobbs comentou à respeito do preço dos seus vinhos, e lembrou que deve ser levado em conta: os custos da produção, que incluem, terras cada vez mais caras (inclusive na Califórnia); várias podas, eliminando as uvas de baixa qualidade (o que reduz a produção); equipamento e mão de obra.
Agradeço à Mistral pelo convite que até despertou em mim a vontade de visitar a região do Napa.
Aproveitem as experiências que venho vivendo, enquanto procuro conhecer melhor o mundo dos vinhos. Também vou falar da gastronomia e de viagens pelo mundo, incluindo as principais regiões produtoras de vinho. Saúde! E boa leitura!
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