Nos hospedamos em Tblisi no Boutique Hotel Tekla Palace, por 100 euros por dia, com café da manhã (https://tekla-palace-tbilisi.booked.net/) Um hotel muito bem localizado, próximo à uma parte mais cult da cidade, porém precisado de um restauro e de elevador. O quarto é muito apertado e o hotel se localiza no centro antigo da cidade, o que o torna difícil de encontrar. Felizmente ficamos no andar térreo e contamos com um ótimo guia que conhecia bem a cidade e a língua do país.
O café da manhã do hotel é simples, porém farto. Na Geórgia o café da manhã é bem diferente do nosso. Eles servem: pepino, tomate, arroz e embutidos, além dos tradicionais ovos, queijos, pães, café e chá.
Os pratos típicos da Georgia são bem diferentes do que estamos acostumados. A carne é, em geral de carneiro e de cabra e servida com simplicidade, grelhada como para churrasco. Os legumes tais como pepino, tomate, beringela e pimentão são uma constante na mesa do georgiano.
Por toda cidade encontramos suco de romã, que é muito bom, delici ácido. Diferente daqui, lá a romã é uma fruta caudalosa. Vimos também suco de laranja, mas não chegamos a provar.
A cidade de Tblisi tem por volta de 1,2 milhões de habitantes e escavações arqueológicas indicam que ela foi habitada desde 4.000 A.C.
A Georgia sempre sofreu muito com o domínio Persa (Irã) e Russo. e dizem que é por isso que seu canto polifônico é triste.
O trânsito da cidade é difícil e precisa ser experiente para dirigir por lá. Os motoristas fazem retorno onde bem entendem e buzinam bastante. Sugiro a utilização de meios de transporte público e taxis. Desde o caminho do aeroporto, muitas ruas cidade estavam em obra dificultando o tráfego. O bairro antigo tem ruas estreitas e de noite as pessoas estacionam de qualquer jeito, impedindo circulação de carros.
A língua falada e escrita na Geórgia é única no mundo e é impossível de entender. Durante a minha viagem , encontrei muitas pessoas que falavam inglês o que facilitou a comunicação.
Utilizamos uma agência de turismo: https://www.facebook.com/MN-Travel-Georgia-101954074567833/?epa=SEARCH_BOX, com o guia Misho Davitelashvili, de bom nível cultural, educado e gentil e que falava bem inglês.
O rio Mtkvari corta a cidade ao meio e para atravessá-lo, além de pontes antigas, existe uma ponte moderna para pedestres, Ponte da Paz, que fica iluminada durante a noite.
A arquitetura de Tblisi é bem diversificada, abrange igrejas ortodoxas orientais, edifícios art nouveau e estruturas modernistas soviéticas. Dominando essa paisagem, ficam Narikala, uma fortaleza reconstruída do século 4, e Kartlis Deda, uma bela estátua da "mãe da Geórgia”. Na mão esquerda desta estátua ela carrega uma taça de vinho para receber os que vem com boas intenções e na sua mão esquerda, uma espada para receber os inimigos!
A religião oficial na Geórgia é a Ortodoxa, porém a tolerância religiosa em Tbilisi é famosa, tanto que na parte velha cidade são encontradas numa distância de 100m, uma da outra, Igrejas Ortodoxa, uma Sinagoga, uma mesquita e uma igreja Armênia Monofitista.
Tblisi é conhecida como a cidade do vinho e por isso podemos fazer um tour à pé, à partir da Praça Gorgasali, e continuar pela rua Lesedlidze, onde existem várias lojas de vinho e bares. Esta é a rua principal do comércio e artesanato. Existem na Geórgia 1038 vinícolas registradas.
Fiz um belo passeio nesta cidade, começando pela bem cuidada Praça da Liberdade, com uma coluna que ostenta a estátua de São Jorge. Nesta praça as construções são imponentes e bem cuidadas.
Segui pelo lado direito do rio e passei por várias esculturas e entre elas, a do grupo Berikaoba. Esta escultura representa um grupo de dança, numa festa pagã de fertilidade e renascimento. Ela é muito interessante!
Também passei no teatro de marionetes Rezo Gabriadze, que fica junto à uma graciosa torre do relógio. A cada hora, abre uma portinhola na torre e um anjo começa a tocar a campainha com um martelo. Dentro do relógio, os bonecos mecânicos apresentam "O círculo da Vida" ao meio dia e às 19 horas.
