sábado, 29 de dezembro de 2012

Segovia Espanha


Segovia é uma das 9 províncias da região de Castilha e Leon, na Espanha e faz parte da rota dos peregrinos, que vem de Madri, à caminho de Santiago de Compostella.


A cidade de Segóvia foi de possessão céltica, passando posteriormente ao controle dos Romanos.
Abadia Santa Maria
Durante o domínio romano, foram construídos vários conventos latinos, ali. Segóvia foi abandonada depois da invasão islâmica na Espanha. Com a volta do cristianismo na Espanha, a cidade tornou-se um importante ponto de apoio aos viajantes, ali no norte da península ibérica.

Segovia  era um polo de comércio de lã e têxteis, por estar na rota comercial de povos nômades.  Nesta época foram construídas significativas obras de arquitetura gótica. Neste período também, houve um forte influência judia nesta região, quando foram construídas sinagogas na cidade.
Sinagoga
Segóvia entrou numa fase de declínio à partir do século XVI, voltando a se recuperar na metade do século XIX.

Em 1985, a cidade velha de Segovia, bem como seu aqueduto, foi considerada, patrimônio mundial, pela UNESCO.

O aqueduto de Segovia foi construído entre os séculos I e II e é a mais importante obra de engenharia civil romana na Espanha. Ele foi feito com 25.00 blocos de granito, sem o uso de argamassa. Tem 818m de comprimento, 170 arcos, e seu maior vão com 29m.

O Alcazar de Segovia, o palácio real, foi construído entre os períodos românticos e gótico, e fica no topo de uma rocha. Foi documentado pela primeira vez em 1122, podendo ter sido construído anteriormente.

A catedral de Segovia foi a última catedral gótica construída na Espanha.

A cidade tem além destes monumentos, um trenzinho que leva turistas para passearem na área antiga, em volta do castelo.

Em Segóvia comi um cochinillo, que de tão macio, foi cortado com um prato e acompanhado de judias (um tipo de grão de vagem grande). Uma delícia! A única coisa desagradável foi ver antes do almoço, o porco dentro de um refrigerador.

A cidade é bem tranquila e fácil de passear, apesar de suas muitas subidas e descidas.

O aqueduto de Segóvia é uma impressionante obra de arquitetura romana, em perfeito estado de conservação! Através dele, podemos ver a qualidade dos construtores romanos, que, mesmo no século I, com técnicas e instrumentos rudimentares, conseguiram fazer obras perpetuadas até hoje.
Porta San Andres

Acho que vale a pena visitar Segóvia, uma bela cidade! De lá partimos para Burgos.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Dia de San Maiale no Vito


Todo ano, em dezembro, o restaurante Vito promove uma festa chamada San Maiale (porco).

Nesse dia, o restaurante sai de seu papel tradicional, e realiza, ao meu ver, um evento felliniano.

Os funcionários do Vito colocam suas camisetas estampadas com um porco rosa e máscaras de porco, num clima divertido de festa.

O evento mais parece uma alegre cena surrealista, dos tempos em que o Cinecittá produzia cenas assim, nonsense.

As diversas tribos ali se reúnem, em torno de uma grande mesa, ou no balcão, para apreciar o produto da festa, ou seja, o porco.

O evento, este ano, começou ao meio dia, quando já se formava uma fila na porta do restaurante, mesmo debaixo de chuva. A expectativa era grande.

As pessoas entravam na fila para comprar o ticket do sanduíche de porco, a ser retirado na porta da cozinha. A cerveja, por sua vez, era servida no balcão.

O sanduíche era de barriga de porco, especialidade do André Mifano, chef do restaurante.

O momento era mesmo de confraternização e despedida do ano, e contou com a presença dos amigos do André. Estavam lá Alex Atala, dono do estrelado restaurante DOM e Isabela Raposeira, dona do Lab Café.

O sanduíche estava divino! Recheado de carne de porco macia, contava com uma participação especial de um crocante pururca, junto ao molho de cebola refogada, leve mostarda de raiz forte, agrião e rúcula! Tudo isso em meio a um delicioso pão, envolto num simples papel.

O sanduíche custava R$28,00, preço razoável para a sua qualidade e bom tamanho.

Conforme informação de um funcionário, em 2011 foram feitos 400 sanduíches, que duraram apenas 4 horas. Desta vez então, foram feitos 1.000 sanduiches.

A festa se encerra quando os sanduíches terminam, ou seja, seu fim é definido pelo número de pessoas ou pelo apetite dos frequentadores.

O André, que é uma figura digna de um filme do Fellini, com suas tatuagens, seu jeito singular, além de cozinhar divinamente, de forma criativa, ainda cria eventos divertidos e agradáveis.

