Várias pessoas me perguntam: “Qual é o melhor vinho? que vinho devo comprar?”
A resposta é muito simples: “O melhor vinho é aquele que você gosta!”
Já provei diversos Bordeaux medíocres, escolhidos simplesmente por serem vinho francês.
Pela minha experiência, que inclui ter passado pela prova de vários caros “top Bordeaux”, concluí que esses mitos tem qualidades bastante sutis, que só podem ser apreciados por aqueles que tem muita experiência em degustação de vinho, além de dinheiro de sobra é claro!
Para fazer esta matéria me inspirei, no filme “O Julgamento de Paris” uma má tradução de “Bottle Sock” (efeito que o vinho sofre pelo transporte de avião, dentro do bagageiro).
Este filme romanceia a história de uma famosa degustação ocorrida na França, em 1976, quando os melhores vinhos californianos foram postos à prova, numa degustação às cegas, frente aos vinhos “top Bordeaux”.
Nesta época foram convidados vários jornalistas como degustadores da maior competência do mercado francês.
Como a maioria dos franceses preconceituosos, apenas um jornalista, especializado em vinho, aceitou o convite para participar do evento.
Neste episódio, vários especialistas em vinho aceitaram fazer uma degustação, às cegas, de vinhos californianos, juntamente com “top” Bordeaux.
Durante o evento, por várias vezes, os jurados faziam caretas ao provar os vinhos e chegaram a jogá-los fora, sem provar, devido ao seu aroma.
Qual não foi a surpresa, quando saiu o resultado da degustação, que elegeu vinhos californianos, tanto do tipo branco “Chateau Montelena”, como tipo tinto, como os melhores vinhos.
Este vinho é vendido aqui pela Smartbuy Wines (http://www.smartbuywines.com.br/#/vinhos/).
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Esta prova foi repetida anos depois, com o mesmo resultado.
Outro caso semelhante foi o que ocorreu com a vinícola Errázuris, no Chile, que levou seus melhores vinhos: “Seña”, ”Dom Maximiniano” e “Chadwick” para uma competição em Berlim, em 2004.
Este evento elevou a fama dos vinhos chilenos, pois dois desses vinhos, “Chadwick” 2000 e “Seña” 2001, pegaram respectivamente, o primeiro e o segundo lugar na competição.
Este mesmo acontecimento foi repetido no Japão e no Brasil, sendo que os vinhos desse produtor foram classificados em segundo lugar.
Recebi também, outro dia, um vídeo de uma amiga, que dizia respeito a uma prova, que confrontava alguns dos vinhos mais caros de Bordeaux com o Grand Vin de Reignac, da mesma região, mas que custava €18,00.
Nesta ocasião, este vinho ganhou o segundo lugar,nesta prova, enquanto que um Chateaux Lafite, que aqui custa acima de R$6.000,00, ficou em quinto lugar.
É óbvio que todo este preço tem sua justificativa: o cuidado na preparação destes vinhos, o “terroir” privilegiado, o custo da terra, o custo do envelhecimento, o “know how” adquirido com longos anos de experiência e o marketing francês, é claro!
Certa vez, quando estive na região de Champagne, soube que, num ano em que a venda de Champagne foi inferior à sua produção, inúmeras garrafas do espumante foram destruídas, para que não ocorresse a queda de seus preços.
Recentemente estive numa degustação dos vinhos Chateau Gruaud Larose, que é da comuna de Saint Julien, dentro da região de Bordeaux.
O preço dos vinhos variavam entre R$400,00 e R$598,00 (importadora World Wine fone: 3315-7477), variando por conta da safra.
O vinho mais caro era da safra 2005, que foi um ano excepcional na região. Ele se mostrou maravilhoso,ao ser degustado, mesmo não tendo atingido ainda sua plenitude, que deverá ocorrer só com o passar dos anos.
Os bons vinhos europeus tem uma grande qualidade, que é sua longevidade, o que não ocorre com a maioria dos vinhos do novo mundo.
Neste evento, muito bem apresentado pela responsável pelo Marketing do Chateau Gruaud Larose Maisa Mansion, uma brasileira, ficou clara a preocupação deste Chateau, em adquirir técnicas atuais, para melhoria dos seus vinhos.
As uvas utilizadas na elaboração dos vinhos, vem de parreiras, que tem pelo menos 15 anos de idade para o seu vinho mais simples, o Sarget de Gruaud_Laruse, e 25 anos para os Chateau Gruaud Larose.
As uvas utilizadas na elaboração do vinho são: Cabernet Sauvignon (entre 57% e 67%), Merlot (entre 25% e 33%), Cabernet Franc (até 8%), Petit Verdot (até 3%) e Malbec (até 2%).
De acordo com Maisa, as uvas “malbec” deixaram de ser utilizadas na produção do vinho, por não darem resultados surpreendentes.
De acordo com a sua explicação, as videiras da maior parte do mundo sofreram uma praga chamada ”Filoxera”, que atacava as suas raízes. Os produtores de vinho tiveram então que passar a usar porta enxerto de espécies norte americanas que são resistente à praga.
O Chile ficou livre do ataque desta praga, sendo onde a uva Malbec se apresenta com toda sua potência .
Um dos melhores vinhos Chilenos, produzido pela Viu Manent é o ”Viu1”, que é produzido exclusivamente com a uva Malbec.
Finalmente, chego à conclusão de que os melhores vinhos do novo mundo podem ser consumidos, em ocasiões especiais, pois são disponíveis por aproximadamente R$400,00 ( como: Almaviva, Viu1, Borobo, Don Melchor, Seña, Chedwick e Don Maximiniano), e não deixam muito a dever aos melhores franceses, que custam acima de R$5.000,00.
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