Urbino é uma cidade localizada na região do Marche, na Itália.
Esta região é famosa pelo vinho da uva Verdicchio, que é um vinho branco, encorpado, com sabor de frutas secas.
Quanto às uvas tintas, a principal é a Montepulciano, sendo a Rosso Conero a versão mais pura desta casta.
Esta região é famosa pelo vinho da uva Verdicchio, que é um vinho branco, encorpado, com sabor de frutas secas.
Quanto às uvas tintas, a principal é a Montepulciano, sendo a Rosso Conero a versão mais pura desta casta.
O centro histórico, dominado pelo ”Palazzo Ducalle” e pela catedral, está classificado pela UNESCO, como patrimônio histórico da humanidade.
No site da UNESCO consta: ”A pequena cidade no topo do morro experimentou um grande desabrochar cultural no século 15, atraindo artistas e estudantes de toda a Itália e do exterior e também influenciando o desenvolvimento cultural de toda Europa. Devido à sua estagnação cultural e econômica, a cidade preservou sua aparência renascentista”.
Toda cidade murada da Europa apresenta dificuldades para o turista:
Ruas onde o carro não pode entrar (permitido para os habitantes), grandes subidas, malas que tem que ser arrastadas até o hotel e estacionamentos complicados.
Pensando nesses fatos, escolhi um hotel fora da cidade.
As dificuldades não acabaram aí, foi difícil encontrar o hotel, devido à falta de indicação e de coordenadas, além disso, o local era bem esquisito, apesar de confortável. Parecia aquele hotelzinho do filme dos irmãos Coen, ”Os fracos não tem vez”, onde Javier Bardem atacava as pessoas em seus quartos de hotel com uma arma de matar boi.
Já hospedado e sem malas, (que poderiam ser surrupiadas do porta malas do carro, como já aconteceu com alguns amigos), nos dirigimos à cidade de Urbino.
A noite estava quente e animada, turistas europeus invadiam a cidade, aproveitando o domingo., Neste dia ocorriam eventos de vários tipos e pudemos admirar a feirinha de artesanato de produtos da região. Aproveitamos para tirar umas fotos e conhecermos a noite de Urbino.
Passamos por uma Enoteca, onde comecei a me encontrar com os supertoscanos, inclusive o ”Tenuta Ornelaia” que lá custa €120, enquanto no Brasil custa R$890. Resolvi deixar a compra para mais tarde, adiando o transporte de garrafas.
Jantamos na Tratoria Do Leone, por 60€,valor que incluia bebidas e comidas tais como: embutido de ”foie de maiale” com pão tostado ”esfarelato” no azeite, tagliolini com molho de tomates e queijo pecorino.
Bebemos o vinho Fructus, , um Rosso Conero, de Montepulciano, Marche, que achei bem sem graça. Este vinho é produzido pela Azienda Agricola Conte Leopardi Dittajuti. Os bons toscanos ainda não tinham aparecido.
Como sobremesa pedimos o ”Vin Santo” acompanhado dos biscoitinhos cantucci uma iguaria.
Desde a entrada da cidade até o fim da noite ,ficamos surpreendidos pelos prédios monumentais, que lá vimos.
Pode-se passear pelas cidades pequenas da Europa, a qualquer hora, sem os riscos de ser assaltado.
No dia seguinte, fechamos as malas e demos uma passada rápida na cidade para fotografar e ver suas belezas e ainda admirar a vista de cima do morro,uma vez mais. Foi surpreendente!
Fomos também à casa do pintor Raphael de Urbino, onde além de conhecer os seus aposentos e algumas de suas pinturas , pudemos viajar pela sua época e imaginar sua casa viva. Nos deparamos também com uma exposição do fotógrafo Cartier Bresson. O interessante é que ao invés de fotos a exposição era de seus desenhos.
Encontramos na parede o interessante bilhete de Cartier: ”Fotografar e desenhar” – momentos paralelos. A fotografia é para mim, o impulso espontâneo de uma atenção visual, perpétua, que colhe o instante e sua eternidade. – O desenho, ele elabora, com sua grafologia aquilo que a nossa consciência colheu daquele instante. – A fotografia é uma ação imediata, o desenho uma meditação. – Henri Cartier Bresson 27/4/92.
Estávamos ainda na cidade, nas proximidades da hora do almoço, e vimos os moradores da cidade se reunirem no café para colocar o assunto em dia. O burburinho de turistas do fim de semana tinha passado e os moradores então, tomavam conta dela.
Passamos por lindas lojas de artesanato, com trabalhos maravilhosos, joias, porcelanas e madeira, a preços estratosféricos, incluindo as esculturas do Pinóquio, muito comuns na região.
Como toda cidade italiana, Urbino conta com um majestoso Duomo, muito bem conservado. As ruas de Urbino eram estreitas, o que nos dificultou a obtenção de boas fotos.
A religiosidade deste povo emanava das suas obras de arte.
Fomos embora de Urbino, em direção à Cortona, já na Toscana.
Alberto, só queria lembrar que as dificuldades por que passam os turistas, nesta e em outras localidades históricas da Europa, é o que permite que construções tão antigas sejam preservadas. Além disso ajuda a manter também a qualidade e o modo de vida dos moradores, com hábitos e cultura próprios de cada lugar. É o contrário do que acontece aqui no Brasil, onde o turismo costuma descaracterizar os locais onde se instala como atividade, normalmente banindo os moradores nativos para áreas periféricas e criando mini comunidades de fachada, sem personalidade, sem cultura própria, com uma arquitetura falsa e pasteurizada e degradando o meio ambiente.
ResponderExcluirConcordo em parte. A França mantem suas cidades, mas tem um sistema para o turismo muito mais completo do que a Itália. Quando cheguei em Cinqueterre, em plena alta etação, o Info estava fechado. Por incrível que pareça, a internet no Brasil é muito melhor e mais disponível que na Itália. De qualquer forma, procuro só alertar a quem vai viajar, das dificuldades que vai encontrar neste tipo de turismo.
ResponderExcluirAlgumas coisas realmente são incômodas para quem tem hábitos diferentes e acho muito bom você alertar a quem vai viajar sobre elas. Porém, para mim, a melhor resposta a essa questão foi uma situação que aconteceu comigo em uma viagem a Veneza.
ResponderExcluirEu e a Lilian, depois de um dia inteiro de turismo intenso, chegamos exaustos ao hotel. Acostumados aos horários brasileiros descansamos um pouco e acabamos saindo por volta das 21:30. Demos mais umas voltas e, quando, às 22h mais ou menos, fomos procurar um restaurante, vimos que tudo estava fechado. No fim, o único lugar que encontramos foi uma lanchonete muito sem graça onde teríamos que comer um cheese burguer, só para matar a fome. Quando estávamos sendo servidos, comentei com a garçonete que achava estranho que em uma cidade tão visitada por turistas como Veneza houvesse tão poucas opções para quem quisesse comer àquela hora. A resposta foi curta e precisa: "Mas é linda, o senhor não acha?" Tive que concordar e engolir. A resposta e o cheese burguer.