Parabéns!

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Restaurante Pasta D'Autori


Conheci o restaurante Pasta D’Autori Cucina Originale de forma virtual pelo Facebook e depois resolvi visitá-lo ao vivo, para provar seus pratos.


O restaurante foi criado em 2002, por dois amigos apreciadores da culinária: Rafael de Cara e Leonardo Vills.

Pasta D’Autore fica localizado na rua Atilio Inocenti 743, no Itaim Bibi (fone: 3044-0615 e 3044-2362). Possui ainda um espaço gourmet, para aulas de culinária e degustação de vinhos.

Eles também tem uma rotisserie, onde produzem, diariamente, massas frescas recheadas, molhos, tortas e antepastos.

A carta do restaurante é bem interessante e conta atualmente com pratos acrescidos de trufa branca do Piemonte. No preço dos pratos é adicionado R$29,50 / grama da trufa.

O chef Rafael foi muito simpático e nos trouxe a trufa para sentirmos o seu aroma, que por sinal é bastante estranho. Um aroma forte similar ao do gás, tão intenso que ficou pairando pela sala por um longo tempo, depois que ele levou a trufa de volta para a cozinha.

A carta de vinho do Pasta D’Autore é bem interessante e conta com a máquina Enomatic, de 4 vinhos, mantidos ali por 21 dias, vinhos como o:

Barolo da Prunoto 2006 (da uva Nebiollo), importado pela Terrunyo, por R$385,00. Ele é afinado em barricas de carvalho francês, sendo que 30% em barricas usadas. A safra 2004 obteve a nota 92 da WS e o 2005 91 Pontos WS.

Brunello de Montalcino Pogio Salvi 2006 (da uva Sangiovese Grosso) 2006. Importado pela Mistral por R$317,40. A safra 2006 obteve 93 pontos da WS.

Isto é uma verdadeira tentação, pois a pequena dose de degustação, de 30ml do Brunello custa R$15 e a de 75 ml, custa R$38,00.

Na máquina ainda existiam outros dois vinhos mais em conta, por R$10, a dose de 30 ml.

Nesta visita que fiz para o almoço, pedi como entrada uma divina Burrata, com azeite e manjericão, acompanhada de lascas de tomates  e que custou R$36,00.

Como prato, escolhi o ravióli de javali, que por sinal é a minha carne predileta, com molho de shitake. O molho estava delicioso, combinando com a massa. Custou R$54,00.

Minha esposa pediu um escalope com salada de rúcula e concassé de tomates. Ela se enganou no pedido, pois não está comendo carboidratos, e o escalope era à milanesa.

Para acompanhar o prato pedi uma dose de 75ml do Brunello, que estava divino e harmonizou bem com o molho do funghi.

Gisela solicitou um café, que também estava muito bom.

O pessoal do restaurante tem por hábito promover viagens ao exterior, com passeios de bicicleta. Para o ano que vem, estas são as suas programações:

Viagem de Firenze a Maremma, de 5 a 11 de maio (não tem mais
vagas).
Região de Montalcino de 28 de abril a 4 de maio (ainda tem vagas).
Provence, entre 16 e 22 de junho (não tem mais vagas).
E outra viagem no segundo semestre pelo Vale do Loire .

O valor final da conta neste dia foi R$178,00, encarecido um pouco pela taça de Brunello, que acabou custando R$38,00.

Foi bom ter conhecido este restaurante e seu chef, sempre disposto a tirar todas as dúvidas do cliente, com uma agradável simplicidade.


