A região de Bordeaux é conhecida por reunir a maior quantidade de vinhos finos do mundo e provar os Châteaux Cos D' Estournel, Rothschild e Chateau d’ Yquem é desejo de muitos apreciadores.
Estes vinhedos ficam situados a sudoeste da França, próximos ao oceano Atlântico, em volta dos rios Gironde e de seus formadores, Dordogne e Garonne.
A principal cidade da região é Bordeaux, onde fiquei hospedado, justamente a fim de visitar uma das vinícolas mais exóticas do local e excelente produtora de vinhos: Cos D ‘Estournel, que fica em St-Estephe, na margem esquerda do Garonne.
No caminho para Estournel, pude avistar vários vilarejos, tais quais Paulliac e Margaux, que levam o nome de importantes sub-regiões vinícolas.
Os clássicos, imponentes e elegantes Chateaux ladeados por mares de vinhedos verdes e carregados de uvas nesta época do ano, chamam nossa atenção.
Chegando ao Cos D’Estournel percebi o impacto de sua arquitetura. Sua construção é exótica e exibe três torres que mais parecem pagodes chineses, revelando uma verdadeira e significativa influência oriental.
O portal de entrada do Chateau contém um arco com o seu nome, um leão e um unicórnio, que representam o poder e a pureza. O edifício faz referência às construções persas e tem um jardim com espelho d’água, palmeiras e estátuas de elefantes indianos.
A entrada principal tem uma pesada e suntuosa porta esculpida em Zanzibar.
Toda esta excentricidade foi idealizada por Louis Gaspard D’Estournel, que receberia o apelido de Marajá de Saint-Estèphe. Ele herdou as terras e construiu o prédio em 1811 e viveu muitos anos como mercador, passando muito tempo no Oriente, de onde veio sua inspiração para a arquitetura de sua vinícola.
O exotismo aparece também na decoração interna, com estátua de elefantes por vários lugares.
Louis não tinha herdeiros e promovia festas nababescas que contaram com a presença de Julio Verne, Marx, Napoleão III e czares russos. Tudo isso para divulgar seus vinhos, sua verdadeira paixão!
Esta grande despesa, no entanto, o levou a bancarrota e ele teve que vender seu Chateau a banqueiros ingleses. Atualmente a Cos de Estournel pertence a um empresário do ramo hoteleiro, Michel Reybier.
Nesta agradável visita, provei 2 de seus vinhos tintos:
Les Pagodes de Cos 2011, com 65% de Cabernet Sauvignon, 33% de Merlot e 2% de Petit Verdot.
Cos D’Estournel 2008 - Grand Crus Classé, que usa 85% de Cabernet Sauvignon, 13% de Merlot e 2% de Cabernet Franc.
Ambos os vinhos maravilhosos, aveludados, equilibrados e com longa persistência.
O cuidado na produção dos vinhos é tão grande que, foram instalados elevadores para levar o vinho em cubas de inox, para o andar superior, a fim de fazer sua trasfega, sem usar bombas.
Esta vinícola, com características exóticas e excelente qualidade de vinhos, é realmente uma vinícola única e singular!
Aproveitem as experiências que venho vivendo, enquanto procuro conhecer melhor o mundo dos vinhos. Também vou falar da gastronomia e de viagens pelo mundo, incluindo as principais regiões produtoras de vinho. Saúde! E boa leitura!
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