segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Visita à Croft e conhecendo o início da produção do vinho do Porto.

Na minha viagem de 2018, um dos meus objetivos era o de conhecer os dois locais onde, em geral, são feitos os vinhos do Porto. Para tanto, visitei vinícolas no Douro e posteriormente em Gaia.

Para quem não sabe, o vinho do Porto é um fortificado, isto é, durante o processo de fermentação do vinho do Porto, quando ele atinge a doçura ideal, é adicionado a ele, álcool vínico para interromper a fermentação e garantir um teor alcoólico  por volta de 20%. O álcool vínico provem da distilação de uvas e no Douro, boa parte dele vem da França.


A maioria dos vinhos do Porto começam a ser feitos no Douro e muitos deles terminam em Vila Nova de Gaia, do outro lado do rio Douro, em relação à cidade do Porto.


Antigamente, os vinhos viajavam pelo rio, nos tradicionais barcos rabelos e era uma aventura muito perigosa devido às corredeiras do rio. Hoje em dia o rio foi domado, por barragens, e são transportados para Gaia, por estrada.

Os vinhos do porto vem de uvas plantadas na região do Douro e vinificadas na mesma região.

Depois, ele vai para Gaia, onde é envelhecido. Ali também são feitos os blends dos vinhos.
Até uma certa data, todos os vinhos para serem chamados de Porto, tinham que passar por Gaia, porém esta legislação foi alterada.

A atual Região do Douro, foi a primeira região vinícola demarcada do mundo, desde 1756.

No Douro visitei a vinícola Croft e no Porto, fui à Taylors , que pertencem ao grupo Fladgate Partnership, que por sua vez, engloba ainda as empresas produtoras de vinho do Porto: Fonseca e Krohn.

A marca Croft é uma das mais ilustres de todas as casas produtoras de vinho do Porto. Fundada em 1588. Ela é uma empresa em atividade, uma empresa das mais antigas da área e é particularmente conhecida pelos seus vinhos do Porto Vintage, pela sua gama de vinhos do Porto Reserva envelhecidos em madeira e também pelos seus Tawnies, estilos que perduram no tempo graças à habilidade e experiência que têm sido passadas de geração em geração.

No entanto, apesar da sua rica herança e história com mais de quatro séculos, a Croft nunca se deixou limitar pela sua tradição. Hoje, tal como no passado, mantém um espírito pioneiro, continuando a criar estilos inovadores, tais como o Croft Pink - o primeiro vinho do Porto rosé.

O processo de fabricação do vinho do Porto na Croft começa pela colheita manual das uvas, no ponto certo de maturação.

As uvas são ligeiramente esmagadas e vertidas nos lagares, onde são pisadas pelos colhedores. É um trabalho duro, com as peles e as gavinhas a escorregar sob os seus pés e com a temperatura do mosto a aquecer à medida que a fermentação começa. O ar fica impregnado com o aroma a uvas esmagadas.


No preciso momento em que as leveduras transformam  metade do açúcar da uva em álcool, é hora de proceder à fortificação. O aguardente vínico, incolor, neutro e jovem é adicionado ao mosto  e a fermentação para. Procedendo desta forma resulta num vinho de  doçura exuberante.

Para conhecer esta primeira etapa de elaboração do vinho do Porto, fui até a Croft, que fica ao lado da ponte que atravessa o rio Douro, em Pinhão.

Chegando lá fui recepcionado por Miguel, que me levou a conhecer as plantações que originam a produção do vinho do Porto.

A vista da plantação, muito organizada, é muito bonita, com pontos onde se pode ver o rio Douro e suas plantações em encostas.

Posteriormente ele  me levou para uma sala, onde tinha 3 lagares, com um deles cheio de uvas e com algum tempo de pisa.

Tive que trocar de roupa  e lavar os pés para entrar no lagar, um grande tanque com uns 50cm de profundidade.


A minha primeira experiência de pisa foi muito interessante, pois  pude sentir os engastes (galhinhos que seguram a uva) e as sementes sob os pés. https://www.youtube.com/watch?v=JaU1e949bbw&t=13s

Outra sensação curiosa que tive ao pisar as uvas, foi a de diferentes temperaturas no mosto. O calor é resultante do processo de fermentação das uvas.

