Os vinhos de Portugal, da região do
Alentejo, foram apresentados num evento, por seus produtores, no dia 3 de setembro de 2013.
O evento contou com 15 vinícolas com seus
vinhos brancos, tintos e rosés.
São elas: Adega de Borba, Adega de
Redondo/Barrinhas, Cartuxa – Fundação Eugênio de Almeida, Cortes de Cima,
Enoforum - Carmim Group, Herdade do Mouchão, Herdade São Miguel, J. Portugal
Ramos Vinhos, Monte da Capela, Paulo Laureano Vinus, Paço do Conde, Quinta do
Zambujeiro, Sogrape Vinhos, Tapada do Fidalgo e Tiago Cabaço Wines.
O evento foi realizado pela Comissão
Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA). Ele foi direcionado
a profissionais do setor, jornalistas, enófilos e apaixonados pelo mundo do
vinho, que puderam apreciar a personalidade dos representativos rótulos do
Alentejo e degustar toda a história e cultura do local.
Segundo Dora Simões, presidente da CVR, o
objetivo da apresentação foi de reforçar o posicionamento dos Vinhos do
Alentejo no mercado de São Paulo, que é vitrine para os vinhos de todo o mundo,
por ser uma metrópole com empórios, lojas e restaurantes reconhecidos.
Para Dora, a degustação dos Vinhos do
Alentejo no Brasil também é fundamental a fim de despertar uma relação próxima
com os consumidores brasileiros, cada vez mais experts e criteriosos em matéria
de vinhos. “Queremos nos posicionar entre o top das escolhas deste público”.
A região
do Alentejo
A região
vitivinícola do Alentejo estende-se por cerca de 22.000 hectares de vinhas, no
interior sul de Portugal. Constituída, em sua maioria, por planícies e vales. Os
vinhedos plantados se beneficiam de um terroir de excelência para a produção de vinhos de exceção. As castas mais
emblemáticas da região são: as tintas, Trincadeira, Aragonês e Alicante
Bouschet e as brancas, Roupeiro e Antão Vaz.
CVRA -
Comissão Vitivinícola Regional Alentejana
A Comissão Vitivinícola Regional Alentejana
(CVRA) foi criada em 1989. Ela é
uma entidade Inter profissional privada, de utilidade pública, que certifica os vinhos DOC Alentejo e os vinhos Regional Alentejano.
É
responsável, ainda, pela promoção dos Vinhos do Alentejo no mercado português e
em mercados-alvo internacionais (www.vinhosdoalentejo.pt.).
O evento contou com duas Masterclass, muito
bem apresentadas por Rui Galvão. A primeira apresentou os ícones da região,
enquanto a segunda foi voltada a vinhos de castas típicas do Alentejo.
Participei da segunda Masterclass, onde
aprendi:
O Alentejo é a região vinícola mais antiga
de Portugal.
Quando os romanos lá chegaram, já
encontraram a cultura da vinha. Foram eles que introduziram inovações para a produção
do vinho, tais como a prensa de madeira e a ânfora para fazer e armazenar o vinho.
As uvas eram colocadas diretamente na
ânfora, que com o próprio peso ,elas esmagavam
as que ficavam embaixo e assim se iniciava
o processo de fermentação. As leveduras usadas na época eram as que tinham na
própria casca das uvas. Desta forma, a região já produzia vinhos orgânicos há
mais de 2.000 anos.
Para proteger o vinho da oxidação, eles
colocavam azeite na parte superior da ânfora que não se misturava ao vinho.
Como o processo de fermentação gerava calor, podendo até mesmo trincar as
ânforas, elas eram molhadas por fora de tempos em tempos.
Na parte inferior da ânfora existiam
torneiras, por onde o vinho era retirado.
Durante a invasão islâmica na península
ibérica, povo este que não bebe álcool, os mouros impuseram taxas à parte do
povo que queria continuar a tomar vinho. A maioria dos portugueses optaram por
pagar a taxa e continuar a beber vinho.
