Há muito tempo ouço falar bem de
Itacaré
na Bahia. Recentemente conheci uma pessoa que me contou das belezas de lá, mais
especificamente, da península de Marau, próximo a Itacaré, no sul da Bahia.
Para chegar a este paraíso, foi necessário pegar um voo da Gol até Ilhéus, com escala em Belo Horizonte,
carro por 3 horas até Camamu, e mais meia hora de lancha
até Barra Grande. No fim das contas saí de casa às 7 horas e cheguei na pousada em
Taipus de Fora às 16 horas.
O povo local diz que existe um jeito mais fácil de é ir até Barra Grande, passando por uma difícil estrada de terra, a partir de Itacaré.
A Gol, por sua vez, piorou muito o seu serviço de bordo, chegando a servir água na hora do lanche e sanduíches pagos durante o voo. Na volta no avião, nem água foi oferecida no trajeto de Ilhéus-Belo Horizonte.
Ou seja, os traslados não foram dos mais fáceis.
Lá em Barra Grande, ficamos na
pousada Encanto da Lua, que é de propriedade de o simpático senhor Tatsuo, que nasceu na Manchúria, casado com uma baiana, sra Gilma. O filho deste casal, Goishi é quem administra o hotel, tendo uma atitude mais profissional e mais
reservada que a de seus pais tão agradáveis.
A diária da pousada incluía café da manhã e jantar. No café tínhamos tapioca doce e salgada, uma delícia! A comida servida ali era honesta, porém, com pouca criatividade.
Como era nosso aniversário de casamento, levei para o jantar do primeiro dia uma champagne
Laurent Perrier, que estava muito boa. Estranhei o fato de cobrarem rolha para
um evento destes, até porque não tinha sido informado disto com antecedência.
As instalações eram confortáveis e de bom gosto. Os prédios das áreas comuns eram cobertos com sapé, dando de frente para a praia de Taipus de Fora, com um lindo mar em
frente e coqueiros em toda costa.
Nesta pousada existe conexão wireless, porém é muito lenta, pois sua transmissão é por antena.
Os quartos da pousada são amplos, a decoração é moderna e aparentemente nova.
O preço do pacote foi bem razoável para a baixa temporada, R$2.300,00 por pessoa, por 7 noites, incluindo
avião e translado. No revellion o preço, só da pousada, sobe para R$6.980,00,
na mais barata suíte, pelo mesmo tempo.
Tivemos azar de pegar chuva, que em geral, nos
persegue nas viagens para a Bahia. Acredito que de julho até outubro não é uma época boa para ir à Bahia.
Dizem que esta praia em frente ao hotel, Taipus de
fora, é a segunda praia mais bonita do Brasil, depois de Fernando de Noronha.
Realmente ela é muito bonita, lembrando catálogo de paraísos como a Polinésia. Os coqueiros são abundantes, a areia clara e um mar bem limpo com água translúcida e muitos peixes.
Fora da alta temporada, pode-se escolher, entre várias praias, aquela que preferir, como se fosse só sua, pois não tem agito de pessoas.
Uma das atrações da praia são as piscinas naturais, constituídas por arrecifes, que formam verdadeiros aquários de peixe. Conseguimos ver uma boa quantidade deles usando apenas máscara e snorkel.
Na praia de Taipus tem pouca opção de restaurante. Um deles que frequentamos foi o restaurante das
Meninas, com um ar típico da Bahia.
Lá comemos: casquinha de siri (que
vem numa casquinha de cerâmica), moqueca de camarão com banana da terra (divina), Camarão ao curry, com arroz de coco e manga e polvo grelhado (que estava um
pouco queimado). Como a disponibilidade de vinho na região é terrível, optei por cerveja.
A outra opção era o restaurante Buda, de
propriedade de um argentino, descaracterizado até no nome.
Fomos um dia a pé até a cidade de Barra Grande, pelas praias,
um belo e cansativo passeio (por volta de 3 horas).
Almoçamos na cidade no restaurante
Donana, da gentil dona Ana, uma deliciosa moqueca de camarão e polvo. O polvo estava um pouco
duro.
Outro dia alugamos um quadriciclo (R$150,00), para conhecer a península, necessário para andar pelas estradas de
terra e areias de lá. É proibido passear com veículos motorizados pelas praias, só bicicleta.
Neste dia fomos até a Lagoa Azul, que não estava azul, sendo que mais
bonita das lagoas era a lagoa do Cassange.
Fomos até as praias de Saquaíra e Algodões, onde paramos para uma cerva. Na
ida fizemos um lindo caminho junto às praias, encontrando até macacos.
No fim do dia, fomos para a Ponta do Mutá, para ver o por do sol. Ficamos num bar de um simpático chileno, com bom gosto musical, até o sol se por. Foi uma deslumbrante experiência.
Resolvemos também fazer um passeio pela baia de Camamú, para conhecer as ilhas e também a cidadela de Cajaíba, para conhecer os estaleiros
onde são feitos desde pequenos barcos até escunas. Dizem que os barcos ali não tem um projeto formal, sendo utilizados os processos de conhecimento das
pessoas da região, passados de geração para geração. Existe em Salvador um museu,
onde estão os moldes das peças dos barcos, que foram trazidos pelos portugueses.
Almoçamos na ilha do Sapinho, depois de
nadar nas águas de uma linda ilhota . Comemos
deliciosas lagostas, simplesmente grelhadas.
A água estava um pouco fria, com
muitas ondas e um vento forte.
Gostamos da viagem, mas aprendemos uma lição: não existe banco na região, o que torna necessário levar dinheiro para pagar
contas, pois o sistema de cartão de crédito ali, que depende de conexão, não funciona com frequência.