segunda-feira, 17 de junho de 2019

Entrevista com a enóloga da excelente vinícola chilena, com alma francesa, Lapostolle

A vinícola Casa Lapostolle foi fundada em 1994 pela francesa Alexandra Marnier. Esta vinícola faz vinhos tintos, brancos e rosés de grande classe e elegância, cuja inspiração são os vinhos europeus.


Com seu prestígio, em poucos anos, conseguiu aclamação da imprensa especializada, estabelecendo-se como um dos mais reputados nomes do vinho chileno.

O conhecido Michel Rolland, um dos mais célebres e influentes enólogos da atualidade é assessor da vinícola. Com seus vinhos de estirpe e sua grande consistência qualitativa, a Lapostolle é um dos grandes nomes do vinho no Novo Mundo.

A proposta de Alexandra é clara: criar vinhos chilenos notáveis misturando a experiência vitivinícola francesa ao terroir do Chile. Para isso, a Lapostolle trabalha em mais de 370 hectares de cultivo e 3 vinhedos distintos, exportando seus vinhos para mais de 60 países. Os principais mercados são: USA, Ásia (China Japão e Coreia) e na América do Sul, Brasil, seguido da Colômbia.

Criada em Cunaco (Vale de Colchagua), próximo à cidade de Santa Cruz, a vinícola Lapostolle guarda um grande destaque para as duas joias da casa, os vinhos tintos: Casa e Cuvée Alexandre (Carmenère e Merlot). O Casa é produzido com as uvas Syrah, Merlot, Le Rouge, Petit Verdot e Carmenère.

Além da vinícola em Cunaco, a Lapostolle possui outras duas vinícolas no Chile: Vinícola Atalayas (Casblanca), a oeste de Santiago e Las Kuras, 100 km ao sul de Santiago.

Atalayas de Casablanca fica à 27,5km do mar e 76 km a oeste de Santiago, onde tem plantado lotes de Chardonnay e Pinot Noir, num total de 43,3 ha. Lá são produzidos os vinhos: Casa Chardonnay, Cuvée Alexandre Chardonnay e Pinot Noir e Cuvée Alexandre Syrah.

A Las Kuras, é a propriedade responsável pelo cultivo de 32 hectares da uva Cabernet Sauvignon, 59 hectares da Sauvignon Blanc e 35 hectares da uva Syrah, em uma área com solo rochoso de boa drenagem, que no passado já abrigou o leito de um rio. Neste local são feitos os vinhos: Casa Sauvignon Blanc, Casa Cabernet Sauvignon e Casa.

Cada bodega fica em um terroir diferente, próprio para cada cepa. Em Casablanca, onde é mais frio e tem boa amplitude térmica, a Chardonnay e o PN são as uvas que mais se adaptam.

Em Cachapoal, as cepas que se dão melhor são:  Cabernet Sauvignon, Sauvignon Blanc e Syrah.
Na região de Colchagua, onde são feitos os vinhos: Cuvée Alexandre, Lapostolle e Borobo, as cepas cultivadas são: Carmenère, Merlot, Cabernet Sauvignon, Petit Verdot e Syrah.


O vinho Cuvée Alexandre é produzido em Colchagua, com as cepas: Carmenère (85%) e Cabenet Sauvignon. Este vinho, da cepa Merlot, foi o escolhido pelo editor da Wine Entusiast e por 10 anos recebeu mais de 90 pontos. Os vinhos monocastas da cepas: Cabernet Sauvignon, Carmenère, Pinonot Noir e Chardonnay também tem sido muito bem pontuados


O vinho Borobo tem o nome derivado de Bordeaux e Borgonha, devido ao seu blend misto de cepas e regiões: Syrah (25%), Pinot Noir (de Casablanca), (26%), Carmenère (15%) e Merlot (10%), ambas do Vale de Colchagua.

Os vinhos Clos Apalta tem recebido prêmios, como o 2005 que recebeu 96 pontos da Wine Expectator. O vinho da cepa Carmenère, para mim é talvez o melhor vinho desta cepa do Chile.


Os vinhos da Lapostolle são produzidos, desde 2006 e os responsáveis tratam os vinhedos de forma orgânica e biodinâmica. Além disto as propriedades tem sistemas de minimizar o consumo de energia e conservação de água, com tratamento biológico. A bodega é construída em níveis para se ter a menor manipulação do vinho durante o processo de produção.


A Lapostolle tem também um local para Wine Tourisme, o Clos Apalta Residence, Com vista para os vinhedos de Apalta e as montanhas que os rodeiam. As 4 casinhas do complexo são de muito luxo, supridas por um restaurante de pratos chilenos, com utilização de verduras da própria horta. Conta ainda com uma sala de degustação.

As informações me foram transmitidas através de uma conversa com Andrea Leon, Enóloga da vinícola, que é muito simpática e esclarecedora.

Agradeço à Mistral, à Sofia Carvalhosa e à Andrea por me propiciar esta bela experiência e a oportunidade de ter estes esclarecimentos.


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