Portugal também sofreu com o ataque da
filoxera às vinhas. O maior problema ,no entanto, foi no período da ditadura,
de 41 anos, que definiu a região como celeiro de Portugal. Nesta ocasião derrubaram
a maior parte das vinhas para plantar trigo, cevada e outros cereais.
As parreiras e as oliveiras só sobreviveram
em áreas que o terreno era ruim, não permitindo, portanto outro tipo de
cultura.
Passada a ditadura, iniciou-se o plantio de
novos parreirais e oliveiras. E assim houve um retorno a estas culturas. Nesta
época foram adotadas as modernidades na produção de vinho. Estas novas empresas
contaram com o apoio econômico da União Europeia, com a entrada de Portugal na
comunidade.
Podemos
ver no Alentejo, propriedades produzindo ainda vinhos em ânfora, ao lado
de outras que usam cubas de aço inox com controle de temperatura.
A região do Alentejo tem diferente
terroirs, onde foram criadas oito subregiões.
Os vinhos produzidos em cada região tem a
correspondente denominação de orígem: Portalegre, Borba, Redondo, Reguengos,
Vidigueira, Évora, Moura e Granja /
Amareleja.
Na região do Alentejo o conceito de
cooperativa funcionou bem, produzindo bons vinhos de uvas, produzidas por
diferentes propriedades, minimizando assim os custos de fabricação.
Foram também introduzidas na região, algumas
cepas mundiais, como a Syrah, Cabernet Sauvignon e Petit Verdot, enriquecendo desta
forma a gama dos vinhos.
Durante a aula degustamos 7 vinhos, sendo os
2 primeiros brancos:
1)
Vinho Adega Borba 2012, das
cepas Antão Vaz, Arinto e Roupeiro. O vinho apresentou bom aroma, acidez e volume.
É importado por Adega Alentejana (5094-5760).
2)
Regia Colheita, das cepas Antão
Vaz, Arinto, Perrum e Síria. Também se mostrou um vinho fresco e agradável. É
importado pela Porto a Porto (41-3018-7393).
3)
Albernoas tinto, da cooperativa
Redondo / Barrinhas, das cepas: Aragonês, Trincadeira e Alicante Bouchet, corte
típico da região. Ele é um vinho simples mas agradável, importado por:
Barrinhas, Comércio e imp de bebidas Ltda. (fone2264-0102 RJ).
4)
Reserva ACR das cepas:
Aragones, trincadeira, Alicante Bouschet, da Adega Redondo. O interessante deste
vinho é que apresentou aromas de arruda. Ele é importado por Barrinhas,
Comércio e imp de bebidas Ltda.
5)
Herdade do Peso, da Sogrape,
das cepas: Aragones, Afocheiro. É um vinho mais interessante que os tintos
anteriores. Importado pela Zahil (3071-2900).
6)
Com, de Tiago Cabaço Wines, das
cepas: Aragones, Cabernet Sauvignon, Touriga Nacional e Trincadeira. É um vinho
agradável, com a nova concepção de um produtor jovem e criativo. É importado
por Adega Alentejana.
7)
Monte da Capela, das cepas:
Aragones, Trincadeira, Alicante Bouschet. É um vinho equilibrado, com um final
de boca suave. É importado por Irmãos Seguso Sociedade Empresarial Ltda
(35-37221684).
Estive também na sala onde os vinhos
ficavam disponíveis à degustação.
Alguns deles me chamaram a atenção:
Da Sogrape, a Herdade do Peso e Vinha do
Monte, importados pela Zahil.
Da Tiago Cabaço Wines, vinhos com nomes
estranhos, como: .com, .beb e blog, oferecendo excelente relação custo /
benefício, importados pela Adega Alentejana.
Da Adega Borba, tanto o Adega Borba
Premium, como o Reserva, importados pela Adega Alentejana.
Os vinhos brancos eram bem agradáveis, e
ofereciam boa relação custo / benefício.
Alguns produtores também trouxeram excelentes
azeites.
O evento foi muito interessante!
Enriquecedor para aqueles que desejavam conhecer melhor os vinhos do Alentejo e
excelente masterclass.
A organização, ao cargo da CH2A (3253-7052),
funcionou muito bem!
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