domingo, 6 de outubro de 2013

Vinhos do Alentejo


Os vinhos de Portugal, da região do Alentejo, foram apresentados num evento, por seus produtores,  no dia 3 de setembro de 2013.


 O evento contou com 15 vinícolas com seus vinhos brancos, tintos e rosés.
São elas: Adega de Borba, Adega de Redondo/Barrinhas, Cartuxa – Fundação Eugênio de Almeida, Cortes de Cima, Enoforum - Carmim Group, Herdade do Mouchão, Herdade São Miguel, J. Portugal Ramos Vinhos, Monte da Capela, Paulo Laureano Vinus, Paço do Conde, Quinta do Zambujeiro, Sogrape Vinhos, Tapada do Fidalgo e Tiago Cabaço Wines.

O evento foi realizado pela Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA). Ele foi direcionado a profissionais do setor, jornalistas, enófilos e apaixonados pelo mundo do vinho, que puderam apreciar a personalidade dos representativos rótulos do Alentejo e degustar toda a história e cultura do local.

Segundo Dora Simões, presidente da CVR, o objetivo da apresentação foi de reforçar o posicionamento dos Vinhos do Alentejo no mercado de São Paulo, que é vitrine para os vinhos de todo o mundo, por ser uma metrópole com empórios, lojas e restaurantes reconhecidos.

Para Dora, a degustação dos Vinhos do Alentejo no Brasil também é fundamental a fim de despertar uma relação próxima com os consumidores brasileiros, cada vez mais experts e criteriosos em matéria de vinhos. “Queremos nos posicionar entre o top das escolhas deste público”.

A região do Alentejo
A região vitivinícola do Alentejo estende-se por cerca de 22.000 hectares de vinhas, no interior sul de Portugal. Constituída, em sua maioria, por planícies e vales. Os vinhedos plantados se beneficiam de um terroir de excelência para a produção de vinhos de exceção. As castas mais emblemáticas da região são: as tintas, Trincadeira, Aragonês e Alicante Bouschet e as brancas, Roupeiro e Antão Vaz.

CVRA - Comissão Vitivinícola Regional Alentejana
A Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA) foi criada em 1989. Ela é uma entidade Inter profissional privada, de utilidade pública, que certifica os vinhos DOC Alentejo e os vinhos Regional Alentejano.

É responsável, ainda, pela promoção dos Vinhos do Alentejo no mercado português e em mercados-alvo internacionais (www.vinhosdoalentejo.pt.).


O evento contou com duas Masterclass, muito bem apresentadas por Rui Galvão. A primeira apresentou os ícones da região, enquanto a segunda foi voltada a vinhos de castas típicas do Alentejo.


Participei da segunda Masterclass, onde aprendi:

O Alentejo é a região vinícola mais antiga de Portugal.

Quando os romanos lá chegaram, já encontraram a cultura da vinha. Foram eles que introduziram inovações para a produção do vinho, tais como a prensa de madeira e a ânfora para fazer e armazenar o vinho.

As uvas eram colocadas diretamente na ânfora, que com o próprio peso ,elas  esmagavam as que ficavam embaixo e assim  se iniciava o processo de fermentação. As leveduras usadas na época eram as que tinham na própria casca das uvas. Desta forma, a região já produzia vinhos orgânicos há mais de 2.000 anos.

Para proteger o vinho da oxidação, eles colocavam azeite na parte superior da ânfora que não se misturava ao vinho. Como o processo de fermentação gerava calor, podendo até mesmo trincar as ânforas, elas eram molhadas por fora de tempos em tempos.

Na parte inferior da ânfora existiam torneiras, por onde o vinho era retirado.

Durante a invasão islâmica na península ibérica, povo este que não bebe álcool, os mouros impuseram taxas à parte do povo que queria continuar a tomar vinho. A maioria dos portugueses optaram por pagar a taxa e continuar a beber vinho.