O aroma que senti na pisa era realmente inebriante e alternava entre o álcool e o adocicado da uva.

Pisar uvas se tornou para mim, uma experiência inesquecível, uma vez que gosto muito dos vinhos do Porto e pude conhecer melhor sua origem.

Ainda na Croft, fomos para uma linda varanda, onde provamos os vinhos do Porto.

Iniciamos pelo Pink, que é muito agradável para os dias quentes.

Provamos também um refrescante drink, feito com o mesmo Pink.

Finalmente provamos o vinho Vintage 2015, um tipo de vinho que só pode ser feito em safras excepcionais. Ele era mesmo uma explosão de aromas e sabores.

Uma bela vivência!

Agradeço à Croft pela agradável recepção.

domingo, 23 de dezembro de 2018

Bordeaux, a cidade que respira vinho

Visitei três vezes a região de Bordeaux (1999, 2013 e 2017), na França, famosa pelos seus vinhos excelentes, porém muitos deles com preços exorbitantes.

Na primeira vez me hospedei na charmosa cidade de  Saint Émilion na região da Aquitânia, no departamento de Gironde a 35Km de Bordeaux.

Nas outras duas vezes, fiquei na própria cidade de Bordeaux, com o objetivo de rever a cidade e visitar outras vinícolas próximas a cidade.

Na última vez, em 2017,  a cidade estava com várias obras viárias, o que dificultou o trânsito e a saída de carro, para as vinícolas.

Para quem nunca foi às vinícolas convém saber que os trajetos são demorados pois temos que passar por pequenas e diversas vilas.

Os hotéis em Bordeaux subiram bem de preço.  Para não gastar muito, fiz uma infeliz escolha e arrisquei um hotel perto do centro, mas as suas instalações não foram das melhores. Hotel Mercure, Appart Hotel Victoria Garden (http://www.victoriagarden.com/hotels/victoria-garden-bordeaux/) Studio Superior, sem café, 72 euros/ dia.

Bordeaux é um espetáculo, principalmente à noite, quando suas luzes ressaltam os prédios, fontes e o Grand Hotel de Bordeaux, que fica na praça principal.

O rio Garonne passa por dentro da cidade, o que cria uma região agradável à sua volta. Existem várias áreas para as pessoas passearem.

Há na cidade um espelho d’água , na praça da Alfândega, onde as crianças se divertem com inúmeros  jatos. Muito bonito de ver!

Para lembrar que a cidade vive vinho, uma das fontes de Bordeaux tem suas águas tintas de vermelho.

A culinária da região acompanha a qualidade dos vinhos.

Na primeira vez em que visitei a cidade, fomos ao restaurante do Teatro, que tem um menu espetacular!

Desta vez, jantamos na Brasseirie Le Bordeaux, onde os pratos estavam bons e o vinho de Haut-Medoc, o Chateau du Tailland, era bem gostoso.

De lá, fomos visitar as vinícolas da Margem esquerda do rio Garronne: Cos D’Stournel e o Château Kirwan, para conhecer seus vinhos e suas instalaçōes.

Fomos visitar também e especialmente o Chateau Angelus em St Émilion e depois passeamos na cidade.

Declarada patrimônio universal pela Unesco em 1999, Saint-Emilion tem monumentos e vestígios da época romana, como uma igreja monolítica, totalmente esculpida em rocha, catacumbas e a maior igreja subterrânea localizada na Europa, também esculpida em pedra durante o século II.

Em St Émilion almoçamos no delicioso Chez Pompom, onde pedimos uma Formule 17 Euros, que continha entrada, prato principal e sobremesa. Tudo estava muito delicado, delicioso.

Um hotel e restaurante espetacular na cidade de Saint Emilion é a Hostelerie de Plaisance. Desta vez estávamos com pressa e decidimos não ir lá, mas da vez anterior jantamos no seu restaurante maravilhoso.