 BIKE TOUR 2013 – Maremma De 05 a 11 de maio de 2013
A costa da Toscana conhecida como Maremma, não está no circuito das excursões de ônibus. Esta região isolada no sul da Toscana permanece fiel às suas raízes, com pequenos vilarejos. Separados por florestas de castanheiras e vinhedos em expansão, as cidades de Maremma mantiveram-se isoladas da explosão turística. A região é única por causa da variedade de seu território: mar azul, praias extensas, árvores enormes, vinhas, olivais, e pântanos. As colinas são mais suaves do que as da Toscana central, tornando mais fácil para o ciclismo. Maremma não é só as paisagens. É também uma região rica em produtos típicos para ser apreciado e saboreado. Serra e o mar combinam perfeitamente com a comida e vinho. Neste passeio vamos passar a noite em três diferentes vilas medievais costeiras. Você pode visitar ruínas etruscas, castelos, adegas e uma praia maravilhosa. Nos encontramos em Florença, e de lá iniciamos nosso tour, terminando em Cecina.
Dia 1 (5/5) Nos encontramos no aeroporto de Florença e de lá, numa van, vamos degustar de um delicioso almoço no coração da Toscana. Depois do almoço seguimos para Volterra, uma linda cidade etrusca no alto de uma colina onde pernoitaremos. Pernoite em Volterra – www.hotel- lalocanda.com
Dia 2 (6/5) Massa Marittima
De Volterra para Massa Marittima, de van. Hoje iremos ajustar nossas bikes e receber instruções sobre o tour. Pedalaremos um pouco pelo Lago de Accesa e exploraremos um sitio arqueológico etrusco. Pernoite em Duca Del Maré - http://www.ducadelmare.it/
Dia 3 (7/5) Campiglia Marittima
Um passeio predominantemente plano ao longo das estradas rurais leva você através de vinhas e terrenos agrícolas maravilhosos. Pedaleremos até Campiglia Marittima um vila medieval com ruas estreitas e casas “penduradas” nas encostas e por um castelo antigo medieval. Intocada pelo turismo Massa Campiglia é um verdadeiro tesouro toscano. Pernoite Il Canovaccio - http://www.locandailcanovaccio.it/index.html
Dia 4 (8/5) Castagneto Carducci
Uma pequena estrada pitoresca nos leva, através de castanheiras e florestas de sombrias até Suvereto. Uma cidade perfeitamente preservada e de origem romana. Dentro de suas muralhas medievais, Suvereto oferece vários restaurantes e cafés. Mais tarde passaremos por Sassetta uma aldeia em uma encosta rochosa. O passeio termina em Castagneto Carducci, uma encantadora vila sobre uma colina com vista para o Mar Mediterrâneo. Pernoite Villa Le Luci - http://www.villaleluci.it/index.php
Dia 5 (9/5) Marina di Castagneto
Uma curta distância para pedalar que irá nos levar a uma das praias mais bonitas da Toscana. Desfrute de um dia de lazer em uma praia. Dê um mergulho na água morna, caminhe pela praia, e saboreie um delicioso sorvete. Se você quiser poderá pedalar pelo interior da aldeia esquecida de Monteverdi.
Pernoite Villa Le Luci - http://www.villaleluci.it/index.php
Dia 6 (10/5) Cecina
Siga a espetacular "Strada del Vino" (Rota dos Vinhos), paralela à costa da Toscana. Alguns dos vinhos mais famosos da Itália vêm desta área, incluindo Sassicaia, Ornellaia, e Guado al Tasso. Explore o castelo Bolgheri, visite sua adega e aprenda sobre as variedades de uvas de Bordeaux que se desenvolvem em seu solo e microclima. Percorra as aldeias medievais de Casale Marittimo, Gaurdistallo e Montescudaio. Pernoite - Agrihotel Elisabetta - http://www.agrihotel-elisabetta.it/
Dia 7 (11/5) Cecina
Arrume as malas... saímos hoje de volta a Florença, onde termina nosso tour!
INCLUÍDO NO ROTEIRO TERRESTRE
Traslados in/out de Florença
6 noites de hospedagem em apto duplo com cafés da manhã; 2 almoços
2 Jantares com vinhos;
Bicicletas e capacetes
1 pic nic;
Degustação de vinhos;
Aula de culinária com almoço;
Transporte de toda a bagagem;
Van de apoio durante todo o percurso; Acompanhamento de motorista/guia local;
Água e frutas na van;
Assistência mecânica;
Telefone 24h por dia para emergência.

Dia 1 bike – 23km Dia2bike–37km Dia3bike–41km Dia4bike–17km Dia5bike–42km TOTAL – 160km
Media 32km/dia
Valor total do pacote terrestre: US$ 2.750,00 (a partir de Florença)
Adicional para apartamento single US$ 65/noite
Condições de pagamento:
Inscrição US$ 750 ao cambio do dia
2 parcelas de US$ 1.000 ao cambio do dia
Aéreo não incluso
O grupo deverá se encontrar em Florença no dia 05 de maio às 10h, no aeroporto (área de desembarque domestico) para traslado.

Política de cancelamento:
Até 90 dias antes da viagem US$ 150 (taxa administrativa)
De 89 a 60 dias antes da viagem – multa de 30% do valor terrestre do valor terrestre De 59 a 30 dias antes da viagem 50% do valor terrestre
De 29 a 0 dias da viagem – multa de 100% do valor terrestre

Vagas limitadas 

domingo, 9 de dezembro de 2012

Os vinhos da Biondi Santi


Quando fui para a Europa, em 1990, um dos meus sonhos era conhecer o vinho admirado e caro, aqui no Brasil, Brunello di Montalcino.