Portugal também sofreu com o ataque da filoxera às vinhas. O maior problema ,no entanto, foi no período da ditadura, de 41 anos, que definiu a região como celeiro de Portugal. Nesta ocasião derrubaram a maior parte das vinhas para plantar trigo, cevada e outros cereais.

As parreiras e as oliveiras só sobreviveram em áreas que o terreno era ruim, não permitindo, portanto outro tipo de cultura.

Passada a ditadura, iniciou-se o plantio de novos parreirais e oliveiras. E assim houve um retorno a estas culturas. Nesta época foram adotadas as modernidades na produção de vinho. Estas novas empresas contaram com o apoio econômico da União Europeia, com a entrada de Portugal na comunidade.

Podemos  ver no Alentejo, propriedades produzindo ainda vinhos em ânfora, ao lado de outras que usam cubas de aço inox com controle de temperatura.

A região do Alentejo tem diferente terroirs, onde foram criadas oito subregiões.

Os vinhos produzidos em cada região tem a correspondente denominação de orígem: Portalegre, Borba, Redondo, Reguengos, Vidigueira, Évora, Moura e Granja /  Amareleja.

Na região do Alentejo o conceito de cooperativa funcionou bem, produzindo bons vinhos de uvas, produzidas por diferentes propriedades, minimizando assim os custos de fabricação.

Foram também introduzidas na região, algumas cepas mundiais, como a Syrah, Cabernet Sauvignon e Petit Verdot, enriquecendo desta forma a gama dos vinhos.

Durante a aula degustamos 7 vinhos, sendo os 2 primeiros brancos:

1)   Vinho Adega Borba 2012, das cepas Antão Vaz, Arinto e Roupeiro. O vinho apresentou bom aroma, acidez e volume. É importado por Adega Alentejana (5094-5760).

2)   Regia Colheita, das cepas Antão Vaz, Arinto, Perrum e Síria. Também se mostrou um vinho fresco e agradável. É importado pela Porto a Porto (41-3018-7393).


3)   Albernoas tinto, da cooperativa Redondo / Barrinhas, das cepas: Aragonês, Trincadeira e Alicante Bouchet, corte típico da região. Ele é um vinho simples mas agradável, importado por: Barrinhas, Comércio e imp de bebidas Ltda. (fone2264-0102 RJ).

4)   Reserva ACR das cepas: Aragones, trincadeira, Alicante Bouschet, da Adega Redondo. O interessante deste vinho é que apresentou aromas de arruda. Ele é importado por Barrinhas, Comércio e imp de bebidas Ltda.

5)   Herdade do Peso, da Sogrape, das cepas: Aragones, Afocheiro. É um vinho mais interessante que os tintos anteriores. Importado pela Zahil (3071-2900).

6)   Com, de Tiago Cabaço Wines, das cepas: Aragones, Cabernet Sauvignon, Touriga Nacional e Trincadeira. É um vinho agradável, com a nova concepção de um produtor jovem e criativo. É importado por Adega Alentejana.

7)   Monte da Capela, das cepas: Aragones, Trincadeira, Alicante Bouschet. É um vinho equilibrado, com um final de boca suave. É importado por Irmãos Seguso Sociedade Empresarial Ltda (35-37221684).


Estive também na sala onde os vinhos ficavam disponíveis à degustação.
Alguns deles me chamaram a atenção:

Da Sogrape, a Herdade do Peso e Vinha do Monte, importados pela Zahil.

Da Tiago Cabaço Wines, vinhos com nomes estranhos, como: .com, .beb e blog, oferecendo excelente relação custo / benefício, importados pela Adega Alentejana.

Da Adega Borba, tanto o Adega Borba Premium, como o Reserva, importados pela Adega Alentejana.

Os vinhos brancos eram bem agradáveis, e ofereciam boa relação custo / benefício.

Alguns produtores também trouxeram excelentes azeites.

O evento foi muito interessante! Enriquecedor para aqueles que desejavam conhecer melhor os vinhos do Alentejo e excelente masterclass.

A organização, ao cargo da CH2A (3253-7052), funcionou muito bem!

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