Conheci também o Tsangala’s Wine Bar, onde fui muito bem atendido, pelo enólogo Dimitri Leladze (dimosni87@mail.ru) que me indicou um vinho da vinícola Kindzmarauli para trazer para o Brasil.
Lá provei alguns vinhos:
O Bruale, do Chateau Bruale (de 2 proprietários, um francês e outro da Geórgia) da região de Kakheti. Ele é um vinho âmbar, das cepas: Rkatsiteli (85%) e Mtsvani. É um vinho bem seco e com personalidade marcante. Esta foi a minha primeira prova de vinho âmbar
Natelauri, da vinícola do mesmo nome, um vinho tinto, feito em Kvevri, da cepa Saperavi. É um vinho agradável, de persistência média e equilibrado.
Provei ainda o vinho semi-doce Artanuli, da região Kindzmaraulis, Kakheti, da cepa Saperavi, que lembra alguns vinhos da cepa Primitivo.
Ainda neste trajeto, passamos pela Workshop and Gallery Uzado, onde a artista e dona do local, Nino, estava fazendo feltragem. Este é um trabalho muito bonito e de difícil execução.
Nino era muito simpática e me fez provar vinhos feitos pelo seu marido, guardados em jarra. Aproveitei para tomar um café turco, feito com pó mais fino e que não passa por filtro.
Nino me mostrou como é feita a pintura tradicional de anéis e esmalte, típicas da
No final deste percurso, há um caminho que leva à cachoeira Leghvtakhevi, que é rodeada de falésias.
A Ponte da Paz, que é bem moderna, une os dois lados da cidade e atravessa para praça Rike. Vimos uma cena bizarra ali, onde meninos com macacos e papagaios amarrados, cobravam para tirar fotos dos turistas com os bichos.
Desta praça pegamos um teleférico até estátua de alumínio de 20 m, Kartlis Dega.
Também neste morro está à ruína da Fortaleza de Narikala e uma igreja.
De volta à praça, subimos para o outro lado do rio, até o plateau Metekhi e entramos na igreja Metekhi (da Assunção). Vimos uma cena interessante de um padre aconselhando um casal, na praça da igreja.
No plateau Metekhi fica a estátua de Vkhtang Gorgasali (antigo rei) sobre seu cavalo. No local havia um forte e um palácio que não resistiu à invasão Mongol em 1235.
Entramos no café Chacha, onde o dono era muito simpático e além do café turco, provei um vinho.
Aproveitei para comprar algo típico da região para tomar vinho, um chifre de cabra, com acabamento em metal.
No percurso por esta cidade alta, encontramos uma padaria típica. Era praticamente uma portinhola, onde se comprava o pão assado na hora. Aproveitei para tirar uma foto do pão assando na parede do forno.
Nesta padaria ainda provei uma delicioso folhado de maçã que lembrava um apfelstrudel, com uma massa mais grossa.
Passamos também numa região mais simples, com mercadinhos de frutas, verduras e produtos típicos da Geórgia.
No topo desta região, visitamos a Catedral moderna de Santa Trinidade, que fica num vasto parque bem cuidado.
Estivemos também em um ambiente descolado desta região, denominado Fabrika, onde existem ateliês e restaurantes com paredes grafitadas.
Resolvemos voltar a pé deste longo passeio até o centro. Foi então que nos deparamos com uma região decadente da cidade, onde várias casa com balcões de madeira, estavam, infelizmente ,abandonadas.
Atravessamos o rio ainda a pé, por uma ponte com várias estátuas modernas de metal, em direção ao hotel.
Aproveitei esta noite para conhecer o banho de enxofre num local público, onde as instalações eram mais antigas, porém muito interessantes. Neste local , os banhos e massagens eram mais baratos. A água ali era natural e vinha do subsolo, Dizem que estas águas tem poderes medicinais. Existem também outras casas mais luxuosas, com salas de banho privativas. Parece que por conta destas águas termais, a cidade recebeu o nome de Tblisi que significa quente.
Nesta noite jantamos no restaurante onde pudemos ouvir o canto polifônico. Também provamos comidas típicas como a beringela com nozes, o frango ensopado com romãs e as kincales de shimeji.
Tblisi é uma cidade acolhedora, que está agora sendo descoberta por turistas de vários cantos do mundo!
Dizem que na alta estação, a Geórgia duplica sua população!
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