Quando fui para a Europa, em 1990, um dos meus sonhos era
conhecer o vinho admirado e caro, aqui no Brasil, Brunello di Montalcino.
Na época, eu achava que o Brunello era uma marca,
descobrindo depois que é um tipo de vinho, da cepa Sangiovese Grosso, produzido
na região de Montalcino, na Toscana.
Nesta região existem 153 produtores de Brunello.
Na primeira vez que fui à Itália, comprei um Brunello da
produtora Biondi Santi.
Da linda cidade de Portofino, no norte da Itália, parti em
direção ao sul da França, para conhecer a Provence.
Na região do Luberon, fiquei maravilhado com a cidade de Roussillon,
no topo de um monte com vários tons de ocre e vermelho. As casas desta vila eram
pintadas com o material retirado do solo, o que conferia a elas, um colorido,
com variações de tons maravilhosos!
Nos arredores da cidade, encontrei um local para fazer
piquenique, com mesas e bancos, em meio a um bosque e não resisti à tentação...
ali fiquei.
Aproveitei e abri meu Brunello, que serviu para acompanhar
um belo pão francês com antepastos em conservas, que eu havia comprado na
Itália.
Com aquela vista deslumbrante, provei e fiquei extasiado com
meu primeiro gole de Brunello! Tive a certeza de que esta experiência se
repetiria, sempre que possível.
Numa outra oportunidade, jantei no antigo restaurante do
Mellão, Cocina del Autore (do chef Melão), aqui em São Paulo e fui apresentado
ao Vinho Sassoalloro, do mesmo produtor.
O jovem enólogo me contou a história do Sassoalloro, um
vinho mais simples, feito pelo filho do dono da Biondi Santi, contra a vontade
do pai, que queria apenas fazer vinhos top.
A partir desta prova, comecei também a apreciar este vinho.
Participei posteriormente de uma degustação de vinhos do
produtor de Brunello, o simpático Jacopo
Biondi Santi, que já tinha assumindo a chefia da vinícola.
Jacopo deu uma verdadeira aula sobre o seu Brunello. Contou
um detalhe interessante explicando que, quando existe possibilidade de geada na
região de Montalcino e as uvas estão em estágio de maturação, eles saem de
helicóptero a fim de dispersar o risco da geada cair sobre sua plantação, pois
isso seria desastroso.
Jacopo tem duas vinícolas: a Greppo, em Montalcino, onde são
feitos os Brunellos, e os Rossos, e azeites e a Castello di Montepò, onde são
produzidos vinhos mais acessíveis e o supertoscano, Schidione.
Neste evento foram provados 5 vinhos, importados pela
Mistral (fone: 11 3372.3400):
1)
Rivolo IGT Sauvignon Blanc 2004, com 12% de
álcool. Era um vinho gostoso, que custa US$49,90.
2)
Morellino di Scansano Castelo di Montepo 2003,
com 14% de álcool e feito com as uvas Sangiovese Grosso e Cabernet Sauvignon. Um
vinho com boa estrutura e cor intensa, para ser tomado ainda jovem. Custa US$58,25.
Passa 5 meses em aço inox e 8 meses em barricas de carvalho francês.
3)
Sassoalloro IGT 2003, com 13% de álcool. Ele é feito com a cepa Sangiovese Grosso e
passa 14 meses em barrica de carvalho francês. É um vinho gostoso, mais
aveludado e de boa persistência. Custa US$:59,90.
4)
Montepaone 2000, feito com a uva Cabernet
Sauvignon, com 13% de álcool. É um Cabernet Sauvignon muito bom, persistente e
agradável. Custa US$:99,90.
5)
Schidione 1998, com 13,5% de álcool, feito com
as uvas: Sangiovese Grosso, Cabernet Sauvignon e Merlot. Este vinho, que passa
24 meses em barrica de carvalho francês, é delicioso, com longa persistência. Prová-lo é uma experiência fantástica! Seu preço
é US$:274,50.
Participei também do Encontro Mistral 2012, onde provei de
novo os vinhos de Biondi Santo.
Nesta ocasião, experimentei o Schidione, que estava divino, assim
como os Brunellos, inclusive o Biondi Santi Riserva 2006, que estava
maravilhoso! O único problema é que aqui, no Brasil, país dos altos impostos,
ele custa US$ 1.859,00.
Este vinho recebeu os prêmios: Decanter 20/20 (04); Gambero
Rosso 100 pontos (04) e Wine Entusiast 96 (01).
Esta família de produtores é muito tradicional na Toscana.
Seu antepassado Ferrucio foi quem inventou o Brunello de Montalcino, nos anos
1870. Antes dele, eram feitos, na região, apenas vinhos doces Moscadello, mais
utilizados em missas.
Todas as experiências, que tive com este produtor, foram
muito boas!
Algum dia ainda pretendo conhecer suas propriedades na
Toscana!
Nenhum comentário:
Postar um comentário