Na época, eu achava que o Brunello era uma marca, descobrindo depois que é um tipo de vinho, da cepa Sangiovese Grosso, produzido na região de Montalcino, na Toscana.

Nesta região existem 153 produtores de Brunello.

Na primeira vez que fui à Itália, comprei um Brunello da produtora Biondi Santi.

Da linda cidade de Portofino, no norte da Itália, parti em direção ao sul da França, para conhecer a Provence.

Na região do Luberon, fiquei maravilhado com a cidade de Roussillon, no topo de um monte com vários tons de ocre e vermelho. As casas desta vila eram pintadas com o material retirado do solo, o que conferia a elas, um colorido, com variações de tons maravilhosos!

Nos arredores da cidade, encontrei um local para fazer piquenique, com mesas e bancos, em meio a um bosque e não resisti à tentação... ali fiquei.

Aproveitei e abri meu Brunello, que serviu para acompanhar um belo pão francês com antepastos em conservas, que eu havia comprado na Itália.

Com aquela vista deslumbrante, provei e fiquei extasiado com meu primeiro gole de Brunello! Tive a certeza de que esta experiência se repetiria, sempre que possível.

Numa outra oportunidade, jantei no antigo restaurante do Mellão, Cocina del Autore (do chef Melão), aqui em São Paulo e fui apresentado ao Vinho Sassoalloro, do mesmo produtor.

O jovem enólogo me contou a história do Sassoalloro, um vinho mais simples, feito pelo filho do dono da Biondi Santi, contra a vontade do pai, que queria apenas fazer vinhos top.

A partir desta prova, comecei também a apreciar este vinho.

Participei posteriormente de uma degustação de vinhos do produtor de Brunello,  o simpático Jacopo Biondi Santi, que já tinha assumindo a chefia da vinícola.

Jacopo deu uma verdadeira aula sobre o seu Brunello. Contou um detalhe interessante explicando que, quando existe possibilidade de geada na região de Montalcino e as uvas estão em estágio de maturação, eles saem de helicóptero a fim de dispersar o risco da geada cair sobre sua plantação, pois isso seria desastroso.

Jacopo tem duas vinícolas: a Greppo, em Montalcino, onde são feitos os Brunellos, e os Rossos, e azeites e a Castello di Montepò, onde são produzidos vinhos mais acessíveis e o supertoscano, Schidione.

Neste evento foram provados 5 vinhos, importados pela Mistral (fone: 11 3372.3400):

     1)   Rivolo IGT Sauvignon Blanc 2004, com 12% de álcool. Era um vinho gostoso, que custa US$49,90.

     2)   Morellino di Scansano Castelo di Montepo 2003, com 14% de álcool e feito com as uvas Sangiovese Grosso e Cabernet Sauvignon. Um vinho com boa estrutura e cor intensa, para ser tomado ainda jovem. Custa US$58,25. Passa 5 meses em aço inox e 8 meses em barricas de carvalho francês.

    3)   Sassoalloro IGT 2003, com 13% de álcool.  Ele é feito com a cepa Sangiovese Grosso e passa 14 meses em barrica de carvalho francês. É um vinho gostoso, mais aveludado e de boa persistência. Custa US$:59,90.

   4)   Montepaone 2000, feito com a uva Cabernet Sauvignon, com 13% de álcool. É um Cabernet Sauvignon muito bom, persistente e agradável. Custa US$:99,90.

   5)   Schidione 1998, com 13,5% de álcool, feito com as uvas: Sangiovese Grosso, Cabernet Sauvignon e Merlot. Este vinho, que passa 24 meses em barrica de carvalho francês, é delicioso, com longa persistência.  Prová-lo é uma experiência fantástica! Seu preço é US$:274,50.

Participei também do Encontro Mistral 2012, onde provei de novo os vinhos de Biondi Santo.

Nesta ocasião, experimentei o Schidione, que estava divino, assim como os Brunellos, inclusive o Biondi Santi Riserva 2006, que estava maravilhoso! O único problema é que aqui, no Brasil, país dos altos impostos, ele custa US$ 1.859,00.

Este vinho recebeu os prêmios: Decanter 20/20 (04); Gambero Rosso 100 pontos (04) e Wine Entusiast 96 (01).

Esta família de produtores é muito tradicional na Toscana. Seu antepassado Ferrucio foi quem inventou o Brunello de Montalcino, nos anos 1870. Antes dele, eram feitos, na região, apenas vinhos doces Moscadello, mais utilizados em missas.

Todas as experiências, que tive com este produtor, foram muito boas!
Algum dia ainda pretendo conhecer suas propriedades na Toscana!

Miolo chega na Argentina e desbrava seu quinto terroir

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