Neste ano de 2018 não houve a maior feira de vinhos da América Latina, a Expovinis. No entanto, a empresa Ch2a de Alessandra Casolato trouxe para o Brasil, um grupo de produtores da região do Chianti, buscando contato com importadoras.
Além disto, ela promoveu uma Masterclass para imprensa, com o objetivo de divulgar informações sobre os vinhos Chianti.
Vou aqui fazer um resumo do que foi apresentado nesta excelente aula:
O consórcio Vino Chianti foi constituído em 1927, como realização de um grupo de viticultores das províncias de Florença, Siena, Arezzo e Pistoia e posteriormente agregou as demais províncias do Chianti.
Em 1984 a região do Chianti foi considerada uma DOCG (Denominação de Origem Controlada e Garantida). A partir desta época, o vinho Chianti passou a se submeter a exames organolépticos, por parte das comissões de degustação, instituída pela Região da Toscana. Somente após estes exames é que o Chianti pode ser engarrafado e marcado com selo de estado, que comprova sua validade.
A produção do Chianti está contida em 7 regiões da Toscana: Colli Senesi, Montalbano, Colline Pisane, Montespertoli, Colli Arentini, Rùfina e Colli Fiorentini. Em algumas destas áreas são definidas modalidades produtivas mais restritivas e requisitos especiais para o vinho.
Cada uma destas regiões tem características diferentes, como altitude, influência marítima ou continental, o que pode resultar em vinhos distintos.
As uvas básicas que podem contribuir para a formação do Chianti são: Sangiovese (mínimo de 70%), complementadas por outras uvas, podendo ainda ser: variedades brancas (10%) e Cabernet (máximo de 15%).
O vinho Chianti tem uma cor vermelho rubi, tendendo ao tom granada, ao envelhecer. O seu sabor é harmônico, encorpado, levemente tânico, com aromas intensos e notas de violeta. O vinho pode ser consumido jovem, fresco e é em geral agradável ao paladar.
O Consórcio incluiu também, desde 2012, o Vin Santo del Chianti e a denominação Colli dell Etruria Centrale.
Dentro da região do Chianti são produzidos vinhos com várias especificações. O Chianti tradicional deve ficar pelo menos 4 meses em barrica. Para algumas regiões eles devem ficar amadurecendo de 7 a 10 meses.
O Chianti para ser Riserva deve amadurecer pelo menos 2 anos em barrica. Algumas sub-regiões exigem amadurecimento do vinho por 2 anos e 6 meses em barrica e no Coli Senese é exigido mais 8 meses em garrafa.
Quanto ao Chianti Classico, ele pertence a uma denominação separada desde 1996 e sua produção fica numa área entre Florença e Siena. Para ser um Classico, ele deve no mínimo conter 80% de Sangiovese e os 20% restante apenas em uvas autorizadas.
O Clássico está dividido em 3 tipos: Rosso, que não tem indicação de envelhecimento; Riserva, que deve amadurecer por 24 meses, incluindo 3 meses em garrafa; e o Gran Selezione, onde as uvas usadas devem ser da vinícola e amadurecem no mínimo por 30 meses, incluindo 3 meses em garrafa.
Dentro destas regiões ainda são produzidos, os Supertoscanos, Brunellos de Montalcino, Rossos de Montalcino e Montepulcianos.
Nesta apresentação foi servida a prova de 7 vinhos Chianti Riserva, de cada uma das 7 regiões, para termos uma noção das suas diferentes propriedades.
Todos os vinhos eram corretos, a maior parte deles precisava de um prato para acompanhar, aliás uma característica comum dos vinhos italianos. Para mim, se destacaram os vinhos:
O Chiante Colline Pisane DOCG Riserva 2013, da Pieve DE Pitti, que é um vinho de uma safra excelente e de uma região próxima ao mar.
O Chianti Colli Arentini DOCG Riserva Il Palazzo 2015, que estava muito redondo e equilibrado.
O Chianti Rùfina DOCG Riserva 2009, produzido por Colognole, que se mostrou um grande vinho.
O Chianti Colli Fiorentini DOCG Riserva 2006, que é produzido por Fattoria de Fiano de Ugo Bing. Ele é feito com as cepas Sangiovese, Merlot e Syrah. O vinho estava com toda sua exuberância, no ponto exato para beber. Além do produtor, a qualidade do vinho se deve a uma grande safra, que foi 2006.
Após a Masterclass, foram servidos queijos, embutidos, pães e pastas, que estavam muito boas.
Pudemos ainda trocar informações e provar vinho dos 17 produtores presentes, após a Masterclass.
O vinho doce que se destacou foi O Vin Santo 2006 da Tenuta di Artimino.
O vinho branco Tribiana da Pieve de Pitti estava espetacular! Ele é um Late Harvest seco, produzido com a uva Trebiano, de 3 localidades de um morro, com diferentes solos. Depois do evento, recebi uma garrafa de presente da proprietária da vinícola, Caterina Garrai, juntamente com um bilhete que dizia:
"Penso que o melhor para este vinho é ser doado para alguém que o amou.”
Isto foi uma grande gentileza da produtora!
Agradeço à Alessandra Casolato, que organizou muito bem este evento que, no primeiro horário, foi dedicado a poucas pessoas, uma raridade nessa ocasiões.
Aproveitem as experiências que venho vivendo, enquanto procuro conhecer melhor o mundo dos vinhos. Também vou falar da gastronomia e de viagens pelo mundo, incluindo as principais regiões produtoras de vinho. Saúde! E boa leitura!
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