De volta a Bordeaux aproveitamos a noite para ver o efeito da iluminação noturna e o burburinho da cidade, principalmente em volta do rio.

Aproveitamos o dia seguinte para conhecer a Citè du Vin, que também fica à margem do rio Garonne, porém um pouco afastada do centro. Existe um trenzinho de superfície que nos levou até lá.

O projeto do prédio da Cté du vin, todo envidraçado tem uma forma espetacular de um decanter contorcido.

O ingresso custa 20 Euros e dá direito à visita e degustação de 2 vinhos no bar, que fica no último andar.

Escolhemos os vinhos: Château Majoureau, que é um Bordeaux doce.

Nestas oportunidades, sempre procuro algo diferente para provar, que neste caso foi o delicioso Argelino: Fleur D’Aboukir.

O passeio pelos 3.000 m² conta com 19 seções temáticas oferecendo 120 produções audiovisuais. A visita proporciona uma experiência muito interessante, principalmente para aqueles que querem aprender sobre vinhos e suas histórias, pelo mundo.

No primeiro andar do prédio existe uma loja de vinhos, com garrafas de todo mundo, o que permite que conheçamos até mesmo vinhos de países exóticos.

No térreo está instalado um bar, restaurante e uma lojinha de souvenir, com preços salgados.

Vários andares do prédio são reservados a negociantes que trabalham com a venda do vinho.

Viajar foi muito interessante e só seria melhor se acompanhado de amigos, pois como disse Mário Quintana:
“Por mais raro que seja, ou mais antigo,
Só um vinho é deveras excelente
Aquele que tu bebes, docemente,
Com teu mais velho e silencioso amigo.”

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Jacarandá, um restaurante bom e de preços salgado

Aproveitando de novo o programa Primeira Mesa, fui duas vezes almoçar no restaurante Jacarandá (rua Alves Guimarães 253, fone: 3038-3003), que faz parte de um grupo de restaurantes , do qual também participa o Antonieta.

Logo na entrada do restaurante existe um empório com várias iguarias: doces, queijos da serra da canastra, geléias e pães, entre outros ítens.

Depois passamos por um agradável jardim com mesinhas e guarda sóis até a casa central do restaurante. Na casa principal  existe um jacarandá, entre vidros, que atravessa o teto da sala.

Há também o bar Raiz  que fica no subsolo do restaurante e tem música no estilo speakeasy (tipo de música que tocava em locais que as pessoas se encontravam para beber durante a lei seca).

Os pratos do Jacarandá são inspirados na cultura sul-americana e quase todas as verduras e legumes são orgânicos.

Na primeira vez que lá estive pedi, como entrada, Shitake fresco orgânico grelhado (shitake assado na brasa com queijo de cabra, limão siciliano, focccia da casa e folhas de salsa).

Como prato principal provei a Pamplona de Porco Assado (um tipo de embutido, de carne de porco, recheada com bacon e queijo da serra da Canastra, acompanhado de vegetais orgânicos grelhados e azeite de ervas.

O serviço foi muito atencioso e a conta naquela ocasião ficou em R$74,19. Se não tivesse o desconto do Primeira Mesa, sairia R$127,69.

Já na segunda vez,  pedi a entrada de Lula Chapeada (lula ao molho campanha e fiapos crocantes de batata).

Arroz de Camarão (arroz de camarão e porco com cogumelos orgânicos e azeite defumado).

Bondiola (copa lombo de porco) de cerdo assado com mandioquinha grelhada.

Tudo muito saboroso!

Uma taça do vinho chileno Casa Rivas rosé 2017, importado pela Premium, para acompanhar os pratos, caiu muito bem. Acho, no entanto,  cara a taça deste vinho por R$30,00.

Desta última vez , a conta ficou em R$188,68. Se eu não usasse o desconto do Primeira Mesa, ficaria em R$292,68.

Eu acho o preço sem desconto um pouco alto, inclusive porque conta com a com taxa de serviço de 13%.

Os pratos em ambas as ocasiões estavam muito bons e o serviço foi atencioso!

Acho que vale muito a pena ir a este restaurante, sobretudo se você estiver usando o Primeira Mesa!

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